Com 42Pontos de Entrega Voluntária (PEV) instaladosem várias regiões de Jardim, o Projeto Reciclar Pela Vida, coordenado pela bióloga Marilze Alves, em parceria com a Associação de Catadores Nossa Senhora Aparecida, sob a direção de João Marcelo da Silva Leite, vem fazendo a diferença no meio da comunidade, em especial das famílias preocupadas com produtos recicláveis e o meio ambiente.
A última logística (base de ferro e bag) foi entregue na manhã do último sábado (13), na Avenida Coronel Camisão, esquina com a Rua Doutor Ary Coelho de Oliveira, patrocinado pela fisioterapeuta Glaucely Ferreira Godoy, no centro da cidade, ocasião em que alguns moradores da região estiveram prestigiando o ato e conhecendo mais sobre a ação ambiental.
Em entrevista ao site Jardim Notícias, Marilze Alves contou sobre a ideia do projeto e a execução do mesmo, além da busca necessária de parceiros financeiros para que o sonho continue sendo executado no município. “Com o objetivo de agregar renda à Associação de Catadores de Jardim e contribuir com o meio ambiente, formatamos o projeto e fomos em busca de pessoas que acreditassem nesse plano”, contou Marilze Alves, que teve a parceria do presidente da Associação de Catadores, João Marcelo Leite.
Segundo os coordenadores, após a inauguração do aterro sanitário, e a coleta seletiva suspensa, tudo ficou muito difícil para os integrantes da referida associação. “Foi um momento de perrengue para as famílias que dependiam desse trabalho, pois ficaram sem material para venda e, consequentemente a renda caiu drasticamente. Fizemos uma campanha no paço municipal, junto com os colegas, que levavam seus produtos recicláveis até a prefeitura, e a equipe da associação retirava uma vez por semana”, contou Marilze Alves.
O projeto foi dando certo e então deu-se início as instalações dos PEVs, sempre com parcerias dos amigos e instituições privadas. “A meta era de apenas 40 pontos, mas hoje atingimos 42 unidades, com uma ideia aceita pelos moradores em lugares estratégicos. E com isso, o descarte correto tem dado certo, mas ainda há muito a se fazer”, comentou Marilze Alves.
A gestão de resíduos sólidos é obrigação do Poder Público, é uma temática importante, polemica e urgente. Vai muito além de uma questão ambiental, abrange questões políticas, econômicas e de saúde pública. Apesar da gestão de resíduos, ser de titularidade no município, conforme rege a Politica Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, que também prevê a responsabilidade compartilhada, ou seja, cada cidadão tem a responsabilidade de dispor adequadamente os resíduos (lixo) que gerar. A PNRS entrou em vigor em 2010 e, apesar de muitos municípios apresentarem um certo avanço, há muito o que melhorar. “Como cidadãos, podemos fazer a nossa parte. É um trabalho de formiguinha, mas que pode ter resultados extraordinários. É possível destinar menos lixos ao aterro sanitário, prolongando o seu tempo de vida útil, contribuindo com a coleta municipal, além de agregar renda aos catadores, que são peças fundamentais na triagem e recuperação de resíduos”, finalizou a idealizadora do projeto, Marilze Alves.
Texto – Paulo Abílio Fotos – Marilze Alves