ago 21, 2024 | Colunistas
Especialista destaca as transformações nos hábitos de consumo dos idosos e o impacto disso no mercado
Transformações nos hábitos de consumo dos idosos impactam diretamente nas decisões de compra dos idoso e na valorização na experiência em meio a relevância das lojas físicas. Virgínia Patrocínio, docente da Estácio e doutoranda em Comunicação e Consumo, observa que o público 60+ tem se tornado cada vez mais ativo no consumo.
“Hoje, a ‘melhor idade’ abrange um público que busca qualidade de vida, pratica atividade física, segue uma alimentação saudável, se preocupa com a aparência, planeja viagens e inclui opções de lazer em sua rotina. O avanço da medicina e o acesso mais fácil a tratamentos têm aumentado a expectativa de vida, elevando a autoestima e a participação social desse grupo. A população acima de 60 anos, que já supera a de crianças até cinco anos, possui maior poder aquisitivo e influência na renda familiar.”
Para a especialista, compreender as motivações de compra do público 60+ é crucial para se comunicar eficazmente e adaptar produtos às suas necessidades. “Marcas que evitam estereótipos de idosos incapazes ganham a atenção desse público, cujos hábitos de consumo são diversificados e voltados para o bem-estar pessoal. Os ‘baby boomers’ vivenciaram eventos históricos importantes, moldando uma relação mais racional com o dinheiro, mas também valorizam viver intensamente o presente.”
Ela reforça que os idosos valorizam a construção de vínculos duradouros e relações interpessoais profundas. Ou seja, eles são mais fiéis às marcas que oferecem um atendimento de qualidade e que estabelecem laços emocionais duradouros. Além disso, a praticidade no dia a dia é essencial para eles, e essa fidelidade se fortalece com marcas que facilitam suas rotinas.
Apesar da crescente familiaridade com o mundo digital, a docente da Estácio ressalta que os idosos ainda valorizam o contato interpessoal e a possibilidade de experimentar produtos. “As lojas físicas permanecem relevantes porque a compra é vista como um ato de lazer e entretenimento. Oferecer uma experiência de compra online fácil e um atendimento humanizado nas lojas físicas pode fidelizar esse público.”
Com o aumento da população acima de 60 anos, as empresas precisam se adaptar para atrair esse público. “Os idosos têm uma vida ativa e maior poder aquisitivo, o que os torna um público potencial para as empresas. Estabelecer uma comunicação que fuja do estereótipo do idoso dependente, reconhecendo seu potencial de consumo, pode transformar esse grupo em defensores da marca. Praticidade, facilidade de uso e uma relação próxima são essenciais para atrair e fidelizar os consumidores 60+,” conclui.
Virgínia Patrocínio, especialista em hábitos de consumo das pessoas 60+
ago 20, 2024 | Colunistas
O dia 17 de agosto será mais um daqueles em que todos os brasileiros lembrarão o que estavam fazendo na data. A morte de Silvio Santos provocou uma onda de luto coletivo em todo o Brasil. Esse fenômeno, que ocorre quando uma comunidade ou até um país inteiro compartilha o sentimento de perda por uma figura pública, vai além do simples pesar. Ele revela como nos conectamos emocionalmente com pessoas que a maioria nunca conheceu pessoalmente.
Para muitas gerações, Silvio Santos era o avô que estava sempre lá, o amigo da família que trazia risadas nos domingos, a constante em um mundo de mudanças. Sua voz, seu carisma e sua presença tornaram-se parte integrante do tecido social brasileiro. Quando ele falece, a dor é sentida não apenas pela perda do indivíduo, mas pela perda de tudo o que ele simbolizava.
Pesquisas sugerem que o luto coletivo pode ser tão intenso quanto o luto individual, especialmente quando a figura pública tem um papel significativo na vida das pessoas. Segundo um estudo publicado na Death Studies em 2022, o luto coletivo pode gerar uma resposta emocional forte e duradoura, semelhante à perda de um ente querido.
Essa conexão emocional profunda não é rara quando falamos de figuras públicas. Silvio Santos, em particular, representava um tipo de presença que transcende o entretenimento. Ele simbolizava valores familiares, otimismo e uma certa nostalgia de tempos mais simples.
A mídia desempenha um papel crucial na amplificação do luto coletivo. Com a morte de Silvio Santos, os noticiários, as redes sociais e os programas de televisão inundaram o público com homenagens, memórias e replays dos momentos mais marcantes de sua carreira. Esse bombardeio de informações reforça a ideia de que a perda é compartilhada por todos, intensificando o sentimento de luto coletivo.
Culturalmente, figuras como Silvio Santos ocupam um espaço no imaginário do brasileiro. Eles não são apenas celebridades; são representações de algo maior do que eles mesmos. No Brasil, Silvio Santos era visto como um exemplo de perseverança, bom humor e sucesso alcançado por mérito próprio.
Do ponto de vista psicológico, o luto coletivo tem um impacto profundo na saúde mental das pessoas. Ele pode desencadear uma série de emoções, desde tristeza profunda até uma reflexão sobre a própria mortalidade.Por outro lado, o luto coletivo também pode proporcionar um sentido de comunidade e união. Em tempos de polarização e divisões, a morte de uma figura querida pode momentaneamente unir pessoas de diferentes origens, crenças e classes sociais em um sentimento compartilhado de perda e solidariedade.
A psicologia sugere que, enquanto é válido sentir e expressar emoções em resposta à morte de uma figura pública, é essencial fazer uma autoavaliação sincera. “Esse luto é realmente meu, ou estou simplesmente reagindo à atmosfera emocional ao meu redor?” A autoconsciência neste processo é fundamental para garantir que estamos processando nossas emoções de maneira saudável.
No final, o luto coletivo é um lembrete da nossa humanidade compartilhada. É a prova de que, apesar das diferenças e distâncias, somos todos conectados por nossas emoções, nossas memórias e nossas histórias. E mesmo na perda, há algo profundamente bonito em saber que não estamos sozinhos na nossa dor.
Lucas Pacini
Médico formado pela Uniderp, residente em Psiquiatria no Hospital Psiquiátrico São Pedro. Produz conteúdos didáticos sobre saúde mental no Instagram @drlucaspacini
ago 20, 2024 | Colunistas
A desembargadora Jaceguara Dantas, uma das estrelas do time do Tribunal de Justiça de MS, foi quem marcou um golaço e deu um verdadeiro show de bola com a criativa jogada #Todos por Elas. Comandando essa ação, o juiz da partida, desembargador Sérgio Fernandes Martins, presidente do TJMS, não hesitou em premiar a equipe com medalha de ouro por essa brilhante estratégia. Uma jogada inovadora que tem como objetivo formar uma seleção imbatível para vencer o adversário mais desleal da sociedade: a violência contra a mulher, especialmente o terrível feminicídio, que tem, lamentavelmente, goleado as mulheres dia após dia.
A seleção #Todos por Elas é composta pelos três poderes do Estado – Legislativo, Executivo e Judiciário – além de contar com o reforço de jogadores de outras esferas, pública e privada. Todos, unidos por um só propósito: derrotar esse inimigo que tantas vidas já ceifou.
O dia 9 de agosto marcou o início da grande virada. Foi quando representantes dos três poderes se reuniram para selar o compromisso histórico: implementar ações contínuas e estabelecer jogadas estratégicas para reverter o placar, onde as mulheres, até então, estão perdendo. O adversário é forte, mas a seleção #Todos por Elas está determinada a vencer. Com a entrada de outros organismos públicos e privados no time, a equipe está reforçada e pronta para dominar o campo.
O objetivo é claro: não dar trégua e vencer de goleada o feminicídio. Para isso, a seleção #Todos por Elas vai atacar de todos os lados – de forma preventiva e, quando necessário, com punições severas, sem deixar passar sequer as menores faltas cometidas contra as mulheres.
O desembargador Sérgio Fernandes Martins prometeu não dar trégua e jogar pesado contra os adversários que perseguem as mulheres, “até a erradicação dessa mazela, que infelizmente permanece presente em nossa sociedade”.
Gerson Claro, presidente do Legislativo Estadual, destacou o papel crucial de seus jogadores da ALMS na aprovação da lei que instituirá a campanha “#Todos por Elas pelo Fim do Feminicídio” como uma política pública de Estado, voltada ao enfrentamento da violência de gênero e à prevenção e combate ao feminicídio.
A primeira-dama do Estado, Mônica Riedel, e a secretária de Estado de Cidadania, Viviane Luiza, representando o Executivo, expressaram suas indignações com o alarmante índice de violência contra as mulheres, garantindo que o jogo para combater esses números será incansável e sem intervalo.
Além dos três poderes, integram a seleção, o Ministério Público do Trabalho (MPT), Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, Ministério Público de Mato Grosso do Sul, OAB/MS e Defensoria Pública de MS, entre outros. Comprometidos com o sucesso das jogadas, eles assinaram o Termo de Adesão de Parcerias Estratégicas.
A vitória depende também da torcida, unida nessa grande disputa, onde o único placar aceitável é a erradicação completa do feminicídio e a conscientização geral, especialmente dos homens, de que o respeito ao próximo é importante para o equilíbrio da sociedade e que precisa ser implementado a qualquer custo. Além disso, essa questão se trata também do segundo grande Mandamento de Deus, que é de amar o próximo como a si mesmo.
Os ensinamentos bíblicos nos lembram constantemente da importância de respeitar e amar o próximo, independentemente de gênero, raça ou condição social. O livro de Provérbios, por exemplo, nos ensina a valorizar a sabedoria e a virtude das mulheres. Provérbios 31:10-31 descreve a mulher virtuosa como alguém que merece ser honrada e louvada por sua força, dignidade e sabedoria. Este exemplo bíblico é um chamado para que, em nossas vidas diárias, tratemos as mulheres com o respeito e a consideração que lhes são devidos, reconhecendo seu papel vital na sociedade e na família.
A Palavra de Deus nos exorta a sermos defensores da justiça e protetores dos oprimidos. Em Miqueias 6:8, O Senhor nos pede que façamos o que é justo, amemos a misericórdia e andemos humildemente com Ele. Isto inclui levantar a voz contra qualquer forma de violência ou injustiça, especialmente contra as mulheres. Como seguidores de Cristo, devemos nos esforçar para criar uma sociedade onde todos, especialmente as mulheres, possam viver com dignidade, segurança e respeito, refletindo assim o amor de Deus em nossas ações e atitudes diárias.
A seleção #Todos por Elas, alinhado com esses princípios, é um passo crucial para criar uma sociedade onde cada mulher possa viver com dignidade e segurança. Assim, ao apoiar essa grande jogada e participar dela, estamos não apenas combatendo a violência, mas também refletindo o amor e a justiça que Deus nos ensina, promovendo um mundo mais justo e respeitoso para todos.
*Jornalista e Professor
ago 16, 2024 | Colunistas
As alterações rápidas de temperatura podem enfraquecer o sistema imunológico, deixando o organismo suscetível a algumas doenças
Depois de dias de frio intenso, Mato Grosso do Sul e outros estados brasileiros devem ser atingidos por uma onda de calor, conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Mas, afinal, quais são os impactos dessas mudanças bruscas de temperatura para o organismo?
A biomédica Patrícia Pacheco explica que essas mudanças podem causar diversos impactos no organismo, afetando tanto a saúde física quanto o bem-estar geral. A variação rápida de temperatura pode enfraquecer o sistema imunológico e, por isso, facilitar a ocorrência de resfriados, gripes e infecções, por exemplo.
“Pessoas com asma ou alergias, por exemplo, podem sofrer exacerbações dos sintomas devido às variações na temperatura e umidade, que podem desencadear crises. A adaptação a temperaturas extremas pode causar estresse no corpo, o que pode suprimir temporariamente a função imunológica”, explica Patrícia Pacheco, que também é coordenadora do curso de Biomedicina da Estácio Campo Grande.
Outro alerta da biomédica é em relação ao sono. “A temperatura ambiente afeta diretamente a qualidade do sono. Mudanças bruscas podem dificultar a adaptação do corpo, resultando em noites mal dormidas”, explica.
Para manter a imunidade forte e minimizar os impactos da variação considerável de temperatura, a professora da Estácio Campo Grande explica que é importante manter uma alimentação balanceada, com consumo de frutas como laranja, acerola, por exemplo, que são ricas em vitaminas e minerais. A hidratação também é fundamental para manter o funcionamento adequado do corpo, inclusive por facilitar a eliminação de toxinas.
A biomédica Patrícia Pacheco explica, ainda, que o sono de qualidade é fundamental para a regeneração do corpo e para a manutenção de um sistema imunológico forte. Por isso, a dica é manter o quarto sempre com uma temperatura confortável e minimizar as luzes e ruídos que possam atrapalhar o sono.
A prática de exercícios físicos e o controle do estresse também são aliados no fortalecimento da imunidade. “O estresse em excesso pode enfraquecer a imunidade. Por isso, o indicado é organizar a rotina e gerenciar o próprio tempo para evitar situações estressantes”, afirma a biomédica.
Crédito da foto: Freepik
ago 16, 2024 | Colunistas
A DÚVIDA: O raio pode cair duas vezes no mesmo lugar? Vai depender do humor dos eleitores. Nas ‘memoráveis’ eleições de Campo Grande em 2012 tivemos 7 candidatos ao Executivo e 501 postulantes ao legislativo. O detalhe é que o eleitor não teve como alegar falta de opções diante da oceânica quantidade e diversidade de pretendentes.
É MOLE? O arco de alianças apoiando Edson Giroto (MDB) teve 246 candidatos a vereança em 16 partidos: PCdoB, PR, PDT, DEM, PTdoB, PPL, PSB, PSL, PTC, PRTB, PRB, PRP, PSC, PSDC e PSD. Quase a metade dos 501 candidatos apoiavam o candidato Giroto, além do prefeito Nelson Trad e do governador Puccinelli ( ambos do MDB)
DIFERENÇAS: Já os demais candidatos tinham menor estrutura com poucos partidos e candidatos à vereança. Sem aliados de peso, Alcides Bernal (PP) escolheu o vice no apagar das luzes e lançou só 28 pretendentes ao legislativo. Quem mais se aproximou do candidato Giroto foi Reinaldo Azambuja (PSDB): 137 candidatos à vereança distribuídos também no PPS, PHS, PMN e PTB.
NOTARAM? Nem sempre uma eleição repete a anterior. A reação da opinião pública está sempre em evolução. Essa postura se repete no seio das famílias e no trabalho – onde se discute aspectos sociais, econômicos, perfis e propostas dos candidatos. Como se diz: o melhor do regime democrático é que há eleições, que são sempre didáticas.
MARQUETEIROS: Acertam, mas também erram ao fazer a leitura do pensamento do eleitor, menosprezando-o, achando que podem induzir e convencer. Apresentar um candidato não é como vender sabonete, onde a embalagem e o perfume contam muito para o sucesso do produto. Ele não tem a varinha mágica do ilusionismo.
CONCLUSÃO: Se fosse assim o candidato de poucas letras ou feio, sem currículo expressivo e inexperiente, em partido nanico ou sem padrinhos fortes não ganharia as eleições de caciques tradicionais. Portanto está comprovado; no campo das eleições nem sempre a propaganda é a alma do negócio. Marqueteiro não é o dono da verdade.
RESUMINDO: Marqueteiro não pode pensar pelo candidato; apenas lidar a linguagem das ideias. Dar roupagem incompatível ao estilo do candidato ou engessá-lo, é dar margem à desconfiança da real sinceridade de suas propostas. Igual a propaganda do automóvel: destaca-se o valor baixo da prestação e esconde o preço final do produto.
SAÚDE: A construção do Hospital Municipal é uma bandeira e tanto da prefeita Adriane Lopes (PP). Para o deputado Lídio Lopes, marido da prefeita, mesmo em ano de eleições a proposta deve ser aprovada pela Câmara Municipal. Mas nos bastidores tenho ouvido ‘muitos ruídos’ sobre alguns aspectos do projeto. Vamos esperar.
MARQUINHOS TRAD: Com sua fala macia, após reverter sua situação na Justiça, faz seu reingresso (vitimizado) no cenário e já deu o mote da sua campanha. Não é difícil prever seu projeto, que não deve ficar restrito a Câmara Municipal. Marquinhos é um protagonista ativo, de estilo próprio que interage bem com a opinião pública e a mídia.
FATO NOVO: Bombou nas redes sociais a identificação do deputado Beto Pereira (PSDB) como pardo, por conta do tempo da propaganda e verba do Fundo Eleitoral. Na capital a população parda chega 41,52%; a branca 50,58% e a negra 5,38%. O caso lembra o ex-presidente Fernando H. Cardoso que revelou ter um pé na senzala. Rsss.
‘APERITIVOS’: Entrar na campanha sofrendo pedidos de impugnação planta dúvidas na cabeça do eleitor e desidrata o candidato. É o caso dos dois pedidos do PSOL e PSDC contra Beto Pereira (PSDB) devido as contas reprovadas de sua gestão em Terenos. O problema é ter de responder sempre aos questionamentos. E se?
FAZ PARTE: Quem quer paz que fique em casa ou vai passear. O ex-conselheiro João L. Schimidt tem uma visão pertinente das eleições e da postura de seus protagonistas. Para ele, tudo que você conseguir passar para o adversário em termos de preocupação e desviar sua atenção, é valido. É bem o caso de Beto Pereira. E estamos só no início.
CORAJOSA: Ao decidir lançar sua candidatura num espaço público (sábado, esquina da Av. Fernando C. Costa com 14 de julho) – resgatando aquela pratica dos comícios, Rose Modesto (União Brasil) demonstra acima de tudo muita confiança no taco. Ela destaca repercussão positiva pela escolha de Roberto Oshiro como candidato a vice.
DEFINIDO: O deputado Zeca do PT foi claro ao dizer que pode apoiar a candidata Rose Modesto (União Brasil) num eventual 2º turno. Ainda cobrou mais uma vez transparência no processo, usando como gancho a eleição de 1996 em que perdeu para Puccinelli por 411 votos. Pela sua fala na sessão desta quinta-feira Zeca está motivadíssimo.
ESTRAGOS: Ainda não deu para aferir estragos do acerto entre PSDB e PL nestas eleições e no pleito de 2026. Mas liminares na justiça já azedam o acordo em algumas cidades onde os grupos são adversários tradicionais. Colocá-los no mesmo palanque é uma temeridade. Acordos de cima para baixo, ignorando o eleitor, costumam furar.
CIDADE: É onde o cidadão mora, deposita seus anseios, trabalha e morre. Os efeitos da administração municipal são mais sentidos do que os desarranjos ‘made in Brasília’. Como o universo é menor, é mais fácil identificar quem é quem. A pessoalidade conta mais que as siglas partidárias. Tô certo ou tô errado? (Sinhozinho Malta)
GERSON CLARO: O poder não lhe transmitiu soberba, muito comum entre os poderosos. Bom ouvinte, acessível, respeita opiniões e transita pelo saguão conversando com visitantes, jornalistas e funcionários de todos escalões. Seus colegas de parlamento não lhe poupam referências enaltecendo seu espírito de democrata. Merece os elogios.
TENENTE PORTELA: Acaba de descobrir que o poder gera ônus. Jamais imaginou deparar com tantos desafios que requerem habilidade. Sem experiência, tem vivido entre fogos cruzados. A vantagem é sua humildade em pedir socorro. Nesta quinta-feira, por exemplo, esteve no gabinete do deputado Londres Machado. Saiu mais aliviado.
PERTO DO FIM? Enfraquecido nacionalmente, o PSDB estaria com dias contados também aqui em MS. Nos bastidores é zum zum crescente de que os tucanos procurem outro caminho de olho em 2026. E qual mesmo? Mas antes de tudo é preciso esperar o resultado das eleições nesta capital e nas demais do país.
‘VALE TUDO’: Fofocas, críticas, montagens fotográficas, fake news, paródias e investigações sobre esse ou aquele candidato. Teremos postulantes de todos os perfis: idealistas, oportunistas, ingênuos e vaidosos tentando um lugar no cenário político. No fundo, não há outro sistema que possibilite a renovação do poder – para melhor ou para pior.
MANCHETES ELEITORAIS:
Hipocrisia e política: inseparáveis e dependentes.
Vale mais a popularidade ou a credibilidade?
As incoerências e as verdades suspeitas dos políticos.
Laranjas e mutretas no patrimônio de políticos.
Estigma da corrupção atrai a rejeição.
Cuidado com as máscaras dos políticos.
Eleições: a fadiga do poder atrai surpresas.
Eleições 2024: debater ou ignorar a corrupção?
As definições políticas dividem as cidades.
Troca de partido: o eleitor foi ignorado.
ago 14, 2024 | Colunistas
Ao longo de pouco mais de três décadas atuando na área de comunicação e, eventualmente, no marketing (tenho as duas formações), vi muita gente necessitando de uma coisa e comprando outra (e vice-versa). No que se refere à comunicação, existe ainda muito desconhecimento sobre o que é publicidade e como funciona o jornalismo, por exemplo. Isso vale para cidadãos, pequenas empresas e até grandes conglomerados.
No agro, esta confusão não é diferente e possivelmente seja mais acentuada em virtude das fortes necessidades que diversas cadeias produtivas têm em informar e colocar seus produtos nos mercados interno e externo. Quando o assunto é comunicação e marketing, o segmento vira e mexe considera um sinônimo do outro. E não é assim.
Isso não quer dizer que o marketing e a comunicação não possam trabalhar juntos. Ao contrário. Em inúmeras situações é o que acontece, pois se complementam e se apoiam em vários aspectos. Mas a não compreensão de suas funções e aplicações específicas tende a levar ao mal uso e dispêndio financeiro. Eu já vi iniciativa com orçamento de R$ 18 milhões para “mudar a imagem do agro”. Pura utopia! O dinheiro foi embora e nada aconteceu.
É bom dizer que no escopo empresarial, boa parte das vezes a comunicação atua dentro da aba do marketing. No entanto, existem muitas organizações com organogramas fixando a comunicação diretamente ligada à diretoria/presidência, ficando o marketing junto à diretoria comercial.
Marketing e venda
A definição mais simples e objetiva que conheço (e adoto) para marketing é “fazer você comprar de mim”. Podemos, portanto, entender que o marketing trabalha para viabilizar a venda, seja de um produto, de um serviço ou mesmo de uma ideia. Na política, por exemplo, busca convencer você a ‘comprar’ um programa partidário, de governo e/ou a imagem/conceito de um candidato.
Em muitas situações este procedimento precisa se repetir para atingir um objetivo. É o caso do marketing no agro. Ele é ferramenta fundamental, por exemplo, para que o mercado compre a ideia do perfil sustentável da pecuária brasileira. Tanto para quem está lá fora (novos mercados internacionais) quanto aqui dentro (consumidor brasileiro). Vencida esta etapa, o marketing continua atuando para vender a mercadoria (carne) atrelada à sua origem e condições de produção.
Comunicação e reputação
Mas experimente vender algo que esteja com a imagem maculada, com fraca, péssima ou nenhuma reputação. Será complicado! Antes de qualquer coisa é necessário botar em campo os recursos da comunicação (dentre eles as habilidades dos profissionais de publicidade e propaganda e de jornalismo, por exemplo).
Ariosto Mesquita e Jornalista, pós-graduado em Administração de Marketing e Comércio Exterior e mestre em Produção e Gestão Agroindustrial.
É bom deixar claro que criar reputação para um produto, serviço ou ideia, não funciona de forma pontual. Exige um processo, ou seja, não se faz do dia para a noite e deve ser uma constante. Já vi muito negócio dispensando a comunicação para se arrepender no primeiro ‘incêndio’. A comunicação vai muito além do que funcionar como bombeiro em gestão de crise. Além disso, pressupõe uma via de mão dupla de informações. Do emissor para o receptor e o retorno deste para o emissor (feedback).
Portanto, pra vender bem, reputação é fundamental. “Mas Ariosto, meu produto é bom. Já temos mais de 100 mil seguidores no Instagram”. Popularidade é coisa boa, mas não significa necessariamente reputação e respeito. Além disso, seguidores e likes em redes sociais são termômetros efêmeros, recomendáveis para uma leitura de momento. O “digital mídia” é uma evidente e justa demanda das organizações para se manterem vivas e ativas nas mais diversas plataformas. Porém, para galgar e manter prestígio, renome e assegurar um fluxo transparente de informações entre a marca e a sociedade, quem já experimentou não abre mão da sua assessoria de imprensa. Do empresário ao jogador de futebol; do médico ao artista; do frigorífico ao produtor rural (sim, seja agricultor ou pecuarista – pessoa física ou jurídica).
Converso e convivo com muitos produtores rurais. É praticamente consenso entre eles de que o agro brasileiro consegue até se comunicar entre si (dentro da porteira, por exemplo), mas com a sociedade, ainda há muito a evoluir. O assunto é amplo, importante e não se pode esgotá-lo em um artigo. É fundamental o debate e os esclarecimentos. Lá fora ainda existe uma visão por vezes demoníaca sobre alimentos produzidos no Brasil. Nosso agro precisa fazer a sua parte e investir em reputação.
(*) Jornalista, pós-graduado em Administração de Marketing e Comércio Exterior e mestre em Produção e Gestão Agroindustrial. É consultor de comunicação, colaborador da Revista DBO, membro fundador da AGROJOR (Associação Rede Brasil de Jornalistas Agro) e ex-professor de Comunicação (UFMS, Estácio de Sá, UCDB e UNIP) – ariostomesquita@gmail.com – 67-99906-1859