nov 8, 2024 | Colunistas
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou, no dia 30 de outubro de 2024, um projeto que proíbe o uso de aparelhos eletrônicos nas escolas públicas e privadas. Inúmeros trabalhos científicos falam que o uso do celular está tendo um impacto importante no desenvolvimento das nossas crianças. Isso tem impacto muito relevante, pois uma criança passa 200 dias letivos numa escola e no mínimo quatro horas por dia.
Todas as pesquisas neurocientíficas são a favor dessa medida, pois a criança poderá se envolver mais com os outros e trabalhar habilidades que estão sendo deixadas de lado. Há habilidades e competências no boom do desenvolvimento, os pontos sensíveis do desenvolvimento, por exemplo, que acontecem justamente na educação infantil e no fundamental. Então, precisamos preservar o cérebro e o desenvolvimento cognitivo, desenvolvimento emocional e o aprimoramento em todas as áreas.
É fundamental os pais se prepararem. Aliás, isso é um ponto de reflexão para os próprios responsáveis. Porque, às vezes, há pais que acabam colocando na tecnologia uma dependência extremamente excessiva. E acabam pormenorizando as relações sociais que eles precisam desenvolver com os filhos.
Proibição do uso de celular em escolas – Imagem Pexels-Foto de RDNE Stock project
Estamos vendo crianças com problemas e atrasos de linguagem. Ou que não têm transtorno, mas que acabam desenvolvendo déficits de linguagem, déficits de habilidades sociais, além de ficarem mais ansiosas.
Nossas crianças estão adoecendo por conta da tecnologia. Não podemos negar que a tecnologia é muito boa e importante, mas ela não pode ter a dimensão que está tendo numa época tão importante quanto o desenvolvimento.
Por exemplo, desde 2018 já se têm pesquisas mostrando que na Inglaterra as crianças estão com dificuldade de segurar no lápis e habilidades básicas como escovar dentes. Isso se dá por não utilizarem as mãos, não utilizarem outras habilidades motoras. Elas estão perdendo essas funções e diminuindo as habilidades por conta dos aparelhos eletrônicos, como smartphones e tablets. A tecnologia é muito boa e pode ser uma grande aliada, mas ela tem que ser mediada. Mediada por quem? Pelos pais, pela família.
Os pais também devem ficar atentos aos sinais de agressividade. Se eles acontecem, já mostra uma dependência. A escola é um momento extremamente relevante onde a criança, além de aprender, desenvolve várias habilidades e competências, pois o cérebro é muito plástico.
Inclusive, o projeto de lei fala algo muito importante, ele proíbe o porte. Já há pesquisas que mostram que o simples fato de termos o porte do celular, ele já é uma atividade que pode provocar distração. Por exemplo, uma criança de cinco ou de seis anos vai ter essa dificuldade em se autorregular e saber se agora pode ou agora não pode mexer. Não há malefícios, somente benefícios.
(*) Luciana Brites é CEO do Instituto NeuroSaber, psicopedagoga, psicomotricista, Mestre em distúrbios do desenvolvimento e doutorando em ciências do desenvolvimento humano, palestrante e autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem. Instituto NeuroSaber https://institutoneurosaber.com.br
* Luciana Brites, Mestre e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento – Foto: Samara Garcia
nov 7, 2024 | Colunistas
Nos dias de hoje, temos visto um fenômeno preocupante: muitos pais tendo dificuldade em educar seus filhos de maneira adequada, falhando em guiá-los pelo caminho da retidão, longe da rebeldia e dos maus costumes. Em meio aos desafios de criar cidadãos honrados, trabalhadores e éticos, muitos acabam desistindo dessa tarefa crucial, que deveria ser o maior legado a ser deixado às futuras gerações. A educação familiar, outrora um pilar sólido na formação do caráter do indivíduo, parece estar em crise.
Filhos precisam de pais presentes, firmes e sábios. A voz ativa e o exemplo diário são fundamentais para a construção do caráter e dos valores morais. Entretanto, essa presença e disciplina têm se tornado raras em muitas famílias. Comparada a gerações passadas, a geração atual de pais demonstra um enfraquecimento no exercício da autoridade, muitas vezes confundindo amor com permissividade. Como resultado, vemos jovens e adolescentes cada vez mais desrespeitosos e despreparados, sem princípios que os fortaleçam moral e espiritualmente para seguir a vida.
A situação se agrava quando observamos dados alarmantes como do IBGE: Cerca de 12,3% dos adolescentes entre 15 e 19 anos não estudam nem trabalham, um reflexo direto de famílias sem estrutura para impor disciplina e responsabilidade. Outro dado relevante é a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD), que aponta que 17,5% das crianças e adolescentes brasileiros abandonam a escola antes de completar o ensino médio, o que indica um cenário de desmotivação e falta de orientação familiar.
O desrespeito à autoridade começa cedo e se intensifica com o tempo. Crianças que, desde pequenas, são atendidas em suas vontades sem limites, tornam-se jovens que não aceitam um “não” como resposta. Quando chegam à adolescência, essa atitude se transforma em comportamentos de risco, como o uso de drogas, consumo excessivo de álcool e desobediência às regras mais básicas de convivência. Para muitos pais, a luta para impor limites torna-se cada vez mais difícil, resultando em um quadro de submissão à vontade dos filhos.
A banalização das relações familiares também contribui para essa crise. Adolescentes que gritam, ofendem e até mesmo ameaçam fisicamente seus pais não são mais exceções. O respeito, que deveria ser a base das interações dentro do lar, é substituído por um clima de tensão e medo. Pais acabam recuando, inseguros e sem saber como retomar a autoridade perdida. A violência verbal e o desprezo pelos limites impostos revelam um grave problema na formação da geração atual, que já não reconhece o valor da autoridade e da orientação.
Além disso, a iniciação sexual precoce, muitas vezes associada à falta de orientação e supervisão parental, é outro reflexo da ausência de limites. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 50% dos adolescentes brasileiros já tiveram relações sexuais antes dos 16 anos, muitas vezes sem as devidas precauções, o que leva a consequências como gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis. Essa situação é fruto de uma sociedade onde valores como a responsabilidade e o respeito são cada vez mais negligenciados.
A criação de filhos exige um equilíbrio entre amor e disciplina, entre carinho e firmeza. As crianças precisam aprender desde cedo que nem tudo o que desejam lhes será concedido. A frustração, embora dolorosa, é essencial para o amadurecimento e a construção de um caráter forte e resiliente. A imposição de limites é uma prova de amor e, ao contrário do que muitos acreditam, é fundamental para preparar os jovens para os desafios da vida adulta.
Apenas uma minoria de jovens consegue manter a harmonia familiar e seguir o caminho, cultivando princípios morais e espirituais, graças a pais conscientes e perseverantes na educação e formação de seus filhos. Esses jovens reconhecem a importância de uma vida regrada e disciplinada. Melhor ainda aqueles que vivem em comunhão com Deus, o que, segundo estudos, está associado a uma melhor saúde mental, relações mais saudáveis e uma visão de vida mais positiva. Esses jovens são exceções em uma sociedade cada vez mais marcada por comportamentos de risco e desrespeito à autoridade. Como nos ensina a Palavra, em Provérbios 22:6: “Educa a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.”
Então, a pergunta que fica é: qual é o legado que estamos deixando para nossa próxima geração? Pais precisam reassumir o papel de orientadores e guias na vida de seus filhos, proporcionando não apenas amor, mas também a firmeza necessária para formar adultos conscientes, responsáveis e preparados para os desafios do mundo moderno.
*Jornalista e Professor
nov 1, 2024 | Colunistas
Sob o prisma filosófico, o ato de ser poeta é visto como uma busca pela essência do ser e do existir. O filósofo Martin Heidegger, em “A Origem da Obra de Arte” (1935), argumenta que a poesia é uma forma privilegiada de linguagem que desvela verdades ocultas e possibilita o acesso ao ser. Para Heidegger, “a linguagem é a casa do ser”, e o poeta é o guardião dessa casa.
A poesia serve como instrumento de crítica social, e indutor de questionamentos sobre a condição humana. Antônio Candido, em “Literatura e Sociedade” (1965), afirma que a literatura é uma manifestação social que reflete e intervém na realidade, sendo a poesia uma das formas mais profundas dessa intervenção.
Ariane Oliveira
Essa visão de mundo foi o que levou Ariane Oliveira, concluinte do Curso de Letras da UFMS a escolher o escritor Rosildo Barcellos* como personalidade para seu trabalho de Conclusão de Curso, na área de licenciatura em Letras. Ariane, procurada pela redação, explicou sua escolha: “Nem consigo imaginar o quanto seu talento foi reforçado brilhantemente por sua experiência de vida. Além, disso certamente no fruto de seu trabalho é nítido a efervescência de estudos incessantes, leitura abundante e o dom natural; atuando como pilares fundamentais, que favorecem o crescimento poético desse exímio escritor. A cada artigo lido no jornal, ficava observando a capacidade dele em transmutar em poesia, ou crônica urbana, as mais variadas situações e reflexões, aprimorando sua imersão em fatos e atos dos temas escolhidos, evidenciando, pessoas, histórias e lugares. Tudo isso, junto com a compreensão das técnicas literárias, decorrentes do estudo estético e das nuances da linguagem.“
“Além disso, quando citamos o nome dele, a cada esquina encontramos alguém. ou que foi sua aluna ou que foi auxiliada em alguma dificuldade. ou que leu algum de seus 1542 artigos (até esta semana), ou que viu uma flor no portão pela cidade (projeto flor no portão, poesia no coração), ou poesia no varal de poesias da Praçada Independência (Projeto Passa na Praça que a Arte te Abraça), revelando que há outros meios para se viver e que seja diferente dos bloqueios de celular, discussões, rusgas, ingratidões e afastamentos, sejam quais forem os motivos.
Quanto ao curso de Licenciatura em Letras – Português e Inglês, é um caminho para além da língua. Você mergulha na história, estrutura das palavras e nas culturas a ela atreladas. Aprende sobre a comunicação que molda a sociedade. A oportunidade de transformação que o curso de Letras oferece não tem preço. Você caminha para se tornar um profissional com “ethos” desenvolvido, capaz de preparar pessoas para enfrentar desafios de um mundo em constante mudança.”
“Além de ser uma realização profissional, entendo que ao me graduar em Letras terei a oportunidade de me conhecer de uma maneira única. Quando se constrói uma versão melhor de si, a pessoa se torna capaz de ajudar outros a fazer o mesmo. E o escritor Rosildo Barcellos, ao mesmo tempo que é um gigante da literatura em Mato Grosso do Sul, e um homem multipremiado, as pessoas encontram ele no mercado, na caminhada, na beira do rio ou em um evento cultural sempre pronto a nos atender, e a nos explicar o sentido da palavra cultura (de raiz africana ou dos povos originários), cidadania e reciprocidade. Repare que ainda precisamos avançar em diversos aspectos. No artigo desta semana, publicado hoje, aponta que apesar da maioria de votantes serem eleitoras, as prefeitas eleitas, Emília Corrêa(Aracaju-SE), do PL, e Adriane Lopes (Campo Grande-MS), do PP, são as únicas mulheres que estarão à frente das administrações municipais, entre todas as capitais brasileiras a partir de 2025. Ele assevera também que – (destarte a população negra está mais presente nas faixas de pobreza e extrema pobreza e é a que mais sofre com a marginalização, com a dificuldade de acessar políticas públicas. ) Elas também lideram as estatísticas de indivíduos encarcerados, aqueles sem documentação básica e os que vivem em situação de rua. ” – finalizou Ariane.
Ciente desta pesquisa que motiva outros estudantes a buscarem reconhecer a atividade de pesquisa em livros e jornais, num momento em que a juventude tem boa parcela voltada apenas em redes sociais e celular, o vereador Aldo José dos Santos, do município de Anastácio/MS, 138 km da capital, oriundo da área educacional tendo sido Diretor de Escola, propôs uma moção de congratulação a educanda Ariane Oliveira, pela iniciativa de estudar a vida e obra do escritor Rosildo Barcellos. Ele justifica a ação dizendo – “A biblioteca pública de Anastácio possui uma considerável quantidade de jornais que contam um pouco da trajetória do jornalista. Ele possui um trabalho de anos, muito abrangente e vasto. E sobretudo ele possui o título de Cidadão Anastaciano, o que honra a cidade pela quantidade de títulos honoríficos que o reconhecem como uma autoridade literária.” E o papel do legislativo também é exaltar as boas ações e feitos dos munícipes, para que sirvam de exemplo, para as gerações vindouras. – ressaltou.
Da Redação
*Nota da Redação: Rosildo Barcellos, imortal da ABHL Academia Brasileira de História e Literatura, e articulista do www.fronteiranews.com sob a batuta do Jornalista e Diretor – Ademir Mendonça /DRT – MS 110. A base de dados que fundamenta parte da pesquisa de Ariane são as centenas de artigos publicados aqui e que brasileiros e paraguaios residentes em Bela Vista acompanham semanalmente. O site é o primeiro e atualmente o mais acessado jornal online de Bela Vista, município a sudoeste de Mato Grosso do Sul, a 320 quilômetros de Campo Grande, capital do estado e faz fronteira com a cidade paraguaia de Bella Vista Norte (PY). As duas cidades são separadas geograficamente pelo rio Apa e unidas pela Ponte Internacional. A região foi palco da Retirada da Laguna, um dos episódios que marcou a Guerra da Tríplice Aliança – Guerra do Paraguai (1864-1870). Liderados pelo Coronel Carlos de Moraes Camisão e os paraguaios pela tropa de Solano Lopes comandados pelo Major Martinho Urbieta.
Após a guerra, o rio Apa passou a ser símbolo de paz entre as duas nações. Ombreado a Fabian Chamorro do lado do Paraguay e Rosildo Barcellos pelo lado do Brasil, receberam a Comenda Visconde de Taunay no ano de 2019. A distinção histórica foi instituída em 2011 no município de Anastácio, com o objetivo de homenagear o herói nacional Alfredo d’Escragnolle Taunay e relembrar a história da Retirada da Laguna durante a Guerra da Tríplice Aliança. É a maior distinção histórico-cultural do município e reconhece personalidades e instituições relevantes para a cultura e a educação. Elaborada por José Pedro Frazão, a Comenda é concedida a pessoas que contribuíram significativamente para o registro e fortalecimento da educação e cultura relacionadas à Guerra da Tríplice Aliança. A entrega da Comenda é realizada em uma cerimônia tradicional no Porto Canuto, com o apoio do 9º Batalhão de Engenharia de Combate “Carlos Camisão”.
vereador Aldo José dos Santos, do município de Anastácio/MS,
Por: Rosildo Barcelos
nov 1, 2024 | Colunistas
PROCURA-SE: Antes fértil e abundante o terreno político virou desértico. Não há novas lideranças que possam integrar a constelação com vistas ao pleito de 2.026. A exceção fica por conta de pretendentes a Assembleia Legislativa cuja taxa de renovação ainda é imprecisa por conta de vários fatores de ordem política.
SENADO: Em função do resultado das eleições de Campo Grande, a tendência natural é que o deputado Vander Loubet (PT) recue dos planos de disputar uma das duas vagas. Apenas um fato excepcional poderia fazê-lo de desistir de disputar o sétimo mandato consecutivo na Câmara Federal, onde tem visibilidade e bom trânsito.
PESQUISA: Quais líderes e personagens teriam chances na disputa ao Senado? Após uma análise comparativa encontrei penas esses: Reinaldo Azambuja, senador Nelsinho Trad, ministra Simone Tebet, senadora Soraya Thronicke, deputado Zeca do PT, deputado Vander Loubet, André Puccinelli (ex-governador) e Marcelo Miglioli.
A NOVIDADE Na disputa ao Senado, com as bênçãos da senadora Tereza Cristina, pode ser o engenheiro Marcelo Miglioli, atual secretário de Infra Estrutura de Campo Grande. Ele participou do Governo Azambuja e em 2018 estreou nas urnas tentando o Senado numa disputa complicada de 13 candidatos. Teve desempenho razoável.
CÂMARA FEDERAL: Hoje a novidade mais consistente é da deputada Mara Caseiro. Não por acaso percorreu a maioria das regiões nestas eleições municipais, apadrinhando muitos candidatos a prefeito vitoriosos e uma soma considerável de vereadores eleitos. Ao seu estilo bem articulada Mara ocupa espaços e vai longe.
CONFIRA: Vander Loubet, Mara Caseiro, Geraldo Resende, Rodolfo Nogueira, Marcos Polon, Dagoberto Nogueira, Luiz Ovando, Beto Pereira, Camila Jara, Jaime Verruch, Luiz H. Mandetta, Fabio Trad, Rose Modesto, Ademar Silva Junior, Marcelo Miglioli, José C. Barboza e Lídio Lopes são nomes citados para a Câmara Federal.
GOVERNADOR Os eventuais concorrentes tem outros projetos políticos. Casos da senadora Tereza Cristina e dos ex-governadores Reinaldo e Zeca do PT. Portanto, hoje o governador Eduardo Riedel surfa praticamente sozinho independentemente da sua mudança de partido que deve ocorrer. Como se diz: nunca foi tão fácil.
PARCEIRO: Com o projeto de José C. Barboza disputar a Câmara Federal o cargo de vice governador passa ser peça estratégica nas negociações políticas. No saguão da Assembleia Legislativa falou-se que o deputado Vander Loubet sonharia com essa vaga. Convenhamos, hipótese complicada, pois contraria o pessoal do centro e da direita.
LÍDIO LOPES: Os observadores são unânimes na conclusão de que ele saiu fortalecido com a reeleição da esposa Adriane na prefeitura da capital. Ao seu estilo discreto teve papel importante nas articulações que precederam o pleito. Hoje já se questiona se ele concorreria à Câmara Federal. Sobre o assunto ele evita falar.
DELÍRIOS: Futuros vereadores interioranos devem reprisar episódios conhecidos. A previsão é de projetos ‘mirabolantes’, presença nos congressos municipalistas e a busca pelas ‘diárias’. Aliás, nesta semana na Assembleia um grupo deles dividido sobre o local do almoço: Vermelho Grill, Bezerro de Ouro ou Coco Bambu? Nada muda.
ABRAÇO DOS AFOGADOS: “As urnas foram cruéis com Lula e Bolsonaro. Naufragou a intenção dos 2 de fazer das eleições municipais o tira-teima da disputa presidencial. No campo de Lula a esquerda mergulhou em profunda crise de identidade…(-)… Bolsonaro perdeu o status de voz única da direita amargando derrotas importantes ao confrontar com outras lideranças de uma direita que deixou de ser monocromática…”. (Hubert Alquéres)
DESILUSÃO: “Sem apontar rumo para o futuro e sem discurso para o eleitor atual, a esquerda se esgota, fica eleitoreira, sem se ajustar ao que pensa e deseja o eleitor. Deixa de ser farol e vira retrovisor, papel que deve caber com naturalidade à direita, cujo papel é conservar, não progredir. ” (Cristovam Buarque – ex-ministro do PT)
NAUFRÁGIO: Assim é vista a participação do PT nestas eleições. Embora tenha 3 deputados estaduais e uma federal elegeu apenas 37 vereadores e não elegeu nenhum candidato a prefeito e vice. Como sempre, o partido promoverá a costumeira reunião enfadonha de lavagem de roupa. Mas todos os companheiros se salvarão, nos cargos.
SIMONE TEBET-1: A reinserção da ministra no cenário político estadual rendeu pauta no saguão do parlamento estadual. Alguém lembrou que o reinício das obras da UFN3 em Três Lagoa seria tardio: a inauguração só em 2028 e as eleições em 2026, com os espaços políticos já ocupados e seu partido decadente em nosso estado.
SIMONE-2: Contra essa tese há um plano de poder. O MDB é velho parceiro do PT. Tem 3 governadores, 10 senadores, 42 deputados federais e agora elegeu 853 prefeitos, inclusive de São Paulo. Assim, seria fácil ter Simone como candidata a vice de Lula. Os emedebistas sabem: política no poder é melhor do que viver no sereno da oposição.
MULHERES: Venceram em 12 cidades. PSDB: Água Clara (Gerolina), Bataguassu (Wanderleia), Brasilândia (Marcia), Jatei ( Cileide), Mundo Novo (Rosária) – MDB: Aral Moreira (Elaine), Bodoquena ( Girleide), Sonora (Clarice) – PP: Campo Grande (Adriane), Coronel Sapucaia (Niagara), Eldorado (Fabiana) – PL: Caarapó (Lourdes), PSD: Douradina (Nair).
ECOS DA ASSEMBLEIA: Gerson Claro: 27 municípios beneficiados com suas emendas superiores a R$2,3 milhões; unanimidade para continuar na presidência da Casa; Antonio Vaz (REP): comemora a eleição de 51 vereadores em 33 municípios e 4 vice prefeitos. É o campeão em propostas da Alems; Lucas de Lima: presidente da Comissão de Saúde tem agenda de visita aos hospitais da capital; requer a presença de médicos pediatras nas UPAs de Campo Grande; Rinaldo Modesto: Cobra medidas para melhorias na educação e saúde, além de combater a violência urbana. Equilibrado.
ECOS-2: Roberto Hashioka: homenageou empreendedores de MS em sessão solene na Alems; teve sua sugestão aprovada na CCJ do Senado para inclusão na Carta Magna do termo ”Pantanal Sul-Matogrossense”; Marcio Fernandes: Aprovado seu projeto dispensando nota fiscal para trânsito de equídeos; outorgou título de cidadania à prefeita Adriane Lopes e a prefeita Rosária Andrade ( Mundo Novo); Pedro Caravina: ativo nas sessões e na CCRJ, destinou R$100 mil ao Hospital São Julião; destaque na defesa da reivindicação dos papilocopistas. Gigante.
ECOS-3: Lia Nogueira: cumpre mandato exemplar com ações em Dourados e cidades vizinhas. Saúde, educação e segurança na sua mira; Zé Teixeira: tem olhos e ações para os problemas do campo. Sua experiência transmite tranquilidade e impõe respeito aos seus pares. Mara Caseiro: Parlamentar ativa na defesa da mulher e dos desafios da educação. Com bom trânsito no Governo atende os municípios de todas regiões; Junior Mochi: sua marca é o equilíbrio em todas as pautas, conhecedor da legislação da Casa, sempre em busca de soluções adequadas. Não por acaso já foi presidente da Alems.
ECOS-4: Paulo Duarte: ‘Paladino do Pantanal’ é referência em vigor parlamentar. Suas proposituras revelam sensibilidade em busca de soluções para os diferentes desafios. Nota 10. Lídio Lopes: Sua atuação extrapola o Cone Sul e já ganhou contorno estadual. Estudioso, bem sucedido na Unale, tem bom transito no Governo. Pedro Pedrossian Neto: Honra o legado familiar com postura qualificada. Tem abordado questões complexas e por onde passa agrada a classe política e a opinião pública; Neno Razuk: comedido na fala e generoso no atendimento à população mais carente. Suas propostas visam exatamente isso. A população indígena é testemunha.
Ponto final:
Zé Dirceu é ficha limpa. Rss.
out 26, 2024 | Colunistas
FANTASMAS? A candidata Camila Jara tem 182,4 mil seguidores nas redes sociais. Mas nas urnas ela obteve só 41.966 votos, contrariando a tese de que seguidores digitais seriam eleitores fieis. Isso até poderá dificultar sua reeleição, quando o eleitor irá exigir prestação de contas a de sua atuação em prol do nosso estado. Certo?
PROCEDE: Veterano em eleições, no sexto mandato, o deputado Vander Loubet (PT) tem uma visão singular do universo da política. Entende que o candidato estreante, pode convencer mais fácil por representar a esperança do eleitor – ao contrário daquele postulante veterano, alvo de críticas e cobranças por promessas não efetivadas.
‘DAY AFTER’: Especula-se no saguão da Assembleia Legislativa sobre as eventuais mudanças no cenário devido o resultado das eleições na capital. O enigma ficaria por conta do PSDB e eventual fusão ou incorporação ao MDB ou a uma outra sigla. Como o caso seria digerido nas bases eleitorais? Não seria tão fácil assim como parece.
SENADO: O resultado das urnas também poderia (disse poderia) pesar na disputa para o Senado com duas vagas disponíveis. Se bem usado, o poder de fogo da prefeitura da capital poderia ser benéfico para quem receber as bênçãos da futura prefeita. Aliás, não foi por acaso que Reinaldo Azambuja liberou os ‘tucanos’ para esse 2º turno.
BASTIDORES: Devem ocorrer várias fusões e incorporações para 2026. Em 2022 por exemplo, o Partido Social Liberal (PSL) fundiu com o Democratas (DEM), originando assim o União Brasil. Já o Partido Republicano de Ordem Social (PROS) acabou incorporado pelo Solidariedade. Processos complexos reféns da burocracia do TSE.
SOB RISCO: Embora ainda tenha elegido 857 prefeitos no país (contra 882 do PSD) , o MDB local saiu desidratado das urnas. O experiente deputado Marcio Fernandes é um que pode deixar a sigla. Ele admite: sem nomes competitivos na chapa majoritária, em 2026 – ficará ainda mais difícil a situação dos concorrentes da chapa proporcional.
VEJA: A candidatura do ex-governador Puccinelli ao parlamento estadual acabaria até afugentando os candidatos com menos poder de fogo dentro do MDB. Sem prefeitos de municípios (9) populosos, com poucos vereadores e sem novas lideranças, o partido terá dificuldades de lançar candidatos ao Governo, Senado e Câmara Federal inclusive.
“É NORMAL”: “A mulher de Dias Toffoli é advogada do escritório que representa a JBS, a que foi presenteada pelo marido com aqueles R$10 bi. As mulheres de Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin também advogam no STF. Só a senhora Moraes está em 10 processos. O ministro Barroso acha tudo isso normal. ” (J.R. Guzzo-24/10/2024- no Estadão)
DIVIDIDAS: Derrotados ou vitoriosos, políticos do interior que visitam à Assembleia Legislativa reconhecem: quanto menor a cidade pior está o clima social. Pessoas não se bicam, se evitam e procuram se agrupar nos nichos exclusivos de companheiros políticos. Adversário continua sendo adversário e a política continua – é a base de tudo.
ESQUECER COMO? Candidato a vereança derrotado confidenciando ao colunista de que a sua revolta não era restrita a decepção nas urnas, mas sim pelo ‘excesso’ das comemorações dos adversários. Refugiado em sua casa, assistiu pela janela a passeata dos vencedores regada a foguetório infernal e provocações verbais ‘inesquecíveis’.
TEREZA CRISTINA: Sobre seu futuro há várias hipóteses. Poderia até disputar o Governo dependendo de quem vença na capital. Mas ela tem mais identificação do que divergências com Reinaldo e Riedel e seu partido (PP) elegeu apenas 16 prefeitos no 1º turno. Há quem diga que ela não teria pressa para tentar o Parque dos Poderes. Será?
BRIOSO: Nas conversas com o deputado Roberto Hashioka (União Brasil) percebe-se o quanto é preparado para a vida pública. Mesmo com recente resultado adverso em Nova Andradina, ele se mantem altivo e faz planos inclusive. Articulado, sabe que na política é preciso assimilar os resultados nos embates eleitorais. Os bravos resistem.
LIÇÕES: Às vezes elas se repetem. Em 2012 Alcides Bernal foi vitorioso contra Giroto, Puccinelli e todo esquema de poder. Agora Beto Pereira, de favorito a derrotado. Restaram duas mulheres candidatas: Adriane, com as benesses do poder e a desafiadora Rose. O episódio irá se repetir? Existem mil interesses no entorno.
IDEOLOGIA: Efetivamente ela seria o fator decisivo que poderia pesar na análise e escolha do eleitor da capital neste segundo turno? Há duas correntes: uma é de que ela seria elemento preponderante na decisão do voto do eleitor partidário. A outra é que o voto seria apenas decorrente da análise comparativa entre as candidatas, e nada mais.
SIM OU NÃO? Alguns entendem que o formato dos debates na televisão estaria superado, necessitando de reformulações. Outros defendem a continuidade do sistema alegando que eles ajudam a desnudar os candidatos, independentemente ou não da intimidade deles com as câmeras, os holofotes e o ambiente tenso que se forma.
CURRÍCULO: Vereador, prefeito de Pindamonhangaba, deputado estadual, deputado federal, vice governador, governador de São Paulo por 3 vezes e vice presidente da república. Esse o resumo do currículo de Geraldo Alckmin que completará 72 anos de idade no próximo 7 de novembro. Acima de tudo, um cidadão do bem!
DIFERENTE: Para vencer nos ‘USA’ é preciso conquistar 270 dos 538 delegados do Colégio Eleitoral. Cada estado com seu número de delegados variando de acordo com a população e o total de representantes no Congresso. Por ser a região mais populosa a Califórnia tem 55 delegados e o Alaska só 3. O candidato mais votado de um estado leva todos os delegados da área, mesmo que ele vença por um voto de diferença.
DETALHES: O número de delegados por estado é definido pelo porte de sua bancada no Congresso: a soma da sua representação no Senado, sempre 2 senadores, e na Câmara proporcional à sua população. Mas com o tempo, o número de delegados pode mudar devido a mudança populacional. Após o censo de 2020 Texas e Florida aumentaram o seu colegiado, e Califórnia e Nova York perderam um delegado cada.
IMPERIALISTAS: Após ganhar a independência com o ‘Tratado de Paris’, os Estados Unidos pularam dos 13 estados originais para 50 estados através de guerras, anexações, permutas, compras junto ao México, Espanha, Inglaterra, França e Rússia (Alasca) – inclusive das terras dos indígenas. Depois da Segunda Guerra o país se potencializou.
VALE SABER: Os Republicanos elegeram 19 presidentes – Lincoln foi o primeiro e os Democratas 16, além de 1 independente e 9 de outras siglas. Nove presidentes sofreram atentados e 4 faleceram. Roosevel ficou mais tempo no poder: 3 mandatos e faleceu no início do último período. Em seguida veio a lei limitando a 2 os mandatos presidenciais.
PILULAS DIGITAIS:
A nossa OAB – de saia justa.
O mercado financeiro está acima da alma humana. (Millôr)
O sujeito que não come não se revolta. Certos brios exigem um salário e três refeições por dia. (Nelson Rodrigues)
Todo político sábio fala duas vezes antes de pensar. (Millôr)
A boina não faz o pintor. (Dr. Divago)
O passado não é aquilo que passa. Mas o que fica do que passou. (Tristão de Ataíde)
Se em vez de vida inteligente houvesse vida estúpida fora da Terra, eles já teriam feito contato conosco. (Dr. Divago)
Procuro pessoas para criar um grupo de leitores e beber cerveja. Não precisa saber ler.
O bem se faz em silêncio. O resto é teatro.
Quando você pensa que já tinha visto tudo…
out 24, 2024 | Colunistas
*Valdomiro Poliselli Junior
Com a previsão de produzir 11 milhões de toneladas de carne bovina em 2024, segundo o boletim Gain Report, do USDA, o Brasil reafirma posição entre os gigantes da pecuária mundial. Este cenário reflete não apenas o potencial produtivo nacional, mas também reforça o peso do agronegócio na Economia, hoje responsável por um PIB de R$ 2,5 trilhões.
Olhando para o futuro, o país deverá contar com um rebanho de 253 milhões de cabeças até 2030, com um volume crescente de bovinos terminados em confinamento. Demanda, essa, impulsionada por países como China, Egito e outros do Oriente Médio, o que abre novas oportunidades de exportação.
Continuar com a produção exponencial de carne bovina dependerá de avanços na eficiência produtiva do rebanho e adoção de inovações tecnológicas, além uma boa capacidade de resposta à crescente pressão por práticas sustentáveis.
À medida que a conscientização ambiental se intensifica, consumidores de países reguladores exigem dos produtores métodos capazes de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e garantir a rastreabilidade dos produtos. Programas como o “Pecuária Baixo Carbono” (Programa ABC) são ótimos exemplos de adaptação a essas novas exigências.
Além disso, as inovações tecnológicas, com destaque ao uso de inteligência artificial e monitoramento remoto, deverão nortear a gestão das propriedades rurais. O melhoramento genético também será crucial, por meio do uso de biotecnologias para aumentar a resistência a doenças e melhorar a eficiência alimentar dos rebanhos e a qualidade da carne e precocidade.
Mas nem tudo poderá ser um mar de rosas, o aumento dos custos de produção pode afetar a demanda interna, levando os consumidores a buscar proteínas mais baratas. A mudança climática, por sua vez, também trará a incerteza das implicações dos eventos extremos na saúde dos rebanhos e na disponibilidade de pastagens.
Novas regulamentações ambientais e de bem-estar animal também moldarão a pecuária do futuro, exigindo adaptações e constante investimento no manejo racional. Tais transformações poderiam resultar em uma consolidação do setor, com grandes empresas ampliando operações, enquanto pequenos produtores enfrentarão dificuldades para se manterem competitivos.
Por fim, não podemos ignorar o impacto do cenário econômico e geopolítico global sobre os preços das commodities e a estabilidade dos mercados de exportação. Dentro da porteira, é imprescindível entender o ciclo pecuário para antecipar os momentos de alta e baixa dos preços do boi gordo e as oportunidades propiciadas em cada momento.
Em suma, a pecuária de corte no Brasil tem um futuro promissor, mas repleto de desafios que exigirão inovação e jogo de cintura. Para a pecuária brasileira continuar a se destacar no agronegócio global, é fundamental a todos os stakeholders unirem-se em prol de práticas sustentáveis, eficiência produtiva e gestão inteligente, assim, garantindo a competitividade do país no cenário internacional.
*Valdomiro Poliselli Junior é titular da VPJ Pecuária, com fazendas em Mococa (SP), Nova Crixás (GO) e Texas (EUA), e promotor do 27º Leilão VPJ Genética, que ocorre no dia 26 de outubro, com transmissão ao vivo pelo Connect Leilões, WV Leilões, MF Leilões, Ingado, Lance Rural e I Prime TV.
Foto: Estadão