(67) 99634-2150 |
Bela Vista-MS Terça-Feira, 19 de Março de 2024
Crimes virtuais: saiba se você é um alvo preferencial  

Crimes virtuais: saiba se você é um alvo preferencial  

A engenharia que os criminosos utilizam é sempre a de enviar um link, um SMS ou uma ligação duvidosa  

Quem não conhece alguém que já tenha sido alvo de crimes virtuais após clicar em um link suspeito? Muitos desses golpes causam danos financeiros, roubo de dados e danos morais.   

Mas afinal, como se prevenir dessa modalidade de crime que vem crescendo a cada dia? Convidamos Ana Luiza Noriler da Silva Carneiro, delegada da Delegacia Especializada de Ordem Política e Social (Deops), e Raphael Chaia, advogado especialista em Direito Digital, para dar instruções de como evitar cair em golpes aplicados na internet. 

Classificação dos crimes cibernéticos  

Raphael Chaia  

São basicamente duas categorias distintas. Os chamados crimes próprios, aqueles que só podem ser cometidos por meio digital e um exemplo seria a invasão de dispositivo informático, do artigo 154-A do Código Penal. Um exemplo simples: um criminoso que viola um mecanismo de segurança e invade um computador, tablete ou celular, para obtenção de dados pessoais, sem sua autorização.  

Já os crimes impróprios são os mais comuns e que podem ser praticados pela internet: injúria, calúnia, difamação, racismo, ameaça, perseguição, entre outros.  

Tipos mais comuns  

Ana Luiza Noriler da Silva Carneiro  

Os mais comuns são os de invasão de dispositivo informático, que originou a Lei Carolina Dieckmann, e os crimes contra a honra, praticados perante as redes sociais, que são os crimes de injúria racial, racismo, além crimes de fraudes, cometidos por meios eletrônicos, que são, em sua maioria, os de estelionato e de furto.  

Dados pessoais  

Ana Luiza Noriler da Silva Carneiro  

A engenharia que os criminosos utilizam é sempre a de enviar um link, um SMS ou uma ligação duvidosa, fazendo com que a vítima clique ou selecione uma opção. Posteriormente, através de programas, eles acessam redes sociais ou aplicativos de conversa, passando para a segunda etapa, que é pedir dinheiro ou informação da vítima para os seus contatos.  

Alvo preferencial  

Raphael Chaia  

Aposentados e pensionistas são sempre o alvo preferencial de golpistas porque são pessoas que não são tão versadas, “acostumadas” com a tecnologia. Então, os criminosos usam gatilhos adequados, exatamente para que eles ajam de forma sem pensar, pelo medo, por exemplo.  

Segurança  

Raphael Chaia  

É preciso estar atento, assim como temos cuidado com outras questões do dia a dia, de não clicar em qualquer link ou em uma mensagem suspeita porque essa pode ser a porta de entrada para que criminosos cometam crimes virtuais.  

Para as empresas, é importante ter um programa de compliance, que é a conformação com as regras, ou seja, fornecer aos colaboradores, orientações e esclarecimentos sobre o uso responsável de equipamentos e da rede corporativa. Então trabalhar a cultura de segurança digital dentro das empresas é fundamental.  

Para pessoa física é preciso aprender a criar senhas. Datas de nascimento e de casamento são as mais comuns e mais fáceis de serem acessadas. Ao invés de uma palavra (password), use uma frase como senha (passphrase).  

A segunda recomendação básica é fazer a autenticação em duas etapas, sempre que estiver disponível, e nunca vinculando ao SMS ou e-mail, mas sim a um aplicativo autenticador. Isso gera uma forma a mais de segurança.  

Ana Luiza Noriler da Silva Carneiro  

Criminosos buscam aguçar três sentimentos do ser humano: curiosidade, ganância e o medo, e normalmente as mensagens que eles enviam estão ligadas a um desses sentimentos, fazendo com que a vítima seja a “responsável” por abrir as portas para a prática de um crime.  

A prevenção é o melhor remédio, então é importante duvidar do que é muito fácil ou que ofereça vantagem imediata.  

O que fazer se cair em um golpe?  

Ana Luiza Noriler da Silva Carneiro  

Importante que ao perceber que suas redes sociais ou telefone foram invadidos, que seus contatos saibam que você foi vítima de um golpe para que eles não sejam vítimas também.  

A orientação da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul é registrar um boletim de ocorrência, independentemente de haver prejuízo financeiro ou não, porque muitas vezes existem organizações criminosas espalhadas pelo país e assim é possível que a polícia as investigue.  

Isso vale também para casos de estelionato tentado, aquele em que você não tenha caído no golpe, mas tenha sido vítima de uma tentativa desse golpe, e para o consumado. Ambos são motivos para procurar uma delegacia.  

Em casos de golpes envolvendo instituição bancárias, procurar o banco em questão pelos canais oficiais para tentar minimizar os danos financeiros.  

Lei Geral de Proteção de Dados  

Raphael Chaia  

A LGPD não resolve problemas de vazamento de dados ou privacidade, mas dá poder ao titular de dados ou usuário para que tenha maior controle sobre seus dados ou informações. Uma empresa hoje só pode coletar seus dados se tiver seu consentimento livre, expresso e informado.  

Uso indevido de dados  

Raphael Chaia  

Se você recebe e-mails, contatos ou outras formas de comunicação sem ter repassado esses dados a uma empresa, por exemplo, é possível solicitar diretamente a ela o “fornecedor” dos seus dados. Caso ela se negue a repassar essa informação ou continue enviando essas comunicações, no próprio site da LGPD tem um canal para reportar os chamados “incidentes de dados”.    

Para saber mais sobre o assunto acompanhe CRIMES VIRTUAIS: SAIBA SE VOCÊ É UM ALVO PREFERENCIAL no podcast Cuidar de Você, da Unimed Campo Grande.  Clique aqui para acessar.

Seguro é aliado contra imprevistos de viagem

Seguro é aliado contra imprevistos de viagem

Além das já conhecidas assistências médica e odontológica, produto também pode apoiar o viajante em casos de cancelamento de voos e extravio de bagagens

As férias de fim e início de ano são, em geral, o período em que os aeroportos registram maior movimentação. As pessoas se preparam para visitar amigos e familiares que moram distante ou até mesmo para conhecer novos destinos nas férias de verão. Mas, com a grande movimentação, alguns imprevistos podem surgir, como cancelamentos de voos pelos mais variados motivos, além de extravio ou perda de bagagem. Segundo Bernardo Castello, diretor da Bradesco Vida e Previdência, quem tem um seguro viagem contratado está mais preparado para enfrentar esses contratempos.

“Nessa retomada do turismo após as restrições impostas pela pandemia, observamos que o seguro viagem passou a ser encarado como um investimento necessário para um passeio mais tranquilo. Na Bradesco Vida e Previdência, por exemplo, entre janeiro e setembro de 2022, registramos aumento de mais de 126% na procura pelo produto. E, ao contrário do que muitos pensam, esse instrumento não deve ser contratado apenas para viagens internacionais. Para quem está planejando um passeio pelo Brasil, ele pode ser um grande aliado contra imprevistos”, explica Castello.

Além das já conhecidas assistências para casos em que o viajante necessita de apoio médico ou odontológico, contribuindo para preservar o orçamento da viagem, o seguro inclui uma série de coberturas e assistências para outros imprevistos. Confira:

Atraso ou cancelamento de voo – Ao planejar uma viagem, ninguém deseja ter o voo cancelado ou adiado, mas essa é uma possibilidade que sempre deve ser levada em conta. “Com a cobertura por atraso ou cancelamento o segurado pode solicitar reembolso ou remarcação da passagem sem problemas”, explica o diretor da Bradesco Vida e Previdência.

Extravio ou perda de bagagem – Imagina chegar ao seu destino e descobrir que a sua bagagem não está lá com você? Casos de perda ou extravio de bagagens estão cobertos pelo seguro viagem. “Em situações como essas, o viajante recebe uma indenização para repor os itens mais essenciais para poder prosseguir com o passeio enquanto sua bagagem é localizada”, afirma Castello.

Hospedagem PET – Assistência incluída recentemente no seguro viagem da Bradesco Vida e Previdência é perfeita para aqueles momentos em que o animal de estimação não poderá viajar com os seus donos. “Muitas vezes, o destino que desejamos conhecer não é tão amigável para os pets. Quando não temos um local para deixar os animaizinhos de estimação, essa assistência pode ser de grande utilidade”, conclui Castello.

Além disso, todos os planos de seguro viagem da Bradesco Vida e Previdência contam com cobertura para Covid-19, incluindo não apenas despesas médicas, mas também estadia prolongada, caso necessário.

Para obter mais informações sobre o seguro viagem da Bradesco Vida e Previdência acesse https://www.bradescoseguros.com.br/clientes/produtos/seguro-de-vida/seguro-viagem-bradesco ou entre em contato com um corretor de seguros.

A Conquista do voto feminino no Brasil e seus desdobramentos

Na obra “O Voto Feminino no Brasil”, Teresa Marques evidencia os momentos dessa luta histórica pela conquista de direitos, movimento que teve início na Revolução Francesa e na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, onde se tornou comum utilizar o masculino para definir o ser humano e o que lhe compete. Nesse sentido, a máxima da igualdade excluía qualquer referência às mulheres e sequer cogitava a possibilidade de extensão de direitos políticos a elas.

Essa chama revolucionária feminina, entretanto, se multiplica em diversos movimentos sufragistas a partir do final do século XIX, causando violenta repressão contra as mulheres e diversos incidentes trágicos.

Esse breve histórico pode evidenciar que a luta pelo voto feminino se insere no mesmo processo de construção, não apenas da Justiça Eleitoral, mas na própria consolidação, aprofundamento e união da concepção democrática do Estado, dado que veio a inserir em sua estrutura esse conjunto populacional até então afastado da vida política e do exercício pleno da cidadania ativa.

Certamente, a primeira demanda fora a do direito ao voto, que passou a ser exercido para elegerem representantes homens, mais ou menos aliados à causa. Entretanto, os passos seguintes se inserem em uma conquista de igual relevância, no sentido de que a representatividade política de mulheres se equipare a dos homens, via processos eletivos, nos mesmos postos políticos.

Para isso, é necessário trabalhar por um processo de democratização da própria estrutura interna dos partidos políticos, reforçando caminhos de inclusão, que elevem a participação feminina nos processos eleitorais. Assim, tais políticas públicas devem reforçar, como forma de eliminar os preconceitos históricos e estruturais da formação social e política, que a arena política pública não é reserva masculina, mas o espaço adequado a ser ocupado por mulheres, visto que, em termos numéricos, elas já representam maioria populacional. Portanto, se deve buscar essa paridade para representação feminina, buscando fortalecer os institutos jurídico-políticos democráticos.

*Claudine Rodembusch é professora de Direito da Estácio

Sociedade da tecnologia ou da comunicação? Luciana Varga*

Metaverso. Realidade virtual. Inteligência Artificial. Robôs. O que você, Homo Sapiens, sente e pensa quando é bombardeado com estes termos e informações do que parece um novo mundo? Certamente sente uma pressão para conhecer isso tudo e, ao mesmo tempo, uma dúvida sobre qual o seu lugar no mundo diante de todas estas novidades. 

Aí que entra a comunicação! Em um mundo onde máquinas estão substituindo a mão de obra humana e avançando cada vez mais, o que vai nos diferenciar e nos destacar no mercado? Uma habilidade eminentemente humana, que nenhum robô conseguirá reproduzir e substituir verdadeiramente: a comunicação! Estou falando de comunicação verdadeira, a que nos conecta, empática, que promove relacionamentos e que é fundamental para quem vive em sociedade como nós. 

Muitas vezes não percebemos a importância da comunicação nas nossas vidas e no mundo, em todos os âmbitos e ambientes. Já pararam para pensar em quantos estímulos comunicacionais recebemos e enviamos a cada dia? Desde a hora em que acordamos até o momento de dormir. E não me refiro apenas à comunicação verbal, e sim à comunicação total, incluindo a não verbal (corporal, facial, gestual). Quantas vezes nos comunicamos e conseguimos realizar coisas, reforçar laços e criar vínculos apenas com o olhar? Aí reside a beleza e o genuíno poder da comunicação. 

Por isso, quando vemos as pesquisas de “profissões do futuro”, “habilidades mais valorizadas atualmente” temos a comunicação e suas vertentes – empatia, saber trabalhar em equipe, oratória,… – como destaque. Porque o técnico, o braçal, os cálculos, são melhores executados pelas máquinas, isso já é realidade, mas o que conecta, o que engaja e o que motiva para crescer é feito por quem domina a comunicação. 

Reforço aqui com uma frase que ouvi em uma Conferência e que me marcou: “para não ser substituído por um robô, não aja como um”! Assim, pensar a comunicação nas nossas vidas e como a fazemos no nosso dia a dia é o nosso diferencial. Uma sociedade dominada por máquinas necessita cada vez mais de um elo humano, único e genuíno, como a comunicação. Então, que tal exercermos nossa melhor comunicação, para criarmos ambientes agradáveis, relacionamentos verdadeiros e sermos a diferença nesse mundo?

 

*Luciana Varga é jornalista e professora de Graduação e Pós-Graduação da Estácio.

Nó Górdio: Por Rosildo Barcellos

Nó Górdio: Por Rosildo Barcellos

Uma pandemia com repercussões, nas relações amorosas, de trabalho e políticas, é o nosso atual “nó górdio”. Que é uma metáfora que define um problema insolúvel. A origem da expressão remete ao sec VIII a.C. Quando Górdio, um humilde camponês assumiu o reinado de Frígia, para não esquecer sua origem pobre, deixou sua carroça amarrada a uma coluna, no Templo de Zeus, com um nó impossivel de ser desatado. Diz a lenda que esse nó foi desatado por Alexandre o Grande, com um golpe de espada. Por isso a expressão “cortar o nó górdio” significa resolver uma questão complexa de maneira simples e eficaz. Assim em meio a temores e incertezas, a ameaça do novo coronavírus chegou ao Brasil e continua alimentando o que há de melhor (e pior) na humanidade.

Sabemos que, no dia 2 de março de 2019, quando todo mundo se preocupava com outras situações, os biólogos chineses Yi Fan e Peng Zhou do instituto de virologia de Wuhan publicou um artigo que foi pouco lido, inclusive pela imprensa, mas que no parágrafo inicial tem um viés premonitório “É altamente provável que surtos futuros de coronavírus se originem de morcegos e há grande probabilidade que ocorra na China. E em dez meses a previsão aconteceria, apresentando um quadro misterioso vindo da mesma família da epidemia de SARS em 2002 e Mers em 2012.

Isso também me lembrou do escritor Gabriel Garcia Marques, falecido na Cidade do México, em 2014. quando dizia “ Dou valor as coisas, não por aquilo que valem mas pelo que significam Nascido no povoado de Aracataca zona caribenha da Colômbia Garcia presenteou-nos com uma lista de contos e romances, tendo como obra prima Cem anos de solidão (1967) que era ambientado na mítica aldeia de Macondo. Na verdade este texto foi escrito em dias de grande turbulência em função das dívidas que assolavam sua família. ( E quantas famílias sentem na pele, esse sentimento, neste momento)

Na época, era tanto, que para enviar o original datilografado para a Argentina o escritor precisou penhorar seu aquecedor elétrico. Todavia os méritos da espera chegaram em 1972 ,momento em que foi laureado com o Prêmio Latino-americano de romance Rômulo Gallegos e em 1982 com o Prêmio Nobel de Literatura, fato que ficou marcado por ter comparecido a cerimônia em Estocolmo trajando o liqui-liqui,o tradicional traje caribenho.

Naquela ocasião em um discurso eivado de sentimentos políticos, definiu suas narrativas como “uma realidade que não é a do papel, mas que vive conosco e determina cada instante de nossas incontáveis mortes, todos os dias, e que nutre uma fonte de criatividade insaciável, cheia de tristeza e beleza,da qual este errante e nostálgico colombiano não passa de mais um, escolhido pelo acaso”. Evidentemente, que o acaso não vem tão por acaso assimA glória vem depois de persistência, muitos “senãos’ e muitos desejos tolhidos. Aliás um desejo que era tão urgente, e que de repente se torna um recado de Deus.

E, por mais que estejamos adestrados pra vida, existe sempre  e sempre haverá: o fiel arrebatamento do desejo; e é neste momento que trava-se a luta do rochedo contra o mar. Precisamos da movimentação de todos para desatar esse nó. Os bancos facilitarem renegociações, os empréstimos, os empresários esperarem um pouco mais, para dispensarem seus funcionários, as financeiras não olharem apenas para o lucro, as pessoas não deixarem de ter o cuidado que estavam tendo, respeitando o toque de recolher, os bancos estavam fechados, cheques voltaram, pessoas ficaram sem combustível, os idosos apreensivos com seus consignados, preocupados com a falta das vacinas, irritadas com as filas e as cobranças e doentes or diversos motivos,inclusive os pré-existentes.

Entretanto, estamos tendo uma oportunidade de ouro pra pensar se estávamos no caminho certo, se estamos dando valor ao que tem preço, ou estamos colocando preço no que não tem valor. É hora de reconciliar, valorizar o pão, seu filho, seu pai, sua mãe, seu caso, seu contato, seu gato, seu ar, o seu por-do-sol, e enfim:sua vida. E parafraseando-o: É o “Amor nos tempos do Coronavírus!”

O autor Rosildo Barcellos é articulista

Vida conjugal: Por Wilson Aquino*

Relacionamento humano não é fácil. É muito difícil. A vida conjugal então, onde o homem e a mulher que resolvem se unir pelos laços matrimoniais por toda uma vida, ou pela eternidade, como acreditam os santos dos últimos dias (SUD), realmente não é uma tarefa fácil. Exige muita paciência, compreensão e, acima de tudo, muita renúncia de ego, do “eu”, para que a consciência de que agora os dois são um, passe a se tornar de fato uma boa e agradável realidade.

Lamentavelmente tenho observado grosseria e estupidez do homem no trato com suas mulheres. Muitos não medem as ofensas e maus tratos mesmo diante dos filhos, da família. Por isso me curvo para escrever e registrar mensagem de alerta ao homem para que reflita sobre seus atos e dobre seu orgulho, sua arrogância e admita que erra no trato e no relacionamento com sua esposa, quando levanta a voz e a ofende com palavras grosseiras.

Dia desses testemunhei a exaltação de um marido que, de público, retrucou a esposa e bradou em alto som não só para ela como para todos à sua volta ouvirem: “…eu sou assim! Você me conheceu assim e assim vou continuar sendo assim até morrer”. A esposa, com olhar cheio de lágrimas e vergonha, se recolheu em si para não acalorar ainda mais o desentendimento. Eles se foram, mas deixaram uma profunda tristeza em todos ali, que lamentavelmente testemunharam uma família desestruturada.

Sua frase, entretanto, continuou ecoando em minha mente onde logo se formou uma opinião: quanta besteira e ignorância proferida por aquele homem e por tantos outros que se manifestam da mesma maneira em semelhantes discussões todos os dias.

Ignorância sim! Pois não é verdade que não podemos mudar o que sempre fomos. Graças ao livre arbítrio que Deus concedeu aos homens, podemos não só fazermos escolhas de caminhos que desejamos trilhar, como também temos a capacidade de fazermos autoanálise para mudarmos ideias, pensamentos e procedimentos que desejarmos.

No caso daquele homem, se amasse sua esposa e sua família, poderia lutar para conseguir a mudança necessária para que elas tivessem sempre o melhor dele e não o pior.

Um grande conselho de Deus e que está nas Escrituras Sagradas é de que devemos “orar e vigiar” nossos atos e ações para nos tornarmos pessoas melhores. Vigiar, serviria muito para o referido caso. Ou seja, podemos e devemos refletir sobre quem somos e como somos e fazermos os devidos ajustes para que possamos nos tornar melhores.

Ser um marido especial no trato com a esposa; no controle das palavras proferidas, impedindo que saiam pronúncias que denegridem e entristecem o cônjuge, a família, as pessoas ao redor.

O homem precisa se conscientizar dessas coisas e ser mais tolerante e medidor rigoroso de seus atos e ações e tratar melhor, com amor e carinho seu cônjuge, sua família.

Como filhos especiais de Deus que somos (todos nós), temos sim a capacidade de lutarmos contra nós mesmos e exigir (de nós) que o melhor do que somos se aflore.

Dia desses um amigo veio me confidenciar que há duas semanas não conversava “direito” com sua esposa porque haviam discutido por motivos fúteis e ela o havia ofendido. Disse que alquilo estava “matando-o” mas que não daria o braço a torcer pois estava com a razão. Me pediu conselhos e então contei-lhe sobre uma entrevista dada pelo poeta Ferreira Goulart a uma jornalista em que fazia um balanço de sua vida e carreira profissional. Em certa altura da entrevista falou exatamente sobre um tempo de sua vida em que ficava “emburrado” com sua jovem esposa. Contou que ficava assim por vários dias, sem conversar, na esperança de que ela viesse a se desculpar e reconhecer que era ele quem estava com a razão. Um dia ele concluiu que seus (longos) cabelos brancos e sua idade (acima dos 70 anos) não permitiam aquele procedimento, a perda de um “preciosismo tempo”. No final, ele poferiu a frase que nunca mais esqueci e que a tenho repetido sempre que possível: “… a partir de agora não quero mais ter razão, quero é ser feliz” e como disse, nunca mais perdeu tempo “emburrado” e passou a conviver melhor com a esposa, mesmo diante das diferenças de ideias e pensamentos.

Aconselho o mesmo ao homem, que ore pela ajuda de Deus para que seu lar seja um lugar de paz, alegria, harmonia e prosperidade e que possa sempre vigiar, de fato, seus atos e ações e dobrar, quantas vezes forem necessárias, seus maus hábitos e más ações para que o cônjuge  sinta mais prazer e alegria de viver em família e em sua companhia.

 

*Jornalista, Professor e Cristão SUD