Se você não for bom em matemática, física ou química, não se preocupe, pois pode ser melhor em português, inglês ou em qualquer outra disciplina. E se ainda assim não se identificar com nenhuma delas, isso não é motivo para se achar inferior, pois existem diversas formas de inteligência, que podem ser tanto intelectuais como físicas.
Assim sendo, você pode crescer frequentando com dificuldade os bancos escolares e no final se identificar como um bom atleta em determinada modalidade esportiva, um músico, um artista, um escultor, um pintor, enfim, alguém com habilidades especiais desenvolvidas pelo físico em perfeita comunhão com a mente, que sempre será um mistério pela sua imensurável capacidade de realizações.
Essas verdades precisam ser trabalhadas no lar, especialmente junto às crianças que se deparam com esse problema de comparação de suas capacidades com as de colegas de classe, ou na juventude, no mercado de trabalho.
Agora mesmo, quando estamos iniciando um novo ano letivo, o problema pode começar, ou se repetir, deixando a criança insegura quando enfrenta dificuldade para dominar uma matéria e seus amiguinhos parecem não ter dificuldade alguma. Sentem-se “burras”, “incapazes” e isso muitas vezes provoca a extrapolação crítica, entrando no campo do bullying, que torna prejudicial todo processo de aprendizado da criança na escola.
Para evitar a chegada a esse ponto, não somente os pais, mas também professores e diretores de escolas precisam trabalhar bem esses temas nas instituições de ensino, fazendo com que as crianças cresçam dentro de um ambiente de conhecimento diversificado, sabendo que cada um nasce com alguma aptidão, que mais cedo ou mais tarde aflora em diferentes graus de potência. O bullying também deve ser trabalhado para se respeitar o limite de cada um.
Todo indivíduo tem pelo menos um dom especial. Uma ou mais habilidades físicas ou intelectuais que vão ajuda-lo a enfrentar o mundo e conquistar, com muito trabalho, o seu espaço. Então, não há com o que se preocupar, pois tudo o que se deve fazer é descobrir o talento de cada um para que seja utilizado em benefício próprio e/ou coletivo.
É importante saber que nossos talentos, nossas habilidades especiais de falar, escrever, esculpir, pintar, criar… são dons de Deus concedidos a cada um de nós para que os usemos da melhor maneira possível durante nossa vida aqui na Terra.
Dieter F. Uchtdorf, membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ensinou: “Talvez você pense que não tem talento, mas essa é uma conclusão falsa, pois todos temos talentos e dons, cada um de nós”.
Portanto, pode exigir tempo e esforço de nossa parte para descobrir e desenvolver ainda mais os dons que recebemos, mas todos temos muito a contribuir por meio das habilidades que Deus nos deu. Jovens e adolescentes precisam ser pacientes e exercer fé de que os problemas que enfrentarão a partir dessa fase, podem ser vencidos e as conquistas bastante prazerosas, compensando os tombos que certamente levarão mesmo quando estiverem fortalecidos, pois assim é a vida.
O Senhor deu a todos um cérebro excepcional, capaz de grandes feitos se bem utilizado para conquistar e dominar as coisas. Então, se não sou bom (naturalmente) em matemática, física ou química não há problema algum se eu quiser realmente dominar essas disciplinas, porque nossa mente é capaz sim de obter os conhecimentos mais difíceis. Tudo o que precisamos fazer é estudar e insistir de maneira perseverante até alcançar os objetivos desejados. A mente que o Senhor nos deu é perfeita e permite tranquilamente isso a todos.
Lembre-se de que até Jesus Cristo aprendeu gradualmente, com o passar do tempo. Seja diligente, mas também paciente consigo mesmo, pois o aprendizado acontece “linha sobre linha, preceito sobre preceito” (2Néfi 28:30).
Aprenda pelo estudo e pela fé. Sua capacidade de compreender a verdade em qualquer assunto será melhorada ao combinar o máximo de seus esforços intelectuais e espirituais. Viva de maneira que possa ter a ajuda do Espírito Santo. As palavras do próprio Salvador confirmam Sua preocupação e interesse em nos ajudar: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente” (Tg.1:5). Acredite nisso, pois “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria Ele e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria? (Nm.23:19).
*Jornalista e Professor