dez 11, 2023 | Colunistas
Dados publicados neste ano pelo órgão de saúde americano Centers for Disease Control and Prevention (CDC) mostraram que 1 a cada 36 crianças americanas com menos de 8 anos têm autismo. Em 2000, a prevalência era de 1 em 150. No Brasil ainda não temos estes dados, pois o Censo 2022 foi a primeira pesquisa que vai quantificar pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e esses dados ainda não foram divulgados.
O autismo tem causas genéticas e ambientais. Além disso, ele é poligênico, ou seja, mais de um gene é afetado. Crianças com TEA normalmente têm dificuldades em lidar com as emoções. Logo, para os pais vira um desafio acalmar o pequeno.
Pais de crianças típicas ou atípicas em algum momento já enfrentaram uma birra ou teimosia do seu filho. Há diferenças entre birra e uma crise no autismo. As birras são manipulações para conseguir o que deseja.
As crises no autismo ocorrem em decorrência de respostas a sensação de sobrecarga sensorial, emocional ou comportamental por atraso de desenvolvimento e incompreensão das relações e imposições sociais. Elas saem fora de um controle razoável, podendo acontecer em qualquer faixa etária e sendo mais intensas e duradouras do que as birras.
Luciana Brites – NeuroSaber – (Foto – Samara Garcia)
Crises podem apresentar alguns sinais de alerta que são exteriorizadas pelo acúmulo de emoções descontroladas e sem o devido filtro social. Manifestam-se por gritos, instabilidade de humor, movimentos repetitivos, autoagressividade, automutilações, entre outras ações. Estes sinais são um alerta de que se está perdendo o controle.
Administrar as crises em crianças com autismo não é uma tarefa fácil, pois, diferentemente das birras, as crises são mais complexas e de diversas naturezas. Logo, é necessário tempo e estratégias para que os pais e cuidadores saibam gerir tal problema e acalmar a criança.
Os sinais que precedem uma crise em geral são muito claros para os pais de autistas e por isso é possível detectar o início com antecedência. Se o pequeno ficar mais retraído ou tenso, apresentar instabilidade emocional e determinados movimentos corporais, isso é um sinal de alerta. Outro ponto: devemos conhecer muito nossos filhos para nos antevermos e anteciparmos meios de prevenção.
Deve-se também estar atento à mudança de foco. Ao detectar algum sinal de alerta para uma crise, distraia a criança. Assim, você está direcionando o foco para outra situação a fim de evitar o aumento das emoções. Direcione a atenção dela para um brinquedo, personagem ou estímulos que normalmente a acalmam.
Tente manter-se calmo nesse momento. Passar segurança e tranquilidade é uma das chaves para acalmá-la e permite ao cuidador um manejo inteligente. Por esse motivo, respire fundo, fale tranquilamente e com a voz baixa e seja paciente.
Muitas vezes, o gatilho de uma crise pode ter sido gerado pelo ambiente em que o pequeno se encontra, mudanças de lugares, ações inesperadas ou súbitas. Outras vezes, a culpa não foi do ambiente em si. Porém, em ambas as situações a mudança de ambiente para um que o satisfaça é válida. Desse modo, quando for possível, procure um local mais tranquilo para que seu filho tenha estímulos relaxantes.
Autista gosta de rotina. Manter uma rotina regular e com estabilidade auxilia de maneira positiva o desenvolvimento e a vivência. Apesar de ser praticamente impossível ter uma rotina todos os dias, e além de ser importante ter uma certa flexibilidade no cotidiano, uma programação previsível conforta o dia da pessoa com TEA.
Para estabelecer uma rotina saudável para a criança autista, a família também precisa estar unida para proceder da melhor forma, além de incluir a escola e os profissionais envolvidos. Além disso, caso ocorra mudanças na rotina, procure avisar o pequeno com antecedência ou fazê-lo presenciar antes a experiência como passeios, viagens, férias, entre outros.
(*) Luciana Brites é CEO do Instituto NeuroSaber (https://institutoneurosaber.com.br), autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem, pedagoga, palestrante, especialista em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica e Institucional pela UniFil Londrina e em Psicomotricidade pelo Instituto Superior de Educação ISPE-GAE São Paulo, além de ser Mestra e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento pelo Mackenzie.
* Psicopedagoga Luciana Brites, CEO do Instituto Neurosaber
Como acalmar uma criança com autismo – Imagem Freepik
Agência Drumond – Assessoria de Comunicação
Joyce Nogueira
dez 11, 2023 | Colunistas
O Dezembro Vermelho, mais do que um período de sensibilização da sociedade para a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), tornou-se um momento de reflexão e ação contra a disseminação do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e da AIDS, uma síndrome que desafia a saúde pública globalmente.
Desde os anos de 1980, a AIDS se impôs como um desafio permanente, persistindo como uma questão crítica em termos de saúde pública. Estatísticas da UNAIDS apontam que em 2021, cerca de 37,7 milhões de indivíduos conviviam com o HIV no mundo, com aproximadamente 920 mil casos registrados no Brasil.
Os sintomas do HIV podem demorar anos para se manifestarem após a infecção. Febre, fadiga, dor de garganta e linfonodos inchados podem aparecer tardiamente, o que torna crucial o diagnóstico precoce e o acesso aos tratamentos. As terapias antirretrovirais, embora controlem o vírus, não o eliminam completamente, podendo acarretar efeitos colaterais relevantes e exigir acompanhamento contínuo.
O impacto social da AIDS não pode ser subestimado. O estigma e a discriminação perpetuam desafios significativos para as pessoas que vivem com HIV/AIDS, limitando seu acesso a serviços de saúde e oportunidades de trabalho. O estigma não se restringe apenas à comunidade LGBT+, afetando todas as camadas sociais e ampliando as dificuldades enfrentadas por esses indivíduos.
O tratamento antirretroviral é disponibilizado a todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entretanto, dados do Ministério Público revelam que, entre 2011 e 2021, mais de 52 mil jovens desenvolveram AIDS após contrair o HIV, ressaltando a importância de ações preventivas e educativas.
É vital compreender que a AIDS não é apenas uma questão médica, mas um desafio social complexo. O estigma e a discriminação afetam diretamente a qualidade de vida das pessoas afetadas, evidenciando a necessidade de uma sociedade mais informada, inclusiva e solidária.
O Dezembro Vermelho é uma oportunidade valiosa para reforçar a conscientização sobre a prevenção, desconstruir estigmas e promover uma visão mais abrangente sobre a AIDS. É um chamado à ação, um convite para uma sociedade comprometida com a informação, inclusão e empatia para todos os indivíduos afetados por essa realidade.
Júlio César Coelho, professor de enfermagem da Estácio e especialista em assistência e avaliação em saúde.
dez 6, 2023 | Colunistas
Após atravessar um ano repleto de desafios imprevistos e complexos, uma constante nos últimos tempos, incluindo a agitação política, desafios econômicos e significativas mudanças sociais, os brasileiros encaram o fim do ano como um marco crucial. É um período em que nos deparamos com uma mistura de sentimentos: a frustração por não alcançar metas estabelecidas e o desejo intrínseco de corrigir equívocos e falhas ao longo da jornada.
É notável como este período final desperta um peso na consciência, gerando um pesar por aquilo que não alcançamos e um impulso inconsciente para buscar redenção por nossos erros.
A pressão resultante dessa carga não realizada é tão intensa que muitos se veem imersos em estados de melancolia e até mesmo depressão. É como se esse peso se acumulasse sobre os ombros, dificultando a respiração e obscurecendo a visão do horizonte promissor que deveria vir com o novo ano.
É a faculdade não concluída; A casa própria não materializada; A mudança para um emprego melhor que não aconteceu; O casamento que não se realizou e tantos outros projetos de melhorias de vida que ficaram somente no campo da imaginação.
Esse peso emocional se torna ainda maior ao pensar em replanejar tudo novamente e estabelecê-lo como meta para o ano seguinte. É um sentimento de atraso na vida, uma sensação de incapacidade que a maioria experimenta ao fazer o balanço de final de ano que a consciência inevitavelmente provoca.
Quanto aos relacionamentos desfeitos por motivos fúteis ou ações impensadas que abalaram laços, é doloroso perceber como situações insignificantes podem romper vínculos preciosos. A incapacidade de reconciliação, muitas vezes devido ao orgulho ou mal-entendidos persistentes, deixa corações magoados e afastados por longos períodos.
Quantas vezes nos esquivamos do perdão, do simples ato de humildade para liberar o peso do ressentimento? Esse orgulho, que nos distancia do caminho do perdão, nos impede de seguir os ensinamentos de compaixão e misericórdia, tal qual exemplificado por Jesus Cristo, que nos instiga a perdoar “setenta vezes sete” todos aqueles que nos feriram.
Perdoar não é apenas uma virtude, mas um mandamento essencial ensinado pelo Salvador. Não se trata apenas de absolver o outro de uma dívida, mas também de libertar a si mesmo do peso do ressentimento e do sofrimento contínuo.
O perdão é uma jornada interior, um processo contínuo de cura e crescimento espiritual. Seguir o exemplo de Jesus Cristo, que ensinou a perdoar incondicionalmente, é fundamental para encontrar paz interior e harmonia nas relações interpessoais. Perdoar não significa esquecer o que aconteceu, mas escolher deixar de lado o peso emocional, permitindo que a cura ocorra.
Apesar da atmosfera festiva do período natalino, muitas vezes somos confrontados com nossas próprias falhas. É como se o espelho dessa época refletisse não apenas a alegria, mas também a autocrítica de nossa jornada.
No entanto, o Divino nos concede a dádiva da reflexão, possibilitando ajustes de rota e a busca por melhores conquistas no âmbito profissional, social e familiar. Sempre há tempo para mudar, reavaliar nossas atitudes e abrir espaço para o perdão, proporcionando assim um recomeço em direção a um novo horizonte.
O Plano de Deus para todos nós contempla nossos fracassos na busca pelo crescimento (pessoal, profissional e familiar) bem como o arrependimento por atos e ações cometidos em relação ao nosso próximo. O Senhor nos conforta e nos ampara nos momentos difíceis, ao mesmo tempo em que nos enche de esperança e força para continuar o caminho. Tudo o que precisamos fazer é seguir em frente, confiar Nele e agir conforme os ensinamentos de Jesus Cristo.
Que este período de reflexão nos encoraje a perdoar, reconciliar laços e a seguir adiante com otimismo e leveza no coração, preparando-nos para abraçar um novo ano com esperança e realização.
*Jornalista e Professor
dez 1, 2023 | Colunistas
A PERGUNTA: A ocasião faz o ladrão? O sábio Machado de Assis dizia que não: Para ele “a ocasião faz o crime – o ladrão já nasce feito”. Se o fulano guarda dentro de si a intenção de tirar proveito de modo fácil, o poder irá trazer à tona isso. Assim irá potencializar essa tendência. Mas se tiver dentro dele o pacto com a honestidade, o poder vai potencializar isso que ele possui.
CONCLUSÃO: Então não procede a tese de que poder corrompe. Claro que o fulano terá que ter desde a infância a convicção de conservar na vida valores intocáveis como lisura e integridade – jamais apenas por temor as consequências da lei punitiva dos homens, o que implicaria na depredação da sua imagem eleitoral como gestor público.
CENSURADA? Debater os desafios administrativos das cidades faz parte do cenário eleitoral nas eleições municipais. Mas isso não basta. É preciso analisar os perfis dos protagonistas, como aquela radiografia que detecta eventuais fraturas. Mesmo uma boa qualificação profissional pode carregar ‘manchas’ irremovíveis. Aí mora o perigo.
ALERTA Figuras corruptas da nossa política nacional (inclusive) iniciaram nas câmaras e prefeituras. Por influências diversas, conivências e omissão da sociedade avançaram para o topo da pirâmide e se deram bem. Hoje são poderosos, manipulam verbas, emendas parlamentares e orçamentos oceânicos.
CONTROVÉRSIAS: Na visão do deputado Lídio Lopes a cidade de Porto Murtinho não será beneficiada, como se antevia pela construção da ponte da Bioceânica, distante 13 kms. O comércio não irá melhorar, pois os novos empreendimentos acontecem em locais próximos a obra. Os murtinhenses lúcidos estão reclamando.
DEPUTADOS & AÇÕES: Gerson Claro: Receptivo, agrada no comando da Casa; Lei de sua autoria é rigorosa nas punições nos casos de trotes ao SAMU, Bombeiros e órgãos de Segurança Pública. Rafael Tavares: Atento pede apuração das denúncias de corrupção no Parque dos Poderes; tem PL alterando regras do Programa Energia Social para beneficiar mais famílias de baixa renda. Rinaldo Modesto: suas emendas somam R$400 mil para saúde, educação e assistência social; tem PL para valorizar e facilitar a atuação de doulas junto às gestantes. Lia Nogueira: Aprovado seu PL sobre Mamanalgesia; pede sinalização na BR-376 e asfalto para Laguna Carapã e Caarapó; pede a reforma da UTI Neonatal da Maternidade Cândido Mariano. Zeca do PT: A experiência conta. Cuida das questões agrárias, indígenas e da Agricultura Familiar. Esteve em Brasília tratando destes assuntos. Pedrossian Neto: Foca em temas delicados, mas esquecidos, voltados aos idosos, crianças e adolescentes tentando viabilizar recursos. Sua intimidade com a matéria facilita o trato com assuntos da pauta econômica.
LUA DE MEL: Para o ex-deputado Valdomiro Gonçalves a melhor fase de político é entre o dia da vitória até a data da posse. É badalado, cercado pela mídia e interessados. Após empossado será cobrado das promessas. É o caso de Javier Milei, presidente eleito da Argentina. A partir de 10 de dezembro será cobrado e criticado é claro.
ARTICULADO: É o que se espera de um governante eleito sem maioria no legislativo. Exemplo: Zeca se elegeu e logo acertou com os ex-colegas deputados. Mamão&açúcar. Imagine Milei se digladiando com os peronistas rançosos tocando bumbo em frente a Casa Rosada. Se não adotar a política de São Francisco de Assis vai se enrolar. O jogo é bruto.
COERÊNCIA: O deputado Rodolfo Nogueira (PL) marcando posição. Na indicação do ministro Flavio Dino ao STF lembrou que ele não cumpre os requisitos – notável saber jurídico e reputação ilibada. Também citou as manchetes envolvendo Dino em vários episódios – a famosa compra de respiradores quando governava o Maranhão é um deles.
AÇÕES & DEPUTADOS: João C. Mattogrosso: pede recuperação asfáltica na MS 276 e sinalização na MS 141; visitou Sete Quedas, Naviraí, Tacuru e Mundo Novo; visitou a Casa da Mulher na capital. Mara Caseiro: pede dispensa de exigências em edital da Lei Aldir Blanc; requer a instalação da Delegacia da Mulher em Costa Rica Marcio Fernandes: tem atuado ao lado da Famasul e entidades voltadas ao meio rural na defesa do Pantanal através do Projeto enviado pelo Governo Estadual à Assembleia Legislativa. Neno Razuk: suas emendas parlamentares reforçarão ações na Saúde em vários municípios; sua proposta beneficia a agricultura familiar no Ceasa; instituída a sua campanha ‘Com o Coração da Mulher’ a ser comemorada no dia 14 de maio. Junior Mochi: defende medidas de proteção tributária aos laboratórios e comerciantes locais de produtos farmacêuticos contra as redes nacionais; pede melhorias para Pedro Gomes, Camapuã e Campo Grande.
‘LERO LERO’: As entrevistas do ex-governador Puccinelli (MDB) rendem reações. Uns acham que ele só procura espaço para tentar sobreviver politicamente; outros de que será rifado pela cúpula nacional do MDB, costurando aliança com o PSDB local Há quem enxergue no esperneio dele a tentativa de negociar sua candidatura à deputado federal.
MOVIMENTOS: Temendo a inviabilidade de sua candidatura pelo MDB, André flerta com o Solidariedade onde seu filho Junior é dirigente. Na semana passada Puccinelli reapareceu num palanque lá em Paranaíba ao lado da ex-deputada Rose Modesto e do ex-prefeito Braquiária. Pelo visto, os seus netinhos terão que esperar mais.
ENTENDEU: O STF decidiu: qualquer órgão da mídia poderá ser condenado a indenizar, se houve má-fé ou culpa grave, na divulgação de entrevista caluniosa. Antes, quem deveria indenizar o ofendido era o autor da ofensa. Jornais, sites, revistas, rádios eTVs terão que se cuidar mais. Mas como ficam as mentiras das redes sociais?
QUESTÕES: Esse julgamento do STF é de um caso ocorrido em 1995.Pode isso? Daí a roupa suja demorou para ser lavada. Temos vários exemplos de destruição de reputações gerando impactos pessoais e eleitorais. Como não temos mecanismos processuais ágeis, os estragos são irrecuperáveis. Vale a versão jogada na mídia.
ATUAÇÃO LEGISLATIVA: Londres Machado: Fala menos e age mais nos bastidores com livre trânsito entre as bancadas de diferentes tendências. Apaziguador por excelência. Antonio Vaz: Pede a inclusão da ‘Marcha pela Vida” no calendário de eventos; Atento as causas sociais, da saúde e ensino. Lídio Lopes: Defensor incansável da Rota Bioceância; municipalista, atento aos reclamos das cidades do Cone Sul e da capital. Lucas de Lima: será enredo da Escola de Samba da Vila Carvalho; Virou lei seu PL (Julho Ambar) sobre conscientização do luto parental comemorado em Julho; tem PL prevendo micro pigmentação no SUS para pacientes com câncer de mama. Roberto Haschioka: pede limpeza no entorno do Parque do Anhandui; promoveu comemoração do Dia do Músico em evento na Alems; Criou o cadastro estadual de bicicletas e proprietários. José Teixeira: Solicita recursos para obras em Rio Brilhante, Ponta Porã, Ivinhema, Angélica e Caarapó. Tem proposta para aprimorar os investimentos do Fundersul.
PAZ & AMOR: Esqueça o PT de ontem. Agora prega que o ‘o ódio não constrói’. No episódio da prisão de funcionários do Governo Estadual por corrupção, os deputados petistas ficaram calados. Só Zeca do PT lembrou que as denúncias estão sendo apuradas e que o governo fez o que deve ser feito. Imagine se fosse no tempo do ‘PT Oposição”!
COERÊNCIA: Taí um produto cada vez mais raro no universo político. Nele a verdade é relativa – vai depender da situação, interesses e dos protagonistas. Você percebe tudo isso nesta temporada de caça de votos do Ministro da Justiça Flavio Dino para chegar ao STF. Como eu sempre digo: as coisas mudam para ficar como estão. Segue a galopeira.
‘HERMANOS’: Lembra o jornalista Ariel Palacios (TV Globo) em seu livro “Os Argentinos’ que Buenos Aires começou com o funeral do navegador espanhol Juan Diaz de Solís em 1516. Ele foi morto e devorado pelos índios charruas ao tentar explorar as margens do rio da Prata, com a tripulação assistindo as cenas horrendas.
PILULAS DIGITAIS:
As veias abertas da América Latina estão com sério risco de trombose. (Carlos Castelo)
A gente não quer só comida. A gente também quer que o garçom pare de errar a conta. (Fraga)
Dino será juiz, político ou despachante de Lula?) (Walter Maierovitch)
Deputado Lucas de Lima (PDT) confirmou candidatura a prefeito da capital.
No final de dezembro quero ler os termos e condições de uso de 2024 – para não ser pego de surpresa de novo.
Ex- deputado Fabio Trad submergiu. Quem encontrá-lo favor avisar.
Iniciada na capital a temporada de ‘caça aos candidatos a vereança’.
Chapa Única: Reinaldo Azambuja eleito tesoureiro do diretório nacional do PSDB
dez 1, 2023 | Colunistas
O vídeo recentemente divulgado de um comboio de seis balsas carregadas com milhares de toras de madeira descendo o Rio Arapiuns, no Pará, em direção ao Tapajós, é um triste retrato de uma realidade que tem assolado a Amazônia por décadas. Esse é apenas um exemplo dentre muitos de como forças estrangeiras, estabelecidas no Brasil, têm explorado de forma desonesta e insensível essa região.
É doloroso reconhecer que as milhares de toras, algumas com quase dois metros de diâmetro, dificilmente encontrarão seu destino em cidades brasileiras. Ao invés disso, é muito provável que se destinem a países da Europa e/ou Estados Unidos.
O testemunho daqueles que presenciam tais atividades é um grito de indignação diante da impunidade e das facilidade com que nossas riquezas são extraídas por essas forças estrangeiras. Eles relatam que tais embarcações, como aquela do vídeo, raramente trafegam durante o dia, optando por navegar furtivamente, silenciosa e constantemente sob o manto da noite. As balsas identificadas como “Rio Capiberibe III” e “Rio Capiberibe III – Manaus”, transportadas por um rebocador sem identificação, são apenas um vislumbre do que ocorre longe dos olhos do público.
Saque consentido das riquezas da Amazônia
No entanto, esse não é um testemunho solitário do constante saque de nossas riquezas. Inúmeras fontes, algumas identificadas e outras anônimas, têm denunciado não apenas o roubo de madeira, mas também a exploração ilegal de minérios, especialmente ouro, diamante e outras pedras preciosas.
Relatos de amigos militares, que serviram naquela região, ecoam a mesma triste narrativa: nossas riquezas são pilhadas diariamente, muitas vezes respaldadas por uma aparente legitimidade.
Esses amigos revelaram a existência de estradas na Amazônia onde a entrada de pessoas não autorizadas é proibida, com postos de segurança operados por estrangeiros que impedem o acesso a certas regiões. Surpreendentemente, até o Exército Brasileiro é barrado por essas fronteiras internas.
O que surpreende mais é a inação das autoridades brasileiras, especialmente as de Brasília, diante desses acontecimentos. Por que se fazem de cegos diante do esvaziamento progressivo e descontrolado de nossas riquezas na Amazônia, permitindo a derrubada contínua de florestas inteiras?
Até quando nos limitaremos a divulgar estatísticas sobre o aumento do desmatamento sem realmente investigar o que está ocorrendo no âmago da floresta? Ou será que somente nós, o povo brasileiro, permanecemos na ignorância? Nossas autoridades, especialmente do poder Executivo federal, têm conhecimento e permitem a presença e ações desses estrangeiros saqueadores?
Embora essa ação predatória ocorra há décadas, o atual governo brasileiro já expressou publicamente uma visão que sugere que a Amazônia não pertence somente ao Brasil, mas ao mundo todo. Essa percepção, infelizmente, acelera o escoamento de nossas riquezas para além de nossas fronteiras. Não é coincidência que desde o início do atual governo, máquinas pesadas e poderosos caminhões importados tenham sido observados com mais frequência na região.
É um questionamento válido: Até quando seremos vítimas de países estrangeiros que se instalaram clandestinamente(?) em nosso território para pilhar madeira, ouro, diamantes e os tesouros medicinais de nossa flora? Que nação é essa que se assemelha a uma prostituta, vendendo-se por migalhas, enquanto permite a exploração sem limites do coração da Amazônia, enquanto os habitantes nativos da região padecem na pobreza e morrem de fome?
*Jornalista e Professor
dez 1, 2023 | Colunistas
Um artigo publicado na Frontiers in Psychology destacou algumas características-chave de personalidade associadas à síndrome do impostor. Algumas delas, segundo os autores do artigo, são fatores de personalidade como autoestima, estilo atribucional que é quando se atribui eventos da vida a uma causa, e neuroticismo, que é sentir emoções negativas diante de eventos comuns da vida.
Um estudo da KPMG mostra que 75% das executivas de todos os setores já experimentaram a síndrome do impostor em suas carreiras.
A síndrome é um conjunto de sinais e sintomas. Não se trata de uma doença nem de um transtorno. Chama- se de Impostor aquele que usa de falsidade, que se faz passar por outra pessoa, fingido e embusteiro que se aproveita da ignorância do outro.
A junção dos dois termos forma a síndrome do impostor, uma pessoa que não se sente merecedora de assumir aquele cargo que ocupa e que carrega uma sensação de ser um enganador, acredita não ser merecedora acerca de suas realizações pessoais e profissionais. Quando são reconhecidas ou elogiadas no meio profissional, não reconhecem seus talentos e tão pouco acham que são merecedoras de tais reconhecimentos. É uma forma de autossabotagem.
O fenômeno do impostor acomete homens e mulheres, porém é mais comum nas mulheres. Por não se sentir merecedor, o indivíduo vai se empenhar mais que os colegas, passando do seu horário de trabalho, evitando reuniões e mudando seu comportamento. Essa autossabotagem não acontece apenas no ambiente de trabalho.
Em relacionamentos, a pessoa não acredita na sua competência de estar com alguém. Ela coloca em dúvida se o outro a ama e se está no relacionamento porque quer. No caso de relações sociais e de amizade, tende a pensar que só tem amigos por interesse.
Reforço que qualquer pessoa pode desenvolver esta síndrome e em qualquer idade. Porém, é mais comum quando se está em uma posição em que se pode ser alvo de críticas e julgamentos do desempenho.
Principais sinais e sintomas da síndrome do impostor são necessidade de se esforçar demais, autossabotagem, adiar tarefas, além do medo de se expor. O tratamento é através de sessões de psicoterapia para ajudar o indivíduo a internalizar suas capacidades e competências. A pessoa precisa perceber que é capaz de ocupar o cargo que possui e com isso diminuir a sensação de ser uma fraude.
Indico que a pessoa faça atividades que aliviam o estresse e melhoram o autoconhecimento. Invista em momentos de lazer, yoga e meditação. E o principal, acredite no seu potencial e em suas habilidades. Você é merecedor do cargo que alcançou.
(*) Alessandra Augusto é formada em Psicologia, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Sistêmica e Pós-Graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia. É a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você”.
* Psicóloga Alessandra Augusto