Campo Grande, 18 de fevereiro de 2025 – A Frente Parlamentar em Apoio ao Comércio e Serviços, coordenada pelo deputado Renato Câmara, realizou uma reunião de trabalho na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para discutir novas oportunidades de negócios entre Mato Grosso do Sul e a província argentina de Jujuy. O encontro reuniu autoridades, empresários e representantes do setor produtivo dos dois países, com foco na ampliação do turismo e no fortalecimento das relações comerciais de serviços e produtos.
Durante a reunião, o deputado Renato Câmara destacou o papel estratégico de Mato Grosso do Sul como elo entre os mercados do Brasil e da Argentina, ressaltando a importância da Rota Bioceânica para a integração econômica da região.
“O que a população quer saber é: quais os benefícios que a Rota Bioceânica vai trazer para os empresários e para a população? A FCDL, por meio da presidente Inês, junto com a comissão da Argentina, veio conhecer de perto as nossas potencialidades. E a Assembleia Legislativa está presente nessa discussão para promover e destravar legislações e projetos que precisam ter continuidade. O nosso compromisso é garantir que esse desenvolvimento chegue, de fato, até a população.”
Além do deputado Renato Câmara, participaram do encontro o embaixador João Carlos Parkinson, coordenador nacional dos Corredores Rodoviário e Ferroviários Bioceânicos pelo Ministério das Relações Exteriores, o presidente do Celeiro MS, Rodrigo Trambuch, a administradora e intermediadora de negócios Joana Baptista, e Rodrigo Jeferson, também representando o Celeiro MS. O setor produtivo de Mato Grosso do Sul foi representado pelo presidente da CDL, Leonardo Santiago, e pela presidente da FCDL-MS, Inês Santiago. A Fundação de Cultura de MS também esteve presente, com a participação de Giovana Corrêa, representando o diretor-presidente Eduardo Mendes. Já o setor do turismo foi representado pelo diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS, Bruno Wendling.
A delegação argentina contou com a presença da presidente do Conselho Profissional de Ciências Econômicas de Jujuy, Blanca Julia Juarez, além de empresários e especialistas do setor logístico e comercial. Durante o encontro, os representantes argentinos destacaram o interesse em ampliar a participação cultural e turística, mencionando a possibilidade de integrar eventos realizados em Mato Grosso do Sul, como o Festival América do Sul, realizado em Corumbá. Atualmente, Mato Grosso do Sul já participa do Festival de Chamamé em Corrientes, fortalecendo os laços culturais entre os dois países.
Parceria econômica e cultural entre MS e Argentina avança, incluindo voos entre Campo Grande e Jujuy, expansão do câmbio no interior para moedas como guarani e peso argentino, e maior integração em eventos como o Festival América do Sul.
O embaixador João Carlos Parkinson ressaltou que o setor do turismo deve ser um dos principais beneficiados com essa aproximação entre os territórios.
“A parte mais concreta é a promoção do turismo. Há um enorme potencial a ser explorado, e temos todo o interesse em aproximar os nossos territórios. A melhor forma de fazê-lo é através de voos entre os nossos destinos.”
O debate também trouxe reflexões sobre a viabilidade de um voo ligando Campo Grande a Jujuy, como explicou o diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS, Bruno Wendling.
“É possível ou é viável um voo entre os países Campo Grande e Jujuy? Eu acho que é viável, mas agora é preciso um trabalho conjunto para identificar a demanda real das duas regiões. A Argentina já tem um fluxo de milhares de turistas argentinos viajando anualmente, tanto de forma aérea quanto terrestre. Agora, cabe aos países, províncias e estados fortalecer essa relação, levantar um planejamento, trabalhar com o mercado e, claro, criar ações estratégicas para impulsionar essa demanda.”
Já a presidente da FCDL-MS, Inês Santiago, enfatizou o papel da Federação como elo entre o setor público e privado, destacando o trabalho conjunto para impulsionar o desenvolvimento regional.
“Enquanto Federação, temos o importante papel de ser essa interlocutora entre o setor privado e o setor público. E essa missão se fortalece com a participação fundamental e a sensibilidade do deputado Renato Câmara, presidente da Frente Parlamentar do Varejo de Comércio e Serviço, que tem sido um grande parceiro nesse debate. Também contamos com a presença essencial e o compromisso do ministro Parkinson, que tem demonstrado total dedicação a esse projeto da Rota Bioceânica. Esse é um trabalho conjunto para garantir que as oportunidades e os benefícios desse corredor cheguem ao comércio, ao setor produtivo e à população.”
Com o diálogo estabelecido, as próximas etapas envolvem a formalização de acordos e a implementação de projetos que consolidem essa aproximação.
Fonte: Por: Débora Louise G. Guglielmelli Foto: Romulo Montagna
Com as obras em andamento e o sonho da Rota Bioceânica cada vez mais perto, os empresários que moram no principal corredor (bioceânico) de Mato Grosso do Sul estão cheios de esperança para ampliar os investimentos, expandir os negócios e viver uma nova realidade econômica, que pode vir com exportação de produtos, turistas estrangeiros e geração de empregos.
Dentro do Estado este corredor parte de Campo Grande (BR-060), segue por Sidrolândia, Nioaque, Guia Lopes da Laguna, Jardim, até chegar em Porto Murtinho, pela rodovia BR-267. Lá segue a construção da ponte binacional, que liga o Brasil ao Paraguai, Argentina e portos chilenos, em direção ao Oceano Pacífico. A previsão é que ela fique pronta no primeiro semestre de 2026.
Neste caminho as oportunidades começam a aparecer. O produtor rural Israel Pereira Vieira tinha lavoura e criação de pecuária na sua fazenda São Clemente em Sidrolândia, quando começou um novo desafio na sua vida, que é promover turismo ecológico na região. Junto com sua família montou um pacote de trilhas e contemplação da natureza, que inclui uma caminhada de 5 km pela mata, até chegar em cinco cachoeiras exuberantes.
Situado bem no percurso da rota, ele espera que esta nova realidade aumente sua clientela e quem sabe traga turistas internacionais para sua fazenda. “Acredito que com a rota o nosso movimento vai aumentar, tenho esta esperança quando ela estiver pronta. A rota vai ser muito boa para nós, tenho ideia até de colocar um restaurante na rodovia, pois faz falta aqui na região, quem sabe até uma borracharia”.
Israel conta que está se preparando para este momento, tanto que já passou por uma capacitação de 240 horas para a função de condutor de turismo, pois é o comandante da trilha. Ele espera investir e ampliar seu negócio.
“Nosso pacote funciona assim, o cliente agenda com antecedência. Chega aqui cedo, ganha um café da manhã pantaneiro (arroz carreteiro, sopa paraguaia e chipa) e segue por uma trilha de 5 km até chegar em cinco cachoeiras. Aproveita para tomar banho e na volta ainda tem almoço. Nosso objetivo em breve é colocar uma piscina e ainda abri um camping para o pessoal acampar. O turista respira ar puro, tem contato com a natureza e sai de alma lavada”.
Israel Pereira com a esposa na sua fazenda de ecoturismo
Caminho promissor
O município de Jardim é um dos eixos principais do corredor bioceânico dentro do Mato Grosso do Sul. O escoamento de produtos e turistas vão passar pela cidade para seguir a Porto Murtinho. Com este cenário positivo, os empresários da região estão confiantes no crescimento da economia e expansão das vendas.
Alberto Galassi Duarte representava uma multinacional do setor agropecuário, quando percebeu que a empresa não atendia algumas demandas, como rações, proteicos e energéticos para pecuária. De olho nesta oportunidade abriu sua própria empresa (Galassi Nutrição Animal) em Jardim que preenchia esta lacuna. Atualmente tem estrutura e logística para atender os produtos da região. A Rota Bioceânica é a “cereja do bolo” e a certeza de um futuro promissor.
“Este é um fator que gera muito entusiasmo e otimismo na gente, tem uma visão clara que o Governo do Estado está fazendo sua parte e caminhado na direção certa para viabilizar a rota. Jardim faz parte deste corredor, uma cidade que Deus colocou no centro deste trajeto. Fica claro para nós o tamanho da oportunidade aberta ao setor empresarial. Vamos fazer parte deste ciclo para desfrutar das condições. Nós vislumbramos também exportar nossos produtos para nossos vizinhos paraguaios”.
De olho nas novas tecnologias e no impacto ambiental, Zadrick Mendonça fundou a startup “Óleoponto”, que fornece um sistema de reciclagem de óleo que é normalmente é descartado em pias, ralos e bueiros. Empresário de Jardim, ele abriu este negócio sustentável e pensa em expandir a iniciativa com o corredor bioceânico.
“Eu inventei uma máquina inteligente que coleta óleo de cozinha. Desenvolvemos a tecnologia e participamos inclusive da COP26, no ano de 2022 por esta iniciativa. Hoje ela está em operação no Rio de Janeiro e estamos trazendo ao Estado. Com a rota podemos visualizar estas oportunidades. Os empresários da cidade estão se preparando para esta realidade. Aqui antes era uma rota de fim de linha, agora viramos o centro para exportações e seremos protagonistas”, avalia Zadrick.
Ponte binacional em Porto Murtinho
Porta de entrada
Porto Murtinho é a porta de entrada e saída da Rota Bioceânica. A cidade estratégica que liga Mato Grosso do Sul e o Brasil por este corredor que vai sair no Oceano Pacífico e encurtar o caminho aos mercados asiáticos. No local se concentra uma das principais obras deste projeto, que é a ponte binacional.
A estrutura financiada por Itaipu Binacional, terá 1.294 metros de comprimento e 29 metros de altura em relação ao leito do rio Paraguai. O seu orçamento é de U$$ 85 milhões. Ela está sendo construída na fronteira entre Porto Murtinho e a cidade de Carmelo Peralta, no Paraguai. Neste momento mais de 65% dos trabalhos já foram concluídos.
A expectativa é que fique pronta no primeiro semestre de 2026. São 400 homens trabalhando na estrutura. Os viadutos já foram finalizados e os pilares (implantados) já passaram de 60% tanto do lado brasileiro, como o paraguaio.
Neste momento está sendo feito o balanço sucessivo da ponte de 350 metros, que é uma particularidade que diferencia a obra das demais. Este é um método de construção que consiste em avançar segmentos de concreto, chamados aduelas, até cobrir o vão necessário.
“Os trabalhos estão em pleno vapor, com mais de 400 pessoas disponível para obra. É uma estrutura que vai unir o Brasil ao Paraguai, Argentina e Chile. Ela representa integração, desenvolvimento e prosperidade”, garante Douglas Oliveira Pereira, gerente de produção da ponte binacional.
Na cidade também segue em andamento a obra de acesso à ponte binacional. Esta alça começa pela rodovia BR-267 até a entrada da ponte. Neste trecho serão pavimentados 13 km, dispondo ainda da construção de um centro aduaneiro, trabalho de terraplanagem e acesso elevado à estrutura binacional. O investimento será de R$ 472,4 milhões por parte da União, sendo a principal obra do lado brasileiro.
No olho do furacão
Para quem mora em Porto Murtinho, a cidade sempre foi vista como “fim de linha”, o último caminho que termina no Rio Paraguai. No entanto o corredor bioceânico mudou esta realidade e “acendeu a chama” para quem deseja empreender ou ampliar seu negócio. Estar no “olho do furacão” para colher os frutos do futuro.
Bruna Coelho morava em Brasília e resolveu mudar para Porto Murtinho em 2019 por motivos pessoais. No começo fazia sua mala e saia para vender roupas pela cidade. O negócio cresceu e ela resolveu desenhar os modelos e fazer sua própria coleção de pijamas personalizados, que podem ser usados durante todo o dia. Com uma loja na Capital e outra na fronteira, conseguiu levar seus produtos até o Chile, antecipando a integração que vai ocorrer com a rota.
“Desenvolvemos várias coleções, entre ela a do Pantanal, que deu muito certo. Nossos pijamas são usados como look, para sair na rua e passear, tanto para homens como mulheres. Comecei a ser chamada para muitos eventos e desfiles em 2023, até chegar em Iquique (Chile), em uma ação junto com o Sebrae, onde consegui fazer minhas primeiras vendas no país”, afirmou Coelho.
Ela espera investir ainda mais na loja de Murtinho, inclusive abrindo a sua própria produção das roupas. “Estamos no portal da rota, tenho planos de montar esta produção, que vai nos favorecer com a logística em relação aos custos. Também queremos abrir novas unidades na Capital e em Bonito”.
Annice Diaz abriu sua agência de turismo
Além do mercado empresarial, o turismo também terá espaço neste cenário promissor. Annice Diaz abriu uma agência de viagens e resolveu fazer pacotes de ida e volta, para trazer grupos de turistas sul-americanos ao Mato Grosso do Sul e também levar os brasileiros a cidades importantes dos países vizinhos. A ponte binacional vai ser o “passaporte premiado” que faltava neste cenário.
“Sou turismóloga de formação, sempre tive o sonho de criar uma agência de viagens, criar roteiros e atender os turistas daqui além da pesca, mas mostrando o lado da história, cultura e belezas naturais. Já fizemos o cicloturismo, onde seguimos por enquanto de balsa, atravessa para Carmelo Peralta e dali seguimos de bicicleta até a construção da ponte. Depois voltamos com um roteiro contemplando as belezas naturais”, conta Diaz.
Annice destacou que muitos turistas paraguaios já vieram para o Estado por meio da sua agência para conhecer Porto Murtinho, até chegar em Bonito. “Tivemos por exemplo a turma de menonitas, que são colônias alemãs instaladas no Paraguai e vieram para Bonito. Outros grupos já me procuraram para Dourados, Jardim e Campo Grande. A rota vai ser uma grande oportunidade. Vou fortalecer minha agência, buscar parcerias e criar novos produtos agregados. Porto Murtinho é uma cidade com muito potencial”.
Já o empresário Neodi Vicari abriu três empreendimentos na entrada de Porto Murtinho. Além do posto de gasolina, também instalou um restaurante e um espaço de triagem e estacionamento dos veículos de carga, com a capacidade de 400 carretas. O principal negócio do grupo é a Mecari Distribuidora, que é em Campo Grande, que é uma das 50 maiores atacadistas de material de construção do Brasil.
Grupo montou posto de gasolina, restaurante e estacionamento de veículos
Leonardo Rocha, Comunicação do Governo de MS Fotos: Saul Schramm
Com a estruturação dos projetos aduaneiro e de segurança para a Rota Bioceânica, Mato Grosso do Sul inicia a preparação para o funcionamento do sistema que deve reduzir em 90% o período de espera dos processos de importação e exportação, a partir de Porto Murtinho, onde está sendo erguida a ponte do corredor bioceânico ligando o Atlântico ao Pacífico.
O serviço alfandegário para entrada e saída de mercadorias entre o Estado e o Paraguai atualmente ocorre em Ponta Porã – município na fronteira com Pedro Juan Caballero – e já registrou espera de 20 dias. Mas com a integração feita por meio da Rota Bioceânica, a previsão é de que o intervalo para formalização deve ocorrer em até dois dias.
O trajeto da Rota Bioceânica sai do Estado – pelo município de Porto Murtinho – em direção ao Paraguai, Argentina e Chile como opção de trajeto mais curto até o Oceano Pacífico, facilitando assim o acesso aos mercados asiáticos, chegando até países como China, Japão e Índia.
Professor de direito aduaneiro da UEMS (Universidade do Estado de Mato Grosso do Sul), Lúcio Flávio Sunakozawa atua nos estudos para instalar um modelo para o projeto estratégico operacional do Estado.
“Como a Rota não está concluída, ainda não existe nenhuma normativa em relação a aduana, até porque vamos construir uma Central de Alfandega em Porto Murtinho. Neste local serão instaladas a Receita Federal, Anvisa, Ibama, PRF, Polícia Federal, e outros que se fizerem necessários. Ainda estamos na fase das tratativas com os países vizinhos, principalmente o Paraguai, além da Argentina e do Chile”, explicou.
Atualmente, todo o escoamento produtivo exportado de Mato Grosso do Sul para o território paraguaio é feito via Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.
“Já tivemos casos que o caminhão esperou por 20 dias para conseguir fazer o trâmite. É muito prejudicial, atrasa a entrega de produtos no tempo dos contratos internacionais e acaba onerando o custo de transporte e logística das exportações e importações. Este exemplo é importante para debater e aprofundar os mecanismos que podemos adiantar para o processo de funcionamento”, disse Sunakozawa.
O professor da UEMS destaca que as negociações e tratativas para a operacionalização burocrática do serviço aduaneiro na Rota Bioceânica, para entrada e saída de mercadorias no Paraguai, se faz necessária desde já, inclusive com a participação do Governo Federal, que é o responsável pela área.
“É importante negociar no sentido de diminuir o tempo de fiscalização, com implemento de equipamentos, uso de inteligência artificial, que serão importantes para o trabalho alfandegário, com segurança e rapidez”, afirmou.
O complexo aduaneiro, além das instituições brasileiras, também deve integrar os órgãos de fiscalização e controle do Paraguai, para que o trabalho seja feito por ambos os países em um só lugar.
“Em Carmelo Peralta [cidade do lado paraguaio] não está sendo construído o complexo aduaneiro, então a proposta é aproveitar a integração. Com isso acreditamos que no máximo em dois dias, se tiver a modernização dos equipamentos, o trabalho poderá ser feito. A maior dificuldade é a harmonização das normas alfandegárias, convergir a regras e sanar as divergências”, disse o professor.
Outra sugestão apresentada e que está em estudo e avaliação é o uso de chips nos containers. “Já é algo utilizado em portos internacionais e poderia ser adotado para o escoamento da produção de Mato Grosso do Sul, pois dispensa fiscalização pessoal, é feito via satélite, com controle digital, acelera muito o tempo do desembaraço aduaneiro”.
Segurança
A segurança é uma das principais preocupações em relação ao Corredor Bioceânico, por isso, para mitigar riscos e reduzir impactos socioeconômicos na região, será construído um Centro Integrado de Controle de Fronteira, com o objetivo de coibir práticas criminosas e garantir o fluxo seguro de pessoas e mercadorias.
“Observamos diversas necessidades de segurança no corredor da Rota Bioceânica, por isso se faz necessário o aprimoramento das políticas de segurança nas fronteiras”, disse o assessor da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) responsável pelo projeto de segurança da Rota, Luiz Alexandre da Silva, que completa.
“Além disso, a questão dos investimentos em tecnologias de controle de fronteira, que permitiram uma vigilância mais eficiente e uma detecção precoce de ameaças. Como a inteligência artificial, uso de reconhecimento facial, câmeras de leitores de placa. Enfim, desenvolver e investir nessas tecnologias para a área de controle integrado, e também em todo o controle de fronteira”.
Em Mato Grosso do Sul, o ponto de controle para passageiros em carros e ônibus contará com a atuação conjunta de diversos órgãos, incluindo Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), fortalecendo a fiscalização e a segurança ao longo da Rota.
“A área de controle integrada e unificada vai abrigar toda a fiscalização, inclusive de imigração, vigilância, dos dois países. Então, esses órgãos de fronteira vão funcionar no mesmo local, é para agilizar o processo do desembaraço, tanto de cargas, transporte de passageiros, assim como também o processo de migração dos turistas que vão passar por ali, sejam eles cidadãos nacionais ou não. E tudo isso estará instalado na área da alça, que tem previsão de ser concluída em 2026”, explicou da Silva.
Essa estrutura fortalecerá a segurança viária, o enfrentamento ao crime organizado, além do resgate e salvamento de vítimas, promovendo uma maior sensação de segurança para todos os usuários do trajeto. Outro desafio crucial é o mapeamento das questões de segurança nos quatro países envolvidos (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile).
A integração e cooperação entre nações e órgãos de segurança serão fundamentais para alinhar protocolos e otimizar o trabalho das autoridades, garantindo um controle eficaz das fronteiras. No caso do Paraguai, por exemplo, é essencial compreender os mecanismos específicos de segurança e padronizar os procedimentos para uma atuação coordenada.
Além disso, a infraestrutura deve estar bem aparelhada para lidar com incidentes de grande proporção, garantindo recursos e apoio adequados em casos de emergências e eventos inesperados no trajeto.
Entre os assuntos que serão discutidos estão as questões aduaneiras, de infraestrutura, segurança, logística, oportunidades de negócios de comércio exterior e internacional, além do turismo e outras esferas socioeconômicas.
Obra
Com a Rota Bioceânica, a previsão é de ganhos expressivos na exportação, importação, competitividade dos produtos regionais, e promoção de intercâmbio entre o Brasil e a Ásia, além do Mercosul e do Chile.
O Governo de Mato Grosso do Sul mantém investimentos robustos nas cidades que farão parte do trajeto, entre elas Porto Murtinho, que recebeu R$ 40,6 milhões em obras nos últimos anos. Também foram garantidos incentivos para reativar a hidrovia do Rio Paraguai, atraindo operadores e empreendimentos portuários à região.
Outro foco foi a articulação junto ao Governo Federal para realização das obras complementares que vão contribuir com a Rota Bioceânica. Entre elas o acesso à Ponte Bioceânica, por meio da rodovia BR-267, onde serão pavimentados 13 km, além da construção de um centro aduaneiro, trabalho de terraplanagem e acesso elevado à ponte.
O investimento será de R$ 472,4 milhões por parte da União. Também está sendo feita a restauração de 101 km da rodovia BR-267, que liga o distrito de Alto Caracol a Porto Murtinho. As obras tiveram início na semana passada, de acordo com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes).
Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS
*colaborou Evelyn Souza Fotos: Saul Schramm
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pautou para a quinta-feira (6) o julgamento do recurso de Edicarlos Oliveira Lourenço, candidato a vereador em Porto Murtinho nas Eleições de 2024. A candidatura de Edicarlos foi indeferida por decisão da Justiça Eleitoral.
O juiz eleitoral Mateus da Silva Camelier assina a sentença. No pedido de impugnação da candidatura, o MPE (Ministério Público Eleitoral) afirmou que o candidato não apresentou a documentação completa sobre quitação e antecedentes criminais.
Na decisão, o juiz lembra que o candidato apresentou documentação de 10 processos. Em pelo menos dois processos citados por Edicarlos, houve condenação por disparo de arma de fogo, previsto no art. 15 da Lei 10.826/03. Outro processo com condenação é tipificado no art. 147 do Código Penal, sendo por ameaças.
No entanto, mais de 30 outros processos não foram listados pelo candidato.
“É bem verdade que em parte deles é possível constatar de plano que já foi extinta a punibilidade, contudo há diversos outros que somente consta a situação de “baixado”, não se podendo visualizar o motivo ou estado atual do processo”, apontou o juiz.
Por isso, destacou que houve descumprimento da legislação e determinou o indeferimento do registro de candidatura de Edicarlos.
Assim, o candidato recorreu da decisão, chegando até a instância Superior. O agravo regimental é relatado pelo ministro do TSE, André Ramos Tavares.
O ex-vereador afirmou que enviará nota posteriormente, devido à indisponibilidade no momento.
Na manhã desta quinta-feira, 31 de janeiro de 2025, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Salim Cafure “Jamil Eleor Garcia” sediou um importante debate sobre hanseníase, reunindo profissionais da saúde, autoridades e a comunidade local. O evento teve como objetivo conscientizar a população sobre a doença, reforçando a necessidade do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico contínuo.
Especialistas alertam sobre sinais e diagnóstico precoce
A palestra principal foi conduzida pela fisioterapeuta hansenóloga Kaciane Mochizuke, especialista com habilitação pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz e coordenadora do programa de hanseníase e tuberculose no município. Utilizando imagens ilustrativas, Kaciane explicou os sintomas da hanseníase e os desafios do diagnóstico precoce. “A hanseníase pode ser confundida com uma simples alergia, o que dificulta sua identificação. Por isso, é fundamental que profissionais e população estejam atentos aos sinais”, destacou.
Durante o evento, as médicas Dra. Lavínia Gomes de Castro e Dra. Paola Cessel reforçaram a importância do acompanhamento médico após o início do tratamento. “Muitas vezes, os pacientes chegam com uma enfermidade, mas não retornam para informar se os medicamentos prescritos tiveram efeito. Esse feedback é crucial para o acompanhamento e para a melhoria dos serviços de saúde”, ressaltaram.
Compromisso com a saúde pública
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae e continua sendo um desafio para a saúde pública no Brasil. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar sequelas e interromper a cadeia de transmissão. A UBS Salim Cafure “Jamil Eleor Garcia” tem desempenhado um papel essencial na conscientização e no atendimento à população, reforçando seu compromisso com a saúde e a qualidade de vida dos moradores.
O evento contou também com a presença da coordenadora da UBS, Fernanda Carneiro, do dentista e vereador Dr. Antônio Viana, além dos colaboradores da unidade. Ao final, os participantes puderam esclarecer dúvidas e receber orientações detalhadas, promovendo um diálogo aberto entre comunidade e profissionais de saúde.
A iniciativa reforça a importância da união entre poder público, profissionais de saúde e a população no combate a doenças negligenciadas, como a hanseníase, e no fortalecimento das ações de promoção à saúde no município.
Nesta segunda-feira, o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, esteve em Campo Grande para uma série de reuniões estratégicas voltadas ao desenvolvimento do município. Acompanhado da secretária adjunta de Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, Agricultura e Pesca, Regina Heyn, da gerente de Assuntos Legislativos, Isabel Fróes, e da arquiteta Fernanda Gonzaga Ferreira, o gestor tratou de temas como habitação, segurança pública e infraestrutura.
Pela manhã , o prefeito participou de uma reunião na Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (AGEHAB) com a diretora-presidente Maria do Carmo Aversani Lopez e sua equipe, incluindo Ubiratan Rebouças Chaves, diretor executivo; Rui Pires dos Santos, da administração superior e assessoramento; Raphael, gerente de regularização fundiária; e Vania Fiori, gestora de execução de empreendimentos. O encontro teve como pauta o Programa Minha Casa, Minha Vida, com o objetivo de viabilizar a construções de novas moradias para Porto Murtinho, atendendo à crescente demanda habitacional da cidade.
Na sequência, Nelson Cintra esteve com o secretário de Justiça e Segurança Pública, Cel. Ary Carlos Barbosa, para discutir o aumento do efetivo policial no município, em preparação para a Rota Bioceânica. O reforço da segurança é uma prioridade diante do crescimento esperado na região. Também participaram da reunião o assessor especial da SEJUSP-MS, Luiz Alexandre Gomes da Silva, além das representantes da administração municipal.
Já no período da tarde, o prefeito participou de uma reunião com a equipe da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciânica, Tecnologia e Inovação (SEMADESC), representada por Daniela Paiva e Lúcio Lagemann, para a organização do 6º Fórum da Rota Bioceânica. O evento será fundamental para fortalecer a cooperação entre os municípios e promover o avanços do projeto.