Os veículos com tração 4×4 são projetados para suportar caminhos difíceis como nenhum outro modelo, seja qual for a situação – passeios, trilhas ou trabalho em terrenos acidentados.
Além da tração nas quatro rodas, há recursos especiais para enfrentar lama, pedras, buracos e outros desafios. Pneus especiais, suspensão elevada e reforçada, modificações no motor e no sistema de admissão são algumas adaptações possíveis.
Mas tudo isso requer um cuidado especial na manutenção. “Esse tipo de carro é exposto a terrenos acidentados, cobertos de lama, barro, areia e rochas, o que acaba com a pintura de carro”, diz André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). “Portanto, a limpeza e a verificação estrutural dos subsistemas, como direção, suspensão, chassi e freio, devem ser realizadas com frequência.”
O desgaste acentuado nessas peças eleva o custo da manutenção. Por isso, é importante saber o uso que será feito do carro para não extrapolar nas modificações e deixá-lo com peças mais caras do que o necessário.
Pneus específicos
Pneus de uso misto, por exemplo, são suficientes para encarar estradas de terra mais simples. Já em terrenos lamacentos ou pedregosos, é preciso de compostos mais apropriados para esse tipo de uso. Independentemente da utilização do carro, atenção adicional deve ser dada a pneus, suspensão e chassi.
“Os pneus precisam ser específicos para o terreno em questão e mais resistentes do que os convencionais”, afirma Mendes. Quanto à suspensão, o professor recomenda que ela tenha maior rigidez, além de amortecimento e curso apropriados para terrenos acidentados.
Também é importante fazer reapertos na suspensão do veículo 4×4 com certa frequência. Andar em terrenos acidentados, que causam muita trepidação, faz com que essas peças móveis se soltem com maior facilidade do que no asfalto.
“Por fim, o chassi reforçado protege os ocupantes em acidentes que podem provocar, inclusive, capotamento”, afirma. Existem no mercado kits de barras que reforçam a estrutura dos carros off-road e também os de competição em pista. As chamadas “gaiolas” preservam melhor os ocupantes em caso de capotamento. Em uma trilha, bater o teto do veículo em uma rocha pode ser fatal.
Troca de óleo antecipada
Outro cuidado é com o sistema de admissão de ar. Trilheiros que costumam atravessar rios instalam o snorkel, uma peça que puxa o ar na altura do teto do carro e o leva para o motor do carro, evitando a entrada de água.
Se “engolir” água, o motor pode sofrer calço hidráulico – quando a água impede o curso do pistão, provocando a quebra das bielas e até de válvulas. Nesses casos, só a retífica completa do motor resolve o problema.
Em veículos off-road, os próprios fabricantes recomendam que a troca de óleo seja feita na metade do tempo determinado, pois a terra pode contaminar o fluido com o uso constante nesse tipo de terreno.
A lama que impregna o carro deve ser removida rapidamente para evitar danos, por exemplo, na suspensão, que pode perder a maleabilidade na hora de entrar em ação.
O motor sujo também dificulta a visualização de eventuais vazamentos de água e óleo, levando o proprietário a adiar a manutenção que já deveria ter sido feita. Além disso, a terra molhada acelera processos de corrosão na carroceria do off-road.
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