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Bela Vista-MS Terça-Feira, 23 de Abril de 2024

12dez PM APUÍ 4Francisco Pinheiro, Thiago Portela e Ezequiel Oliveira, três dos quatro executados em Apuí

A Polícia Civil, familiares, amigos e populares localizaram nesta manhã de sábado (12) os corpos de quatro jovens que estavam desaparecidos desde a madrugada da última quinta-feira, quando foram presos por guarnição da Polícia Militar no município de Apuí (a 453 quilômetros de Manaus). Todos foram executados com tiros na cabeça e seus corpos jogados na mata.
De acordo com informações da Polícia Civil do município ao jornalista Vanderlei Alves, proprietário e editor do portal Apuí Online e colaborador do PORTAL DO ZACARIAS, as vítimas são Thiago Pinheiro Portela, Jaiano Douglas da Silva de Araújo, Francisco Pinheiro da Silva e Ezequiel de Paiva Oliveira.
Os quatro jovens, de idades entre 19 e 24 anos, teriam sido presos por policiais militares, sob o comando do tenente Cantanhede, em um sítio da estrada vicinal chamada Paredão, no rio Juma, no município, na madrugada de quinta-feira. O sítio seria do avô de Thiago, que teria ido ficar com ele para passar o Natal.
Pelo que teria sido apurado pela Polícia Civil, conforme relatado ao repórter, os policiais militares estariam investigando denúncia de porte e consumo de drogas pelos quatro jovens e foram ao sítio às margens do rio Juma à procura dos rapazes. Segundo os familiares, os jovens foram pescar e caçar.

Marcas de tortura e execução com tiros na cabeça
Pessoas que participaram da busca e localização dos corpos disseram ao repórter que todos têm marcas de tortura e foram executados a tiros.
Os familiares acusam frontalmente os policiais militares pela chacina e citam os nomes dos envolvidos, que integravam a guarnição: além do tenente Cantanhede, os soldados Ailton, Adílio e Juarilson e de um guia florestal identificado como Cleverson Pape.
Populares que teriam testemunhado a abordagem da Polícia Militar disseram que, como nada foi encontrado com os jovens após buscas na casa e no terreno do sítio, os policiais começaram a espancá-los impiedosamente. “Em dado momento, um dos jovens reclamou ao tenente que haviam quebrado suas costelas, porém a tortura continuou”, teria dito uma testemunha em depoimento à delegacia da Polícia Civil.

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Não foram mais vistos desde a travessia do rio
Após a agressão, os quatro rapazes foram algemados com fitas de PVC para atravessar o rio Juma em uma voadeira (lancha regional). Antes da travessia, os policiais ainda teriam recolhido o telefone celular do proprietário do sítio, o avô de Thiago. Desde então, os jovens não foram mais vistos, e começou a busca desesperada de seus familiares.
Na outra margem do rio estava uma motocicleta usada pelos jovens, que foi incendiada pelos policiais, segundo disseram populares na delegacia.
A Polícia Civil local acompanhou os familiares no resgate dos cadáveres dos quatro jovens para sepultamento na sede de Apuí.

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA POLÍCIA MILITAR

A Polícia Militar do Amazonas esclarece que segundo informações preliminares a guarnição de policiais militares com os nomes envolvidos em denúncia de homicídio, lotados no município de Apuí, negam o atendimento da ocorrência e as acusações referentes às quatro vítimas do crime no município.

A Polícia Militar está contribuindo integralmente com a investigação da Polícia Civil a fim de elucidar os fatos.

Fins haver total transparência, legalidade, imparcialidade e isenção, a Polícia Militar instaurará Inquérito Policial Militar para apurar os fatos internamente, encaminhando a Auditoria Militar Estadual a conclusão deste conforme preconiza a legislação peculiar.

DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS

ATENÇÃO! IMAGEM FORTE DOS CORPOS. EVITE VER SE LHE CAUSA DESCONFORTO

 


(Divulgação / Leitor)