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Bela Vista-MS Sábado, 27 de Abril de 2024

População denuncia que escrivão judicial “virou dono” do Fórum de Porto Murtinho

Moradores e até autoridades de Porto Murtinho não estariam nada satisfeitos com os rumos que tem tomado o Poder Judiciário no município, tudo porque um dos servidores efetivos (concursados) lotados na Comarca simplesmente se tornou uma espécie de dono do fórum. Lá é ele quem manda e desmanda e que, inclusive, decide qual o tempo que uma medida judicial levará para ser cumprida.

Lotado no cargo de Escrivão Judicial, o servidor foi guindado ao posto de diretor do fórum, cargo comissionado da estrutura do Judiciário Estadual. Porém, como a comarca de Porto Murtinho encontra-se sem um juiz titular, os moradores denunciam que o servidor de nome Fauzer Kaderi tem agido como se fosse o próprio magistrado, tomando decisões que, certamente, contrariam a linha de atuação do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul.

Um morador que nasceu no município de Porto Murtinho há 62 anos e só ficou fora da cidade por cerca de três anos, período em que morou no município de Caracol, disse que recentemente saiu a condenação de um cidadão “de bens” da cidade, mas ele teria sido alertado sobre a ordem de prisão antes do seu cumprimento e fugido da cidade. O morador, que pediu anonimato, temendo represália, disse que não pode acusar ninguém diretamente, mas achou muito estranho que o cidadão fugisse antes que um Oficial de Justiça fosse escalado para o cumprimento da ordem de prisão.

Outro morador, também sob a condição de anonimato, disse que um parente muito próximo do servidor vive envolvido em todo tipo de “tramoia” na cidade, mas, por ser da “família do todo poderoso” acaba não sendo importunado pela Justiça.

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Localizada na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, bem na barranca do Rio Paraguai, a cidade de Porto Murtinho saiu do anonimato nos últimos dias graças aos investimentos que estão sendo feitos no município e no país vizinho e que resultarão na concretização da Rota Bioceânica, uma ligação entre o Brasil e o Oceano Pacífico que encurtará em quase 8.000 km a distância entre os centros produtores de commodities brasileiras, principalmente a soja, e os países consumidores da Europa e da Ásia.

Para moradores da cidade, esta nova realidade, que traz expectativa de que o município viva um novo surto de desenvolvimento, faz com que se torne urgente que as autoridades do Poder Judiciário Estadual procurem conhecer a realidade que se instalou na Comarca de Porto Murtinho, sob pena de a qualquer momento acontecer algo mais sério no município e que conspurque por completo a imagem do Judiciário Estadual.

Na denúncia apresentada à reportagem de Impacto que estava, na semana passada, na cidade de Porto Murtinho, há citação de tratamentos completamente distintos dados pelo servidor a casos muito parecidos. Há quem afirme taxativamente que ele usa de dois pesos e duas medidas em relação a pessoas amigas e pessoas com quem ele não tem boa convivência.

Outro relato dos moradores destaca que quando chega um novo magistrado no município ele trata logo de se aproximar do juiz para quem “faz a caveira” das pessoas que não gosta. Ou seja, “vende” a imagem que quer de seus inimigos criando de imediato animosidade entre o magistrado e pessoas que às vezes ele (o juiz) nem conhece.

As pessoas que foram ouvidas pelo jornal Impacto, sob compromisso de resguardar as identidades, conforme preceitua a Constituição Federal (preservação da fonte de informação), relataram outros fatos envolvendo o servidor da comarca, como o aparecimento do seu nome numa investigação da Polícia, mas, as investigações não levaram a nada de concreto, embora os vestígios.

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Todos estes fatos, segundo os denunciantes, faz com que algumas autoridades estejam “de olho” em Porto Murtinho que poderá ter visita inesperada de representantes de órgãos como a Corregedoria de Justiça de Mato Grosso do Sul.

A população aguarda e agradece se alguma medida for tomada no sentido de que a Comarca de Porto Murtinho deixe de ser uma “quinhão” de um servidor só e volte a ser um organismo a serviço do povo murtinhense.

Fonte: impactoms