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Bela Vista-MS Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

Audiência pública para discutir preservação e produção da guavira lotou o plenário da Câmara Municipal de Bonito

Audiência foi promovida pelo deputado Renato Câmara autor da lei que denomina o fruto símbolo de Mato Grosso do Sul

Bonito (MS) – O“A guavira tem um grande potencial para gerar renda a ajudar a desenvolver o turismo. O passo agora é desenvolver a sua cadeia produtiva”, afirmou o deputado estadual Renato Câmara (PMDB) na abertura da audiência pública em Bonito que discutiu o fortalecimento e preservação dos guavirais e o aproveitamento comercial e turístico da fruta. O evento, realizado no Plenário da Câmara, foi promovido pelo Mandato do deputado, em parceria com a Prefeitura e Câmara Municipal.

O prefeito Odilson Arruda Soares parabenizou Renato pela iniciativa de tornar a guavira fruta símbolo de Mato Grosso do Sul – um projeto nesse sentido, de autoria do deputado, tramita na Assembleia – e pela realização da audiência em Bonito. A vereadora Maria Lúcia Gonçalves, presidente da Câmara, também destacou a importância da proposta de Renato.

O secretário de Turismo, Indústria e Comércio de Bonito, Augusto Barbosa Mariano, classificou a visão de Renato de propor o projeto de lei como a de um estadista. Para ele, o desenvolvimento abre importante possibilidade no turismo e na geração de renda. “A guavira é uma planta difícil de lidar e merece a nossa atenção”, disse.

O delegado federal do Desenvolvimento Agrário em Mato Grosso do Sul, Dorival Betini, também classificou como muito importante tornar a guavira fruto símbolo do Estado. Para ele, isso vai garantir a proteção da planta e abre possibilidade de geração de renda, principalmente na agricultura familiar.

O gerente regional da Agraer de Bonito, Paulo Cesar Gimene, acredita que manter os gravirais gera diversificação da renda e diversificação do gênero, uma vez que é uma atividade que pode ser desenvolvida na família pela mulher, tanto na coleta dos frutos quanto no seu processamento para a obtenção dos subprodutos. Segundo ele, 60% dos produtores da região de Bonito preserva um capão (porção de área) de guavira na propriedade.

O vereador Pedro Aparecido Rosário, o Pedrinho da Marambaia, disse que Bonito vai ganhar muito com a lei proposta por Renato. Ele disse ainda que é muito importante as ações que o deputado realiza pelo desenvolvimento regional. O também vereador Jorge Luiz Soares de Figueiredo, o Jorginho, falou da necessidade de estudos para que o produtor possa preservar os guavirais sem ter prejuízo com isso. Ele defende um programa de incentivos governamentais para quem desejar preservar. “Essa proposta de Renato é muito boa, porque valoriza as nossas coisas”, afirmou.

A pesquisadora da Agraer, Ana Cristina Araújo Ajalla, que engenheira agrônoma, falou um pouco na audiência das pesquisas que a empresa faz desde 2007 para a reprodução e cultivo comercial da guavira. Ela classificou o projeto de Renato como brilhante e que favorecerá o estudo e a preservação da espécie. Edmundo Volpe, também engenheiro agrônomo e pesquisador da Aglaer falou sobre a pesquisa para o sistema de produção consorciada da guavira.

O ex-prefeito José Arthur de Figueiredo disse que é possível desenvolver um sistema de preservação da guavira e produção dentro das normas do meio ambiente e sem prejudicar a agropecuária tradicional. “É uma fruta muito especial e temos de preservar”, disse. Fernanda Reverdito destacou a importância cultural da guavira como símbolo cultural de Mato Grosso do Sul.

Durante a audiência foram apresentadas experiências de pessoas que estão extraindo essência da fruta e planta, produzindo condimentos e geleias. Logo após o evento o deputado almoçou, acompanhado dos secretários municipais Augusto e João, em um restaurante de Bonito que serve peixe e porco ao molho da guavira e também sobremesas com sabor da fruta.

Renato explicou que a proposta da lei que torna a guavira fruta símbolo de Mato Grosso do Sul é preservar a planta, já que restam poucas áreas de produção natural no Estado, grande parte do ainda existe em Bonito. “Temos que preservar o que é nosso e encontrar o caminho para desenvolver uma cadeia produtiva que gere renda e desenvolvimento para o Estado, de forma democrática, sem prejudicar a ninguém. Nossa proposta é agregar e não substituir”, afirmou, acrescentando. “Quem sabe no futuro não vamos receber gente do mundo todo no Estado na época da cata da guavira”.

Participaram também os secretários municipais de Bonito João Antonio Alves de Oliveira (Produção e Desenvolvimento Rural) e Alexandre Augusto Ferreira Ferro (Meio Ambiente), vereadores, pesquisadores e lideranças locais.