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Bela Vista-MS Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

Inaugurada 4ª reforma de escola estadual que utilizou mão de obra e dinheiro de presos em Campo Grande

Campo Grande (MS) – O governador Reinaldo Azambuja e o juiz titular da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, Albino Coimbra Neto, inauguraram nesta quarta-feira (9) a reforma da Escola Estadual Professora Flavina Maria da Silva, no Jardim Botafogo, na Capital. O colégio foi inteiramente reparado por meio do projeto “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”, do Poder Judiciário, que utiliza mão de obra e dinheiro dos presos para custear reformas de escolas.

“Projeto inédito e inovador que deve ser seguido por outros estados do Brasil. Mato Grosso do Sul e o Tribunal de Justiça construíram um projeto que já possibilitou uma economia de mais de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos com a reforma de quatro escolas. Agora, esse dinheiro podemos aplicar em outros investimentos importantes para a Educação”, explicou o governador.

O Governo do Estado é parceiro do projeto permitindo o trabalho de ressocialização dos detentos. Por meio da Secretaria de Estado de Educação (SED), indica as unidades escolares aptas a receberem as reformas. Por meio da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), define os reeducandos que vão trabalhar nas obras públicas; eles são escolhidos conforme o comportamento e a habilidade exigida.

Reforma

Orçada em R$ 92 mil, a obra da escola estadual do Jardim Botafogo teve custo zero aos cofres públicos estaduais. Isso porque 10% dos salários de todos os detentos que trabalham em Campo Grande foram utilizados para a compra de material de construção – hidráulica, elétrica, pintura e outros. Para o juiz Albino Coimbra, a obra é fundamentalmente coletiva e aproxima os sistemas prisional e educacional, “talvez as duas maiores mazelas do País”.

Para o diretor do colégio, Everaldo Monteiro da Silva, a reforma da unidade escolar atende tanto os anseios da Educação e da Segurança Pública. “Cria dignidade para os detentos, com resocialização sem preconceito, e sentimento de dedicação e estudo nos jovens alunos”, comentou.

Durante 45 dias das férias de julho, 13 presos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira trabalharam na reconstrução do calçamento do pátio, colocação de tubulação e grades para escoamento da água da chuva, instalação de coberturas metálicas para proteção de alunos e servidores dentro da escola (passarelas) e revitalização do telhado de uma sala de aula que estava com a estrutura comprometida, além de pintura e reforma geral dos banheiros na parte hidráulica e elétrica.

Um dos detentos que ajudou na reforma do local, o eletricista industrial Marcelo Dias da Silva, 37 anos, explicou que a oportunidade de trabalhar para a comunidade “dignifica os reeducandos”. Profissional da área elétrica há 19 anos, Marcelo cumpre pena no regime semiaberto há três anos e seis meses. Das quatro escolas revitalizadas pelo projeto, ele trabalhou em três.

Já foram beneficiadas com o “Pintando e Revitalizando a Educação com liberdade” as escolas estaduais Delmira Ramos, no Bairro Coophavilla II; Brasilina Ferraz Mantero, no Jardim Leblon, e Padre Mário Blandino, no Aero Rancho.

Reportagem – Romilda Herebia