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Bela Vista-MS Domingo, 24 de Novembro de 2024

Ao longo dos anos de minha vida profissional, tenho testemunhado um dos maiores equívocos cometidos pelos trabalhadores: a negligência na preparação para a aposentadoria. Hoje, após anos de experiência sindical e reflexão sobre o tema, percebo a urgência em conscientizar a todos sobre a importância de uma preparação adequada para o futuro.

A realidade é lamentável: muitos trabalhadores optam por receber parte de seus rendimentos “por fora”, o que resulta em um registro em carteira com um valor inferior ao que realmente ganham. Esse é um erro grave, pois compromete diretamente o valor da aposentadoria futura. É como se estivéssemos construindo uma casa sobre areia movediça, sem alicerces sólidos que garantam nossa segurança financeira no futuro.

É por isso que venho hoje, não apenas como um líder sindical, mas como alguém que compartilha das mesmas preocupações de cada trabalhador brasileiro, propor uma campanha conjunta de conscientização. Todos os sindicatos, de todas as categorias, devem unir esforços para combater essas práticas prejudiciais e promover condições que assegurem uma aposentadoria segura e tranquila, capaz de atender às necessidades básicas do aposentado e de sua família.

Além disso, é crucial considerar a adesão a planos de aposentadoria privada. Afinal, não podemos depender apenas do sistema público para garantir nosso sustento na velhice. Devemos buscar alternativas que complementem nossa renda ao final da vida laboral. E aqui faço eco às palavras de lideranças sindicais vasta experiência e sabedoria neste assunto: rejeitar qualquer remuneração “por fora” é essencial, pois isso não é contabilizado pelo INSS, reduzindo assim o valor de nossa aposentadoria e prejudicando a arrecadação do instituto.

Entendo as dificuldades que muitos enfrentam. O sistema previdenciário brasileiro está longe do ideal. Muitos aposentados hoje recebem valores que mal garantem a sobrevivência, o que é profundamente injusto para aqueles que dedicaram décadas de trabalho ao Estado. Devemos lutar por uma remuneração mais digna para nossos idosos, que merecem desfrutar de seus anos de descanso com tranquilidade e segurança financeira.

Não podemos ignorar os dados fornecidos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que  são instituições brasileiras respeitadas por fornecerem análises sobre questões trabalhistas, econômicas e sociais.

Uma questão recorrente abordada por essas instituições é o despreparo das pessoas para a aposentadoria. Eles frequentemente destacam a falta de planejamento financeiro e a baixa adesão aos planos de previdência privada como fatores preocupantes.

De acordo com estudos anteriores do Dieese e Diap, muitos trabalhadores brasileiros enfrentam dificuldades financeiras durante a aposentadoria devido a vários fatores, como aposentadoria precoce, falta de contribuição suficiente para o INSS, ausência de planejamento financeiro adequado e aumento da expectativa de vida, que prolonga o período de aposentadoria.

Além disso, essas instituições costumam ressaltar a importância de políticas públicas eficazes e de educação financeira para ajudar os trabalhadores a se prepararem melhor para a aposentadoria e garantir uma qualidade de vida adequada após o fim da vida laboral.

Portanto, conclamo a todos os trabalhadores: é hora de tomar medidas concretas para garantir um futuro digno para nós mesmos e para as gerações futuras. Recusemos a armadilha dos rendimentos “por fora”. Invistamos em planos de aposentadoria privada. Exijamos políticas públicas eficazes e educação financeira que nos preparem melhor para a aposentadoria. Não podemos mais adiar essa questão. Nosso futuro está em jogo.

*Presidente da Feintramag-MS