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Bela Vista-MS Quinta-Feira, 28 de Março de 2024

Manoel Afonso

Amplavisão 1271 –  PMDB – refém da própria estratégia

ELE MUDOU  Em 2002   Zezé de Camargo e Luciano cederam de graça a música ‘Meu país’ para Lula usar na campanha do PT. Agora Zezé disse numa entrevista: “ …O Brasil precisa passar por uma depuração, até pensar no militarismo para reorganizar as coisas. Aí eles vão entregar de novo, ‘pronto, limpamos a corja aqui’.Acho que o Brasil precisava passar por uma depuração dessa”.

DECEPCIONADO   A declaração do cantor retrata sua decepção com o quadro. É bom que se diga: na campanha presidencial de 2002 a dupla ganhou R$1.275.000,00 pela apresentação em 11 comícios. Só esse valor  já é motivo para concluir: as empreiteiras sempre  investiram nas candidaturas. Naquele ano a estrutura petista de campanha foi coisa de cinema. Quem está lendo a nota ajudou a pagar a conta.

‘COMBUSTÍVEL’  Após ouvir o prefeito de Costa Rica – Waldeli dos Santos Rosa (PR) sobre suas pretensões de disputar o  governo em 2018, o  presidente regional do PR –  ex-deputado Londres Machado perguntou-lhe sobre a estrutura  financeira de apoio aos candidatos a deputado. Waldeli esclareceu que apenas bancaria a própria campanha. Experiente, Londres limitou-se a ouvi-lo sem maiores delongas.

A PRATICA  usual  é que o candidato  ao cargo majoritário se organize para atrair bons candidatos na chapa proporcional, resultando em votos a seu favor.  Isso implica na disposição de arcar com gastos mínimos, sob pena da campanha não alçar voo. Não se consegue separar essas candidaturas aos olhos do eleitor. E sem gastar não se tem companheiros puxadores de votos, sob pena de sofrer com o ‘voto camarão’.

GEORGE TAKIMOTO (PDT)  Aos 76 anos de idade é o deputado mais velho da Assembleia Legislativa. Vice prefeito ( 82) de Luiz Antônio – em Dourados – vice governador (86) e deputado federal (90).   Sobre  o cenário admite: é preciso atrair gente nova para a política, mas o ambiente  assusta os pretensos interessados.

BOA  AMARILDO! Todos acham lindo o Parque dos Poderes – a fauna e a paisagem de cerrado no entorno dos prédios administrativos. Mas muitas arvores já morreram e várias  espécies a caminho.  Esse é só um problema.  Daí que a iniciativa do deputado Amarildo Cruz (PT) em criar mecanismos  para gerenciar aquele local é necessária. Se por exemplo, cada órgão público criar estacionamentos de veículos, teremos um parque de cimento, sem vida.

TÁ CERTO? Uma simples resolução do Senado perdoou R$17 milhões de dívidas ( Funrural) de pessoas físicas e de empresas que adquirem a produção delas. Uma delas é a JBS. Nada contra a classe ruralista, mas esse perdão afronta o restante do setor produtivo que continua pagando altos encargos. Só porque o pessoal produz alimentos  deve ter tratamento diferenciado?

O PESSOAL  da agricultura – notadamente de plantio em alta escala – tem sido atendido pelos últimos governantes  ( Banco Central e Banco do Brasil) nos pedidos de reescalonamento da quitação de dívidas com juros  baixíssimos. Mas neste caso recente, o perdão  compromete o plano de recuperação da economia  do país  e mostra: o Palácio do Planalto é refém  da Frente Parlamentar da Agropecuária. Até onde  o Governo vai abrir as pernas?  Já rasgou a calça.

PREPOTÊNCIA  Repercute mais um caso grave envolvendo integrantes do Ministério Público Estadual.  Desta vez,o promotor Gilberto  Robalinho da Silva que determinou a retirada do veículo do local onde sua mulher atropelou e matou  na capital uma mulher de 91 anos de idade. O gesto contraria a lei e o discurso moralista do MPE de ‘defensor da sociedade’.  Mal súbito é dirigir falando ao celular. O Promotor  imagina a capital igual a sua Paranaíba no tempo dos coronéis?  E a OAB – vai se calar?

FADIGOU  Partido mais antigo do país, o PMDB jamais venceu uma eleição para o Palácio do Planalto. Chegou  lá com José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer em situações atípicas. Em 1988 Ulysses Guimarães tentou e ficou em 7º lugar só com 4,6% dos votos. Em 1994 foi a vez de Orestes Quércia: apenas 4,3%.  Em 2002, a ex-deputada Rita Camata (ES) foi vice de José Serra derrotado por Lula.

EVIDENTE  que o discurso do dr. Ulysses era apenas retórica democrática.  As lideranças  que o sucederam adotaram o oportunismo e fisiologismo como binômio de sobrevivência. Os currículos dos peemedebistas –  ex-presidente José Sarney, dos senadores Jader Barbalho, Edson Lobão e Renan Calheiros, do presidente Michel Temer, dos ex-deputados Henrique Alves e Eduardo Cunha e do ex-ministro Geddel Vieira atestam  isso.

A ESTRATÉGIA  Com enormes bancadas no Senado e Câmara, o PMDB tirou proveito, negociando cargos e vantagens nada republicanas. A indicação de Temer como candidato a vice de Dilma Roussef (PT) foi o casamento da conveniência com a necessidade ( do PT).  Ao longo dos anos o PMDB criou raízes  nas estatais e órgãos   onde  afloraram com escândalos da ‘Lava Jato’ e outras operações da Polícia Federal.

ENFIM… Os esquemas plantados no Governo  garantindo vantagens pessoais para suas lideranças e recursos para a estrutura partidária ficaram incontroláveis,  viraram casos de corrupção.  Os escândalos atingindo  lideranças nacionais respingam  nas lideranças menores. A associação do PMDB com a corrupção é  equação de fácil resolução.  A exemplo dos petistas, de saias justas,  os peemedebistas tem pela frente o desafio da pregação: sou do PMDB, mas não sou corrupto.  Conseguirão se livrar da pecha?

NO SAGUÃO  da Assembleia Legislativa ouvi a tese de que o envolvimento das raposas do PMDB em corrupção não conseguirão interferir nas eleições das cidades menores. Será? O eleitor interiorano estaria condenado a alienação eterna? Não frequentaria  a internet e nem assistiria os noticiosos da TV? Dizem que a mansidão do povo é proporcional a sua raiva e sede de se vingar.

A PRAGA  Para um ex-deputado federal da terra, a adoção das emendas parlamentares nos moldes atuais, constituiu-se  em crescente foco de corrupção encoberta  em prol dos  parlamentares patronos junto as empreiteiras.   Em alguns casos, a liberação de emendas geram comentários irônicos nos bastidores. Afinal, o Brasil mudou pouco após o episódio dos ‘Anões do Orçamento’, onde o ex-ministro Geddel Viera era apenas calouro na corrupção.  Lembra a carinha de aprendiz dele?

 DESAFIO-1  O deputado Carlos Marum (PMDB) trabalha com o desafio: administrar sua fidelidade/intimidade com o presidente Temer e o ex–deputado Eduardo Cunha sem se deixar  desgastar pelas denúncias de corrupção que atingira o Governo que defende ardorosamente.  Mas há quem entenda: o atendimento às suas bases eleitorais com emendas parlamentares garantiria a reeleição. É o jogo pela sobrevivência.

DESAFIO-2   Apesar da denúncia  de corrupção aceita pelo Supremo Tribunal Federal – por desvio e lavagem de dinheiro na BR Distribuidora – o deputado federal Vander Loubet (PT) é outro que confia no retorno eleitoral das emendas que conseguiu para dezenas de cidades. Sabe-se:  pretende ingressar num sigla que lhe permita a reeleição.

DESAFIO-3   Notório o esforço do deputado estadual Paulo Corrêa (PR) na presidência da CPI que investiga as irregularidades da JBS no MS. Candidato a reeleição,  quer compensar os desgastes sofridos em sua imagem no episódio mostrado na TV e internet,   flagrado ensinando o deputado  Felipe Orrro (PSDB) a fraudar o ponto dos funcionários de gabinete. A conferir.

‘FENIX’  Tenho ouvido manifestações da vice governadora Rose Modesto (PSDB). Bem articulada e com amadurecimento progressivo ao tratar de questões políticas, separando-as da religiosidade.  Praticamente se recuperou o embate eleitoral de 2016 e garante importante espaço para 2018.  Com luz própria, independe de seu irmão deputado  Rinaldo Modesto (PSDB).

A CONFERIR  Será que as lideranças do PT local que estão deixando o partido tem prestígio bastante para carrear votos para os partidos destinatários? Além do mais, parte do eleitorado está decepcionada com a corrupção envolvendo ‘nobres companheiros’. Mas não deixa de ser mais um ingrediente para o embate de 2018.

LULA  Apavorado, mostrou sua fragilidade na frente do Juiz Sergio Moro. Sobre o ex-ministro Antonio Pallocci  – suas declarações de que ele seria frio e calculista justificam a escolha para aquele importante cargo que exerceu nos dois governos petistas. Coitada da dona Marisa! Acabou sobrando pra ela a culpa pelo apartamento.

“Lula insulta a inteligência do povo”. ( ex-ministro Ciro Gomes (PDT)