O cenário do casamento na sociedade brasileira tem passado por transformações significativas nas últimas décadas, refletindo mudanças econômicas e psicológicas que afetam a forma como as pessoas encaram o compromisso matrimonial. Em meio a essas mudanças, é notável o afastamento do homem e a busca incessante das mulheres por uma vida conjugal, pela formação de uma família e pela realização da maternidade.
É inegável que o sexo antes do casamento se tornou cada vez mais comum. No entanto, é crucial refletir sobre as implicações desse comportamento, especialmente quando se trata do desejo de construir um casamento sólido e duradouro. O sexo precoce e sem compromisso pode minar o desenvolvimento emocional e espiritual de um ou ambos parceiros, criando obstáculos para um relacionamento verdadeiramente profundo e significativo.
Um dos pilares fundamentais para construir um casamento saudável é alicerçar a vida pessoal, profissional e espiritual nos ensinamentos e mandamentos de Deus. O respeito mútuo, a fidelidade e a compreensão são valores que encontram base em princípios espirituais sólidos. Ao seguir esses princípios, não apenas fortalecemos nosso relacionamento com Deus, mas também estabelecemos bases sólidas para um casamento resistente às adversidades da vida.
O verdadeiro amor não é apenas uma atração física momentânea, mas uma conexão profunda e significativa entre duas pessoas. Ao evitar o sexo antes do casamento, os parceiros têm a oportunidade de desenvolver um entendimento mais profundo de seus sentimentos, emoções e compatibilidade. Esse tempo de espera permite que eles se conheçam verdadeiramente, aprendam a lidar com desafios juntos e construam um amor duradouro baseado na compreensão mútua e na aceitação incondicional.
Os parceiros que preservam a intimidade atribuem um valor especial ao ato sexual dentro do casamento. A sexualidade é uma parte fundamental de um relacionamento conjugal, e adiá-la até o casamento contribui para a construção de uma atmosfera de respeito mútuo, confiança e compromisso. Esse nível de respeito pela intimidade fortalece o vínculo emocional entre o casal, criando uma base sólida para enfrentar os desafios que podem surgir ao longo da vida conjugal.
Quando o sexo entra na equação, pode criar uma pressão para que o casal tome uma decisão rápida sobre o casamento, em vez de permitir que o relacionamento se desenvolva naturalmente ao longo do tempo. Isso pode levar a casamentos precipitados que não foram devidamente considerados ou a uma ruptura do relacionamento diante, por exemplo, de uma gravidez indesejada.
Infelizmente, muitos jovens casais neste mundo moderno se envolvem sexualmente dias após se conhecerem, e em muitos casos, até no mesmo dia. Quando conseguem manter o relacionamento após explorar toda a intimidade, muitos caem numa rotina e não encontram estímulo para dar o próximo passo, o matrimônio.
E o que dizer quando o casal de namorados dormem junto na casa dos pais, com o apoio destes? Isso infelizmente tem se tornado comum na sociedade. É um grave erro dos pais que acabam sendo cúmplices das sérias consequências de atitudes dessa natureza.
De acordo com os ensinamentos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, publicados no livro “Princípios do Evangelho”, “Os pais podem começar a ensinar os filhos a terem atitudes corretas com o corpo quando ainda são bem pequenos. Uma conversa franca, mas respeitosa, usando os nomes corretos das partes e funções do corpo, fará com que cresçam sem se sentirem desnecessariamente constrangidos a respeito do assunto”.
Em última análise, a escolha de evitar o sexo antes do casamento não se trata de repressão, mas sim de valorização do próprio corpo, do respeito pelo parceiro, da obediência aos mandamentos de Deus e do reconhecimento da importância do compromisso matrimonial. Ao seguir esses princípios, as pessoas estão mais propensas a construir relacionamentos baseados em amor verdadeiro, compreensão mútua e respeito, criando assim alicerces sólidos para um casamento abençoado, feliz e duradouro.
*Jornalista e Professor