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Bela Vista-MS Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

Deputada diz que números derrubam fato determinado da CPI do Genocídio

A deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) apresentou hoje (6) relatório da Superintendência de Inteligência de Segurança Pública – Coordenadoria de Fiscalização e Controle, com histórico de homicídios de indígenas em Mato Grosso do Sul.

Com esses números, a parlamentar rebateu nota divulgada recentemente pelos movimentos sociais e partidos de esquerda que defendem a abertura da CPI do Genocídio e apontou que as mortes nas aldeias, em sua maioria, ocorrem entre os próprios indígenas.

De acordo com a nota, pelo menos 390 índios foram assassinados nos últimos 12 anos em Mato Grosso do Sul. O documento apresentado por Mara Caseiro revela que, somente de 2008 a 30 de setembro deste ano, foram registrados 229 boletins de ocorrências, figurando índios como vítimas de homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Foram esclarecidos 167 dos casos.

Desse universo, 85 crimes foram cometidos por adolescentes infratores indígenas. Dos 229 boletins de homicídio registrados, 155 foram mortes praticadas por indígenas contra indígenas.

“A maioria dos assassinatos foi motivada pelo consumo excessivo de álcool e drogas”, observou a parlamentar, ao ler o relatório.

Mara Caseiro deixou claro que não é contra a instalação de nenhuma CPI na Assembleia Legislativa, muito menos a do Genocídio. Entretanto, questionou o direcionamento dado à possível investigação a ser instaurada na Casa.

“Genocídio onde? É bom que fique claro que a maioria dos assassinatos ocorreu entre os próprios indígenas. Não podemos permitir que mortes aconteçam, de índios ou não índios, é preciso mesmo investigar, mas com critério”, defendeu.

Mara Caseiro voltou a ressaltar que o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que é alvo de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa, pode ter grande responsabilidade nesse cenário, o que poderá ficar comprovado durante as investigações.

Isso porque, de acordo com as denúncias que chegaram à Comissão Parlamentar de Inquérito, em vez de trabalhar para melhorar a qualidade de vida nas comunidades indígenas, o órgão vem pregando o ódio nas aldeias e incentivando as invasões.

A deputada voltou a afirmar que respeita os indígenas, defende que eles cresçam e se desenvolvam como qualquer cidadão brasileiro, com direitos e deveres. “O que eu quero é que a Constituição Federal seja cumprida, porque o direito dos indígenas não pode sobrepujar o direito à propriedade, de quem tem suas terras tituladas”, disse.

Fernanda França – Foto: Victor Chileno