De acordo com o livro Seleta do Agenciador Imobiliário, um roteiro de instruções úteis sintetizadas e explicadas, escrito por Gildásio Lopes Pereira, o desenvolvimento urbano tornou-se uma realidade apenas depois da transferência da família real para o Brasil, no princípio do século XIX, em 1807.
“O Rio de Janeiro era um pequeno burgo de ruas estreitas, cobertas de mato e iluminadas a candieiro de óleo de baleia. Mal podia acolher a Família Real. Quando a numerosa caravana ali chegou, viu-se que não havia moradia para ela. Então, o próprio Príncipe Regente requisitou as casas de residência dos habitantes. Enxotava os moradores e mandava pintar as fachadas das casas as letras maiúsculas ‘PR’ (Príncipe Real) que os despejados traduziam como ‘Ponha-se na Rua’ A revolta popular foi exasperada a ponto dos portugueses recusaram a moradia tomada dos locais e se propuseram a indenizá-los particularmente. Foi então que se pensou em intermediar as negociações, momento em que se fala de Antônio Armando Mariano de Arantes Costa, o primeiro corretor de imóveis do país.
No caso de Mato Grosso do Sul, nos idos de 20 de janeiro de 1963, um seleto grupo de Corretores de Imóveis funda a Associação de Corretores de Imóveis do então Mato Grosso, entre 1968 e 1970, conseguiram a sua transformação em Sindicato de Corretores de Imóveis. A criação do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis teve como primeiro passo o registro do Estado como jurisdição do CRECI 2° Região/SP (presidência de Antônio Benedito Gomes Carneiro). Foi, então, efetivada uma campanha para criação de 12 Conselhos Regionais, a partir de 1978, dentre eles o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da 14° Região (de Mato Grosso do Sul). O primeiro corretor de imóveis credenciado foi o Ubirajara Roehr, de número 001, sendo o primeiro presidente do CRECI da 14° Região/MS.
Os corretores de imóveis se esmeram em transformar sonho em realidade. Na verdade todo corretor tem um pouco de economista, administrador, psicólogo e, até mesmo, de conselheiro afetivo e espiritual. Os corretores são privilegiados, pois entram na vida das pessoas em momentos muito especiais, quando os sonhos começam a tomar forma, realizando um esforço em conjunto com o cidadão interessado em ter a sua casa própria. Momento em que se abrem em desafio. e se debruçam sobre os números, na tentativa de fazer a matemática entender que aquele apartamento, aquele terreno, precisa caber no orçamento do pretenso comprador.
Mas neste artigo, quero aludir os nomes do atilado Eli Rodrigues, do emérito colega de coluna Heitor Freire, a preclara Cecília de Andrade, a intimorata Tania Garcia Oliveira, o icástico João Teodoro da Silva, a intemerata Simone Ferreira Leal e o incomensurável Ubirajara Roehr (in memoriam), e certo que citando estes, estarei exaltando toda a classe. Que continuem tendo o porte e a tenacidade do Colibri, símbolo do profissional do ramo imobiliário. O colibri também é um intermediador na natureza. A semelhança com o corretor de imóveis ocorre ainda pelo fato desse pássaro voar em torno de cada flor, extraindo somente o essencial
De imóvel em imóvel, de residência em residência, todos os dias, o corretor busca sua subsistência, almejando concretizar negócios semeando novos lares e novas oportunidades. Como citou certa vez Eli Rodrigues: o corretor é um visionário, capaz de perceber potencial de progresso em regiões onde as demais pessoas não percebem. Da mesma forma como o colibri simboliza a luta para ver a beleza da flor aonde tantos não enxergam. O bater de suas asas significa o infinito, a continuidade da flor no portão a cada semana, assim como é o amor. E da mesma forma que colabora para o ciclo da natureza, o corretor de imóveis contribui para o desenvolvimento da sociedade.
*Articulista