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Bela Vista-MS Sábado, 12 de Abril de 2025

Com um investimento de R$ 70 milhões, o Governo de Mato Grosso do Sul lançou nesta quinta-feira (10), durante a Expogrande 2025, um programa que promete remodelar a produção leiteira no estado. Trata-se do Proleite MS — um plano pensado para fortalecer o campo, melhorar a produtividade e incentivar a permanência de famílias na atividade leiteira.

A iniciativa, construída a várias mãos, foi amadurecida em espaços de escuta e articulação que vêm se intensificando nos últimos anos. Um desses espaços é a Frente Parlamentar do Leite, da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado estadual Renato Câmara. O parlamentar assinou o termo de adesão representando o Poder Legislativo e destacou o novo momento que o setor vive:

“É uma mudança de chave, uma mudança na forma de incentivar o produtor rural. Para que ele permaneça na atividade leiteira e para que novos produtores tenham interesse em produzir leite. É um projeto proposto pela Frente Parlamentar do Leite, com apoio de várias entidades parceiras, até chegar nesse formato final”, afirmou.

A fala do deputado reflete o acúmulo de ações promovidas nos últimos anos no âmbito da Frente Parlamentar do Leite. Entre elas, destacam-se a realização do Seminário do Leite, que chegou à sua terceira edição; a criação da Semana Estadual do Leite; a elaboração do projeto de lei para a implantação do Vale-Leite; o pedido de inclusão do leite na merenda escolar; a articulação para manter o ICMS sobre as mussarelas importadas, preservando a competitividade do produto interno; a definição do Índice do Leite como referência para políticas públicas; o Refiz para os laticínios do estado – programa de regularização fiscal do estado – e o incentivo ao melhoramento genético do rebanho. Esses avanços pavimentaram o caminho para a consolidação do Proleite MS como política pública de Estado.

O Proleite se organiza em quatro eixos estruturantes, tais quais o melhoramento genético do rebanho, a ampliação do apoio à indústria láctea, a assistência técnica aos produtores e o estímulo à organização da cadeia produtiva.

O plano nasce do diagnóstico de que, embora o estado tenha potencial, ainda enfrenta entraves como baixa escala de produção, pouca integração entre os elos da cadeia e dificuldade de acesso a tecnologias. A proposta é enfrentar esses gargalos com políticas públicas integradas, que dialoguem com quem está no campo e com quem processa o leite.

Além do executivo estadual, o programa tem como base o trabalho coletivo de instituições do setor produtivo, associações de produtores e entidades técnicas. A articulação entre essas vozes permitiu que o Proleite MS ganhasse corpo, alcance e, sobretudo, legitimidade.

O lançamento do programa marca um novo capítulo para a bovinocultura leiteira de Mato Grosso do Sul — não apenas pelo volume de recursos envolvidos, mas pela forma como foi construído: ouvindo o campo e propondo soluções conectadas à realidade de quem produz.

Por: Débora Louise G. Guglielmelli   Foto: Flávio Retratista