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Bela Vista-MS Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

Pais e filhos em um Brasil em transe – Por Ronaldo Mota (*)

Dizem que ao contar sobre sua aldeia, fala-se também do mundo. Da mesma forma, ao relatar a vida pessoal, expressamos um pouco a história de toda uma geração. Claro que cada aldeia é diferente, bem como as trajetórias individuais são todas distintas. Mas, de fato, há algo de global nos pequenos lugarejos e de padrão quase geral nas particularidades de cada um que frequenta a mesma época.

A infância em Assis, distante 444Km de São Paulo, era cercada pelo sonho dos pais, pequenos comerciantes de primário completo, de que o caminho do sucesso dos filhos estava necessariamente associado à possibilidade de concluir ensino superior na capital. Tinham eles clareza, na década de 1970, de que esse desejo seria mais facilmente viabilizado se os filhos pudessem frequentar um ensino médio particular de qualidade em São Paulo. Os esforços seriam enormes, mas estudar em colégios privados como o Bandeirantes justificaria o sacrifício, compensado amplamente pela quase garantia de ingresso em instituições públicas de qualidade como a Universidade de São Paulo.

Pais orgulhosos desfilavam na avenida principal do interior com a certeza de que a nova geração, graças às parcas economias geradas no comércio local, estava no caminho de uma escolaridade desproporcionalmente acima da geração deles. Seus filhos tinham agora o Brasil inteiro como destino. Se as credenciais incluíssem um mestrado ou doutorado, qualquer estado da federação seria boa opção e a estabilidade do serviço público, uma benção. Se, por ventura, as universidades federais pudessem acolher seus filhos como docentes, o orgulho deles seria incontido, refletindo uma nação cuja nova geração, em termos de escolaridade e emprego, tinha ido muito além da anterior.

Por sua vez, para os filhos dessa geração cursar ensino superior neste século 21 passava a ser quase obrigação ou obviedade. Seja pela multiplicidade de oferta ou pelas induções do ambiente doméstico já escolarizado, esse caminho transformava-se, de forma natural, em padrão. De novo, quanto mais especializados fossem, melhores oportunidades surgiriam. Agora as rodovias, que anteriormente levavam à capital, se transformavam nos aeroportos que conduziam a novos portos e horizontes. As perspectivas continuavam existindo em todos os lugares, mas, no início desta década, estudar e morar no exterior constituíam diferenciais que amplificavam possibilidades.

Nos tempos atuais, frustrados por um anunciado desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentável que ainda não veio, os cenários de novo se alteram rapidamente. As opções em termos de formação acadêmica e oportunidades de trabalho dos filhos diferem das nossas tanto quanto, ou mais, do que as nossas diferiram de nossos pais. Trabalhar no exterior, hoje, cruza a barreira da ideia do estágio provisório na preparação do retorno e passa a se constituir em opção talvez permanente e definitiva. Este fenômeno é cristalizado, especialmente, aos jovens profissionais mais talentosos, dadas as limitações de oportunidades satisfatórias de trabalho mais especializados no Brasil.

Nossos pais e nossos filhos delimitam, conosco ao meio, três gerações de um país que se transforma rapidamente, especialmente em termos de acesso à escolaridade e de oportunidades profissionais. Sabemos que temos bons motivos, mesmo quando não conseguimos explicitar bem quais sejam, para termos sempre esperanças no que está por vir no Brasil. No momento, mesmo assim, temos ainda pouca clareza sobre o que é reservado para esta geração. Mesmo porque este futuro próximo dependerá, essencialmente, daquilo que fizermos, ou deixarmos de fazer, neste capítulo em curso da história nacional.

(*Reitor da Universidade Estácio de Sá)

A Caridade pura não aceita o egoísmo

Quem se integra no verdadeiro espírito da Caridade não mais aceita o egoísmo. Deus é quem nele habita. E este sentido de Fraternidade, Solidariedade, Generosidade, que é Deus, vive em todos e por todos os seus Irmãos em humanidade. Disse o Buda (aprox. 556-486), o iluminado mentor que nasceu na Índia: “O sofrimento é universal; a causa do sofrimento são os desejos egoístas; a cura do sofrimento está em libertar-se dos desejos; o modo de livrar-se dos desejos é através de uma perfeita disciplina mental“.

Deus é Caridade. Em sua Primeira Epístola, 4:8 e 16, João Evangelista explica que “Deus é Amor”. Ora, Caridade é sinônimo de Amor. Todos precisam dele, o mundo necessita de Caridade. Eis a Estratégia Divina para a perfeita condução dos povos, quando os seres humanos alcançarem que Política plena é aquela que, cuidando do cidadão, infere que este, além de corpo, também possui Alma. Diante desse Ser completo, teremos uma nação integrada na Solidariedade Ecumênica, portanto Social, Altruística. Quando isso ocorrer, o sofrimento, incluído o psíquico, passará ao largo. Afinal, vivemos o terceiro milênio. Algo terá de mudar, nem que demore mil anos…

 

Artigo: Recria lucrativa de bovinos

Artigo: Recria lucrativa de bovinos

andre-out-2016

André Pastori D’Aurea, PhD

A palavra recria significa “criar novamente”. Assim, quando compramos bezerros recém desmamados com o intuito de transformá-los em novilhos, nós seremos os responsáveis por esta transformação, ou seja, o desempenho destes animais está em nossas mãos.

O objetivo da fase de recria é desenvolver o animal para que ele possa expressar o máximo do seu potencial genético, imprimindo conformação e estrutura e, consequentemente, ganho em peso no menor tempo possível.

O manejo nutricional é o principal influenciador na produção de bovinos de corte. Com a variação na quantidade e qualidade das forragens ao longo do ano, devido a sazonalidade climática, as estratégias de suplementação são a principal ferramenta para influenciar nos índices produtivos e econômicos da propriedade.

Animais jovens que sofreram restrição alimentar podem resultar em animais adultos com baixos índices produtivos e menor peso. Portanto, as estratégias de suplementação existentes desde o nascimento até o abate são ferramentas que devem ser utilizadas para redução do tempo de abate.

A fase de crescimento em que o animal se encontra tem influência direta na utilização dos nutrientes da dieta, assim como na composição do ganho. Na Figura 1 é apresentada a curva de crescimento de bovinos proposta por Owens et al. (1993).

Figura 1. Curva de crescimento de Bovinos.

Adaptado de OWENS et al., 1993.

Podemos observar que entre o nascimento (b) e a puberdade (c), os bovinos apresentam maior taxa de crescimento, proporcionando melhor conversão alimentar. Portanto, para aumentar a rentabilidade da produção de bovinos de corte devemos investir na suplementação durante a recria.

Como os animais em recria apresentam maior potencial de crescimento, o investimento em suplementação nesta fase pode acelerar o ganho em peso, aumentando a eficiência de produção, imprimindo melhor ganho em peso e estrutura aos animais, levando a benefícios produtivos e econômicos.

Conforme apresentado na Figura 2, a relação de troca do bezerro por boi gordo diminuiu ao longo dos anos.

Figura 2. Relação de troca bezerro/ boi gordo (16,5@), média anual

 Fonte: Dados do CEPEA/ESALQ

 Além da diminuição no poder de compra da reposição, os custos com alimentação aumentaram, em média, 25,54% em 2016 devido ao aumento no preço dos insumos, favorecidos pelo aumento da exportação de grãos e a quebra na safra em decorrência da falta de chuva (Zen, et al. ,2016).

 O aumento nos insumos teve impacto importante no confinamento, elevando o preço da arroba colocada. Por isso, existe a necessidade de produzir uma arroba mais barata a pasto antes da terminação em confinamento.

Para a recria eficiente de animais a pasto não basta simplesmente suplementar o animal. Devemos ter controle dos índices zootécnicos, manejo e adubação das pastagens para obtenção de altas performances. É fundamental o controle da suplementação, garantindo consumo na dosagem correta e utilização do suplemento adequado de acordo com a recomendação do técnico responsável.

Assim, para contornar o ágio da compra do bezerro e o aumento nos custos na terminação em confinamento, investir na suplementação da recria é a saída mais viável para encurtar ciclos e produzir uma arroba de forma eficiente e econômica, explorando a fase de crescimento do animal.

André Pastori D’Aurea é zootecnista, Doutor em Nutrição Animal e Consultor Técnico da Premix

Artigo: Composição do Leite: como utilizar a nutrição a favor de seu rebanho

Artigo: Composição do Leite: como utilizar a nutrição a favor de seu rebanho

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Liéber Garcia

Quando falamos em leite, lembramos no mais antigo e rico alimento utilizado pelo homem. Ao nascer, utilizamos como fonte de alimento, nos primeiros meses de vida, o leite materno. No entanto, com o passar dos anos, com o crescimento da demanda de alimentos no mundo, o homem passou a utilizar outras fontes para suprir a demanda de alguns nutrientes para seu melhor desenvolvimento.

Dentre os animais domésticos, os bovinos são os principais fornecedores dessa matéria-prima tão apreciada e utilizada na indústria alimentícia. Contudo, para que o alimento leite tenha seu devido valor, devemos avaliar tanto a sua composição nutricional (proteína, gordura, minerais) quanto a sua composição sanitária (contagem de células somáticas-CCS, contagem bacteriana total-CBT, presença de água ou outros compostos químicos adicionados propositalmente), pois, essa composição poderá interferir no rendimento dos produtos lácteos nas indústrias.

Focaremos na composição nutricional, sendo que o manejo nutricional influi diretamente na maior ou menor composição de nutrientes no leite produzido pela vaca.

A composição média do leite bovino encontra-se no quadro abaixo:

Nutrientes

%

Água

87,6

Sólidos Totais

12,4

Gordura

3,5

Proteína

3,1

Lactose

5,2

Minerais

0,6

É de conhecimento geral que a indústria láctea nacional vem gradativamente aumentando a qualidade do leite adquirido, pagando aos produtores não somente pelo volume, mas também pela composição do produto. Sendo assim, é de suma importância econômica para a atividade, que o produtor não seja penalizado, quando for receber pelo leite produzido, ou seja, fornecer leite com níveis de sólidos, abaixo do mínimo permitido. Mas onde a nutrição poderia ajudar?

Sabemos que o leite produzido é função da dieta ofertada aos animais e sua digestão por todo o trato gastrointestinal do mesmo. Sabemos também que essa produção só será potencializada após os nutrientes ofertados ao animal serem utilizados para a mantença e que somente após a exigência de mantença do animal for suprida é que o excedente de nutrientes passará a ser utilizado para a produção de leite.

 Portanto, o primeiro passo para potencializar a produção e qualidade do leite é o fornecimento de alimento (matéria seca), em quantidade e qualidade compatíveis com a produção e composição esperada. O segundo passo é entender que os alimentos deverão atender as demandas da vaca propriamente dita e dos microrganismos presentes no rúmen, pois a composição do leite depende desses dois indivíduos.

Em dietas baseadas em forragens, grãos, farelos, vitaminas e minerais, deve-se ter em mente que cada um desses ingredientes terá sua digestão e absorção realizada no rúmen (fermentação microbiana) e seus compostos e/ou parte desses alimentos terão a digestão no abomaso (estômago verdadeiro) para depois serem absorvidos nos intestinos.

As forragens, quando fermentadas pelas bactérias no rúmen, resultarão em ácidos graxos voláteis, sendo o principal resultante, o ácido acético e, em menor quantidade, o ácido butírico. Por sua vez, grãos ricos em amido resultarão em ácido propiônico. Por outro lado, farelos proteicos e/ou uréia, serão as fontes de nitrogênio e aminoácidos para o crescimento dessas bactérias, que por sua vez, servirão de fontes de proteína ao animal hospedeiro.

Para que se obtenha a gordura no leite, o organismo animal se utiliza principalmente de 50% do ácido acético resultante da fermentação das fibras e 50% dos lipídeos oriundos da dieta ou lipídeos circulantes na corrente sanguínea. Portanto, para potencializar a produção de gordura no leite devemos lançar mão de alguns cuidados nutricionais e de manejo, para que, essa fermentação da fibra, não fique prejudicada, podendo assim, ocasionar queda nos níveis de gordura no leite. Dentre os manejos, podemos citar:

 • Baixo teor de fibra efetiva (FDNef) na dieta total e alto teor de carboidratos não fibrosos;

• Dietas muito úmidas (>50% de umidade);

• Fornecer mais do que 3 kg de concentrado por trato para os animais;

• Fornecimento de gordura poli-insaturada acima do recomendado;

• Animais sob estresse térmico;

 Todos esses fatores podem deprimir o teor de gordura no leite, seja porque causam acidose e o animal não consegue o equilíbrio ruminal desejado para a máxima fermentação e crescimento microbiano, ou porque algumas reações de biohidrogenação de gorduras poli-insaturadas produzem metabólitos que inibem a síntese de gordura na glândula mamária.

 Dessa forma, se quisermos aumentar o teor de gordura no leite, basta respeitarmos esses fatores supracitados, balanceando fibras e carboidratos não fibrosos, dietas com umidade adequada, dividir em maior número de vezes o trato ofertado aos animais, respeitar os limites de gordura adicionada na dieta (especialmente as de origem dos grãos de soja e algodão) e principalmente, dar conforto térmico (sombra, ventilação e aspersão) aos animais.

Quando falamos em teor de proteína no leite, devemos saber que é o constituinte com menor modificação pela dieta. Mudanças muito significativas, dependendo do mercado, deverão lançar mão de material genético, pois há raças que produzem maiores teores de proteína no leite do que outras. No entanto, podem ser potencializados pela nutrição. A proteína do leite dentre os alimentos consumidos pelo homem é a que apresenta um dos melhores perfis de aminoácidos. Portanto, para que se aumente o teor de proteína basta melhorarmos o aporte e relação de aminoácidos nas dietas ofertadas.

As principais fontes de aminoácidos – e as que mais se comparam com o perfil aminoacítico do leite – são as bactérias ruminais. Dessa forma, tudo o que for feito para potencializar o máximo crescimento microbiano ruminal tende a melhorar os níveis de proteína no leite. Outra forma é o fornecimento de aminoácidos específicos, protegidos da degradação ruminal, que complementarão os aminoácidos fornecidos pelas bactérias.

Dentre esses aminoácidos protegidos podemos citar a metionina e a lisina. Para que haja um melhor crescimento e melhor aporte de proteína microbiana ruminal, podemos controlar o pH, evitando acidose, que prejudica o crescimento dessas bactérias; processar a fonte de amido, para que o mesmo se torne mais eficiente como fonte de energia para essas bactérias; quantidade e qualidade da fibra da forragem ofertada também impacta no crescimento dessas bactérias.

Quando o desafio nutricional é alto, ou seja, animais de alta produção com alimentos de média a baixa qualidade, podemos lançar mão de aditivos que promovem um maior crescimento de microrganismos benéficos no rúmen. Dessa forma, haverá maior digestão fibrosa (aumentando o teor de gordura) e, consequentemente, maior aporte de aminoácidos oriundos dos próprios microrganismos. Dentre os aditivos podemos citar os tamponantes e os compostos de probióticos, óleos essenciais e funcionais que deprimem as bactérias metanogênicas (melhorando a produção leiteira) e aumentam as celulolíticas que produzirão mais ácido acético (melhorando os níveis de sólidos).

Finalizando, se cuidarmos do rúmen para que o mesmo trabalhe com a máxima eficiência, levando em consideração os alimentos disponíveis na região, com certeza a qualidade do produto final, neste caso o leite, será recompensada! Sem falar que podemos enriquecer o produto final naturalmente com DHA, CLA, selênio, dentre outros compostos que melhoram a qualidade de vida da população, com a zootecnia trabalhando a favor da produção. Mas isso é assunto para outro artigo…

Liéber Garcia é mestre em zootecnia e coordenador de pecuária leiteira da Premix

Camada de ozônio e flagelos do Apocalipse – Por Paiva Netto

Ao comentar em meus artigos sobre a camada de ozônio do planeta, prometi voltar ao assunto, intrinsecamente ligado à nossa sobrevivência, visto que ela nos abriga dos raios nocivos à vida humana. E inicio citando trecho de reportagem da Reuters:

“A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de sua agência de clima e ambiente, disse nesta quinta-feira (29/10/2015) que não há razão para alarme no aumento do buraco da camada de ozônio, recorde, que foi detectado neste mês de outubro. Visto que ela voltará, em breve, a encolher.

“Esse tamanho recorde do buraco que surge na Antártida varia, comumente chegando à sua maior extensão na primavera polar (…). No ano passado, 2014, a OMM — Organização Meteorológica Mundial — afirmou ter detectado o primeiro sinal de recuperação da camada, motivado, sobretudo, pela proibição dos gases que destroem a camada de ozônio, que está em vigor desde 1987. Afirmou ainda que uma década pode se passar até que o buraco comece a encolher. (…) ‘Isto nos mostra que o problema ainda está aí e que precisamos continuar vigiando. Mas não há motivo para alarmismo’, declarou Geir Braathen, cientista-sênior da Divisão de Pesquisa Atmosférica e Ambiental da OMM. ‘No geral, contudo, isso não reverte a recuperação [em andamento] de longo prazo projetada para as próximas décadas’, afirma a declaração.

“Os agentes químicos que destroem o ozônio, como os clorofluorcarbonetos (CFCs), muito usados em geladeiras e latas de spray, foram banidos pelo Protocolo de Montreal de 1987. O Programa Ambiental da ONU disse que esse tratado evitará 2 milhões de casos anuais de câncer de pele até 2030”.

Uma esperançosa notícia que certamente merecerá outros estudos e análises dos especialistas no tema. Acompanhemos os acontecimentos sem perder de vista que muito ainda precisa ser feito para ficarmos livres desse tormento.

Os Sete Flagelos e ação humana

Chamou a atenção dos meus leitores a similitude da mensagem do Apocalipse de Jesus, no Quarto Flagelo, 16:8 e 9, com o tema em questão:

“O quarto Anjo derramou a sua taça sobre o sol, e lhe foi dado afligir os homens com calor e fogo. Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus que tem a autoridade sobre estas pragas, e não se arrependeram para lhe darem glória”.

Uma linguagem profética de há quase dois mil anos que diz muito dos tempos atuais. Apesar do conhecimento que se têm dos efeitos nocivos de uma exposição exagerada ao sol, há quem isso não reconheça (que significa “ranger os dentes contra Deus”) e se coloque entre os que poderão desenvolver, por exemplo, câncer de pele, catarata ou outras doenças.

Avisos do Supremo Criador

Trago, por oportuno, trecho de improviso radiofônico, de 1991, com a análise dos Sete Flagelos, na série “A Instituição dos Diáconos”, que apresentei nas aulas do Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração:

(…) Advertiu um mentor das Claridades Divinas que — “Se a semeadura é livre, a colheita é obrigatória”. Daí entendermos o porquê dos Sete Flagelos, citados nos capítulos 15 e 16 do Apocalipse. Trata-se da vindima de uma semeadura irresponsável. Paulo Apóstolo aconselhou, em sua Epístola aos Gálatas, 6:7: “Não vos deveis enganar, porque Deus não se deixa escarnecer; aquilo que o homem semear, isso mesmo terá de colher”.

Vamos ao versículo primeiro do capítulo 15 da Revelação de Jesus segundo João — Os Sete Flagelos: “E vi no céu outro sinal grande e admirável, sete Anjos que tinham os sete últimos flagelos, pois com estes se consumou a Cólera Divina”.

Um sinal do céu já é algo muitíssimo significativo. Mas João faz questão de ressaltar que este outro sinal é grande e admirável. É como a nos chamar a atenção para o fato de que não podemos andar distraídos diante do que nos poderá sobrevir, pois a manifestação celeste é realmente grandiosa, admirável mesmo: nada menos do que Sete Anjos traziam os Sete Flagelos, que eram os últimos da série de coisas graves — por que não dizer terríveis? — que nós, seres humanos, fomentamos pelos milênios, tais como os males causados à camada de ozônio, muito mais prejudiciais do que pode imaginar a Humanidade desatenta, principalmente os jovens, tão esperançosos no futuro; porém, em sua maioria, distraídos dos avisos do Supremo Criador de todos nós.

O exemplo do telhado

Para ilustrar essa realidade realmente apocalíptica, criada pelos homens e não por Deus, é como se, levianamente, tivéssemos derrubado o telhado de nossa casa e exposto a família e nós próprios às intempéries, em um clima já afetado pela irresponsabilidade de seres gananciosos. Só que o “aguaceiro” que cai do Cosmos, atravessando o telhado aberto no topo atmosférico da Terra, deixa passar coisas piores que chuva, mesmo quando ácida. Aí está algo sobre a ação dos Sete Flagelos, provocados pela nossa incúria, que reforça a validade dos alertamentos divinos contidos no Livro das Profecias Finais. Exemplo disso temos na descrição do Sétimo Flagelo, capítulo 16, versículo 21 do Apocalipse: 

“Também desabou do céu sobre os homens grande chuva de pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da saraivada, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu tormento (causado pelos próprios seres humanos) era sobremodo grande”.

Temos, portanto, que — perdendo o medo do Apocalipse — serenamente desvendar suas advertências, enquanto há tempo, e criar juízo para defender nossas vidas, porque a esperança é infinita. (…)

Inspirado no Cristo, tenho afirmado: o ser humano preferencialmente cresce quando desafiado pelos problemas da existência. Por isso, também com o pensamento elevado ao Divino Educador, venho lembrando a Vocês que é nos momentos de crise que se forjam os grandes caracteres e surgem as mais poderosas nações. Quando estamos integrados em Deus, as dificuldades só nos fazem crescer. Ensinam-nos a lutar com acerto.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com 

Despertar do cidadão consciente – Por Paiva Netto

No artigo “Apocalipse e Genoma do Universo”, procurei, de forma sucinta, analisar com Vocês as diversas teorias a respeito do surgimento da Terra e do Universo, pelo prisma do Apocalipse de Jesus que, libertado do estigma catastrófico recebido pelos séculos, traz boa sorte aos seres humanos.

O despertar do cidadão incorruptível também está associado às profecias. Observemos a ilustrativa palavra do Apóstolo Paulo, na sua Epístola aos Romanos, 13:11 e 12: “E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz”.

Urge demonstrar que Profecia não é forçosamente sinônimo de flagelo, mas a exposição das correlações entre causa e efeito. Ela é somatório daquilo que antes realizamos de bom ou de mau. Faz-se necessário que aprendamos isso a fim de torná-la elemento para o progresso consciente, de modo que nos transformemos, em completo juízo, em agentes do nosso futuro, na Terra e no Céu. Não é vão o comentário do escritor francês Joseph Joubert (1754-1824): “Quando de um erro nosso surge uma infelicidade, injuriamos o destino”.

Temer o Apocalipse?

A Lei de Causa e Efeito é onisciente, para dar a cada um de acordo com as próprias ações. Nem sempre vemo-la agir de imediato, visto que sua atuação é natural, orgânica. Por isso, raras vezes conseguimos perceber sua mecânica. No momento certo, segundo o Relógio de Deus, todos colhemos o que semeamos. Este aforismo do ensaísta francês, Luc de Clapiers (1715-1747), o Marquês de Vauvenargues, é bem apropriado para esta oportunidade: “A perfeição de um relógio não reside no fato de andar depressa, mas no fato de regular perfeitamente”. Portanto, não é contra o Apocalipse que nos devemos precatar; ao contrário, porque ele é, para os que o leem sem ideias preconcebidas, um belo recado divino com dois milênios. Maléficos são, estes sim, os atos humanos, quando desvairados, particulares ou coletivos.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com