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Bela Vista-MS Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

Produtores e classe política montam “estratégia de guerra” contra invasões

Produtores rurais e lideranças políticas estão reunidos desde o período da manhã (28) na sede da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) para avaliar o impacto das novas invasões de terras por indígenas, o cenário de insegurança jurídica e montar uma verdadeira “estratégia de guerra” no estado.

Com 95 propriedades rurais invadidas, Mato Grosso do Sul é atualmente o foco nacional dos conflitos fundiários. Em menos de dois meses, o quadro se invasões no Estado aumentou consideravelmente, saindo de 88 para o atual patamar de 95 áreas.

Terceira vice-presidente da Assembleia Legislativa, a deputada Mara Caseiro (PTdoB) fez um discurso emocionado, onde declarou que a Casa já tomou todas as providências possíveis que estavam ao alcance para ajudar a acabar com o conflito no campo, mas sem resultados.

“Além de angustiados, estamos desanimados, porque tudo que podia cobrar, falar, pedir, a Assembleia já vem fazendo. Temos procurado ajuda, pedido socorro, mas não depende só da Assembleia, só do governo do Estado, ou só do Senado, depende de algo maior. Mesmo assim, são forças que estão levando a voz de vocês ao governo federal”, disse.

A deputada anunciou que na próxima terça-feira (1º de setembro) dará entrada na Assembleia Legislativa com um requerimento solicitando a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o CIMI (Conselho Indigenista Missionário).

“Temos de começar a responsabilizar as pessoas que vem incitando e causando essa guerra no campo. É uma forma da gente pelo menos colocar um freio nessas instituições, mostrar que moramos em um país que tem leis, e que essas leis não podem ser cobradas apenas do nosso produtor”, afirmou.

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Mara Caseiro ressaltou que a Assembleia Legislativa não tem posicionamento contrário aos povos indígenas, ressaltando que eles, assim como qualquer cidadão brasileiro, têm direitos que precisam ser respeitados. “Entretanto, precisam ter deveres e pagar por seus erros também”, colocou.

A deputada finalizou dando uma palavra de ânimo aos produtores rurais, ressaltando que a classe não pode desanimar, uma vez que o governo federal, pelo que tudo indica, “quer enfraquecer a classe produtora, que é a que move o país”.

“Não vamos cruzar os braços, vamos nos unir, e vamos para o enfrentamento se for preciso. Se for preciso parar o Brasil, vamos parar. O que não podemos é ficar estáticos, enquanto muitos olham para nós como bandidos”, disparou.

Entre as principais lideranças políticas presentes à reunião, estão os senadores Waldemir Moka (PMDB) e Simone Tebet (PMDB), os deputados federais Tereza Cristina (PSB), Mandetta (DEM) e Marun (PMDB), os secretários de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, e de Justiça e Segurança Pública, Sílvio Maluf, além dos deputados estaduais Zé Teixeira (DEM), Beto Pereira (PDT) e Márcio Fernandes (PTdoB).