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Bela Vista-MS Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024

Na Capital, ministra do TST fala para mulheres líderes em ação de subsecretaria

Campo Grade (MS) – “As mulheres são as maiores vítimas das maiores violências existentes em nosso País. Nós, que estamos ocupando posições de lideranças, precisamos estar sempre motivadas para esta luta diária que representa milhares de mulheres invisíveis”. Assim, falando das posições que defende e de sua trajetória de vida, a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Delaíde Miranda, ex-empregada doméstica e filha entre nove irmãos, iniciou a conversa com aproximadamente 30 mulheres representantes de órgãos governamentais, lideranças feministas e de movimentos de classe, em ação promovida pela Subsecretaria de Políticas Publicas para as Mulheres (SPPM), ligada à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), na tarde desta sexta-feira (9), na sala de reuniões da governadoria.

Recepcionada pelo secretário de Governo, Eduardo Ridel, e pela subsecretária da SPPM, Luciana Azambuja Roca, a ministra também pode ouvir as participantes e compartilhar de suas experiências. “Temos uma grande oportunidade nesta tarde, que é a de ouvir uma pessoa que lutou e venceu, e que com certeza serve de exemplo para todas nós”, destacou a subsecretária da SPPM.

Uma das presentes, a subsecretária de Políticas Públicas para População Indígena, Silvana Dias, frisou a identificação da trajetória de vida da ministra em relação às mulheres indígenas. “Assim como a ministra teve dificuldades no começo, muitas patrícias tem uma vida difícil e até tripla jornada. Com esse exemplo podemos ter ainda mais argumentos de que se é possível vencer, mesmo diante de situações difíceis”, ressaltou. Silvana Dias ainda presenteou a ministra com uma cerâmica Terena, que nessa etnia indígena só pode ser confeccionada por mulheres.

A superintendente do Programa Vale Universidade (PVU) da Sedhast, Gisele Mioto, destacou à ministra o fato de 68% dos atendidos pelo PVU serem mulheres, assim como 63% dos casos reclamados no Procon/MS, de acordo com a superintendente do órgão, Rosimeire da Costa, serem realizados pela esposa ou chefe de família.

Trajetória da ministra

Aos 14 anos, Delaíde saiu da casa dos pais e mudou-se para a cidade para concluir o ensino fundamental. Para se manter, ela começou a trabalhar como empregada doméstica na casa de uma professora e um contador, que lhe pagavam menos de um salário mínimo. Delaíde não era responsável por todo o serviço doméstico. A própria dona da casa cuidava de algumas tarefas, assim ela tinha tempo para conciliar o trabalho com os estudos, que aconteciam todas as noites. Ela permaneceu neste emprego durante dois anos.

Em 1975, aos 23 anos, passou no vestibular de Direito. Ela não tinha como pagar mas conseguiu uma bolsa do governo, o então Crédito Educativo, e assim ingressou na faculdade. Durante quatro anos, trabalhou durante o dia e estudou à noite. Em 2011, foi indicada pela Ordem dos Advogados do Brasil para ocupar uma vaga de ministro do Tribunal Superior do Trabalho.

Texto e fotos: Leomar Alves Rosa (Vice-Governadoria e Sedhast)