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Bela Vista-MS Sábado, 11 de Maio de 2024

Obras para evitar erosões em estradas vicinais e lavouras são retomadas em Bonito

Campo Grande (MS) – Após breve interrupção devido à pandemia da Covid-19, as obras de adequação das estradas vicinais de Bonito e região para evitar o surgimento de processos erosivos foram retomadas. A força tarefa que visa proteger e garantir a qualidade do solo e das águas envolve a Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), através das vinculadas Agraer e Imasul; a Agesul, Prefeitura de Bonito, produtores rurais e entidades da sociedade civil.

“Estamos concentrados na drenagem das estradas, trabalhando no trecho de 17 quilômetros da estrada que liga Bonito à Fazenda São Geraldo. Esse trecho tem relação direta com a cabeceira do Rio Formoso e os afluentes Rio sucuri e Formozinho”, explicou o técnico do escritório da Agraer em Bonito, Paulo Gimenes.

O problema

As intervenções – tanto em estradas vicinais quanto em lavouras da região – são executadas com orientações técnicas para evitar o surgimento de processos erosivos que carreiem sedimentos aos rios, causando o turvamento das águas, como ocorreu no verão de 2018/2019 e causou forte impacto no setor turístico. Desde então, o Governo do Estado, sob coordenação da Semagro, e em parceria com as prefeituras, Ministério Público, associações de produtores e organizações não governamentais, executa uma série de medidas para sanar o problema.

Tão logo o problema do turvamento das águas do Rio da Prata foi detectado, no verão passado, técnicos do Imasul, da Agraer e da Agesul estiveram no local fazendo uma pré-análise da situação. “Já nessa visita foram constatadas algumas possíveis irregularidades concernentes ao manejo do solo em propriedades próximas ao rio, e notificamos os proprietários para adotar as técnicas adequadas”, frisou o secretário da Semagro, Jaime Verruck.

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Posteriormente, os técnicos percorreram todas as propriedades da região, bem como as estradas vicinais e também o arruamento urbano, identificando pontos de deságua nos leitos dos rios Formoso, da Prata e seus afluentes. Feito esse mapeamento, os trabalhos passaram para a fase de determinar quais eram as intervenções adequadas, considerando o tipo de solo e as particularidades da região.

Esse trabalho de levantamento e orientação aos proprietários rurais sobre o que precisa ser executado na lavoura para evitar a erosão é feito gratuitamente pelos técnicos do Governo do Estado, enquanto equipes da Agesul e das prefeituras se encarregam das medidas corretivas na malha viária.

Orientação técnica

Ainda em janeiro, os engenheiros agrônomos Murilo Olyntho Machado e Gustavo Casoni da Rocha, que trabalham em programa de conservação de solo desenvolvido pela Esalq, a famosa Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da USP (Universidade de São Paulo), juntaram-se ao grupo compartilhando novas técnicas que foram adaptadas para implantar naquela região.

Em março o Governo do Estado publicou no Diário Oficial o Decreto 15.197 disciplinando o uso correto do solo na região de Bonito e Jardim. O decreto obriga que os proprietários rurais daqueles municípios apresentem à Semagro um projeto técnico de manejo e conservação do solo e água antes de implantarem novas atividades agrícolas. O decreto foi intensamente discutido com produtores rurais, trade turístico, Ministério Público, entidades civis e prefeituras.

No mesmo Decreto foi criada a Câmara Técnica de Conservação de Solo e Água, vinculada à Semagro, tendo como atribuição a emissão de pareceres e de recomendações técnicas acerca do Projeto Técnico de Manejo e de Conservação de Solo e Água. A Câmara é composta por representante e suplente da Semagro, Agraer, Imasul, Agesul, Famasul, Fundação MS, Embrapa, Prefeitura Municipal de Jardim, Prefeitura Municipal de Bonito.

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Nas lavouras

Paralelamente às obras nas estradas, os técnicos orientam os proprietários rurais para que executem intervenções nas lavouras objetivando a proteção do solo. Essas obras, entretanto, só podem ser feitas entre a colheita e o plantio de das culturas. Nesse momento o milho está em pleno desenvolvimento e vai demorar alguns meses ainda para ser colhido.

Há casos em que o produtor deixa de plantar nas margens das estradas, o que possibilita a adequação do solo. Ou em áreas de pecuária em que as obras não apresentam danos relevantes ao pasto. “Nesses casos realizamos o trabalho de adequação da estrada adentrando área de lavoura, com marcação de terraços. Assim fica completo o trabalho na microbacia, diminuindo o impacto na estrada principal e no rio”, completa Gimenes.

Outro ponto em que as máquinas da Agesul concentraram trabalho é na Rodovia Estadual MS-345, que liga Bonito ao município de Anastácio, no entroncamento com a BR-419. Nesse trecho as máquinas estão reforçando as barreiras já existentes para contenção de enxurrada, rebaixando as caixas de infiltração, abrindo canaletas e erguendo e abaulando o leito da rodovia.