O Grupo UBU repudia veementemente a censura direcionada ao seu projeto “UBU TRANS – Transformando Caminhos e Fronteiras”. Durante o período de 29 de abril a 8 de maio, estamos em uma jornada pelo interior de Mato Grosso do Sul, com sessões de teatro gratuitas visando democratizar o acesso à cultura e ao fazer teatral através do mencionado projeto, que foi contemplado pelo FIC – Fundo de Investimentos Culturais – da FCMS.
Seguindo o cronograma do projeto em 9 cidades sul-mato-grossenses, o grupo foi proibido de encenar suas peças “Pelega e a Porca Prenha” e “Uma Moça na Cidade” em Laguna Carapã (1º de maio), Amambai (2), e Paranhos(5) – que estava sob ameaça de manifestações populares devido à difamação e disseminação de fake news por parte da senhora Tânia Aparecida Ruivo da Luz, do ex-deputado estadual Rafael Tavares, Padre Angel – da pastoral familiar de Coronel Sapucaia e Danilo Assis Azambuja pré-candidato a vereador em Campo Grande. Ambos alegaram, em suas redes sociais, que se tratava de um projeto de ideologia de gênero, simplesmente pelo fato de o projeto conter a palavra “TRANS” em seu nome, ignorando completamente sua verdadeira proposta, que se refere a Trânsito (itinerância pelo interior do Estado – neste caso a região sul-fronteira).
É importante ressaltar o completo desconhecimento por parte desses indivíduos sobre a obra, uma vez que nunca procuraram o grupo para conhecer a trajetória de seu trabalho ou as peças em questão. O Grupo UBU reafirma que seus trabalhos nunca tiveram como foco a ideologia de gênero, mas sim a cultura, a arte, a educação e o combate à violência em todas as suas esferas e vertentes.
Violência que neste momento atinge os profissionais da companhia sob forma de difamação e calúnia, desconsiderando completamente a trajetória e a idoneidade do UBU, que possui 33 anos de história e muito trabalho dentro do Mato Grosso do Sul e em outros estados brasileiros. O Grupo UBU, que teve origem na UFMS em 1991, já passou por diversas denominações até se tornar Grupo UBU – Grupo de Artes Cênicas. Ao longo desses anos, acumulou um vasto currículo, incluindo 16 espetáculos, 5 performances, 8 prêmios nacionais, temporadas em diversos estados, participações em festivais de teatro e a realização do 1º Festival Nacional de Teatro de Campo Grande em 1996.
Destes 33 anos de existência do UBU, 21 anos com a montagem do espetáculo “Pelega e Porca Prenha na Mata do Pequi”, enquanto com o espetáculo “Uma Moça da Cidade” somamos 24 anos de apresentações que nos renderam prêmios, aplausos e uma aproximação calorosa com o público, sem nunca ter passado por tamanha censura e difamação.
A qualidade do trabalho do grupo é evidente, como demonstrado pela intensa carga de trabalho iniciada já nos primeiros meses de 2024, com dois projetos em execução, financiados pelo FIC e pela Funarte, obtidos por meio de editais de ampla e alta concorrência, sob avaliação de bancas rigorosas. Isso sem mencionar que o grupo possui mais um projeto recém-aprovado pela Funarte para ser executado. Algo que atesta a excelência de seus profissionais.
O Grupo UBU se coloca à disposição para quaisquer esclarecimentos relativos aos espetáculos e ao projeto supracitado, para dialogar e apresentar a história e a qualidade de seus espetáculos, a fim de evitar que caiam em discursos de ódio e fake news, desprovidos de conhecimento sobre a trajetória e o repertório artístico-cultural do grupo.
Acreditamos no poder da arte como ferramenta de valorização da cultura de MS, desenvolvimento da educação e respeito pelo próximo em todas as suas pluralidades. Antes de falar, é preciso se informar. Portanto, o Grupo UBU lamenta o uso de sua imagem e de seu trabalho para gerar informações falsas, em detrimento de interesses pessoais, promocionais e possivelmente políticos, especialmente considerando que o período eleitoral em nosso país se aproxima.
Campo Grande, 3 de maio de 2024.
Grupo UBU
Texto: Aline Lira – Lucas Arruda