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Bela Vista-MS Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
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Papa Francisco

O papa Francisco pediu na sexta-feira (8), na exortação apostólica Amoris Lætitia (A alegria no Amor), que sejam evitadas posturas rígidas perante situações “familiares irregulares”, como a dos divorciados que voltaram a casar. Ele apoiou a readmissão dos recasados nos sacramentos, mediante um processo de acompanhamento.

Na publicação, o papa indica “o caminho do discernimento”, ou seja, um padre deve identificar caso a caso “as situações irregulares”, como um casal de divorciados recasados, para que sejam readmitidos nos sacramentos.

“É importante que os divorciados que vivem uma nova união sintam que fazem parte da Igreja, que ‘não estão excomungados’, e não são tratados como tal, porque sempre integram a comunhão eclesiástica”, defendeu Francisco.

No entanto, ao longo de 260 páginas dedicadas à família e ao casamento, o papa não se refere diretamente ao acesso à comunhão, uma das principais reivindicações dos católicos divorciados e que voltaram a se casar pelo civil.

Os casais heterossexuais em união livre ou casados apenas pelo civil podem também ser “sinais de amor” e ter “estabilidade consistente através de um laço público”, quando a união é “caracterizada por uma afeição profunda”, escreveu.

Em relação aos homossexuais, papa Francisco defendeu o respeito e a sua não discriminação, mas destacou que as suas uniões não podem ser consideradas um casamento e condenou as pressões de organismos que procuram legalizar o matrimônio homossexual.

O papa afirmou que “todas as pessoas, independentemente da orientação sexual, devem respeitadas na sua dignidade e acolhidas com respeito, procurando evitar ‘qualquer sinal de discriminação injusta’ e particularmente qualquer forma de agressão e violência”.

“É inaceitável que as igrejas locais sofram pressões nesta matéria e que organismos internacionais condicionem a ajuda financeira aos países pobres à introdução de leis para instituir o ‘casamento’ entre pessoas do mesmo sexo”, acrescentou.

“Só a união exclusiva e indissolúvel entre um homem e uma mulher cumpre uma função social plena”, destacou.

Filhos
No texto, papa Francisco recomendou ainda aos pais que evitem “invasão nociva” da vida pessoal dos filhos porque, garantiu, “a obsessão não é educativa”, embora faça “sempre falta alguma vigilância”.

“Faz sempre falta alguma vigilância. O abandono nunca é saudável. Os pais devem orientar e alertar as crianças e adolescentes para que estas saibam enfrentar situações em que possam existir riscos, por exemplo, de agressões, de abuso ou de consumo de drogas”, afirmou.

No capítulo intitulado Sim à Educação Sexual, Francisco considerou ser “difícil pensar a educação sexual numa época em que a sexualidade tende a banalizar-se e a empobrecer-se”. Por outro lado, “só pode ser entendida no marco de uma educação para o amor”.

“A educação sexual deve dar informação, mas sem esquecer que as crianças e os jovens não atingiram uma maturidade plena. A informação deve chegar no momento apropriado e de maneira adequada à etapa que vivem”, recomendou.

“De nada serve inundá-los de dados sem o desenvolvimento de um sentido crítico perante uma invasão de propostas, perante a pornografia descontrolada e a sobrecarga de estímulos que podem mutilar a sua sexualidade”, acrescentou.

O papa criticou a expressão “sexo seguro” por “transmitir uma atitude negativa em relação à finalidade de procriação natural da sexualidade, como se um possível filho fosse um inimigo do qual é preciso proteção”.

A exortação Amoris Lætitia foi escrita a partir das conclusões dos sínodos dos bispos para a família, extraordinário e ordinário, que decorreram, respetivamente, em outubro de 2014 e 2015.