A sabedoria é uma das grandes dádivas da velhice. Quando o indivíduo ultrapassa meio século de vida, aos poucos deixa de correr para o futuro, desfruta mais do presente e relembra, pondera e corrige o passado, na medida do possível. Além disso, enxerga a beleza de tudo à sua volta e se torna bom ouvinte e melhor conselheiro.
Aprende, na alegria ou na tristeza, a primeira e a mais importante verdade do universo: Deus existe. É O Criador de todas as coisas e ama todos nós, Seus filhos. É quando entende também a plenitude do segundo grande mandamento que Ele espera que todos obedeçam: amar ao próximo como a nós mesmos.
Quando a pessoa ama e respeita seu semelhante, torna-se apto a exercer o poder do perdão, que é um dos mais nobres e doces frutos da sabedoria. Se despe de toda mágoa, de todo rancor existente nas relações e se veste da humildade que lhe permite buscar a reconciliação a qualquer custo.
Ao longo da vida, conheci muitos casos e pessoas que dariam simplesmente tudo o que juntaram de riquezas materiais para ter em troca alguns anos com mais qualidade de vida, amor e alegria; Indivíduos também que se arrependeram de explorar e pisar em pessoas, inclusive parentes e amigos; Pessoas que viveram e se arrependeram de trilhar caminhos tortos, cheios de pedras e espinhos e que no final, resolveram mudar, reparando erros e injustiças cometidas.
Sobre a vida conjugal, importante fase da jornada, há muitos anos ouvi do poeta Ferreira Goulart, uma sábia conclusão a que chegou a respeito desse assunto e a entesourei para mim. Ele contou que quando se desentendia com a esposa, ficava até uma semana ou mais, “emburrado” por achar que tinha razão e que por conta disso era ela quem deveria procurá-lo para fazerem as pazes.
Acontece que, segundo ele, seus cabelos brancos não lhe permitiam mais desperdiçar um tempo tão precioso ao lado de sua bela e jovem esposa. Foi então que ele ponderou e concebeu a célebre frase: “A partir de agora não quero mais ter razão. Quero é ser feliz”.
Um sábio conselho que serve para todos, especialmente aos homens (turrões) nesses tempos difíceis, de recordes de divórcios e separações em todo o Brasil.
Outra boa experiência em relação ao trato com a esposa, a “eterna namorada”, diz respeito exatamente a isso, ou seja, ela deve ser tratada como tal e nunca como alguém que conquistamos e que não precisa mais ser cortejada, elogiada e bem tratada.
O homem precisa ser criativo para demonstrar sempre, ao longo de toda sua vida conjugal, seu amor pela companheira. Por exemplo, mesmo sem nenhuma data comemorativa ou aviso prévio, deve passar na floricultura e comprar mesmo que um simples botão de rosa para ela, que pode ser entregue junto com uma longa carta de amor. Elas (no geral) amam atitudes dessa natureza. Se esse não for o caso de sua esposa, descubra o que a agrada e faça.
Há alguns anos, numa bela manhã, minha esposa teve uma grande surpresa na nossa cozinha. As paredes azulejadas amanheceram repletas de desenhos e mensagens de amor (escritas com canetinhas coloridas, de fácil limpeza). Os desenhos procuravam retratar lugares em que estivemos juntos, como praias, fazendas e outros ambientes. Me esforcei também em criar poemas inéditos. Ela chorou de alegria e certamente passou a me amar mais depois daquele dia, que se repete por algumas vezes no ano, mas sempre com novos tons de criatividade.
Sobre filhos, nosso grande legado, é preciso que os criemos para o mundo e não para nós. Para isso é preciso que os ensinemos a conhecer e a amar a Deus e a Jesus Cristo, pois isso fará a grande diferença em suas vidas se mantiverem a fé e a fidelidade Neles.
Quanto a nós, no trabalho, devemos sempre procurar fazer o que gostamos e quando isso não acontece, por conta de um curso ou uma faculdade em andamento, devemos gostar do que fazemos. E se não está se sentindo bem numa empresa, saia! Não fique (muito tempo) num lugar em que não se sente bem. Não pragueje às escondidas contra sua chefia, pois você é livre para ir para onde quiser. Nunca se esqueça que você tem capacidade para se especializar em qualquer área profissional.
E acima de tudo, devemos procurar sempre nos espelhar na determinação e na grandiosidade de Jesus Cristo, que nos ensinou, pelo exemplo, compaixão, bondade, honestidade, perseverança e alegria em servir, quando andou entre nós. E como a vida é especialmente bela e tudo faz parte de um grandioso Plano de Deus para o crescimento e salvação de todos, nada mais justo que nos esforcemos em fazer coisas que realmente importam.
*Jornalista e Professor