Rógerson Rímoli*
Recentemente estive visitando a esplanada da N.O.B, a tão famosa Noroeste do Brasil, responsável pela deflagração da expansão demográfica e desenvolvimento da nossa região.
Confesso que fui tomado por um misto de sentimentos. Um sentimento de nostalgia por lembrar das grandes figuras que lá trabalhavam e por lá passavam. Eram ferroviários, viajantes, ajudantes, enfim, construtores de uma história!
Lembrei também da minha infância e das incontáveis vezes que transpunha o túnel subterrâneo da N.O.B como um corajoso herói que se arriscava a passar por debaixo dos trilhos de uma linha férrea.
É, infelizmente as boas lembranças acabaram por aí, pois o que mais me tocou foi a constatação da falta de zelo que o poder público tem com o bem que por direito é do povo.
Um lugar histórico, amplo, central, arborizado, agradável, que poderia ser extremamente útil à cidade está ali, agonizante, como se clamasse por ajuda e ninguém ouvisse.
Nós, povo, temos que cobrar, e isso faço desde já, como desde sempre tenho feito, que esse espaço seja utilizado para o nosso bem, que a estrutura física seja utilizada para abrigar instalações públicas, secretarias e departamentos municipais, notadamente o de cultura -economizando dinheiro nosso gasto com aluguéis- que a feira possa ser abrigada naquele contexto, que as lojas populares e lanchonetes possam também se integrar, que ajam lá espaços para a prática de lazer, atividades culturais e entretenimento.
Vou além, com vontade política e uma força extra dos parlamentares sul-mato-grossenses, haveria condições de implantar um projeto amplo que abrangeria não somente a esplanada, no centro da cidade, mas também toda a extensão da antiga linha férrea, criando um parque linear atendendo a população com as já ditas atividades culturais, de lazer e entretenimento, beneficiando diretamente os moradores e visitantes dos bairros Jupiá, Bosque das Araras, Costa Leste, Setsul, Quinta da Lagoa, Jardim dos Ipês, Colinos, Santa Rita, Nossa Senhora Aparecida, Santa Terezinha, Santa Luzia, Novoeste, Maristela, Eldorado, Violetas, dentre outros e, indiretamente, toda a cidade.
Tudo isso, porém, não pode ser feito da maneira atabalhoada como de vez em quando a prefeitura faz, “abrindo” ruas sem qualquer planejamento, derrubando muros históricos sem qualquer estudo e arrancando palmeiras imperiais de maneira açodada. Há que se agir com inteligência, sempre tendo em mente um PRO-JE-TO.
*Rógerson Rímoli é advogado e pré-candidato a prefeito pelo PDT.