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Bela Vista-MS Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024

Prefeito de Costa Rica sai do PR e deve ingressar no PMDB para ser plano B na disputa pelo Governo

Campo Grande (MS) – O prefeito Waldeli dos Santos Rosa, de Costa Rica, saiu do Partido da República (PR). Ele encaminhou a solicitação por escrito ao presidente regional da sigla, ex-deputado Londres Machado, que deferiu o pedido. De acordo com o dirigente republicano, isso ocorreu há 15 dias. Antes havia o entendimento de que seria realizado encontro com todos filiados para que Waldeli falasse de suas pretensões de disputar o governo do Estado como ”o novo”, mas preferiu deixar as hostes republicanas antes.”Ele pediu e nós aceitamos ”, afirmou Londres.

Waldeli deverá aportar no PMDB levando na mala a expectativa de ser o candidato do partido ao governo do Estado. Ele sonhava com isso, até porque seu nome vem pontuando nas pesquisas de intenção de votos para disputa da cadeira do Executivo mais cobiçada do Parque dos Poderes.

Com a recente prisão do ex-governador André Puccinelli na terça-feira (14) – quando ficou 30 horas na cadeia, juntamente com seu filho, o advogado André Puccinelli Júnior -, o caminho pode começar a ser pavimentado para (e por) Waldeli. Muitos peemedebistas, aliás, cogitavam abrir os braços para receber o prefeito mesmo antes do episódio da Operação Papiros, a quinta fase da Lama Asfáltica, que atingiu André.

Como pediu sua desfiliação do PR há duas semanas, não se pode dizer que Waldeli está se aproveitando dessa situação de borrasca política que vive o ex-governador atualmente, até porque também sempre falou de sua intenção em colocar o nome, para a disputa, caso André Puccinelli decidisse não ser candidato em 2018. O PMDB, é claro, continua ”vendendo” a ideia de que não abre mão do seu principal líder para concorrer ao pleito, mas sabe das dificuldades que este enfrentará.

O presidente do partido, deputado estadual Mochi, durante entrevista na quinta-feira (16), antes da reunião da Executiva do partido que seria para ”checklist” da convenção (como ele explicou), defendeu André com relação ao episódio da prisão e disse que ele tinha sido convidado para participar do encontro e manifestado o desejo de não comparecer para ”não constranger” os companheiros. ”Ficou a critério dele participar, ou não”, salientou Mochi na oportunidade. O ex-governador não compareceu.

Mochi também falou sobre a estranheza a respeito da prisão, mas não deixou sem resposta quando questionado sobre se o episódio não afetava a imagem do ex-governador. Disse que, embora houvesse manifestação de apoio ao líder maior do PMDB, lembrou que muitas vezes a opinião pública condena, muito antes do julgamento.

” Olha, todos esses fatos eles geram, um primeiro momento, uma certa comoção por parte daqueles que conhecem, que acompanham (André Puccinelli) e, por outro lado, pode gerar um certo sentimento contrário. Entretanto, nada como um dia atrás do outro. Acho que no desenrolar do processo, e a nossa Constituição diz que ninguém pode ser condenado sem o prévio processo legal, sem uma sentença condenatória…. Não houve sequer denúncia, não existe nenhuma denúncia, então não houve uma denúncia, está tudo na fase de investigação. Só que para o cidadão que exerce função ou já exerceu, o simples fato da prisão na condição de condução coercitiva já o condenou antecipadamente às vezes. E isso que temos de ter todo o cuidado, nessa análise, nessa apreciação, e é o que nós vamos procurar ver”.

Depois dessa reunião, encerrada no início da tarde de quinta-feira, integrantes da Executiva foram ao apartamento do ex-governador. Na saída, anunciaram a decisão de adiar a convenção para dezembro. André Puccinelli foi econômico nas palavras e disse que deixava a decisão sobre os rumos do PMDB a critério dos companheiros.

Se o PMDB citava o nome de Waldeli como uma das possibilidades para a disputa do Governo – mesmo ele sendo de outro partido -, poderá agora trabalhar sobre esse projeto. O deputado Eduardo Rocha, líder do partido na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, em conversa com jornalistas há alguns dias afirmou que já havia convidado o prefeito para ingressar nas hostes peemedebistas para ”ele ganhar musculatura política” e se tornar o plano B para 2018. Vale ressaltar que o parlamentar é marido da senadora Simone Tebet, também uma das citadas como eventual candidata (ele tem ainda mais quatro anos de mandato), mas o próprio Eduardo não vê com bons olhos essa hipótese até porque pretende disputar uma cadeira na Câmara Federal.

O senador Waldemir Moka – outro expoente do PMDB – também já se manifestou durante entrevistas que Waldeli seria um bom nome para o governo do Estado. Uma delas foi feita aos jornalistas Fausto Brites e Ogg Ibrahin (no programa deste último, ”Diálogo Aberto”, na TV Record). Essas manifestações mostram, portanto, que Waldeli não encontraria resistência no partido para substituir André Puccinelli na disputa pelo governo do Estado.

André Puccinelli continua como pré-candidato. Até quando, o tempo e a Justiça dirão.