maio 23, 2025 | Colunistas
TRAMPOLIM: Pelo seu peso eleitoral, o cargo de prefeito de Campo Grande sempre deu visibilidade aos seus ocupantes mesmo antes da criação do nosso Estado. Muitos deles prosseguiram na sua trajetória política ascendente como deputados estaduais, senadores, governadores, deputados federais e até um ministro. Abaixo a relação deles.
VESPASIANO B. MARTINS, Arnaldo Estevão Figueiredo, Itrio Correa da Costa, Fernando Correa da Costa, Wilson Fadul, Wilson B. Martins, Antonio Mendes Canale, Plínio B. Martins, Levy Dias, Marcelo Miranda, Albino Coimbra, Valdir Cardoso, Lúdio Coelho, Juvêncio Cesar da Fonseca, André Puccinelli e Nelsinho Trad.
O MINISTRO: Carioca, médico militar da Aeronáutica Wilson Fadul veio servir em Campo Grande e foi eleito vereador, prefeito em 1953, deputado federal em 1954 e em 1958 pelo PTB. Figura maiúscula do Governo João Goulart, foi cassado pelo Revolução e faleceu aos 91 anos de idade no Rio de Janeiro, em 18/11/2011 – ‘Dia do Medico’.
DETALHES: Pela relação verifica-se que muitos que foram prefeitos da capital ou que disputaram o cargo, conquistaram um patrimônio eleitoral. Casos do Zeca do PT, derrotado por Puccinelli, virou governador; Marisa perdeu o Governo e se elegeu senadora e depois Conselheira; derrotado por Bernal, Reinaldo foi eleito governador.
CREDORA: Com base neste raciocínio ou critério deduz-se que a ex-deputada Rose Modesto, embora derrotada nas eleições de 2024, saiu fortalecida com seus 210.212 votos (48,55%). É voz corrente que Rose é favorita para deputada federal, pois também conta com bases eleitorais no interior do Estado. Coisas da política.
FUTURO: Há um misto de temor, expectativa e dúvidas quanto aos ganhos e perdas dos futuros candidatos à Assembleia e Câmara em face as anunciadas composições partidárias. Quem de fato sairá ganhando? Serão necessários mais ou menos votos comparativamente às eleições de 2022? Ninguém tem certeza de nada.
VERDADE? A pesquisa divulgada com a ministra Simone Tebet figurando em 2º lugar foi ironizada até na Assembleia Legislativa, inclusive no MDB. Desgastada entre os políticos do ‘centro e direita’ locais, ela não teria suporte para alcançar os índices publicados. ‘Data vênia’, estão inventando para viabilizar seu nome, em baixa.
FIRME & FORTE: O que se apura, diante de manifestações de deputados, prefeitos e lideranças de vários segmentos sociais, é que o ex-governador Reinaldo continua sendo o grande eleitor. Deputados não escondem os desejos e as vantagens de estar ao seu lado em 2026. Enquanto isso, Reinaldo segue incansável; distribui abraços por onde passa.
MALANDRAGEM: Mais uma vez é de dar razão ao ex-presidente francês. Embora não tivesse cumprido o contrato de 2014, a CCRMSVia administrará a BR 163 até 2054.Continuaremos reféns da concessionária, sem ter a quem recorrer. As comparações com o trecho concluído no Mato Grosso são inevitáveis. O país não é sério mesmo.
MACHADO DE ASSIS: “Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo mundo cansativo, mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida. (‘Quincas Borba’)
HISTÓRIA: Brasil diferente dos ‘States’. Wenceslau Bráz foi o único vice-presidente (de Hermes da Fonseca) candidato à Presidência em 1914 que foi eleito ao derrotar Rui Barbosa. Seu vice Urbano Santos (do Maranhão) não se candidatou. Eleito, Rodrigues Alves, que voltava à Presidência, morreu antes da posse e assumiu Delfim Moreira.
‘DESCONTÃO’: Após o ‘Mensalão’, ‘Petrolão’, veio o ‘Descontão’ no INSS que vai superar em reais o caso de corrupção chefiado pela Jorgina de Freitas (lembrou?). Mas o Governo, ao invés de fazer a devassa e punir os responsáveis, usa a mídia culpando o Governo anterior. E todos os aposentados serão ressarcidos? Quando mesmo?
‘MINEIRADA’: 853 municípios,15,5 milhões de eleitores, 3ª. Economia do país, 77 deputados estaduais. 53 federais. Minas Gerais tem o maior número de presidentes (9). Em seguida, São Paulo e Rio Grande do Sul com 7 cada. Os fatos e seus personagens mostram que Minas sempre teve importância histórica no nosso cenário político.
PÃO DE QUEIJO: Pelo número de cidades, as campanhas eleitorais desafiam os políticos mineiros. As cidades a serem visitadas, escolhidas segundo a população e o cenário eleitoral. A maioria delas nunca recebeu a visita do governador, ao contrário do que ocorre em Mato Grosso do Sul, por exemplo, com características diferentes.
‘O RESGATE’: Lula mandou um avião da FAB buscar Odile Omalla, mulher do ex-presidente do Peru, Ollanto Omala, condenado e preso por corrupção em conluio com a nossa Odebrecht. Odile recebia pacotes de dólares da construtora – que até mudou de nome (Novonor). Antes de ser julgada, Odile foi salva pelos ‘amigos do Planalto’.
OLIGARQUIAS: Ainda resistem por aí. O pai do governador do Pará, Helder Barbalho, é Jader, senador e ex-governador; sua mãe Elcione é deputada federal; seu irmão Jader Filho é Ministro das Cidades; o prefeito Igor Normando, de Belém é seu primo. O clã, ainda tem muitos membros em cargos estratégicos de poderes de lá.
CUSTOS: No saguão da Assembleia já se discute custos de campanha com razoável chance de se eleger. Os atuais deputados levariam vantagem, mas o mandato não seria passaporte carimbado para a reeleição. Porque? É longa a lista de pretendentes novatos com potencial; até outubro de 2026 muita coisa pode acontecer. Sabe como é…
IMPREVISTOS: Ocorreram nas eleições de 2022. Lembra? Essa mudança na legislação partidária já provoca dúvidas e temores e poderá causar surpresas – tipo assim – o candidato é bem votado, mas poderá ficar de fora dos eleitos. Moral da história: o candidato não poderá errar na escolha do partido. ‘Très compliqué’.
LULA LÁ!: Na véspera de ano eleitoral o Governo se reinventa para se cacifar no embate das urnas. Esse anunciado plano para isentar a conta de energia de mais 60 milhões de pessoas é bem isso. Como não há almoço grátis, é ponto pacífico de que essa conta será regiamente paga pela esfolada classe média e os grandes consumidores.
PILULAS DIGITAIS:
O sentido da vida é que ela termina (Franz Kafka)
A religião é uma forma de consolo, não de transformação social. ” (ex-presidente Mujica)
O amigo trai na primeira esquina; o inimigo não trai nunca. É fiel. (Nelson Rodrigues)
Se o comunismo acabar quem é que vai levar a culpa? (Jô Soares)
A ironia do destino traz filho de Sarney para ser fiscal da CBF (dr. Zuretta)
Impressiona hoje a capacidade de falar sem a interferência do pensamento. (internet)
Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados. (Barão de Itararé)
MSVia venceu leilão da BR-163 sem precisar reduzir pedágio. (Correio do Estado)
Algumas pessoas não cometem os mesmos erros duas vezes. Descobrem novos erros para cometer. ( Mark Twain)
Deus me poupou o sentimento do medo. O Diabo me tirou o sentimento da coragem. Compreendem o conflito? (Millôr)
maio 21, 2025 | Colunistas
Um dos propósitos mais nobres da existência humana é a busca pelo crescimento intelectual, profissional e, principalmente, espiritual. Esse anseio, plantado no âmago de cada um de nós, faz parte do Plano Divino para a humanidade. E não há quem, em algum momento da vida, não se depare com essa verdade. Mesmo aqueles que duvidam da existência de um Criador acabam, cedo ou tarde, sentindo a necessidade de se elevar espiritualmente.
A Bíblia ensina que devemos buscar a transformação interior. Em Romanos 12:2, lemos: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Esse versículo nos lembra que a mudança começa na mente e no coração, e é um processo contínuo.
Em Provérbios 4:23, o Senhor nos adverte: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Ou seja, nossos sentimentos e ações refletem o que carregamos dentro de nós. Por isso, é fundamental cultivar pensamentos puros e intenções nobres.
E em Filipenses 4:8, Paulo nos aconselha a focar no que é bom e edificante: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” Um ensinamento convite para que renovemos nossa mente e purifiquemos nossos sentimentos.
Por isso, é fundamental que cada pessoa descubra seu próprio caminho e o percorra com honestidade, fé e perseverança. O primeiro passo é reconhecer os dons e talentos que o Senhor concedeu a todos os Seus filhos. Sim, absolutamente todos possuem um ou mais talentos. Eles são ferramentas sagradas, concedidas para que possamos nos sustentar e, sempre que possível, contribuir com o bem-estar coletivo.
O Élder Dieter F. Uchtdorf, membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ensinou: “O Senhor não espera que sejamos perfeitos hoje. Ele apenas espera que nos esforcemos para ser melhores a cada dia.” Esse lembrete nos conforta ao lembrar que a mudança é um processo, não um evento. Podemos cair, mas o importante é levantar e continuar tentando.
O presidente da igreja, Russell M. Nelson, em um de seus discursos, declarou: “O Senhor Jesus Cristo estende Seus braços de misericórdia para nos ajudar a mudar. Ele pode nos tornar novos, purificados e fortalecidos.” Sua promessa é um convite para deixarmos para trás o que nos prende e avançarmos com confiança rumo à nossa melhor versão.
A irmã Reyna I. Aburto afirmou: “A cura espiritual começa quando reconhecemos a necessidade de mudança e aceitamos o poder redentor de Cristo em nossa vida.” Assim, ao aceitarmos o chamado para melhorar nossos sentimentos e ações, damos início a um processo que não apenas nos transforma, mas também abençoa aqueles ao nosso redor.
Infelizmente, muitos se limitam a reclamar, acreditando que não possuem dom algum. Mas essa é uma ilusão. O Senhor não falha em Suas promessas. Se alguém acha que não tem talentos, é porque ainda não olhou com atenção para o próprio coração ou deixou escapar as oportunidades oferecidas nos momentos decisivos da vida.
Mais do que reconhecer talentos, precisamos aprender a enfrentar os desafios internos e externos que nos impedem de progredir. Preguiça, vícios, ira, promiscuidade, intolerância, preconceito, raiva — todos esses sentimentos e comportamentos são pedras no caminho da evolução. E o único jeito de removê-las é buscando o auxílio do Senhor, rogando por forças para melhorar nossa forma de sentir, pensar e agir.
A mudança, porém, não é fácil. Exige humildade, paciência e coragem. É preciso admitir nossas falhas, aceitar que ainda temos muito a aprender e estarmos dispostos a recomeçar quantas vezes forem necessárias. E jamais, em hipótese alguma, devemos nos render ao pensamento destrutivo de que ‘eu nasci assim, vou viver assim e vou morrer assim’. Esse é um bloqueio que nos afasta da nossa verdadeira essência.
Todos fomos enviados a esta Terra para evoluir, crescer e nos aperfeiçoar. Essa é a grande missão. E quando finalmente conseguirmos vencer as más inclinações, controlando os impulsos destrutivos e trilhando um caminho de retidão, seremos capazes de alcançar o maior de todos os prêmios: o retorno à presença de Deus, com a alma purificada e o coração pleno de paz.
Então, que não nos falte força, fé e determinação para melhorar nossos sentimentos e ações. Pois, afinal, ainda há tempo para mudar. E o melhor momento para começar é agora.
*Jornalista e Professor
maio 17, 2025 | Colunistas
Anistia e redução das penas de ligados à baderna do 8/1
Os principais jornais do país noticiam a busca por uma solução no caso dos baderneiros implicados nos atos de 8 de janeiro e que envolve articulações com ministros do Supremo Tribunal Federal visando amenizar as penas. Simultaneamente, há o pedido de discussão de um projeto de lei que anistia os responsáveis pela baderna.
De acordo com os jornais, os ministros do Supremo Tribunal Federal estão sendo consultados e concordam com a redução das penas.
Destaco, mais uma vez, que durante o mandato do então presidente Michel Temer, houve idêntica baderna na Câmara dos Deputados, promovida por integrantes do PT e do MST, que alegavam ter o Congresso articulado um golpe contra a presidente Dilma Rousseff, sendo o pretexto equivocado, visto que o impeachment seguiu estritamente os artigos 85 e 86 da Constituição. Temer encerrou aquela invasão ao Legislativo, que teve destruição de algumas de suas dependências, em duas horas, e, dois dias depois, todos os manifestantes já estavam na rua. Ninguém permaneceu preso, porque ele se recordou da atitude do ex-presidente Juscelino Kubitschek nas revoltas de Aragarças e Jacareac anga, estas sim, tentativas de golpe de Estado com militares chegando a conquistar importante cidade no norte do país.
O que me impressiona é a informação de que será apresentado um projeto que, para ser viabilizado, demandará uma redução substancial das penas. Se o Supremo Tribunal Federal está sendo consultado e, conforme noticiado, concorda com essa abordagem – ressalto que apenas reproduzo o que a imprensa divulga –, por que a iniciativa não pode partir do próprio Pretório Excelso?
Tenho insistido, em meus artigos e nas redes sociais, que se a iniciativa de reduzir substancialmente as penas – considerando, inclusive, o tempo de prisão desde 8 de janeiro, portanto, há quase dois anos e meio – partisse do próprio Supremo Tribunal Federal, o caminho mais adequado seria ele mesmo reexaminar cada caso e declarar que a pena já foi cumprida.
Se a Corte maior do país tomasse a iniciativa de revisar sua decisão – seja por um ato próprio ou provocado por um advogado –, em vez de depender do Congresso, retomaria o controle da situação e, evidentemente, ganharia, uma percepção junto à população de que não está alimentando e realimentando o radicalismo no Brasil.
Enquanto mantivermos condenações de 14, 15, 16 anos para os envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de janeiro, contrastando com aquelas para assassinos, traficantes e corruptos que permanecem soltos, a imagem do Supremo será inevitavelmente retratada negativamente pelas pesquisas, distante da reputação que o maior sodalício julgador da nação possuía na época de ministros como Moreira Alves, ou mesmo em relação a toda a sua história.
Evidentemente, eu gostaria que ocorresse a anistia. No entanto, caso um gesto nesse sentido não parta do Congresso, com quem as negociações ocorrem, torna-se crucial analisar os termos propostos. A intenção seria uma anistia ampla, que abrangesse tanto aqueles que se pretende condenar quanto os já condenados, para que o episódio seja considerado totalmente encerrado. Desse modo, teríamos, evidentemente, a possibilidade de um caminho para a pacificação.
Entretanto, quanto à redução de penas, outra alternativa, tem sido ela objeto de consultas aos Ministros do STF, que, de acordo com os jornais, com ela concordam.
Gostaria, portanto, que o próprio Supremo Tribunal Federal antecipasse a iniciativa que, conforme noticiado, será do Congresso Nacional com o aval daquela Corte. Isso permitiria resgatar a imagem do STF que, como advogado há 68 anos, desde minha primeira sustentação oral em 1962 ou 1963, sempre defendi e lutei para preservar.
Enfim, aos 90 anos, reitero este sonho aos amigos: de o Pretório Excelso recuperar sua imagem perante aqueles que discordam das penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, consideradas mais severas que as impostas a traficantes, corruptos e assassinos. A concretização desse sonho é essencial para alcançarmos a pacificação nacional, condição fundamental para que o Brasil volte a ser um país pacificado na rota para o desenvolvimento.
Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).
Foto: Andreia Tarelow
maio 16, 2025 | Colunistas
DISTANTES: A esquerda tenta, sem sucesso, aproximação com vários segmentos do Movimento Evangélico. Aliás, Lula já anunciou desejo de ações neste sentido. Mas pela postura de Silas Malafaia e de lideranças políticas evangélicas locais como os deputados Rinaldo Modesto, Antonio Vaz e Lídio Lopes essa aproximação é difícil.
NO ALVO: “…A leniência do Brasil com o criminoso é notória. Não é verdade que o Brasil prende demais. Prendemos muito pouco. A figura comum do criminoso que “já tinha passagem pela Polícia” – por tráfico, agressão, homicídio – é o índice do fracasso de nossa segurança. Se não permaneceu preso depois da primeira passagem é porque o sistema falhou…” (Joel P. da Fonseca – FSP)
REMINISCÊNCIA: Deputados federais eleitos em 1962 no MT: Wilson B. Martins (UDN), Rachid S. Derzi (UDN), João P. de Arruda (PSD), Wilson Fadul (PTB), Itrio C. da Costa (UDN), Philadelfo Garcia (PSD), Rachid Mamed (PSD) e Edson Brito (UDN). Senadores: Filinto Muller (PSD) e Vicente B. Neto ( PTB). Derrotados: Júlio Castro Pinto e João Villas Boas.
ILEIDES MULLER: “Não tenho dúvidas que ficar sem dúvidas por um dia é, sem dúvidas, um atraso no tempo e no conhecimento; uma erosão mental, eu diria. Preciso de algo novo, anormal, que me instigue a pensar, que me acenda a curiosidade, que desafie minha inércia e me incline para a descoberta de alguma nova verdade. Diante da necessidade, vou anunciar: “Compra-se uma dúvida”. (Cadeira nº 40 da ASL)
DESILUSÃO? Em 2024 tivemos 28,8% entre abstenções, votos nulos, brancos naquele pleito paroquial. Mas 34 milhões de eleitores não votaram. No MS os faltosos foram 485.573 (23,89%). Exposto assim o desprestígio dos políticos e da política. O eleitor pode ter concluído que o resultado das urnas não alteraria sua vida pessoal.
UM RECADO? Se os números acima mostram o vazio motivacional mesmo em se tratando de eleições municipais, não é difícil prever um quadro pior nas eleições nacionais. É que nelas, os protagonistas – em menor número – estarão espalhados por mais municípios e sem identidade e vínculos com essas cidades em seu dia a dia.
DISCURSOS: Se não é difícil adivinhar o teor dos discursos dos futuros candidatos, é fácil também prever seus bordões reinventados para passar a mensagem de otimismo, esperança. Até a ‘inteligência artificial’ será usada na guerra do convencimento, mas o eleitor, está ‘velhaco’, vacinado contra os pomposos candidatos ‘bons de bico. ’
CONVENHAMOS! O que estaria pensando o eleitor sem vínculos, sobre a atual movimentação política? Ele daria antecipadamente o aval aos pretensos candidatos? E os projetos deles, seriam apenas de poder pessoal e de grupo, ou estariam de fato identificados com as aspirações do eleitor – esse sofredor pagador de boletos?
VICE IDEAL: O debate é antigo. Mas o vice-governador José C. Barboza preenche todos os requisitos. Perfil técnico-político, currículo inatacável, cumpridor de missões, fiel ao seu grupo, além de fazer a ponte entre prefeitos/vereadores e o Governo. E mais: o governador Riedel tem por ele imensa gratidão, que aliás não tem prescrição.
CONFORTÁVEL: É a melhor definição política do Governo na atual conjuntura. Finanças em dia, ousados projetos econômicos em andamento, além de enorme base política de sustentação. Sem rodeios: não há hoje um grupo político capaz de gerar um adversário com musculatura para fazer frente a reeleição de Eduardo Riedel.
IDEALISTA: Ex-deputado Evander Vendramini se empenhou em catalogar as leis que por várias razões se tornaram ineficazes ao longo dos anos. Ação parlamentar que exigiu esforço e conhecimento jurídico, mas que não lhe rendeu votos, passando longe da percepção do eleitorado. Mas a postura de Vendramini merece registro.
EDYL FERRAZ: Deputado estadual por Paranaíba (4 mandatos), presidiu a ALMT; deputado federal de 1966/70 e como 1º suplente ainda substituiu o deputado Emanuel Pinheiro morto a tiros no Restaurante Flutuante em Cuiabá. Edyl também foi suplente do senador Pedro Pedrossian e o primeiro presidente do Tribunal de Contas.
NOVO ROUND: Deputado Jr. Mochi joga duro contra a CCR MSVia também por ter sonegado R$ 638 milhões no balanço (da CCR MSVia) nos últimos 3 anos. Gerson Claro lembrou dos prejuízos dos municípios no imposto sobre serviços (pedágio). Mais 2 motivos para impedir que a empreiteira participe do leilão de repactuação da obra.
RETORNO: Evidente, a decisão do ministro Alexandre de Morais autorizando o retorno do conselheiro Waldir Neves ao Tribunal de Contas provocando comentários junto à opinião pública. Questiona-se a postura dúbia do ministro do STF: implacável no ‘Processo de 8 de janeiro’ e condescendente nesse caso. Enfim…é o que temos.
GIANNI NOGUEIRA: “…Temer foi o vice da Dilma, lembra a Dilma sócia do Lula, PT? E para piorar a sua biografia, que quer ser o líder do centro-direita, tentando escantear o Bolsonaro, Temer foi quem indicou o indigesto Alexandre de Moraes para ministro do STF. Então acho que não dá para encarar essa figura como líder do centro direita…”
AVANÇOS: Gianni chegou ao posto de vice-prefeita de Dourados e mostra lucidez, nessa reação às pretensões citadas de Temer. Já seu marido Rodolfo (deputado) vai bem como presidente da poderosa Comissão da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara. Ambos vão conquistando espaço político no MS.
DE VOLTA? Na Assembleia e no Palácio do Governo não são boas as avaliações sobre a intenção do ex-deputado Edson Giroto em retornar à política. Qual seria mesmo o seu grupo político? Quais lideranças de peso abraçariam seu projeto? Teria chance entre os atuais pretendentes à Câmara Federal? Com a palavra o leitor.
NOTA 10: “…, Em 2025 o governo Lula conta, formalmente, com uma coalização ampla: 16 partidos e cerca de 300 deputados federais. No papel, uma base robusta. Na pratica, um castelo de areia. A sequência de derrotas no Congresso, ao menos oito no último mês, expôs o esgarçamento dessa aliança. Em vários casos, a infidelidade partiu justamente de partidos que ocupam ministérios…” (Hubert Allquéres)
AGêNCIAS REGULADORAS: Só protegem as grandes empresas. Aqui, Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) faz o jogo da CCR MSVia na gestão da BR-163 ao fraudar balanços inclusive. Em Corumbá e Ladário, a Agência Nacional de Mineração é conivente com o falso faturamento das gigantes do setor, adulterando a quantidade de minerais extraídos e não permitindo a participação dos municípios nas aferições dos produtos extraídos e comercializados.
ENTRAVES: As agencias são autarquias com regime especial, órgãos públicos independentes com a missão de regulamentar e fiscalizar setores específicos da economia. Em tese, deveriam garantir a qualidade dos serviços, protegendo os consumidores e promovendo a concorrência sadia. Pelos exemplos na BR-163 e nas mineradoras, não é isso que fazem.
PÉROLAS DO RUBEM ALVES:
A saudade não quer ir para frente.
Toda alma é uma música que toca.
A vida não pode ser economizada para amanhã.
Deus existe para tranquilizar a saudade.
A esperança é uma droga alucinógena
Eu te abraço para abraçar o que me falta.
A saudade é nossa alma dizendo que quer voltar.
Ostra feliz não faz perola.
maio 12, 2025 | Colunistas
O sagrado papel de mãe vai muito além da capacidade biológica de gerar um filho. Ser mãe é assumir a responsabilidade de formar um ser humano, de educá-lo para a vida, de prepará-lo para enfrentar os desafios e as tentações que surgirão ao longo de sua caminhada. Não basta apenas alimentar e abrigar; é preciso ensinar, orientar e ser um exemplo constante de honestidade, trabalho e fé.
Existem, entretanto, diferentes perfis de mães, e é importante diferenciá-los. Há aquelas que simplesmente colocam filhos no mundo e viram as costas, deixando-os à própria sorte ou delegando a terceiros a responsabilidade de educá-los. Essas mães podem até cumprir o papel biológico, mas falham no papel moral e social, pois abandonam a formação do caráter dos filhos.
Outras mães preferem passar os filhos para parentes ou terceiros, terceirizando o amor, o cuidado e a educação. Elas justificam suas ausências com desculpas diversas, mas a verdade é que o tempo não volta e o amor que não é dado pode deixar marcas irreparáveis no coração dos filhos.
Há também aquelas que alimentam e dão abrigo, mas não oferecem uma educação de qualidade, não dialogam, não orientam e não informam. Elas acreditam que suprir as necessidades físicas dos filhos é suficiente, mas ignoram que a formação do caráter depende mais do que alimento e teto. Essas crianças crescem sem uma bússola moral, tornando-se presas fáceis para abusadores, ideologias destrutivas e vícios que poderiam ser evitados com uma educação firme e amorosa.
E, finalmente, existe a Mãe com ‘M’ maiúsculo, aquela que vai além. Ela não apenas alimenta e abriga, mas educa, orienta, corrige e molda o caráter dos filhos. Ela os prepara para que não sejam pegos de surpresa em situações de abuso, questões sexuais ou ideológicas. Ela ensina os princípios da honestidade, da disciplina e da fé, mostrando que o verdadeiro sucesso vai além das conquistas materiais e se encontra na integridade moral e na paz interior.
Exemplos de mães com ‘M’ maiúsculo não faltam. Dolores Aveiro, mãe do astro Cristiano Ronaldo, é um símbolo de força e determinação. Sozinha, ela criou o filho em meio a dificuldades, trabalhando incansavelmente e incentivando-o a seguir seus sonhos. Hoje, ele é um dos maiores jogadores de futebol do mundo e, acima de tudo, um homem que não se esquece da importância de sua mãe, mantendo-a ao seu lado como seu maior tesouro.
Outra mãe inspiradora é Sonya Carson, retratada no filme “Mãos Talentosas”, que narra a trajetória de Benjamin Carson, um dos maiores neurocirurgiões pediátricos da história. Mesmo sem estudos, Sonya trabalhou dia e noite para garantir que os filhos tivessem acesso à educação. Ela os incentivava a ler, estudar e acreditar em seus sonhos. Hoje, o sucesso de Ben Carson é um testemunho do poder transformador do amor e da determinação de uma mãe com ‘M’ maiúsculo.
Russell M. Nelson, presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, declarou: “O papel da mãe é essencial. Ela é a guardiã do lar, a fonte de amor e segurança. Seu exemplo influencia não apenas seus filhos, mas gerações inteiras. Ela ensina a verdade e a retidão com palavras e ações, apontando o caminho para o Salvador”.
O Élder Jeffrey R. Holland destacou que “as mães têm o poder de transformar lares em santuários espirituais. É por meio de seu amor e ensinamentos que as crianças aprendem a reconhecer a voz do Espírito e a sentir o amor do Salvador”.
Para o Élder D. Todd Christofferson, “uma mãe que educa seus filhos nos caminhos de Cristo está plantando sementes eternas. Mesmo que os filhos se desviem, a influência de uma mãe fiel permanece como um farol, chamando-os de volta ao caminho da retidão”.
A Bíblia nos ensina: “Educa a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6). Essa é a missão da mãe exemplar: educar para a eternidade.
Outro ensinamento fundamental está em 2 Timóteo 1:5, onde Paulo reconhece a fé inabalável que habitava em Timóteo, herdada de sua avó Lóide e sua mãe Eunice. Esse exemplo mostra a importância da influência materna na construção de um caráter cristão.
Ser mãe com ‘M’ maiúsculo é ser uma referência de amor incondicional e orientação divina. É dedicar tempo, atenção e fé na formação de cidadãos conscientes e de cristãos verdadeiros. É ser luz, porto seguro e guia espiritual. E que neste Mês das Mães, todas as mulheres possam refletir sobre o tamanho de sua responsabilidade na construção de um futuro melhor para seus filhos e para a sociedade.
*Jornalista e Professor
maio 9, 2025 | Colunistas
Presente no prato de milhões de brasileiros, seja como aipim, macaxeira, farinha ou polvilho, a mandioca é muito mais do que um alimento tradicional. Ela é uma cultura estratégica para a agricultura nacional, desempenhando um papel essencial na segurança alimentar, na geração de renda e no fortalecimento da agricultura familiar — especialmente no bioma Cerrado.
Em 2025, a Embrapa Cerrados completa 50 anos. Ao longo dessas cinco décadas, a Unidade tem sido protagonista no desenvolvimento de tecnologias que revolucionaram o cultivo da mandioca na região, ajudando a transformar a vida de milhares de agricultores e a garantir alimento na mesa de milhões de pessoas.
A mandioca pertence à espécie Manihot esculenta Crantz e se destaca por sua rusticidade, produtividade e capacidade de adaptação a diferentes condições ambientais. Das 98 espécies do gênero Manihot, é a única cultivada economicamente, capaz de armazenar até 50% da biomassa nas raízes, principalmente na forma de amido. Por conta de sua ampla variabilidade genética, é cultivada em diferentes solos e climas, ocupando hoje o posto de sétima cultura mais produzida no mundo — são quase 300 milhões de toneladas por ano.
Estima-se que cerca de 800 milhões de pessoas dependam da mandioca como principal fonte calórica, principalmente em países em desenvolvimento. No Brasil, a cultura está presente em todos os estados, com destaque para a agricultura familiar, que responde por mais de 85% da produção nacional. São cerca de 18 milhões de toneladas colhidas anualmente em 1,3 milhão de hectares.
O desafio de cultivar no Cerrado
Nos anos 1970, quando o Cerrado começou a ser explorado para a agricultura, surgiram desafios significativos: solos pobres em nutrientes, clima com verões secos e longos períodos de estiagem. A mandioca, por sua resistência e baixo custo de produção, mostrou-se uma excelente alternativa para os agricultores. No entanto, as variedades então disponíveis tinham baixa produtividade e eram vulneráveis a doenças como a bacteriose, além de estarem inseridas em sistemas pouco tecnificados.
Foi nesse cenário que a pesquisa da Embrapa Cerrados se destacou. Em parceria com outras instituições, a Unidade liderou um esforço contínuo de pesquisa e desenvolvimento, focado em adaptar e aprimorar o cultivo da mandioca no bioma. O resultado? Variedades mais produtivas, resistentes a pragas e doenças e adaptadas ao solo e ao clima do Cerrado.
Entre as cultivares de destaque selecionadas e recomendadas para a região estão as variedades de mesa resistentes à bacteriose, como a IAC 24-2 (Mantiqueira), IAC 352-6 e IAC 352-7 (Jaçanã), lançadas nos anos 1980 e 1990. Também se destacam as cultivares industriais IAC 12-829, IAC 7-127 (Iracema), Sonora, EAB-81 e EAB-653, todas com excelente desempenho em produtividade e resistência à bacteriose — principal doença da mandioca no Cerrado.
A cultivar IAC 12 (IAC 12-829), por exemplo, tornou-se amplamente adotada devido à sua alta produtividade, resistência a doenças e pragas, além do elevado teor de matéria seca. É hoje a principal fonte de matéria-prima para a produção de farinha e polvilho em diversas comunidades do Cerrado.
No mercado da mandioca de mesa, cultivares como Pioneira (IAPAR 19), BRS Moura, BRS Japonesa e Japonesinha (IAC 576-70) conquistaram os agricultores e consumidores do Distrito Federal e Entorno. Essas variedades, com raízes de polpa amarela ricas em betacaroteno, combinam alta produtividade, excelente qualidade culinária e forte apelo nutricional.
Recentemente, a Embrapa lançou seis novas cultivares de mesa adaptadas ao Cerrado, com raízes coloridas e alto valor nutricional: três com polpa amarela e alto teor de betacaroteno (BRS 396, BRS 397 e BRS 399), uma com raiz creme (BRS 398) e duas com raízes rosadas ricas em licopeno (BRS 400 e BRS 401). Essas foram as primeiras cultivares de mandiocas da Embrapa, desenvolvidas para as condições de Cerrado, protegidas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Também se destacam a BRS 429, de alta qualidade culinária, e as cultivares industriais BRS 417, BRS 418 e BRS 419, com raízes ricas em matéria seca, ideais para a produção de fécula e farinha. Já a BRS 438 tem raízes açucaradas, com potencial para fabricação de xaropes, cachaça e cervejas.
Além das cultivares, a Embrapa Cerrados tem investido em processos tecnológicos que impactam diretamente a produção e a sustentabilidade da cultura. Entre eles, estão a adubação e correção do solo, o uso da mandioca na alimentação animal, o manejo eficiente da irrigação, manejo de plantas daninhas, a cobertura plástica do solo no cultivo de mandioca de mesa e as tecnologias de conservação pós-colheita, fundamentais para manter a qualidade das raízes e garantir regularidade no fornecimento à indústria.
Uma conquista coletiva
Todo esse avanço só foi possível graças ao trabalho conjunto com parceiros como a Fundação Banco do Brasil (FBB), CNPq, Emater-DF, Emater-GO, Emater-MG, Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) e, claro, os produtores rurais. Com apoio da assistência técnica e extensão rural, esses agricultores vêm adotando novas práticas e tecnologias que impulsionam a sustentabilidade e a competitividade da cadeia produtiva da mandioca no Cerrado.