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Bela Vista-MS Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024
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Ex-advogado do prefeito divulgou diversos áudios com ameaças de retaliação à imprensa e, logo após, jornal foi retirado de circulação

Responsável pela defesa do prefeito Alcides Bernal (PP) em processo judicial contra a Câmara Municipal e secretário municipal de Juventude, o advogado Wilton Acosta divulgou diversas ameaças de retaliação contra a imprensa sul-mato-grossense em grupos de Whatsapp durante o final de semana. São vários áudios em que ele menciona ‘tolerância zero’ e ações judiciais, além de trocas de ofensas pessoais com colunistas conhecidos na Capital.

“Eu estou falando especificamente contra esses jornalecos que são publicados aí e financiados por grupos políticos, por grupos criminosos, que hoje são investigados em nosso Estado e no nosso município e quadrilhas que se formaram nesse Estado e agora continuam a agir como bandidos que são. Que estão financiando ataques à moral e à dignidade das pessoas e de quem estão investidos em cargos públicos. Estes terão tolerância zero sim e, se não tiver dinheiro para pagar indenização, vão parar na cadeia porque lugar de bandido é na cadeia”, diz em um arquivo de voz.

Os áudios começaram a circular nas redes sociais um pouco antes da apreensão da última edição do Jornal Boca do Povo, que seria distribuída neste domingo (31). De acordo com o proprietário do meio de comunicação Benedito Paula Filho, foram recolhidos 5 mil exemplares, de um total de 25 mil cópias impressas, após determinação da juíza Suely Saldanha. A capa do impresso trazia a imagem de uma estátua faraônica com o rosto do atual prefeito e a chamada ‘Bernal: A décima praga’.

Wilton Acosta afirma que a administração pepista sofre com as críticas da imprensa porque não ‘paga para falar bem’, no máximo, compra espaços publicitários. Segundo ele, as críticas são bem-vindas, mas a forma que estão sendo realizadas ultrapassaram todos os limites aceitáveis. Em outro trecho dos diálogos divulgados nas redes sociais, ele chama um colunista de “velho caquético”, “mendigo”, entre outros termos pejorativos, e destaca que possui a profissão de advogado enquanto seu interlocutor seria apenas “jornaleiro”.

“Penso que chegou a hora de acabar com essa brincadeira, com esse faz de conta, e de ficar assistindo levar porrada 24 horas por dia. Como se fosse normal esse tipo de ação, denegrir a imagem das pessoas e ficar por isso mesmo. Ah, que não tem como pagar, que não vale a pena. Vale sim. Acho que é preciso colocar as coisas no seu devido lugar. É preciso e chegou a hora de mudar esse estado de coisas que vivemos em Mato Grosso do Sul e principalmente em Campo Grande. Chega. Tolerância zero sim. É responder com a legalidade, com ação judicial para que isso não continue. É preciso acabar com essa fábrica de calúnia e difamações”, desabafa.

Imagens da apreensão do semanário – Foto: Divulgação

O secretário também comenta a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), que apontou o desvio de R$ 647.563,01 de verbas repassadas ao município pelo Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), para custear a merenda escolar. De acordo com ele, o prefeito e o ex-secretário de Educação, José Chadid, estão esclarecendo a situação judicialmente e, apesar da nomeação do vereador cassado Paulo Pedra na Secretaria de Governo, e do bloqueio de bens determinado pela Justiça, não há membros do Executivo condenados.

“No caso da merenda escolar e o que estiver sendo discutido em juízo, aliás nenhuma sentença condenatória há contra Alcides Bernal ou contra qualquer um dos membros do Executivo municipal, será respondido da Justiça. Com certeza todos os processos estão sendo respondidos na Justiça, dentro da legalidade e com as informações técnicas. Onde a verdade será esclarecida, onde a manipulação política que foi todo processo de cassação, inclusive da CPI do Calote, tudo isso está sendo esclarecido diretamente no processo judicial. Tanto esse do MPF como no outro já teve sentença, inclusive, por duas vezes absolvitória”, completa.

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