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Bela Vista-MS Domingo, 05 de Maio de 2024

“A obesidade é multifatorial, diversos pontos devem ser analisados, como a qualidade do sono, por exemplo”, diz nutricionista  

Discutir sobre a obesidade vai além dos números na balança, afinal, trata-se de uma condição que acomete pessoas de diversas idades e por causas que vão desde a má alimentação e noites mal dormidas até a desidratação e o sedentarismo. Variam também desde fatores genéticos até maus hábitos alimentares. Com os cuidados adequados, é possível reverter o quadro.

Entender quais são os estágios e riscos de estar obeso é o primeiro passo para levar uma vida mais saudável. Para isso, Dra. Erica Abel, endocrinologista e metabologista da Unimed Campo Grande, e Aline Macedo, nutricionista, dão informações indispensáveis. 

Quando é obesidade?  

Dra. Erica Abel – Endocrinologista e metabologista  

A obesidade é quando há o excesso de gordura corporal comparado à quantidade de massa magra. A obesidade é um cálculo. Toda vez que tiver um excesso de ingestão calórica e um gasto menor, há o acúmulo de gordura corporal e, dependendo do nível, pode passar a ser obesidade.  

Existem várias formas de diagnosticar a obesidade, como fazer a medida da circunferência abdominal, bioimpedância e o mais usado: o Índice de Massa Corpora, o IMC, que é o peso dividido pela altura ao quadrado.  

O IMC normal é entre 18,5 e 24,9. Entre 25 e 29,5 é o paciente com sobrepeso. Acima de 30 é obesidade, sendo a de grau 1 entre 30 e 34,5, obesidade grau 2 entre 35 e 39,5 e obesidade grau 3 acima de 40.  

Algo que precisa ser considerado também é que o IMC isolado não é uma medida perfeita, porque desconsidera alguns fatores, como por exemplo, o peso do paciente, que não é só gordura, como um atleta de halterofilismo, que é pesado, mas não é obeso. O grande problema da obesidade, na verdade, é o risco que expõe o paciente a doenças.  

Por que o índice de obesidade só aumenta?  

Aline Macedo – Nutricionista  

A obesidade é multifatorial, ou seja, diversos pontos devem ser analisados, como a qualidade do sono, a hidratação, o estresse muito elevado, falta de atividade física, comer muito rápido, entre outros. Estamos diante de uma geração que, tecnologicamente, está em constante evolução, mas em regressão nas práticas de qualidade de vida.  

Nada de privação!  

Aline Macedo – Nutricionista  

A dieta é um tratamento para todas as classes, mas não deve haver a privação, pois isso pode estimular um senso de preservação e depois de acúmulo de maior quantidade de alimentos.  

Dra. Erica Abel – Endocrinologista e metabologista  

Às vezes o pessoal faz uma restrição calórica muito intensa e acaba perdendo, junto com a massa gorda, a massa magra, com isso ocorre a diminuição da taxa metabólica basal. Por isso também as pessoas têm dificuldade na manutenção do peso, pois é necessário ter uma perda de peso gradual, queimando a gordura e preservando a massa magra.  

Sem contar que não é possível de se manter por muito tempo uma dieta restrita, por isso é tão importante mudar o hábito alimentar.  

Base da pirâmide  

Dra. Erica Abel – Endocrinologista e metabologista  

Em linhas gerais a mudança do estilo de vida é a base da pirâmide para todos os pacientes. Pacientes com sobrepeso ou obesidades grau 1, 2 ou 3, precisam de:  

– Atividades físicas regulares  

– Reeducação alimentar  

Estratégia de tratamento  

Dra. Erica Abel – Endocrinologista e metabologista  

– IMC acima de 30: é um paciente que tem indicação para utilizar medicação associado à mudança de estilo de vida. Pacientes com IMC entre 35 e 40, que tenham comorbidades, o procedimento cirúrgico passa a ser uma opção também    

– Sobrepeso: é um paciente que quando possui comorbidades (hipertensão, diabetes, apneia do sono, etc) é indicado o uso de medicamentos, além, claro, de exercícios físicos e alimentação saudável  

– IMC acima de 40: nesses casos pode haver a indicação cirúrgica, principalmente quando houve o tratamento clínico, de no mínimo dois anos, para perda de peso e não teve sucesso  

Remédio para emagrecer  

Dra. Erica Abel – Endocrinologista e metabologista  

Algo que precisa ser pontuado é que medicamentos, quando necessários, devem ser usados sempre com o acompanhamento médico.  

Rótulos  

Aline Macedo – Nutricionista  

Precisamos trabalhar de forma humanizada com os pacientes e buscar entender o que levou a essa situação. É psicológico? Em que momento foi ativado? Precisamos bloquear os gatilhos que fazem o paciente se sabotar.  

Sabotagem  

Aline Macedo – Nutricionista  

O paciente obeso costuma se sabotar. Ele quer começar atividade física, dieta, medicamentos. Ele quer começar a “mudar o mundo” e isso são gatilhos de sabotagem para ele falar que ele não é capaz de mudar, e é quando precisamos ajuda-lo a começar.    

Equilíbrio  

Aline Macedo – Nutricionista  

É preciso olhar a comida como vida e não como um fardo. A alimentação não é vilã. É necessário desconstruir a imagem de que comer bem é comer sem graça.  

Existe uma matemática perfeita que nos diz que precisamos comer de três em três horas? Não! Existe uma prática perfeita de jejum intermitente? Não! O que é necessário é aquilo que fica mais confortável ao paciente. É preciso ouvir o paciente.     

Para saber mais sobre o assunto acompanhe OBESIDADE: SAÚDE ALÉM DA BALANÇA no podcast Cuidar de Você, da Unimed Campo Grande. Basta acessar https://bit.ly/PodcastCuidardeVoce.