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Bela Vista-MS Quarta-Feira, 27 de Novembro de 2024

O Exército afastou três militares do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado de Bela Vista após treinamento que teve trágico saldo de uma morte e 89 militares. Os jovens precisaram buscar atendimento médico por sintomas de infecção viral. O exercício militar foi entre os dias 22 e 26 de abril.

Conforme apurado pela reportagem, foram afastados dois homens e uma mulher. Um é apontado como agressor dos recrutas. O segundo teria obrigado os participantes do treinamento a tomarem água com barro. Enquanto que a militar teria se negado a socorrer os recrutas que passavam mal.

Os nomes e as condutas dos militares foram citados durante reunião no Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores de Educação) de Bela Vista, realizada em 10 de maio. Na sequência, os familiares pediram o afastamento ao Exército e foram atendidos.

Morte – A família do soldado Vinícius Ibañez Riquelme, de 19 anos, só teve contato com ele no último dia do treinamento, em 26 de abril, quando ele já estava internado em estado grave no hospital de Bela Vista. Transferido para a Santa Casa de Campo Grande, o jovem morreu no dia seguinte (27 de abril).

Em choque com a gravidade da situação, Nilda Ibañez Acosta, de 42 anos, mãe do jovem, tentou explicação médica para o quadro. “Um médico perguntou se o Vinícius tinha doença preexistente. Disse que era um menino saudável. O médico me falou que foi muito esforço, treinamento pesado, acima do limite e muita falta de água”, disse Nilda ao Campo Grande News em 6 de maio.

A certidão de óbito atesta morte por realização de exercícios físicos rigorosos. Na causa da morte do jovem, também constam choque, necrose centro lobular, distúrbio hidroeletrolítico, desidratação e síndrome infecciosa.

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O Campo Grande News questionou o Exército sobre os motivos e prazos do afastamento, mas não recebeu resposta até a publicação da matéria.

Em entrevista no último dia 9, o general da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados, Abelardo Prisco de Souza Neto, informou sobre a instalação de um gabinete de crise.

“Caso a instituição identifique transgressão ou desvio de conduta as providências serão tomadas de acordo com o regulamento disciplinar do Exército”, pontuou Abelardo.

A previsão é que o processo administrativo leve 30 dias para ser concluído, mas pode haver prorrogação. Já o inquérito tem duração de 40 dias e depois da conclusão será encaminhado para o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS