Atualmente goleiro titular do NY Red Bulls, Carlos Coronel já jogou até uma edição de Champions League, mas nunca atuou profissionalmente no Brasil. Após começar em times de Porto Murtinho-MS, o goleiro ficou dois anos no Paraná e tentou ingressar na base do São Paulo, mas não deu certo.
“Eu tinha uns 15 anos quando fiquei um mês em Cotia no CT e fui aprovado, mas depois fui dispensado. O motivo exato (da dispensa) eu não consigo te dizer. Talvez tenha acontecido algo entre o meu representante na época e algum diretor do São Paulo”, disse ao ESPN.com.br.
Depois disso, Carlos passou por Desportivo Brasil e Paraná até chegar ao Red Bull Brasil, em 2011. Antes mesmo de estrear no profissional, ele mudou-se para o Red Bull Salzburg e foi cedido por três temporadas ao Liefering, clube satélite que disputava a segunda divisão austríaca à época.
“Era a sede do projeto e viajava bastante para acompanharem meu desenvolvimento. Foi bem importante porque precisava de um tempo para me adaptar ao estilo de jogo, língua e cultura diferentes. É tudo muito parecido com o time principal, se você estiver pronto, sobe”.
Com atuações de destaque, o brasileiro foi incorporado ao elenco principal do Salzburg, mas não teve espaço no time titular nos anos seguintes. Por isso, foi emprestado em 2019 ao Philadelphia Union e ao Bethlehem Steel, ambos dos EUA.
O goleiro voltou ao Salzburg depois que o titular se machucou em um acidente de moto. O brasileiro passou a revezar no banco de reservas até receber uma chance contra o Napoli pela Liga dos Campeões. Ele entrou no segundo tempo na vaga do lesionado Stankovic na derrota por 3 a 2 para os italianos.
“Foi uma coisa que aconteceu muito rápido. É a maior competição de clubes do mundo, todos acompanham. Foi um grande feito na minha carreira e espero jogar mais jogos pela Champions”.
O brasileiro fez mais oito jogos na temporada, incluindo outros dois duelos pela Liga dos Campeões: vitória sobre o Genk por 4 a 1 e o empate por 1 a 1 com o Napoli – ao lado de Erling Haaland, atualmente no Manchester City. Após começar a temporada 2020-21 como reserva outra vez, Carlos resolveu mudar de ares e se transferir para o NY Red Bulls.
“Fiz uma excelente temporada e o então titular voltou para o último jogo da Champions e não nos classificamos. Ele não terminou bem a temporada e não começou bem a outra. Achei que tinha que jogar e pressionei o clube nesse sentido, mas o clube tinha seus interesses. Eles queriam ter retorno com a venda dele”.
“Sentia que estava melhor e isso criava um conflito no grupo pela situação. Resolvi sair porque o treinador não daria oportunidades. Eles me disseram que não iam me utilizar e fui liberado”, contou.
Vida nos EUA
Nas duas temporadas pela equipe norte-americana, ele foi titular absoluto e conseguiu chegar aos playoffs da MLS.
“Gostei do clube, da liga e de morar no pais. Nosso time tem uma base e ano que vem vamos melhorar.”
Agora, ele espera se destacar ainda mais e voltar a jogar as maiores competições de clubes do mundo.
“Chegar à seleção brasileira é um pouco difícil porque temos bons goleiros e penso nisso para o futuro. O próximo passo seria jogar na Europa porque aumentam as chances de convocado. Não chegou algo para mim do Brasil, mas é uma possibilidade. Ficaria muito feliz, mas meu objetivo é voltar para a Europa e jogar em uma das maiores cinco ligas e disputar a Champions”.
Carlos já teve o gosto de enfrentar alguns grandes atacantes em amistosos contra Liverpool e Real Madrid.
“Contra o Liverpool senti um pouco mais de pressão porque tinha Mané, Salah e Firmino no auge depois de vencerem a Champions. Foi bem especial. Joguei também contra o Benzema e fiz algumas defesas. São experiências que agregam muito”.
Em julho deste ano, ele participou de uma partida amigável pelo NY Red Bulls contra o Barcelona, que terminou com derrota por 2 a 0.
“O mais complicado foi o Lewandowski porque ele se posiciona muito bem. Você tenta ler a situação e muitas vezes ele se movimentava muito. Toda bola aérea ele ganhava”.
Por ter saído cedo do Brasil para a Europa, Carlos virou fã de Manuel Neuer, goleiro da seleção alemã e do Bayern,
“A maneira que ele jogava era a mesma que eu precisava atuar na Europa: sair com a bola e ajudar a defesa. Tento colocar no meu estilo”.
Fonte: portomurtinhonoticias