Acompanhados por dirigentes de associações de empresas de recapeamento, os deputados defenderam que o Inmetro agilize os trâmites técnicos a fim de comprovar a segurança da técnica para pneus de motos.
Como resposta, ouviram de Brito que os testes para essa regulamentação podem ser providenciados até o final do primeiro semestre deste ano.
Vander argumenta que o recapeamento de pneus já é uma realidade no Brasil, atendendo a automóveis, caminhões e ônibus. “Estamos buscando que isso possa se estender às motos também”, pontua o deputado sul-mato-grossense, que informou ainda que até pneus de aeronaves podem ser recapeados.
O deputado sul-mato-grossense destaca também que a demanda do setor de motocicletas por pneus recapeados é grande e que essa prática também contribuiria com o meio ambiente. “Com o recapeamento sendo autorizado, a gente espera poder ter pneus mais baratos no mercado para que todos os motociclistas, principalmente os motoentregadores e mototaxistas possam economizar, tudo com a devida segurança e regulamentação. Além disso, não se pode desconsiderar a questão ambiental, já que pneu recapeado também contribui nesse sentido”, conclui Vander.
Segundo as associações de empresas de recapeamento, a indústria brasileira tem hoje condições de recapear ao menos três milhões de pneus de motocicletas por ano. “Pneus que iriam para o lixo e poderiam ser reaproveitados pela indústria”, completa Vander Loubet.
Onda verde – O mercado de recapagem de pneus no Brasil evoluiu na última década, especialmente com as novas tecnologias de automatização. Há 20 anos, a atividade se limitava à atuação em borracharias, normalmente instaladas na periferia das cidades.
Atualmente, empresas estruturadas investem no setor e oferecem serviços especializados, prestados por profissionais capacitados no ofício. O segmento tem um faturamento anual de R$ 5 bilhões (considerando as unidades reformadoras de pneus e os fabricantes de matéria-prima), o que gera uma arrecadação de R$ 1 bilhão em impostos, além de garantir mais de 250 mil empregos diretos e indiretos, sendo a maioria em microempresas e companhias de pequeno porte.
Élcio Mendes, gestor comercial da NSA Pneutec, explica que a reforma de pneus não é mais uma tendência futura de mercado, e sim uma realidade: “Vivemos um momento que o mundo exige cuidados com o meio ambiente, e as novas práticas ESG, por exemplo, são essenciais para atravessar esse momento de crise global e garantir a sustentabilidade”, afirma.
Para a fabricação de um pneu comercial novo, são utilizados 79 litros de petróleo, enquanto, um pneu reformado, consome cerca de 29 litros. Já nos pneus de veículos usuais das pessoas no dia a dia (carros e motos), a fabricação de um novo pneu precisa de 27 litros e, um reformado, apenas nove litros. Essa diferença possibilitou, em dez anos, uma economia de mais de cinco bilhões de litros de petróleo, o que significa que 26 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidos na atmosfera, no mesmo período.