Naomi Silman, do grupo Lume Teatro, esteve em Campo Grande em 2009 com o espetáculo O Não-Lugar de Ágada Tchainik que está celebrando 20 anos de criação este ano
Após uma longa espera de 15 anos, a renomada palhaça e atriz Naomi Silman retorna a Campo Grande com o espetáculo “O Não-Lugar de Ágada Tchainik”. Esta apresentação marcará os 20 anos do espetáculo, que não é encenado há dois anos e terá sua primeira exibição de 2024 na Capital, prometendo um reencontro emocionante e inesquecível. O espetáculo acontece nesta quarta-feira (29), às 20h, no Teatro Aracy Balabanian, dentro da programação da VII Pantalhaç@s – Mostra de Palhaç@s do Pantanal, após a abertura oficial do evento. A entrada é gratuita.
Naomi, conhecida por seu trabalho com o LUME Teatro, trouxe “O Não-Lugar de Ágada Tchainik” a Campo Grande pela primeira vez em 2009, durante o III FestCamp – Festival Nacional de Teatro de Campo Grande. Na época, ela estava grávida de seis meses de sua segunda filha e também ministrou uma oficina intensiva para atores, criando laços duradouros com a comunidade artística local.
“Foi um encontro muito gostoso. Conheci o Anderson Lima [um dos idealizadores da Pantalhaç@s] e outras pessoas maravilhosas de Dourados que vieram para o curso. Mantenho contato até hoje e nos reencontramos no Lume,” recorda Naomi. “Sempre ficamos com vontade de voltar, de nos reconectar com esse lugar”, revela.
A Magia do Espetáculo
“O Não-Lugar de Ágada Tchainik” se passa em um cenário apocalíptico, logo após a erupção de um vulcão, onde a sobrevivência é um desafio constante. Ágada Tchainik, a personagem central, convida o público a acompanhá-la em uma jornada repleta de interações, improvisos e uma conexão única a cada apresentação. Sob a direção de Sue Morrison, o espetáculo mistura a tradição do palhaço sagrado das tribos indígenas norte-americanas com a do palhaço europeu, resultando em uma experiência teatral rica e envolvente.
“O grande eixo do espetáculo é que ele dialoga muito com o público. Eu entro na plateia, compartilho muitas coisas, desmonto a ilusão do teatro construído. O público está dentro da cena, há muito improviso, então o espetáculo está sempre mudando,” explica Naomi. “Cerca de 40% do espetáculo é improvisado, depende do público”, conta.
Um Espetáculo Pessoal e Universal
Naomi reflete sobre a natureza pessoal e evolutiva do espetáculo, destacando como suas experiências de vida influenciaram sua arte ao longo dos anos. “O espetáculo que criei há 20 anos fala de sobrevivência após um desastre natural, e embora seja engraçado, aborda temas atuais que todos estamos vivendo. É um trabalho muito pessoal, sobre ser estrangeira, chegar a um lugar desconhecido, me adaptar e sobreviver. Sempre tento criar conexões específicas com o local e o público,” comenta Naomi, que é inglesa e vive no Brasil há quase 30 anos.
Este retorno a Campo Grande é particularmente significativo para Naomi, pois marca o início de uma nova fase para o espetáculo. “Estou muito feliz de iniciar a comemoração dos 20 anos do espetáculo em Campo Grande. Esta é a primeira vez que o estou apresentando este ano. É uma série de apresentações que começa amanhã,” afirma Naomi com entusiasmo. “Para mim, é muito significativo apresentar este ano e começar essa nova jornada em Campo Grande”, completa.
Naomi compartilha que, além da apresentação, continuará a tradição de ministrar oficina, mantendo viva a relação com a comunidade local. O retorno da artista com “O Não-Lugar de Ágada Tchainik” é mais do que uma simples apresentação; é um reencontro com o público, um momento de celebração e renovação artística. O espetáculo promete tocar corações e arrancar risos, mostrando que, mesmo em tempos difíceis, a arte da palhaçaria continua a nos conectar e a nos fazer refletir sobre a vida de uma forma leve e cômica.
A Pantalhaços é organizada pelo Circo do Mato em conjunto com a Cia Flor e Espinho Teatro e contemplada com recurso do FIC (Fundo de Investimentos Culturais), oriundo da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), do Governo do Estado.
Confira a programação completa da Mostra, que acontece de quarta (29) a domingo (2) na Capital:
Quarta-feira (29 de maio)
8h às 12h – Oficina
A Verdade do Palhaço: Palhaçaria com Técnicas Teatrais
Rafael Senna (palhaço Muzzarela/Rio de Janeiro)
Centro Cultural José Octávio Guizzo
14h30h Brincante
Palhaço Muzzarela (Rio de Janeiro/RJ)
ETI Iracema Mª Vicente
R. Rotterdan, 2053 – B Rita Vieira
16h30 Mixiriquinha
Palhaça Mixirica (Campo Grande/MS)
Sala Rubens Corrêa – Centro Cultural José Octávio Guizzo
19h30 – Abertura Oficial
20h – O Não-Lugar de Ágada Tchainik
Naomi Silman – Lume Teatro (Campinas/SP)
Teatro Aracy Balabanian
Quinta-feira (30 de maio)
9h30 às 12h30 – Oficina
Vivência: A Beleza do Ridículo
Com Naomi Silman (Campinhas/SP)
Sala Conceição Ferreira – Centro Cultural José Octávio Guizzo
14h – Mesa Redonda
Pedagogia do Riso E-book entrevista
Centro Cultural José Octávio Guizzo
17h – Pipockét Pernalhaça
TruPior – Dourados/MS
Centro Cultural José Octávio Guizzo
18h – O Grande Salto
Cia. Theastai – Dourados/MS
Centro Cultural José Octávio Guizzo
20h – Gran Cirque Brado
Circo Caramba e Damião e Cia (Americana e Campinas/SP)
Teatro Aracy Balabanian
Sexta-feira (31 de maio)
9h às 11h – Partitura Física para Palhaçxs – A Descoberta do Corpo Cômico
Palhaça Maku Fanchulini (Buenos Aires/Argentina)
Sala Conceição Ferreira – Centro Cultural José Octávio Guizzo
14h – Mesa 2 – O fazer artístico pós-pandemia e nos novos tempos (de inclusão)
Centro Cultural José Octávio Guizzo
17h – Kombinando com Cerrado
Du Cafundó (Rondonópolis/MT)
Teatro Aracy Balabanian
18h – Palhasseata
Centro Cultural José Octávio Guizzo
20h – Metro e Meio
Palhaça Maku Fanchulini (Buenos Aires/Argentina)
Teatro Aracy Balabanian
Sábado (1º de junho)
16h – O Concerto – Palhaçaria para bebês
Celeiro das Antas / Zé Regino (Brasília/DF)
Sala Rubens Corrêa – Centro Cultural José Octávio Guizzo
18h – O melhor show do Mundo… na minha opinião
Palhaço Ritalino (Londrina/PR)
Centro Cultural José Octávio Guizzo
20h – Encontro – Cia LaClass Excêntricos (São Paulo /SP)
Teatro Aracy Balabanian
Domingo (2 de junho)
16h – Kadulino, O Palhaço Corda Bamba
Circo Os Kaco (Taquaruçu/TO)
Centro Cultural José Octávio Guizzo
18h – Yo soy Américo
Cami Basterra (Rosario/Argentina)
Teatro Aracy Balabanian
20h – Encerramento – Cabaré
Centro Cultural José Octávio Guizzo