A eleição para o Governo do Estado continua fria em Mato Grosso do Sul, sem grandes possibilidades de mudança de cenário, pelo menos por enquanto. Em contrapartida, a disputa pelo Senado já pega fogo antes mesmo das definições sobre quem serão os candidatos.
A briga será grande para decidir quem serão os dois candidatos da coligação de Eduardo Riedel (PSDB) para o Senado. Hoje, Reinaldo Azambuja (PSDB) é considerado o número um da coligação, mas a disputa pela segunda vaga promete muita confusão e corações partidos com os “nãos” que muitos receberão.
Aliado principalmente de Reinaldo Azambuja, o senador Nelsinho Trad (PSD) quer a reeleição e com apoio do grupo que ele ajudou a eleger. Nelsinho apoiou Reinaldo Azambuja no segundo turno em 2014 e depois fez dobradinha com ele em 2018, para Governo e Senado.
Em 2022, apoiou o irmão, Marquinhos Trad, para o Governo do Estado, mas depois foi de Riedel no segundo turno, mesmo com toda briga do irmão com o grupo tucano durante a eleição. Nelsinho chegou a ser oferecido pelo grupo tucano para ser o candidato do PL, no lugar de Reinaldo, mas Bolsonaro não aceitou. Agora, ele está entre os cotados para ser um dos candidatos do grupo.
Se Reinaldo tem Nelsinho, Riedel é próximo da senadora Soraya Thronicke (Podemos), que também tentará a reeleição e quer o apoio do grupo. Ela inclusive, será a candidata da união entre o PSDB, atual partido do governador, e o Podemos. Nesta conta do governo, de apenas um candidato, um dos dois senadores já seria deixado de lado.
Tereza e o PP
Os dois senadores que estarão finalizando o mandato têm como principal concorrente a senadora Tereza Cristina (PP), que defende um candidato do PP para o Senado. Fortalecida após ajudar a eleger Riedel e depois Adriane Lopes (PP), Tereza é considerada essencial para o projeto de reeleição do governador e deve ter muito peso na escolha do segundo nome. Se bater o pé, ela pode fazer Riedel e Reinaldo abandonarem os dois senadores.
No PP, disputam a vaga o presidente da Assembleia, Gerson Claro, e o secretário de Infraestrutura de Campo Grande, Marcelo Migliolli. A disputa, que já é grande, pode ficar ainda maior com a filiação de Capitão Contar, hoje no PRTB. Ele também pretende concorrer ao Senado e colocar ainda mais fogo nesta briga pela segunda vaga da coligação de Riedel.
PL
Reinaldo articula uma filiação ao PL e terá que barrar a tentativa de Jair Bolsonaro (PL) de emplacar Gianni Nogueira (PL) para o Senado. O ex-governador disse que não tem oposição ao nome da vice-prefeita de Dourados, mas avalia não ser inteligente ter dois candidatos do mesmo partido.Reinaldo prometeu se filiar ao PL no ano passado, quando fechou parceria para eleição de prefeitos em Mato Grosso do Sul. A oficialização deve acontecer na segunda quinzena de junho ou em julho.
Na última reunião com o diretório do PL, Reinaldo conversou sobre as candidaturas ao Senado e definiu que os nomes serão escolhidos em conjunto, com participação dele, Riedel, Bolsonaro e da senadora Tereza Cristina.Namoro com a esquerda
Riedel ainda terá a missão de dizer não a dois importantes aliados ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): Simone Tebet (MDB) e Vander Loubet (PT). Simone já declarou que pode ser candidata para atender um pedido de Lula. Ministra, ela foi fundamental para abrir portas em Brasília para Riedel, mesmo ele tendo apoiado Jair Bolsonaro na eleição presidencial. Para seguir a estratégia do grupo, ele terá que dizer, pelo menos oficialmente, não para Simone.
uem também deve viver situação semelhante é o deputado federal Vander Loubet (PT). Ele inclusive condicionou o apoio do PT à reeleição de Riedel a um apoio à candidatura dele ao Senado ou de Lula à reeleição. Para isso, disse que concordaria até em ser um dos cinco candidatos de Riedel.
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