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Bela Vista-MS Sábado, 27 de Abril de 2024
Primeiro Empretec Indígena do País floresce em solo Ofayé, entre pinturas e bordados que contam a história de um povo

Primeiro Empretec Indígena do País floresce em solo Ofayé, entre pinturas e bordados que contam a história de um povo

Uma pequena comunidade em número, mas gigante no talento de contar a história de um povo através da pintura e do bordado das folhagens e animais presentes no território Ofayé.

Na aldeia localizada a pouco menos de 10 quilômetros de Brasilândia, câmeras e microfones disputavam espaço para registrar o feito inédito que acontecia ali. Em 2.475 hectares, as 126 pessoas das últimas 32 famílias Ofayé do mundo, ganharam a atenção do País pelo que move a comunidade.

Ramona Coimbra Pereira tem 40 anos, é uma das lideranças da aldeia, vice-cacique, está à frente do grupo de artesãs, e quem em ofayé se chama “Fokoi Fwara”. “Significa pé de tamanduá, que é igualzinho ao pé de um bebê. Meu avô, assim que me viu, viu meu pé e que era igual, ficou Fokoi Fwara”, conta.

“Fokoi Fwara”, que em ofayé quer dizer “Pé de tamanduá”, Ramonaé vice-cacique da comunidade Ofayé. (Foto: Bruno Rezende)

Embora seja da etnia Ofayé, Ramona nasceu longe do território, no período em que seu povo foi expulso da terra e viveu entre os Kadiwéu, próximo a Bodoquena. “Lá tem uma extensão muito grande, e acharam que o Ofayé ia se adaptar lá, mas não se adaptou porque a realidade de lá é totalmente diferente daqui. Os Ofayé sempre viveu aqui, a vida toda, desde sempre, à beira do rio, desde Taquarussu, Ivinhema, essa região todinha subindo e descendo sempre foi a região dos Ofayé”, contextualiza.

O artesanato ressurgiu na comunidade em meados da década de 2010, através de cursos que ensinaram as mulheres a transpor o desenho da memória para o tecido. Até então, a história da etnia vinha sendo passada para a arte apenas através do arco e flecha. “As outras coisas não tínhamos mais, se perderam. Quando veio esse projeto para a aldeia, foi de alguma forma para revitalizar a história do povo”, lembra a vice-cacique.

O trabalho feito junto às mulheres “tirou” o desenho delas, para que se tornassem pinturas e bordados. “Não é que ensinaram a copiar, mas ensinou a tirar o desenho dela. Tipo: imagina um tatu, eu vou desenhar um tatu. Não vai ser igual. Você vê que os desenhos são todos diferenciados, é quase parecido, mas não é. É a imaginação delas”, explica Ramona.

Entre máquinas de costura, tecidos, bordados e pinturas, a história do povo vem sendo passada adiante. (Foto: Bruno Rezende)
Na parede do ateliê, uma “colinha” com o nome e os pontos a serem bordados, de forma a “padronizar” o trabalho artesanal das mulheres ofayés. (Foto: Bruno Rezende)

Por trás do artesanato, o tema escolhido reflete a história, o pertencimento e também o medo de um povo que já disse adeus ao território. “Quando foram embora para outra terra, os animais ficaram tudo para trás, e isso daqui veio para trazer. Um dia, uma delas me falou que era importante desenhar os animais, ‘porque vai que um dia a gente perde de novo’?” reproduz a vice-cacique.

Ao falar elas e delas, a vice-cacique se refere a 16 mulheres artesãs da região que passaram pelo 1º Empretec Indígena, realizado no início do mês de abril, no município de Brasilândia, em Mato Grosso do Sul, entre elas, a anciã Neuza da Silva, de 64 anos.

“Nasci aqui na aldeia, nesse município mesmo, de pai e mãe Ofayé”, se apresenta. É dela a famosa toalha que despertou ainda mais o orgulho da cultura do povo ao aparecer em uma novela das 9, no ano passado.

“Eu que fiz aquela toalha, quando eu vi, falei ‘ué, pra onde minha toalha foi parar?’ Eu nem acreditei né, Foi alguém que levou lá, que comprou, aí todo mundo ficou, veio em casa falar. Nem acreditei”, recorda.

A toalha tinha folhagens e animais, e desde então, dona Neuza segue recebendo pedidos para costurar mais. O bordado, a costura e a pintura foram aprendidos ali, na comunidade, e hoje são as atividades que ela mais gosta de fazer. “Gosto de tudo, costurar, bordar, pintar, tudo”.

Anciã, dona Neuza viu toalha feita na comunidade sair em novela das 9. (Foto: Bruno Rezende)

Uma das particularidades do trabalho do povo Ofayé é imprimir nas estampas também sua escrita, já que falantes, mesmo, da língua materna dá para se contar nos dedos. “Eu gosto de falar, mas eu não tenho mais ninguém para conversar comigo. Tem só minha prima, mas ela mora longe, e quando a gente se encontra, conversa em ofayé”.

Dona Neuza até tenta nos ensinar como cumprimentar alguém ao chegar no ambiente, mas passar a sonoridade para a escrita é tão desafiador quanto tecer a memória de um povo.

“Pra quem não sabe é difícil, as letras mesmo eu não sei escrever nada”, diz a anciã que sonha em ver a continuidade da língua, da cultura e do artesanato nas próximas gerações da família. “Meu sonho é ver meus filhos, meus netos, aprender também, né? É uma oportunidade. A gente não tinha nada, ninguém conhecia nós, nada. Agora vem bastante gente aqui passear, comprar, que a gente faz”, narra orgulhosa.

Artesanato que conta uma história

Cacique da comunidade Ofayé Anodhi, única aldeia da etnia no País, Marcelo da Silva Lins, escreve e explica que ‘Anodhi’, significa “nossa terra”, território hoje ocupado por 32 famílias e que contabiliza os 126 últimos Ofayés do mundo.

Aos 40 anos, ele vem de uma família de Ofayés, filho da anciã Neuza, e que sabe de cor a história de seu povo. Para chegar ao bordado e às pinturas de hoje, o cacique avisa que é preciso costurar presente e passado. “Tem que começar a contar um pouco da história da nossa população indígena Ofayé. Na década de 40 a 60, o nosso povo era estimado em 2.200 e poucos em número de população. Durante todas essas décadas, nós fomos massacrados, e perdemos muitas vidas”, ensina.

Hoje cacique, Marcelo relembra infância ao falar da luta dos ofayés pelo território de origem. (Foto: Bruno Rezende)

Retirados do território tradicional em meados dos anos de 1960, e levados até a região de Bodoquena, a população não se adaptou, e tentou voltar sozinha para a “nossa terra”.

“Muitos morreram e muitos seguiram para outros lugares perdidos, sem saber a direção de voltar. Aqueles que voltaram e chegaram aqui nessa época da década de 60, 70, e não tinha mais nada. Foi assim que começou uma andança nas beiras de rodovia, fazendo acampamento até que se resolvesse a nossa questão fundiária. Nessa época, os nossos líderes, que hoje não estão mais aqui entre nós, travaram uma batalha por anos e anos. Me lembro que eu era criança nessa época, e aí eu ficava olhando as lideranças falando, falando, batendo naquela tecla”, narra Marcelo.

Até que a responsabilidade chegou em Marcelo, que conta ter estudado para aprender sobre o movimento indígena, de diferentes etnias, dentro e fora do Estado de Mato Grosso do Sul, e se tornar cacique. Mais adiante, ele também seria testemunha da resistência dos Ofaié através da linha.

“Em 2011, nós juntávamos um grupo de 20 mulheres, encabeçado por minha mãe, dona Neuza, que é anciã, e aí começava a fazer e a pensar que hoje, no mundo que nós vivemos, o massacre que nós vivemos, perdemos a vida e perdemos a natureza, nós não temos mais os apreparos de fazer o arco e flecha, de fazer os nossos colares. E aí nós viemos adaptando aquilo que nós temos hoje, conseguimos realizar os nossos artesanatos, a passo lento de início, mas que ao longo do tempo, foi ganhando espaço. Começou a sair para a cidade do município, depois foi para outra cidade, depois foi para o estado, depois cruzou a fronteira do nosso Brasil, chegou a ir para a Espanha, Canadá, o nosso artesanato”, relata.

Empretec Indígena

Assim como as mulheres ofayé costuram bichos e folhas, a história entre o artesanato e o Empretec Indígena foi sendo tecida, a partir de conversas entre lideranças indígenas da etnia e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.

Na busca por ter o trabalho da comunidade mais valorizado e reconhecido, Marcelo Silva relembra que a primeira porta que se abriu para a ideia do Empretec Indígena foi através da Cidadania. “Conversando com a Secretária de Cidadania, ela pediu para mim contar um pouco da história do povo e eu falava. Ali nasceu a ideia de trazer o Empretec para a população indígena, e ela fez esse compromisso de fazer o primeiro dentro de um território indígena. Eu falava: ‘mas como, se nós somos tão pequenininhos em vista de outras grandes populações que temos em nosso Estado?”, recorda.

Empretec Indígena floresceu em solo ofayé para valorizar ainda mais o trabalho das mulheres da comunidade. (Foto: Bruno Rezende)

Em números, Mato Grosso do Sul, segundo o IBGE é o terceiro estado com maior população indígena do País. São 116 mil habitantes indígenas, que estão presentes em todos os 79 municípios, e pertencem a oito etnias, a menor delas é a dos Ofayé.

“Pra mim, como liderança, como cacique, eu me sinto muito honrado, porque hoje a nossa população é uma das mais pequenas, mas a gente vê que também existe. E se está acontecendo aqui esse seminário é pela visão que tivemos dentro desse território, da vontade das mulheres em progredir, em crescer. Nós temos potencial de crescimento, isso foi provado nesses dias de aula, queremos e vamos conquistar os nossos espaços. Queremos buscar a nossa autonomia, a sustentabilidade do nosso povo sem deixar de ser indígena”.

Na prática

Facilitador do Empretec há 31 anos, o consultor do Sebrae/MS Francisco Júnior já levou formação para empreendedores, grandes produtores rurais, e agricultores de pequenas comunidades, mas faltava no currículo chegar até as comunidades indígenas.

“Comecei a pensar num modelo de trabalho que poderia ser oferecido para eles, e aí esse modelo de trabalho que veio ao encontro exatamente com aquilo que a Secretaria da Cidadania quer, que é o empreendedorismo e sustentabilidade”, contextualiza Francisco.

Facilitador do Empretec, o analista do Sebrae/MS Francisco Júnior explica que metodologia foi adaptada para a realidade indígena da região. (Foto: Bruno Rezende)

O Empretec não é uma novidade em Brasilândia. O Sebrae MS encontrou junto à Prefeitura um grande parceiro para o desenvolvimento dos trabalhos, que deu o suporte para que as pesquisas começassem na comunidade, cerca de quatro meses atrás.

“A partir desse momento eu vim para cá, para a comunidade, entender, conversar, fazer entrevistas com as mulheres, com os homens, aquela coisa toda, e onde o Sebrae definiu que seríamos a primeira turma, e que seria feita com as mulheres”, completa o facilitador.

Francisco Júnior explica que a metodologia do Empretec se manteve íntegra, e apenas a “musculatura” se adequou à realidade indígena, também à medida em que a convivência entre eles se estreitava. “O que eu espero que vá mudar aqui? Já está mudado, as mulheres já estão querendo produzir o tempo inteiro, estão com a cabeça cheia de ideias. No seminário do Empretec, a gente substitui todos os conceitos técnicos de empreendedorismo por experiências reais. Eu mostro pra eles como é que se faz hoje para definir um objetivo, mostro como é que podemos melhorar a eficiência dentro de qualquer processo, como fazem e agora é com elas”, resume.

Ao fundo, de branco, secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, junto com vice-governador José Carlos Barbosa e do ministr em exercício, Eloy Terena, em dança ofayé. (Foto: Bruno Rezende)

Para a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, o Governo do Estadod e Mato Grosso do Sul é instrumento para empoderar grupos indígenas, em especial, mulheres.

“Autonomia, desenvolvimento sustentável, e para além disto, é pensar no empoderamento e para que também mude uma chave não para as populações indígenas, mas para a sociedade não indígena, de ver toda a potencialidade que as comunidades indígenas têm e que a diversidade cultural sul-mato-grossense passa pelas comunidades indígenas”, enfatiza.

Antropóloga, Viviane Luiza também pontua que o Empretec Indígena adaptou a metodologia para que realmente seja respeitada a cultura, as tradições e os saberes ancestrais.

“O resultado é este, é uma prática que o Sebrae quer levar para todos os estados, os municípios que têm comunidades indígenas. Não tenho dúvidas de que, a partir de agora, a cultura indígena criou a capilaridade e vai para o Brasil afora, para o mundo com o primeiro Empretec Indígena”.

Paula Maciulevicius, Comunicação da Cidadania

Eleições 2024: Cartório Eleitoral de Bela Vista atenderá em dia e horário especiais

Eleições 2024: Cartório Eleitoral de Bela Vista atenderá em dia e horário especiais

Eleitoras e eleitores têm até 8 de maio, para tirar a primeira via do título ou regularizar a situação eleitoral e votar no pleito municipal de outubro. O alistamento dos jovens que completam 16 anos até o 1º turno e desejam comparecer às urnas em 2024, mesmo tendo o voto facultativo, encerra-se na mesma data.

Bela Vista

O Cartório Eleitoral de Bela Vista estará atendendo aos eleitores de Bela Vista e Caracol/MS em dias e horários especiais:

Dia – 20/04 (sábado) – das 8h às 13h

Dia – 27/04 (sábado) – das 8h às 13h

Dia – 01/05 (feriado do dia do trabalhador) – das 8h às 13h

Dia – 04/05 (sábado) – das 8h às 13h

Dia – 05/05 (domingo) – das 8h às 13h

Opções

É possível solicitar as operações sem sair de casa, por meio do autoatendimento eleitoral. No entanto, para a emissão do título é necessário que o eleitor compareça ao cartório eleitoral ou postos do Poupatempo com serviços da Justiça Eleitoral em até 30 dias para a coleta dos dados biométricos e validação do pedido. Para o atendimento presencial, a pessoa deve realizar agendamento prévio no site do TRE ou no site do Poupatempo.

Quem estiver com o título cancelado, bem como aquelas pessoas que mudaram de cidade e precisam fazer a transferência de domicílio eleitoral, também têm até 8 de maio para resolver a pendência. Consulte sua situação eleitoral.

Dúvidas sobre emissão do título eleitoral, transferência, cancelamento e outras relacionadas à situação eleitoral podem ser esclarecidas pelo atendimento telefônico ao eleitor, ligando para o número (67) 3439-1842 ou comparecer no endereço Rua São Geraldo, 65 – Centro, Bela Vista – MS.

Em ano de eleições, o cadastro eleitoral fica fechado nos 150 dias anteriores à data do pleito, segundo o artigo 91 da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997). Em 2024, o 1º turno ocorrerá em 6 de outubro.

A legislação eleitoral prevê o fechamento do cadastro para que a Justiça Eleitoral possa organizar a votação com base num número determinado de eleitores aptos a votar.

Disputa municipal

Em 2024, brasileiras e brasileiros vão eleger candidatas e candidatos para os cargos de prefeita ou prefeito e seus vices, além de vereadoras e vereadores. Caso haja um 2º turno para a escolha de representantes do Poder Executivo nos municípios com mais de 200 mil eleitores, a votação ocorrerá em 27 de outubro.

Redação Fronteira News

Lucas Viais – presidente do Partido progressista de Caracol (PP) – questiona modo de entrega de kits escolares gratuitos e pede a cassação do Prefeito Neco Pagliosa

Lucas Viais – presidente do Partido progressista de Caracol (PP) – questiona modo de entrega de kits escolares gratuitos e pede a cassação do Prefeito Neco Pagliosa

O presidente da Comissão Provisória do Partido Progressista (PP) de Caracol – MS apresentou uma representação junto a 017ª Zona Eleitoral de Bela Vista – MS questionando a distribuição de kits escolares de forma gratuita aos alunos de Caracol e do Distrito de Alto Caracol.

No documento, ele acusa o senhor Carlos Humberto Pagliosa, prefeito municipal, de usar o ato de entrega dos kits para promoção pessoal usando meios digitais de imprensa, além de ressaltar o fato da distribuição ser realizada sem custos como forma de usar a máquina administrativa com viés eleitoral.

A ação é realizada desde o início da gestão com o intuito de incentivar os estudantes e aliviar os custos para os muitos pais que teriam que adquirir todo o material necessário, proporcionando economia para o orçamento familiar e não como efeito midiático na busca de votos.

Quem conhece o ambiente escolar é sabedor de que crianças, adolescentes e jovens são efusivos e felizes, além disso, os sentimentos retratados na matéria que diz “Novos kits escolares são recebidos com euforia e gratidão por estudantes da rede municipal de Caracol” foram ínfimos perto do que realmente aconteceu na data, já que os materiais são de excelente qualidade e muito agradáveis aos olhos.

Cabe ressaltar, que o gestor esteve sim presente durante as entregas, mas que em nenhum momento, algum jornal eletrônico ou meio de comunicação desvirtuou da publicidade institucional para realizar autopromoção pessoal ao pré-candidato à reeleição.

Com atuação integrada, Governo de MS trabalha para prevenir incêndios florestais no Pantanal

Com atuação integrada, Governo de MS trabalha para prevenir incêndios florestais no Pantanal

Para preparar as ações que serão colocadas em prática durante a temporada de incêndios florestais em Mato Grosso do Sul, que este ano tem previsão de ocorrer de forma intensa – especialmente no Pantanal – por conta da estiagem e chuvas abaixo da média, o Corpo de Bombeiros atua de forma integrada em todo o Estado.

No Pantanal, o trabalho voltado a mapear os pontos de acesso e facilitar a locomoção dos militares – em caso de ocorrência de incêndios – teve início este mês. Uma das frentes de atuação é na manutenção, reparos e limpeza do entorno das pontes em vias de acesso as fazendas e áreas onde normalmente o fogo provoca estragos.

Esta semana, uma das seis guarnições que estão na região pantaneira – na MS-325, região do Carandazal (Nabileque) –, atuou na preparação de uma ponte para ser usada como acesso à região. No local, o Corpo de Bombeiros fez a limpeza das cabeceiras e também a sinalização adequada.

O trabalho também foi concentrado no Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari e em toda a região foi realizada a avaliação dos acessos e pontes, além de teste operacional de embarcação no Rio Paraguai.

Os bombeiros estiveram em Costa Rica e ainda nas bases avançadas Jatobazinho, São Lourenço e Redário – em Corumbá –, onde fizeram a limpeza e manutenção de pontes na Estrada Parque a partir do Buraco das Piranhas, até o Porto da Manga.

Na região oeste do Estado, no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, os bombeiros fizeram queima controlada na estrada de entrada do local – nos dias 11 e 13 de abril – para diminuir o acúmulo de biomassa que serve de combustível para o fogo em caso de incêndio florestal.

Trabalho

As equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, também realizam atividades de educação ambiental e prevenção aos incêndios florestais nas comunidades tradicionais, propriedades rurais, além dos parques estaduais, localizados no Pantanal.

O trabalho começou no dia 2 de abril, quando as seis guarnições, formadas por 24 bombeiros com o suporte de uma equipe composta por mais 15 profissionais responsáveis pelo gerenciamento, logística e monitoramento dos dados do SCI (Sistema de Comando de Incidentes) estabelecido em Campo Grande e Corumbá, deixaram a base operacional, na Capital, para os diferentes locais que serão atendidos nesta etapa.

A atividade de orientação e educação é realizada anualmente, porém em 2024 o trabalho foi antecipando em pelo menos um mês devido ao alerta climático, com possibilidade de ocorrência de incêndios florestais intensos em todo o Estado e especialmente no Pantanal.

Em paralelo ao trabalho preventivo – com orientação e educação ambiental –, também são instaladas bases avançadas, de combate aos incêndios florestais, na região pantaneira, para facilitar o deslocamento das equipes e a resposta no controle das chamas, especialmente em áreas de difícil acesso.

“O Pantanal é o bioma que temos mais dificuldade de acesso. Por isso vamos estabelecer as bases avançadas pela primeira vez, é uma novidade este ano. Precisamos diminuir o tempo de resposta”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, responsável pelo monitoramento e ações de combate aos incêndios florestais no Estado.

As primeiras bases avançadas foram instaladas às margens dos rios Paraguai e São Lourenço, na divisa com o Mato Grosso. O Corpo de Bombeiros está preparado para instalar outras bases, totalizando 13 locais onde as equipes estarão de sobreaviso para as ações de combate a incêndios florestais.

Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS
Fotos: Corpo de Bombeiros de MS / Divulgação

Bombeiros de MS chegam a 210 mil atendimentos em três anos, seis novos quartéis e duas unidades em construção

Bombeiros de MS chegam a 210 mil atendimentos em três anos, seis novos quartéis e duas unidades em construção

Nos últimos três anos, o CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul) atendeu 210.737 mil ocorrências, sendo a maioria delas envolvendo pessoas com mais de 66 anos. Emergência clínica, remoções ao Pronto Socorro e acidentes de trânsito estão no topo de lista de chamados. Cenário que exige um atendimento cada vez mais presente na capital e em cidades do interior, por isso a constante expansão com recursos do Governo do Estado.

Inauguração do quartel em Miranda (Foto: Saul Schramm)

Desde 2021 entraram em funcionamento seis novos quartéis dos bombeiros em Mato Grosso do Sul. As unidades mais recentes ficam em Rio Brilhante, Santa Rita do Pardo, Bela Vista, Ribas do Rio Pardo, Bonito e Miranda, onde foi inaugurado o batalhão mais recente, em 22 de fevereiro.

Durante passagem de comando da corporação, em janeiro deste ano, o governador Eduardo Riedel falou sobre a importância da expansão no atendimento. “É obrigação do Estado fazer isto se tornar realidade. Da nossa obrigação vamos fazer acontecer, com muita dedicação, comprometimento e respeito às instituições”, declarou.

Os bombeiros ainda contam com bases em Sidrolândia, Nova Alvorada do Sul, Três Lagoas, São Gabriel do Oeste, Paranaíba, Coxim, Chapadão do Sul, Ivinhema, Aparecida do Taboado, Bataguassu, Costa Rica, Dourados, Corumbá, Ponta Porã, Aquidauana, Jardim, NaviraíCaarapóMundo Novo, Maracaju, Porto Murtinho e Amambai.

Quartel dos Bombeiros em Campo Grande (Foto: Bruno Rezende)

Em Campo Grande são 9 quartéis. Além da capital, estas unidades atendem também cidades da região metropolitana: Bandeirantes, Corguinho, Dois Irmãos do Buriti, Jaraguari, Rochedo e Terenos.

“Em comparação nacional, o Corpo de Bombeiros Militar cobre cerca de 95% do país, contemplando mais de 5 mil municípios. Já no Mato Grosso do Sul, o CBMMS atende diretamente mais de 85% da população, com presença em praticamente todas as cidades com mais de 20 mil habitantes. Sendo assim, estamos entre os estados brasileiros com maior cobertura, refletindo nossa eficiência e significativa abrangência”, explica o coronel Frederico Reis Pouso Salas, comandante-geral do Corpo de Bombeiros.

Investimentos em andamento – Em Nova Casa Verde, distrito de Nova Andradina são R$ 982 mil usados na construção de um batalhão com 423 m² seguindo todas as normas técnicas, inclusive de acessibilidade.

Na cidade de Água Clara a obra de R$ 3,2 milhões entrou nos últimos meses e deve terminar em 31 de agosto deste ano. São 726 m² de área construída em um terreno de quase 5 mil m². A obra também segue o módulo de construção padrão do Estado e as necessidades da região em relação ao atendimento.

Para a continuidade da construção do batalhão de Fátima do Sul foi aberto novo processo de licitação. São 724 m² em um terreno de 4 mil m².

Assim a quantidade de quartéis dos bombeiros em Mato Grosso do Sul passará de 37 para 40 unidades, aumentando a cobertura em todo o Estado com unidades localizadas em pontos estratégicos para facilitar o tempo de resposta e o deslocamento, tanto em ocorrências quanto em atividades de fiscalização.

Coronel Frederico Reis em evento dos bombeiros (Foto: Álvaro Rezende)

Ainda segundo o comandante-geral, a expansão dos quartéis em Mato Grosso do Sul é crucial para garantir a segurança e a proteção da população em todo o estado. “Estamos conduzindo um estudo abrangente que leva em conta fatores como densidade populacional, distâncias e riscos específicos. A implementação da Rota Bioceânica aumentará o fluxo de veículos em diversas cidades, o que reforça a necessidade de cobertura do Corpo de Bombeiros Militar em todas as áreas afetadas direta e indiretamente por essa rota. Estamos comprometidos em assegurar que todas as cidades ao longo das rotas estaduais sejam contempladas com unidades do CBMMS”, detalha o coronel Frederico Reis.

Ocorrências – Em 2022 foram 98.666 mil atendimentos em todo o estado, quase a metade deles (45 mil) envolveram vítimas. A faixa etária mais atendida foi acima dos 61 anos, com 12 mil registros. Campo Grande, concentrou 25 mil atendimentos, a maioria de emergência clínica, incluindo mal súbito (11.522 mil). Em seguida vêm as remoções ao Pronto Socorro (9.039) e sinistros de trânsito (6.686).

Viatura dos bombeiros na região central de Campo Grande (Foto: Bombeiros/Arquivo)

No ano passado, o CBMMS atendeu a um total de 89.724 ocorrências em todo o estado, das quais 43.793 envolveram vítimas. A faixa etária acima dos 66 anos liderou os atendimentos, com 9.736 ocorrências, seguida por 4.795 chamados envolvendo pessoas dos 21 aos 25 anos. Na capital, foram 22.736 atendimentos, sendo emergência clínica a ocorrência mais comum, totalizando 9.656 registros, seguidos por remoções ao Pronto Socorro (9.109) e sinistros de trânsito (6.373).

Nestes primeiros meses de 2024, o CBMMS já atendeu a 22.347 chamados em todo o Estado, metade deles (11.140) envolveram vítimas. A faixa etária mais atendida nesse período foi acima dos 66 anos, com 2.522 ocorrências, seguida por 1.208 atendimentos envolvendo pessoas de 21 aos 25 anos. Na capital, foram registrados 4.972 atendimentos, sendo a remoção ao Pronto Socorro a ocorrência mais frequente, com 2.810 atendimentos, seguido pela emergência clínica (2.549) e sinistros de trânsito (1.608).

Danielly Escher, Comunicação Governo de MS
Foto de capa: Saul Schramm

Governos de MS e MT e Ministério do Meio Ambiente assinam termo de cooperação para proteção do Pantanal

Governos de MS e MT e Ministério do Meio Ambiente assinam termo de cooperação para proteção do Pantanal

O Governo de Mato Grosso do Sul vai assinar nesta quinta-feira (18), junto ao Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e ao governo de Mato Grosso, o termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal – presente nos dois estados envolvidos.

A assinatura acontece em Campo Grande, no auditório do Bioparque Pantanal, a partir das 8h30. O governador Eduardo Riedel estará presente no evento, assim como a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o governador mato-grossense Mauro Mendes, fora os respectivos secretários responsáveis pelas pastas da área ambiental e relacionadas.

Os dois estados se comprometem nesse termo a uniformizar e compatibilizar a legislação sobre o uso dos recursos naturais do Pantanal e a elaborar o Plano Integrado de Prevenção, Preparação, Resposta e Responsabilização a Incêndios Florestais para o bioma Pantanal brasileiro, além de monitorar a fauna silvestre e promover o fomento da produção sustentável do bioma.

Os secretários de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, e de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, além dos secretários de Segurança Pública dos dois estados, Antonio Carlos Videira (MS) e César Augusto de Camargo Roveri (MT), também assinam o termo. As pastas  integram o escopo de organismos envolvidos no esforço conjunto em defesa do bioma.

A vigência do termo será de cinco anos, sendo ele gerido por um Grupo de Trabalho integrado por representantes dos dois estados, em número paritário.

Evento

A assinatura do termo de cooperação entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso será feita durante o ‘Seminário sobre as Causas e Consequências do Desmatamento no Pantanal’, evento realizado pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas.

João Prestes, Comunicação Semadesc
Foto: Saul Schramm

*Obs: o atendimento à imprensa pelos governadores e pela ministra será feito somente no final do evento.