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Bela Vista-MS Quarta-Feira, 01 de Maio de 2024

 

Pai 2Branco, negro, gordo, magro, católico, protestante, rico, pobre. Não importa quantos fatores sociais, econômicos, culturais ou religiosos difiram entre as pessoas, nós todos temos algo em comum: viemos ao mundo graças a um pai e uma mãe, e o amor deles por nós faz toda a diferença na nossa vida.Segundo um novo estudo, ser amado ou rejeitado pelos pais afeta a personalidade e o desenvolvimento de personalidade nas crianças até a fase adulta. Na prática, isso significa que as nossas relações na infância, especialmente com os pais moldam as características da nossa personalidade. E por falar nisso, quantas pessoas não se sentem “inteiras” quando apresentam a identidade e consta apenas o nome da mãe. Por outro lado desde 22 de setembr o do ano passado já existe o entendimento junto ao Supremo Tribunal Federal de que uma pessoa pode ter, em seu documento de identificação, o registro de seu pai biológico e também o do pai socioafetivo ( aquele que, mesmo não tendo laços de sangue, cria a criança).

A decisão se baseou em julgamento negando o recurso de um cidadão que, apesar de ser o pai biológico de uma mulher, buscava retirar dela o direito de herança e pensão. Ele argumentava que ela não deveria ter acesso aos benefícios por ter sido criada e registrada por outro homem, que a acolheu como filha. A Corte não só manteve os benefícios, como também deu a ela o direito de mudar sua identidade, para constar o nome do pai biológico. A decisão também permite que uma pessoa inicialmente registrada com o nome do pai de criação possa escolher entre manter o sobrenome dele, trocá-lo pelo do pai biológico ou manter ambos em seu documento de identidade. A a&c cedil;ão tem repercussão geral, mecanismo que obriga as demais instâncias a aplicar o entendimento do STF. Na sessão, os ministros aprovaram o seguinte entendimento: “A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios”.
A paternidade socioafetiva se estabelece no convívio, preservada nos laços de afinidade e afetividade. Para efeitos de herança e pensão, no entanto, a relação deve obter o reconhecimento na Justiça, que avalia o histórico da pessoa com aquela outra que a acolheu. A paternidade responsável e ativa, e eu sou prova disso, reconheço que a minha personalidade teve aconchego na tripaternidade de Levi Dias Rodrigues, Riguberto Alves de Arruda (in memoriam) e Arnaldo Duarte (in memoriam) sedimentando o carinho a atenção e o acolhimento, no espectro legal, tanto dos vínculos de filiação construídos pela relação afetiva, quanto daqueles originados da ascendência biológica.

Por outro lado o programa “Pai Presente”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), desde 2010 facilita o reconhecimento de paternidade no país e já possibilitou mais de 40 mil reconhecimentos espontâneos tardios, geralmente em mutirões realizados em escolas, sem necessidade de advogado e sem custos para o pai ou mãe. Em catequese, o Papa Francisco, lembrou que até mesmo São José foi tentado a deixar Maria quando descobriu que ela estava grávida, mas, com a intervenção do anjo, ele permaneceu junto à sua esposa. A Igreja é empenhada em apoiar a presença dos pais nas famílias, porque eles são protetores da fé na bondade, na justiça e na pro teção de Deus, como São José, e mais do que isso: Se a criança está indo mal na escola, ou demonstra comportamento alterado, as pessoas ao redor tendem a achar que “é culpa da mãe”. Ou seja, que a criança não tem uma mãe presente, ou que ela não soube lhe educar. Porém, novos estudos realizados no Brasil, sugerem que, pelo contrário, a figura do pai na infância pode ser mais importante. Isso porque as crianças geralmente sentem mais a rejeição se ela vier do pai. Numa sociedade como a atual, embora o nível de igualdade de gênero tenha crescido muito, o papel masculino existe e deve ser considerado. E nada mais sadio do que dizer: É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã (Pais e Filhos – Legião urbana) – pois Dia dos Pais é todo dia!

*Ativista Cultural