Esta semana, me recuperando de questões de saúde, medicamentos tomados, me debrucei na leitura de livros e encontrei um poema do escritor português Sidónio Muralha que merecia ser estampado em “outdoor” Diz o poeta: “Parar. Parar não paro. Esquecer não esqueço.Se caráter custa caro, pago o preço. Pago embora seja raro. Mas homem não tem avesso; e o peso da pedra eu comparo, à força do arremesso. Um rio, só se for claro. Correr sim, mas sem tropeço. Mas se tropeçar não paro não paro nem mereço. E que ninguém me dê amparo; nem me pergunte se padeço. Não sou nem serei avaro; se caráter custa caro, pago o preço”.
E isso e fez lembrar dos desbravadores do início da nossa Ladário. Cidade que foi fundada no ano de 1778, e foi emancipada em dezembro de 1953 e tornndo-se município em 17 de março de 1954, em consequência da Lei do então deputado estadual de Mato Grosso Manuel Venceslau Botelho Neto. Para quem não sabe, o nome de Ladário é uma homenagem a uma localidade da Província de Vizeu em Portugal, terra natal do general Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, o qual ordenou a Leme do Prado a fundaç&atild e;o do povoado. Sua história de ocupação legou a este município uma grande variedade de riquezas arquitetônicas como, por exemplo, entre outras obras, o Pórtico da Marinha, datado de 1873, uma réplica do monumento francês, o Arco do Triunfo. Já teve tempos áureos de comércio, dos idos em que aportavam navios como o Fernandes Vieira, que trazia mercadorias importadas. Como marco dessa fase se destaca o prédio da casa Lealdade, na rua Tamandaré, atual nº 481, onde funcionava a Casa Bancária Nicola, que representou um dos símbolos comerciais da época.
Por este motivo Ladário deve ser entendida como um espaço histórico onde se movimentaram homens e mulheres que viveram as tensões e as lutas cotidianas durante o processo de ocupação, povoamento, disputas territoriais e inclusive a guerra, e que por isso impôs a concentração de uma das principais forças de defesa da nação brasileira, Ladário merece figurar entre as cidades que ajudaram a projetar Mato Grosso na História do Brasil e por fim assegurar o acesso a memória, cultura e a arte, que certamente são condições essenciais para o exercício pleno da cidadania e a formação dos valores sociais mirando nos homens de bem e de fibra da história ( do passado e de hoje) que pagaram o preço de ser o que são.
*Ativista Cultural