Entrevistas online fazem parte do projeto Campo do Riso e se tornarão material de pesquisa da palhaçaria
Como forma de buscar uma compreensão investigativa sobre a pedagogia do riso o ator e palhaço campo-grandense Anderson Lima está promovendo cinco lives de entrevistas com referências mundiais da palhaçaria pelo projeto Campo do Riso. As transmissões são feitas pelo perfil do Instagram de Anderson e começaram na quarta-feira (20), com Naomi Silman. Seguem nesta sexta-feira (22) com o palhaço Tomate, no dia 29/01 é a vez de Pepe Nuñes, 3/02 Ricardo Puccetti e 5/02 a série termina com Maku. As conversas sempre acontecem às 19 horas.
Após serem finalizadas, as entrevistas serão transcritas e se tornarão material teórico de estudo para profissionais da palhaçaria e sociedade em geral, contribuindo para a pesquisa e manutenção da memória dessa vertente artística, que muitas vezes é vista como algo fácil de se fazer.
“Quero trazer uma reflexão profunda para o tema, que seja universal. Ajudar a quem já é palhaço, refletir sobre. E para quem não está inserido nessa arte também pode entender o resultado que cada um desses palhaços tem, que ajude a entender o que é ser palhaço ou palhaça”, explica Anderson.
O projeto surgiu em meio ao período caótico que assolou o mundo em 2020: a pandemia de Covid 19. “A questão de trocar ideias, se referenciar, por mais que tenhamos a internet com sites de vídeos, houve uma carência disso com as pessoas e profissionais que admiramos. As lives nos deu um pouco dessa aproximação. Depois de ler um livro sobre um ator, escrito por um jornalista a partir de uma entrevista, tive a ideia de fazer as entrevistas e deixá-las posteriormente como material teórico”, relata.
Todos os convidados, apesar de serem de outras cidades, tem uma história com Campo Grande, já que se apresentaram por aqui. A escolha dos nomes foi do próprio Anderson, que quis promover conversas com profissionais que ele tem como referência, mas que também são nomes com relevância internacional.
Palhaço Tomate
Nesta sexta-feira (22), às 19 horas, é a vez de Anderson conversar com o palhaço argentino Tomate, especializado em fazer números com balões. “Quando comecei a trabalhar com palhaçaria ninguém queria utilizar balões, tinha muito acrobatas e malabaristas, eu queria fazer algo diferente. É muito importante ter esse tipo de material para ser fonte de conhecimento, para que as pessoas que queiram entrar nesse mundo entendam como funciona, tenham onde estudar, agregar”, reflete Tomate.
Ele esteve em Campo Grande no ano de 2019, na última edição da Pantalhaços, quando organizaram a palhaceata com dezenas de palhaços pelas ruas do Centro. Na ocasião, durante uma oficina, Tomate confeccionou um polvo gigante com mais de 8 mil balões que também desfilou no evento.
Lei Aldir Blanc
O projeto Campo do Riso foi contemplado com recursos da Lei Aldir Blanc, através de edital do FMIC (Fundo Municipal de Incentivo Cultural) promovido pela Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo).
A lei foi sancionada no fim de junho e o projeto é de autoria da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), como objetivo de ajudar profissionais da área cultural e espaços que organizam manifestações artísticas, que em razão da pandemia, foram obrigados a suspender os trabalhos.
Ela ficou conhecida popularmente como Lei Aldir Blanc em homenagem ao músico e compositor que morreu em maio, vítima do coronavírus. Foi um importante avanço para o setor, já que os recursos destinados aos municípios e estados ajudam os artistas a fomentar a cultura e se manter frente a este cenário.