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Bela Vista-MS Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Jêronimo Alves Chaves

“Valorizar as virtudes e minimizar os defeitos são atitudes que nos fazem crescer e construir uma história sólida e de sucesso”. Ensina Jerônimo Alves Chaves Enquanto ouvia atentamente as recomendações de sua mãe, que falava de uma terra desconhecida e lhe questionava a decisão de sair de Ponte Nova, Minas Gerais, e vir para o Mato Grosso – aceitando de pronto uma proposta junto de outros cinco colegas – o jovem Jerônimo Alves Chaves, só pensava nas oportunidades que o desafio lhe poderia render em terras então comandadas por Pedro Pedrossian.

Autorizado pelo visionário Governador, Bento Lobo, Secretário de Agricultura a época, egresso da mesma universidade onde Jerônimo estava se formando, em 1967 – uma das mais renomadas de Minas (Universidade Rural do Estado de Minas Gerais, hoje Universidade Federal de Viçosa) – escolheu a dedo os convidados para o audacioso projeto.

Quando recebeu o convite, Jerônimo acabava de chegar de Ribeirão Preto onde havia participado de um processo de seleção para trabalhar com cana de açúcar na então Copersucar. Considerando que sua família se dedicava a cultura da cana e a produção de aguardente e produtos correlatos, Jerônimo que trabalhava junto e participava ativamente do intercambio entre famílias do entorno – levando indagações para a universidade e retornando com as respostas – teve a oportunidade de acessar laboratórios, realizar trabalhos de analises de solo, testes de sacarose em cana e outros.

A experiência somada a sua dedicação aos estudos lhe renderam elogios do renomado professor Franz Briger, avaliador daquela seleção em Ribeirão Preto e a apresentação ao Presidente da Coopersucar, Maurílio Biagi, que fez votos de pudesse integrar sua equipe de trabalho. Ao assegurar que trabalhariam em cidades com potencial considerável de crescimento, Doutor Bento Lobo, responsável pelo convite formal para o projeto em Mato Grosso, ganhou a confiança dos cinco mineiros e de um capixaba.

A preocupação comum era de não serem enviados a cidades em processo de exaustão da atividade garimpeira, e também garantir o treinamento necessário para o serviço ao qual seriam designados. Bento Lobo ofereceu todas as garantias e logo estavam Jerônimo e os pais discutindo sobre as duas propostas que ele tinha em vista. Mal sabiam eles que a segunda, a da investida em novos horizontes, já estava praticamente aceita.

Sem deixar seu jeito formal, mas já um pouco mais a vontade ao contar a sua história pessoal, que se confunde com a do Estado em alguns momentos, Jerônimo lembra que não conhecia Mato Grosso quando aceitou o convite, mas tinha enorme curiosidade – mesmo sabendo do elevado numero de casos de malaria e considerável quantidade de índios que ali habitavam – por conta dos comentários de colegas que enalteciam duas qualidades da nova terra: o churrasco e o pôr do sol.

Para a mãe, mesmo já com o pensamento formado, ainda prometeu repensar sua decisão. Mesmo respeitando sua preocupação, não voltou atrás e nem bem pegou o canudo, já estava assinando o contrato que lhe garantiria dois anos de muito trabalho e uma experiência impar no Centro Oeste do País. 2 Deixar de trabalhar numa das regiões mais desenvolvidas do País, com produtos específicos como exemplificou, a cana em Ribeirão Preto ou o café em Londrina – culturas de maior expressão e que passavam por um processo de crescimento significativo a época – segundo ele, custou explicações longas a todos os familiares.

Com o peso de ser o primeiro neto, dos dois lados da família – uma com treze e outra com dez filhos – a ter um curso superior, bom aluno e recomendado por sua memória excelente e dedicação exemplar aos estudos, o mineiro corajoso, filho do Seu Doque começava a escrever a sua história ao aceitar participar das ações do 1º Plano Nacional de Desenvolvimento, fomentado pelo Ministério do Interior, sob o comando de Rangel Reis – que também era agrônomo.

Sob influência do ex-ministro Delfin Neto, foi passado a Rangel a incumbência – no auge do Governo Militar, de Castelo Branco – de ampliar a produção de alimentos no País, para exportar e poder comprar petróleo – uma vez que o Brasil não era autossuficiente. O projeto para ocupar os espaços vazios na região do Brasil Central, recrutou então os jovens mais bem preparados das principais universidades para a missão, que distribuída em diversos programas especiais, objetivavam transformar a agricultura, principalmente através da mecanização das lavouras.

O trabalho contaria com a tecnologia já disponível nos principais institutos brasileiros e em países tropicais. Direto de Viçosa para Cuiabá e enfim Rondonópolis, logo no primeiro dia de serviço no Estado, Jerônimo já garantiu uma boa história pra contar aos netos. Entusiasmado, achou por bem colocar sua ‘roupinha de ver Deus’ – jeito que costumava chamar as peças que deixava reservada para ir à missa no domingo – e o par de sapatos lustroso que usara em sua formatura, para ir ao encontro de seu contratante.

Aquele dia ficou marcado não só pela consolidação da escolha que havia feito, mas também por ter tido que – pouco depois do encontro– parar para desatolar o jipe em que seguia com outro novato, o que lhe rendeu voltar todo enlameado e principalmente, como destacou – rindo hoje da situação – com seus lustrosos sapatos escondidos pelo barro acinzentado.

Homem de fino trato, educado com a rigidez que se tinha a época em que o contato com uma namorada se restringia ao tocar das mãos, Jerônimo, que deixara alguém especial em Minas, conta que mal tinha tempo para lamentar a falta dela ou do conforto da casa dos pais, tamanhas as responsabilidades. “Nunca reclamava.

Seguia a risca o conselho de meu pai que sempre dizia que um homem tem que viver intensamente as suas escolhas e cumprir com seus compromissos”. Comenta. Encantado com as belezas naturais da região para a qual foi designado para o trabalho de assistência técnica e extensão rural em sítios, através da extinta ACARMAT (fundada em 1965), logo se apaixonou por aquela que seria a cidade de onde nunca mais deixaria de ter vinculo, Rondonópolis – distante 215 km da capital Cuiabá, onde mantém uma propriedade de porte médio em sociedade com seus cunhados, criando gado, e ajuda a cuidar – por telefone e ao menos uma vez por mês, viajando pra lá no final de semana – até os dias de hoje.

Rondonópolis, que era diferenciada, por suas terras férteis e de grande potencial para a mecanização agrícola, logo começava a se destacar num Estado onde tudo ainda era muito 3 primitivo – estradas precárias, energia tocada a motor, raras oportunidades de aprimoramento dos conhecimentos e de lazer. Naquela época, Jerônimo lembra que o trabalho era focado na promoção da família e tinha forte cunho educativo.

Antes de se preocuparem com a comercialização dos produtos para garantir a renda ao produtor, trabalhava-se com maior ênfase a produção para consumo da família, o cuidado com a educação e a saúde, e depois com a venda dos excedentes. “Eu costumo dizer que o serviço de extensão rural tem um forte componente social, que no passado se chamou serviço social rural.” Aspecto que ele observa ser fundamental para que os dirigentes públicos ao refletirem sobre recursos aplicados no campo entendam que há um forte componente educativo neste trabalho e não só de produção.

Três anos e meio se passaram, e as transformações verificadas com o atendimento nas pequenas propriedades em Rondonópolis e Jaciara só fizeram crescer a certeza de que aquela tinha sido a escolha correta. Mesmo com a economia do País passando por dificuldades, entre 1969 e 1971, Jerônimo lembra que havia muita motivação e era grande a crença em dias melhores. “O Doutor Bento Lobo tinha enorme capacidade de comandar e motivar. Daí parte do nosso animo em prosseguir enfrentando as tantas adversidades, inclusive o calor excessivo e recursos escassos da estrutura.

Fora isso, eu precisava provar para minha mãe que eu tinha razão”. Complementa sorrindo. Rapaz novo e bem apessoado, não demorou para que os encantos de uma mato grossense o fizesse deixar de lado as lembranças da Mineira. Educadora, Lucilia, da família ‘Santiago’, uma das mais tradicionais de Rondonópolis – chegaram lá em 1954 – deu a Jerônimo quatro filhos (sendo três homens e uma moça) e cinco netos.

Em 1971 Jerônimo e os colegas pararam para refletir sobre o trabalho que haviam desenvolvido até ali e se convenceram – por já estarem bem relacionados com os pequenos produtores, instituições, cooperativas e terem adquirido experiência e respeito no meio – que deveriam mudar de trabalho. “Tínhamos satisfação em acordar as quatro da manhã, as cinco estarmos no rádio alertando sobre nossa chegada, e ao buzinar na estrada, reunir em volta do nosso jeep dez ou quinze produtores para auxiliar na avaliação das suas lavouras, naquela época principalmente de algodão, para dar as orientações necessárias”.

Lembra, destacando o grande numero de encontros e o esforço físico que o trabalho demandava, e que rendia a muitos deles problemas respiratórios e renais com certa frequência. Sobre a conjuntura política e as condições de trabalho oferecidas a época pelo Estado Jerônimo faz questão de enaltecer o espírito empreendedor do Governador Pedro Pedrossian, que em todas as oportunidades em que se reunia com o grupo ressaltava a importância de ‘misturar’ gente de fora com gente da terra para promover as transformações que desejavam, engrandecendo e incentivando o trabalho de extensão rural.

Para permanecer em Rondonópolis e ainda assim ampliar seu raio de atuação, Jerônimo inicia então o trabalho no Conselho Nacional de Pecuária de Corte, que tinha sua sede regional em Campo Grande, cidade que começou a frequentar com maior regularidade. 4 Atuando do Piquiri a Cáceres, até Pontes e Lacerda, como assistente técnico ele pode conhecer boa parte das propriedades do Pantanal e se maravilhar com as belezas da ampla e rica fauna e flora do lugar, ao mesmo tempo em que trabalhava contribuindo com o desenvolvimento da pecuária de corte naquela região.

“Os produtores eram mais exigentes, as condições de trabalho tão ou mais desgastantes, mas tudo compensava se observadas as oportunidades que nos eram oferecidas pelo nosso Diretor Regional, Professor Afonso Nogueira Simões Correa, de participar de importantes reuniões e de intercâmbios para atualização dos nossos conhecimentos”. Professor Afonso foi o responsável por lançar Jerônimo na vida publica, ao designa-lo para coordenar uma Equipe de Analise de Projetos do POLOCENTRO, em 1975, em Campo Grande. Seu comprometimento e dedicação ao trabalho são motivos de orgulho do amigo, que enaltece suas qualidades e sua força, lembrando que ainda hoje, com mais de noventa anos, o professor Afonso continua lúcido e ativo.

Nesse período o Estado deveria incorporar aproximadamente um milhão de hectares de cerrados ao processo de produção, em diversos programas entre os quais Jerônimo lembra o ‘POLOCENTRO’ e o de ‘Desenvolvimento da Grande Dourados’, dos quais participou ativamente e se orgulha em ser lembrado pelos colegas de ter sido um dos responsáveis pelo seu sucesso. Jerônimo lembra com orgulho de seu relacionamento profissional com Doutor Hélio e Ludio Coelho, com os membros das famílias Garcia, Leal e Queiroz – da região de Três Lagoas – com Balduino Mafissoni, grande amigo o qual esteve ao lado quando da criação de São Gabriel e dos principais acontecimentos que marcaram sua história, e tantas outras pessoas que ajudaram a construir Mato Grosso do Sul.

A divisão do Estado Dos principais fatos do processo separatista de Mato Grosso do Sul, Jerônimo participou de grande parte. Entre 1975 e 1976 foram retomadas as ações e movimentos separatistas na porção sul do Estado. Naquela época, ele lembra que os mais antigos contavam que a morte do Doutor Ary Coelho, em praça publica, foi em decorrência de sua postura muito veemente a favor da divisão e que histórias narradas, por exemplo, por Leal de Queiroz, falavam do desejo de Paranaíba de se separar do então Mato Grosso e integrar-se ao Estado de Goiás. Segundo Jerônimo, os esforços de integração tanto nacional como regional foram importantes, mas insuficientes para conter as manifestações.

Ao assumir a Presidência do País, o General Ernesto Geisel e o chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva, que tinham informações da situação – por conta das visitas que realizaram ao Estado anteriormente – manifestaram o propósito de efetivar a divisão do Estado, criando assim o Mato Grosso do Sul. Nesse período Jerônimo já trabalhava no Conselho Nacional de Pecuária de Corte, que mais tarde veio a ser absorvido pela Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural e teve participação no processo da divisão.

“A informação que tínhamos é que o presidente Geisel chamou o então governador Garcia Neto e disse, prepara seu Estado para receber a divisão”. 5 Em 11 de outubro de 1977 foi oficializada a criação de Mato Grosso do Sul e o sentimento que se tinha era de contentamento e fé de que essa seria a melhor alternativa. Segundo Jerônimo os movimentos contrários à divisão zombavam dos grupos favoráveis alegando que nem mesmo água se tinha para beber em Campo Grande. “A porção sul do Estado era considerada mais desenvolvida e já demandava ampliação de sua infraestrutura, o que não acontecia no norte”.

Jerônimo recorda a oportunidade em que o Governador Fragelli foi a Inglaterra para captar recursos para levar energia de Cachoeira Dourada para Cuiabá ficando por isso rotulado como o Governador dos Índios, segundo ele por que era a imagem que se tinha da região norte, uma região a ser desbravada e que ainda era fortemente povoada por indígenas. Mesmo buscando não enaltecer as partes ruins da história, Jerônimo não se furta de comentar a forma como o Estado foi tratado desde o anuncio da divisão, com a redução significativa de alocação de recursos do então Mato Grosso para a região, inclusive com o esvaziamento do parque de maquinas do antigo Departamento de Estradas de Rodagem, que deixou evidente o descaso por conta da situação.

“De 1977 quando se consumou a divisão, até 1982 nós tivemos uma interrupção no nosso processo de desenvolvimento fruto desse quadro de transição e fruto também das indicações dos primeiros governadores, que pra nós foram quatro”. Destaca, lembrando-se de Harry Amorim Costa, Marcelo Miranda, Pedrossian e em situações de substituição, em boa parte das vezes, o deputado Londres Machado, presidente da Assembleia neste período. Jerônimo lembra que o inicio do novo Estado foi um tanto conturbado.

Para ele a justificativa dessa situação se deu por que “Quem criou, não implantou”. Lembrando que quem criou o novo Estado foi o General Geisel – que nem se quer compareceu ao ato de instalação – e quem começou a implanta-lo foi o General Figueiredo. Mesmo evitando entrar em detalhes sobre os aspectos políticos da divisão, Jerônimo comentou que naquele momento enfrentava-se dificuldades de harmonização política, por conta da falta de convergência dos interesses para continuidade dos trabalhos, ao ponto de o Governo Federal optar por indicar um profissional para comandar o novo Estado.

Um sentimento muito forte por mudanças tomava conta dos que ficaram no novo Estado e nesse período já se passava por uma fase de grandes transformações no setor da pecuária e em parte no setor agrícola. “Municípios como Dourados e Maracaju começavam a se consolidar como polos produtivos e outros municípios, como São Gabriel e Chapadão do Sul, recém-criados, começavam a se auto afirmar”.

Comentou, observando que a partir dali, mesmo o País vivendo as dificuldades do final do Governo Militar e inicio de um Governo Civil, o Estado tinha mais regularidade em suas ações. Logo após a divisão, em 1979, Jerônimo que foi cedido pelo Governo Federal ao Governo do Estado, passou a integrar a equipe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que a época abrangia as áreas de agropecuária, indústria e comércio, tendo participado inclusive da administração da antiga EMPAER.

Essa secretaria em seguida foi dividida e Jerônimo permaneceu na estrutura que ficou com as atribuições da Agricultura e Pecuária. Jerônimo, que participou em 1985, da conclusão do prédio, que hoje abriga a Secretaria de Produção e Agricultura Familiar, fala com orgulho de sua trajetória e da participação ativa nas 6 diversas decisões do setor desde então e de como observara, a época, o audacioso projeto de Pedrossian de construir uma sede para o Governo que se instalava em uma área de reserva, criando o Parque dos Poderes, na capital. “Ele era engenheiro e tinha muita determinação.

Concentrava seu tempo nesta área, até por que na parte social tinha a grande força da dona Maria Aparecida (…) Ao deslocar do centro da cidade as secretarias de Estado, os tribunais, Assembleia Legislativa e a central de comunicação [TV educativa] ele criou um espaço de trabalho incomparável e inimaginável para outros Estados”. Comenta, destacando os privilégios da paisagem e da presença de animais silvestres, que da sacada de sua sala de trabalho podem ser observados, até hoje.

Mesmo sendo um dirigente exigente e bastante rígido com seus comandados, Pedrossian os prestigiava constantemente despachando periodicamente em uma das secretarias, onde chegava muito cedo, geralmente sem avisar. Era educado e costumava compartilhar com a equipe seus projetos e decisões e por isso, é lembrado por Jerônimo, que lhe rende homenagens ao mesmo tempo em que pede para fazer um parênteses na continuação da história para nominar e destacar as principais características dos secretários com os quais trabalhou.

Do Professor Afonso Nogueira, que destacou ter sido um ‘formador de profissionais’, passando por José Américo Flores do Amaral, que vindo do setor cooperativo se tornou uma referencia por ter dirigido a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes, Jerônimo lembrou ainda dos secretários de perfis que classificou como ‘diferenciados’ como citou Ruben Figueiró, que quando tinha viagem marcada para Brasília reunia a equipe numa sala grande para ajudar a construir sua agenda e no retorno dava o feedback – atitude que na opinião de Jerônimo marcou sua gestão.

“E lembro também mais recentemente da Tereza [Cristina Correa da Costa], que tinha e tem um relacionamento com o setor produtivo, fantástico, veio por indicação do setor inclusive e, entre as centenas de telefonemas que fazia num dia, conversava com os principais dirigentes de empresas e entidades do País todo”.

Completou, fechando os comentários com suas observações sobre a experiência e o profissionalismo do atual Secretário, Fernando Mendes Lamas, que é pesquisador e ex-Chefe da Embrapa de Dourados mas acima de tudo, como fez questão de frisar Jerônimo, foi um extensionista e conhece a realidade daquele serviço. Antes de voltar a linha do tempo, Jerônimo ainda comentou sobre sua estreita relação com a Família Coelho, em especial com o Doutor Hélio, que além do envolvimento com as entidades representativas do setor produtivo, também foi lembrado por seu trabalho nas questões da secretaria e sua amizade respeitosa e sincera. Eduardo Metello, Paulo Machado e os colegas do Crea – onde participou ativamente – também foram lembrados com grande saudosismo.

Questionado sobre ter tantos elogios para distribuir e tão poucas, ou nenhuma reclamação a fazer, Jerônimo lembra as palavras de um pensador grego, que dizia: “Fale tudo que souber de bom de um homem”. Lembrando que a frase não cabe apenas para nortear o que a língua ira proferir sobre outra pessoa, bem como sobre o que se contará sobre si mesmo, quando perguntado. Sobre algumas de suas maiores alegrias, Jerônimo destaca além de filhos, netos e conquistas pessoais e profissionais a alegria da comemoração dos seus 70 anos, realizada em 2013 com 7 uma bela festa que reuniu aproximadamente 300 convidados entre familiares, amigos e colegas de trabalho, em um dos locais que marcou a sua juventude, o Rádio Clube Cidade.

Sobre a aposentadoria – que lhe foi concedida oficialmente pelo Estado em 2014 – e a decisão de continuar em atividade cumprindo todos os horários e regras, Jerônimo, aos 72 anos, confessa sua vontade e fé de viver com saúde pelo menos mais um terço deste tempo que já viveu. “Meu avô viveu até os 107 anos lúcido. Quero crer que um pouco dessa genética boa tenha vindo pra mim” e a surpresa que teve ao ser ‘convocado’ por Eduardo Riedel, Secretário de Governo, para permanecer contribuindo com o Estado, emprestando seus valorosos conhecimentos a Secretaria de Produção e Agricultura Familiar, na oportunidade em que colocava seu cargo a disposição através de uma carta de demissão – documento comum aos que enxergam a necessidade de tal formalidade para deixar a vontade os novos dirigentes.

“Fui surpreendido e não encontrei palavras para recusar o convite que vinha cercado de referências a respeito de meu trabalho e em forma de convocação quando Eduardo me lembrava das importantes conquistas de tantos anos de parceria que mantivemos. Aceitei permanecer e aqui estou orgulhoso por fazer parte desta equipe”. Complementou lembrando ainda que Riedel foi um dos tantos amigos que o alertou sobre o momento não ser propicio para colocar o pijama – fazendo alusão à vida de aposentado.

Para definir-se Jeronimo cita Suassuna: “Eu sou um realista esperançoso”, por conta de ter muitas esperanças de que mais estes desafios que hoje estão postos ao Estado, serão vencidos. Do encontro com o atual Governador Reinaldo, seguem claros em sua memória as observações sobre a importância de seu trabalho e a cobrança firme de resultados.

Finalizando a entrevista o Secretário Adjunto de Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul, parafraseou o próprio Governador lembrando que neste momento devemos suprimir da palavra ‘crise’ a letra ‘s’ e seguir trabalhando norteados pela palavra ‘crie’. E completa: “Valorizar as virtudes e minimizar os defeitos são atitudes que nos fazem crescer e construir uma história sólida e de sucesso”. Kelly Ventorim, assessora de comunicação da Sepaf