Porta-voz do Vaticano diz que pontífice reza por Óscar Ramírez e sua bebê, Valeria, assim como por todos migrantes que perderam suas vidas tentando escapar da guerra e da miséria, e elogia mexicanos por serem ‘tão acolhedores’
“O Santo Padre viu, com imensa tristeza, a imagem do pai e de sua filha afogados no Rio Grande enquanto tentavam atravessar a fronteira”, afirmou o porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti, em nota.
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“O papa está profundamente entristecido com as mortes e reza por eles e para todos os migrantes que perderam suas vidas tentando escapar da guerra e da miséria”, completou.
A imagem que percorreu o mundo mostra Óscar Alberto Martínez Ramírez, de 25 anos, e sua filha Valeria, de 1 ano e 11 meses, afogados em uma das margens do Rio Grande, perto da cidade mexicana de Matamoros.
Tânia Vanessa Ávalos, mulher de Oscar e mãe de Valeria, explicou às autoridades que a água levou a criança durante a travessia e que o pai tentou ajudá-la, mas ambos foram vencidos pela correnteza do rio e desapareceram.
Hoje, depois da audiência geral às quartas-feiras, o Papa agradeceu aos mexicanos por “serem tão acolhedores” com os migrantes, durante a saudação aos fiéis em espanhol na Praça de São Pedro.
Como de costume, Francisco cumprimentou os grupos de fiéis provenientes da Espanha e da América Latina, incluindo peregrinos de Tlalnepantla, no México, acompanhados por seu arcebispo, José Antonio Fernández Hurtado, e pediu ao Espírito Santo que “faça com que as comunidades sejam acolhedoras e solidárias, vivendo a liturgia como encontro com Deus e com os irmãos”.
Autoridades mexicanas isolaram área do Rio Bravo onde os corpos de Óscar e Valeria foram encontrados Foto: AP Photo/Julia Le Duc
E, dirigindo-se aos fiéis mexicanos, Francisco disse: “Quero parabenizar os mexicanos por serem tão receptivos aos migrantes. Que Deus lhes retribua por isso”.
O papa tem expressado com frequência seu apoio aos esforços do México para ajudar os migrantes ao mesmo tempo em que critica os EUA por bloqueá-los na fronteira. Durante uma visita à fronteira dos dois países em 2016, ele criticou o então candidato presidencial Donald Trump, sugerindo que qualquer um que quisesse construir um muro ao longo da fronteira “não era um cristão”.
Em abril, o pontífice doou US$ 500 mil para ajudar os migrantes no México, oferecendo assistência a projetos locais que fornecem alimentos, alojamento e necessidades básicas. / EFE e AP