(67) 99634-2150 |
Bela Vista-MS Segunda-Feira, 25 de Novembro de 2024
Músicos da OCAMP comemoram apresentações em Dubai

Músicos da OCAMP comemoram apresentações em Dubai

Integrantes do Moinho Cultural voltaram nesta semana para Mato Grosso do Sul
Duas apresentações internacionais, a oportunidade de conhecer outro país e, principalmente, levar a música e cultura brasileira a outros povos. Este é o sentimento dos músicos da OCAMP (Orquestra de Câmara do Pantanal), do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, que se apresentaram na Expo Dubai, nos Emirados Árabes, junto com outros músicos do Programa Vale Música, do Espírito Santo e Pará.
Para o violinista Roque Junior Rosa, de 17 anos, a viagem foi uma oportunidade única na carreira. “Agradeço muito ao Moinho e à Vale pela experiência. Se não fosse essa parceria, não conseguiríamos ter essa linda viagem, que foi deslumbrante e um incentivo para seguirmos em frente”, afirmou o músico, que, desde 2015, está no Moinho Cultural.
Outra musicista que participou da excursão é a boliviana Melissa Wiletty Lazo, também violinista. “Na minha carreira, no meu currículo, é um marco histórico, porque não fui como professora de violino. Fui como violinista da Vale Música, que foi representar o Brasil. Tenho muita gratidão por essas instituições acreditarem em projetos sociais e na música como ferramenta de transformação social e por acreditarem em nós, que somos jovens músicos”, disse.
Ao todo, 15 músicos de Mato Grosso do Sul, que integram a Orquestra de Câmara do Pantanal, se apresentaram em Dubai: Eduardo Martinelli (maestro), Caio Fortunato de Haro (violino), Gleison da Silva Ferreira (violino), Jorge Priésley da Cunha (violão), Philip Maurício Andara (flauta), Rafael Henrique Morais (violoncelo), Camila Gabriela Caceres (viola), Henrique Lourenço de Carvalho (contrabaixo), José Maikson Alves (violoncelo), Diego Alberto Anez (viola), Felipe Gonçalves Arruda (clarinete), Roque Junior Rosa (violino), Emanuel Teixeira e Silva (violino), Maria Eduarda de Oliveira (violino) e Melissa Wiletty Lazo (violino). Acompanharam o grupo a diretora do Moinho Cultural, Márcia Rolon, e o coordenador José Roberto.
“Para nós, foi uma experiência única. A OCAMP é uma orquestra relativamente jovem e já passou por uma vivência tão marcante como esta, de representar o Brasil em um evento emblemático e cosmopolita, como a Expo Dubai. Além de experiência para nossos jovens músicos, a apresentação com outros integrantes do Vale Música foi um momento de troca, parceria”, afirma a diretora executiva do Moinho Cultural, Márcia Rolon.
O Programa Vale Música é uma iniciativa do Instituto Cultural Vale que visa incentivar e fortalecer a formação de crianças, adolescentes e jovens para música de concerto no Brasil. O programa cria uma rede de colaboração entre orquestras parceiras para incrementar o ensino e a aprendizagem nos projetos de música patrocinados pela Vale, com intercâmbios entre estudantes e professores, aulas e residências artísticas. Atualmente, o Programa Vale Música conta com cinco polos de formação nos estados do Pará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo envolvendo mais de 1000 alunos e 250 profissionais.

Entidade pede que Rússia e Ucrânia protejam jornalistas

Jornalistas de todo o mundo fazem a cobertura do conflito. (Reprodução/ Gabinete do Presidente da Ucrânia).

A associação lembra que ambos os países assinaram um acordo internacional de garantia de direitos humanos e à liberdade de expressão.

Como medida de proteção à imprensa atuante na cobertura do conflito armado entre Rússia e Ucrânia, a Associação Mundial de Editores de Notícias (Wan-Infra) cobrou dos dois países ações de segurança aos jornalistas. Em nota publicada em inglês na última quinta-feira, 24, a entidade internacional ressaltou que civis e jornalistas não podem ser tratados como combatentes.

Na publicação feita no site da Wan-Infra, o CEO da associação, Vincent Peyrègne, destacou aos líderes da Rússia e da Ucrânia que ataques à imprensa são ilegais. Isso porque os dois países assinaram o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP), documento da Assembléia Geral das Nações Unidas que prevê, entre outras questões, o compromisso com a liberdade de expressão e de imprensa.

“Neste momento extremamente perigoso, pedimos a todas as partes deste conflito crescente que façam tudo o que estiver ao seu alcance para priorizar a segurança dos jornalistas e respeitar o papel da imprensa”, disse o CEO à redação da Associação Mundial de Editores de Notícias.

Peyrègne citou, ainda, a relevância do papel jornalístico para a proteção da sociedade, especialmente em momentos de conflitos. “Lembramos a todas as partes deste conflito a necessidade de manter os canais de informação abertos e confiáveis ​​para que o público permaneça informado. Esta é simplesmente uma questão de proteger vidas”, declarou ao site da entidade. O texto termina em manifestação de solidariedade ao povo da Ucrânia.

Oscar 2022: Cerimônia deste ano voltará a ter apresentador após 4 anos

Oscar 2022: Cerimônia deste ano voltará a ter apresentador após 4 anos

O Oscar deste ano terá apresentadores pela primeira vez desde 2018. A ABC anunciou a novidade nesta semana, após a maior premiação do cinema perder audiência nos últimos anos.

O 94º Prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, marcado para 27 de março, retornará ao tradicional Dolby Theatre em Hollywood, Califórnia. Além disso, na cerimônia serão apresentados os lançamentos de filmes para 2022.

A premiação não tradicional realizada em abril do ano passado, que incluiu peças sem apresentador em uma popular estação de trem de Los Angeles devido à pandemia de coronavírus, foi assistida por 10 milhões de pessoas, uma queda de 56% em relação a 2020. A participação do evento foi a mais baixa de sua história.

Craig Erwich, presidente da ABC Entertainment e Hulu Originals, disse em um painel patrocinado pela Television Critics Association: “Você ouviu aqui primeiro, posso confirmar que o Oscar deste ano terá um apresentador”.

Erwich não revelou mais detalhes ou especificou se Jimmy Kimmel será o apresentador do talk show “Jimmy Kimmel Live!” – ou o anfitrião das edições de 2017 e 2018. “Pode ser”, comentou.

Em 2019, o comediante Kevin Hart desistiu da cerimônia depois que seu post no Twitter ressurgiu com comentários homofóbicos que ele fez anos atrás.

Ele não foi substituído e, embora o formato sem uma figura central tenha sido elogiado e até imitado por outros prêmios, como o Emmy, as edições posteriores do Oscar foram criticadas por falta de foco e humor.

Na terça-feira, a Academia anunciou que o veterano Glenn Weiss dirigirá o evento pelo sétimo ano consecutivo, com Will Parker como produtor. No entanto, poucos detalhes foram divulgados sobre a cerimônia, que foi adiada pelo segundo ano consecutivo.

A mudança de data, que era destinada a evitar a competição com as finais de futebol americano e os Jogos Olímpicos de Inverno, foi anunciada meses antes da propagação da variante ômicron Covid-19 e forçou Hollywood a cancelar vários eventos ao vivo.

Assédio judicial e assassinato de profissionais de imprensa ganham repercussão

Assédio judicial e assassinato de profissionais de imprensa ganham repercussão

Dois casos de ataque e violência contra a imprensa na América Latina ganharam repercussão internacional nesta sexta-feira, 7 de janeiro.

No Haiti, dois jornalistas foram queimados vivos por um grupo criminoso. Na Argentina, um tribunal do país está sendo denunciado por forçar um jornalista a entregar gravações de entrevistas com Mariano Macri, irmão do ex-presidente Mauricio Macri.

Gangues

Os assassinatos dos jornalistas haitianos ocorreram na capital Porto Príncipe, no bairro Petion-Ville, e estão sendo atribuídos à gangue Ti Makak. Um terceiro jornalista teria conseguido escapar.

Jornalista John Wesley Amady, da rádio Écoute FM: baleado e queimado vivo por gangues em Porto Príncipe

Uma das vítimas é John Wesley Amady, que trabalhava na rádio Écoute FM e vinha cobrindo pautas relacionadas à crescente criminalidade em Petion-Ville.

À CNN, a rádio informou que Amady foi baleado antes de ser queimado ainda vivo. A emissora suspendeu as operações em solidariedade à família da vítima.

A morte dos jornalistas ilustra a deterioração das condições de segurança em Porto Príncipe, onde facções lutam entre si e com a polícia, agravando a crise humanitária no Haiti. O cenário ficou ainda mais grave em julho do ano passado, quando o presidente Jovenel Moise foi assassinado.

Assédio judicial

Na Argentina, o jornalista Santiago O’Donnell lançou em 2020 um livro baseado nas entrevistas que fez com Mariano Macri. Desde o início de 2021 ele enfrenta uma ordem judicial para que entregue as gravações das entrevistas.

Damián Loreti, advogado de O’Donnell’s, disse ao Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ) que em 15 de dezembro entrou com um novo recurso para tentar impedir a entrega dos arquivos à Justiça argentina. Caso os recursos não surtam efeito, a recusa pode acarretar multa de 67 mil dólares ao jornalista.

“Estamos chocados com a recente decisão do tribunal argentino de ordenar que o jornalista Santiago O’Donnell entregue as gravações das entrevistas que realizou com o irmão do ex-presidente”, disse Natalie Southwick, que coordena de Nova York um programa do CPJ para a América Latina e o Caribe.

“A decisão mina descaradamente a liberdade de imprensa e estabelece um precedente terrível, que é inconsistente com as obrigações domésticas e internacionais da Argentina em relação à liberdade de expressão e informação”.

‘Rota Bioceanica trará integração comercial, de negócios e também de turismo’, afirma Riedel

‘Rota Bioceanica trará integração comercial, de negócios e também de turismo’, afirma Riedel

Símbolo da implantação da Rota Bioceanica, ponte sobre o Rio Paraguai finalmente terá obras iniciadas

O presidente do Paraguai, Mario Abdo autorizou, no último dia 13, o início da construção da ponte sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (PY). Fundamental para a implantação da Rota Bioceância, a obra é considerada um marco para o desenvolvimento do Estado e do País.

A um custo de 649.483.986.793 guaranis (aproximadamente R$ 575,5 milhões de reais), a ponte será construída pela Itaipu Binacional. As empresas que ganharam a licitação para execução da obra terão 1.080 dias (36 meses) para concluir o empreendimento.

O início das obras simboliza concretamente a realização de um sonho de décadas e a viabilidade da Rota Bioceânica, afirmou o governador Reinaldo Azambuja. O grande desafio, agora, na sua avaliação, é desburocratizar o setor alfandegário.

“A ponte tem um simbolismo muito forte ao garantir esse corredor ao Pacífico, que dará maior competitividade a Mato Grosso do Sul e a toda região Centro-Oeste, integrando definitivamente os quatro países (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile) não só economicamente, mas também na cultura e no turismo”, disse o governador. “O Centro-Oeste exporta 68% de sua produção aos países asiáticos e a rota vai encurtar distâncias e reduzir o custo do frete em até 35%.”

Reinaldo Azambuja defendeu a formalização de um acordo alfandegário comum, com um registro único para as mercadorias que transitarão pelos quatro países, como ocorre na União Europeia, onde o produto lacrado na origem chega diretamente ao destino sem burocracia.  “O Brasil deve promover a organização do tratado específico do Mercosul para que tenhamos desembaraço alfandegário e maior agilidade na movimentação das mercadorias”, disse.

Com esse tratamento aduaneiro, segundo Reinaldo Azambuja, os produtos dos quatro países, em especial de Mato Grosso do Sul (carnes processadas, grãos e celulose), ganharão mais competitividade no mercado, além das vantagens que a rota propicia em relação a redução da distância e tempo aos portos de Antofagasta, no Chile, o que representa menos 17 dias de uma viagem de navio. “Os nossos produtores terão uma rentabilidade maior”, comentou.

Investimento em infraestrutura

O evento de lançamento da pedra fundamental da ponte, organizado pelo governo paraguaio em Carmelo Peralta, cidade vizinha a Porto Murtinho, não contou com a presença do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. O avião presidencial não decolou de Campo Grande devido ao mau tempo em Bonito, de onde seguiria de helicóptero para a fronteira. A placa não foi descerrada pelo presidente paraguaio, que convidará Bolsonaro para nova agenda em janeiro de 2022.

Em seu pronunciamento, durante o ato realizado às margens do Rio Paraguai, o governador Reinaldo Azambuja destacou a visão estratégica dos presidentes do Brasil e do Paraguai de viabilizar a Rota Bioceânica e promover o desenvolvimento regional nos dois lados da fronteira. “Bolsonaro e Mário Benitez estão marcando história e o início da obra da ponte simboliza a redenção da região Centro-Oeste, sobretudo Mato Grosso do Sul e Murtinho”, pontuou.

O governador acrescentou que a palavra dos sul-mato-grossenses é de gratidão aos dois presidentes e realçou que o Governo do Estado está fazendo a sua parte ao integrar as regiões produtores por asfalto com a rodovia BR-267, que dá acesso à Porto Murtinho. “Estamos investindo R$ 1 bilhão em infraestrutura, pavimentando mais de 700 quilômetros de eixos de ligação e acesso a 267, garantindo segurança e qualidade nas nossas estradas”, frisou

Reinaldo Azambuja citou ainda os investimentos em segurança pública na região, anunciando que a polícia de Mato Grosso do Sul terá torres interligadas com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), com um sistema de alta precisão, e está adquirindo um helicóptero para o DOF (Departamento de Operações de Fronteira), além de ações integradas com o Paraguai já em execução.

Aliança estratégica

Em sua fala o presidente do Paraguai, Mário Benitez, garantiu a conclusão da ponte sobre o Rio Paraguai em menos de três anos (prazo contratual) e anunciou a pavimentação do último trecho da rodovia do Chaco Paraguaio, de Carmelo Peralta a Lomo Plata (do total de 275 quilômetros, faltam apenas 28 quilômetros). Também confirmou a contratação da segunda etapa da rodovia, correspondente a 350 quilômetros entre Marescal Estigarribia e Pozo Hondo (Argentina).

“Estamos aqui celebrando uma aliança estratégica de irmandade e fraternidade com o Brasil”, disse Benitez, enfatizando que há mais de 40 anos a tão sonhada integração entre os dois países, iniciada com a construção da Ponte da Amizade, no Rio Paraná, não avançou. “Este ato está demonstrando como tem que ser a relação de países irmãos e o Paraguai sustenta a sua posição de ser aliado para a competitividade que a Rota Bioceânica proporcionou a todo o eixo que a interliga. Teremos um impacto muito grande na economia e também na cultura”, finalizou.

A ponte sobre o Rio Paraguai será construída no km 1.000 da Hidrovia do Paraguai, por um consórcio binacional, e custeada pela margem paraguaia da Itaipu Binacional, com investimento de 102,6 milhões de dólares (aproximadamente R$ 575,5 milhões). A travessia terá extensão total de 1.294 metros (incluindo os viadutos de acesso) e largura de 20,10 metros. A parte estaiada centrada no leito terá 625,37 metros, com vão central de 350 metros.

Secretários descatam a obra

A autorização para início da construção é um momento histórico na avaliação dos secretários estaduais.

A obra é o símbolo da implantação da rota bioceanica, que vai encurtar o caminho de Mato Grosso do Sul e países da América do Sul com oceano pacífico A expectativa é aumentar as exportações com redução de custos e produtos mais competitivo ao mercado asiático.

“Trata-se de um momento histórico, que vai se consolidar depois de muitas reuniões e discussões para se chegar ao início das obras desta ponte”, destacou o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel.

Riedel destacou que a rota bioceanica será uma integração comercial, de negócios e também de turismo. “Vai favorecer em todos os setores, do nosso lado estamos fazendo nossa parte, que é ligar as nossas rodovias com a rota. Agora é acompanhar de perto a execução destas obras, pois são novas oportunidades que vão ficar na história do Estado e Brasil”.

Para o titular da Semagro, o secretário Jaime Verruck, a nova ponte e a rota bioceanica vão trazer desenvolvimento para todo Estado. “É uma integração por meio de um corredor, que além da parte comercial, nos preocupamos para que a população se aproprie deste desenvolvimento”.

O secretário de Governo, Eduardo Rocha, também lembrou que o turismo terá um papel importante neste cenário. “Vai ser uma rota comercial e turística, não tenho dúvida que os brasileiros vão seguir a rota de carro ou motocicleta, junto com suas famílias. Além disto vamos levar nossos produtos com menos tempo para o mercado asiático, assim como importar com valor mais barato”. O prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, citou que hoje a cidade será uma das mais importantes do Brasil. “Grandes empresas estão nos procurando para se estabelecer aqui, para isto teremos mais de R$ 80 milhões em investimentos para estruturar e organizar o município”, revelou.

Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, a obra significa a integração dos oceanos Atlântico e Pacífico através de um corredor logístico de extrema importância, além de significar o desenvolvimento de toda a região. “Um dos pontos que a gente sempre cuidou é garantir o desenvolvimento de toda esta região. Este é o trabalho que está sendo desenvolvido, que Porto Murtinho e a as cidades paraguaias se apropriem também deste desenvolvimento”, completou.

A ponte sobre o Rio Paraguai terá um custo de 649.483.986.793 guaranis (aproximadamente R$ 575,5 milhões de reais) e será construída pela Itaipu Binacional. As empresas que ganharam a licitação para execução da obra terão 1.080 dias (36 meses) para concluir o empreendimento, que é essencial para rota bioceânica.

A estrutura vai dispor de 1294 metros de extensão total, com duas pistas de rolagem de veículos de passeio e caminhões, com 12,5 metros de largura, e duas passagens nas laterais, com 2,5 metros cada uma, para o trânsito de pedestres e ciclistas.

O engenheiro e assessor especial da Itaipu, Panfilo Benitez Estigarriba, afirmou que a obra é muito importante para o Brasil e Paraguai. “São 1300 metros de extensão de ponte, com ciclovia e até estrutura especial anti-suicídio, com 22 metros sobre o Rio Paraguai, que não vai atrapalhar a navegação e trará progresso a todos”.

João Carlos Parkinson, coordenador nacional dos Corredores Rodoviário e Ferroviário Bioceanicos da Secretaria de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, lembrou que este momento foi o resultado de muito trabalho, que passaram por dificuldades e que agora é uma realidade. “Finalmente se rompe com o isolamento e assim oferece melhores condições a toda região. Início de uma nova era, que vai exigir preparação e qualificação da mão de obra local, para atender as demandas deste mercado de trabalho”. O presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa, descreveu o ato como histórico, pois se trata de uma obra que vai juntar Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. “Esta rota vai possibilitar uma melhor comercialização dos nossos produtos. Muito feliz em participar deste evento e fazer parte desta história”.

As fronteiras do Brasil e as pontes como mecanismo de integração 

As fronteiras do Brasil e as pontes como mecanismo de integração 

Ao longo dos seus mais de 16 mil km de extensão em fronteiras, o Brasil tem 33 cidades gêmeas (14 delas interligadas por pontes) entre seus 588 municípios localizados na faixa de fronteira (2 destes com conexão via ponte com o outro lado da fronteira).

O antigo Ministério da Integração Nacional, por meio da portaria 213, de 19 de julho de 2016, estabeleceu que “Serão considerados cidades gêmeas os municípios cortados pela linha de fronteira, seja essa seca ou fluvial, articulada ou não por obra de infraestrutura, que apresentem grande potencial de integração econômica e cultural, podendo ou não apresentar uma conurbação ou semi-conurbação com uma localidade do país vizinho, assim como manifestações “condensadas” dos problemas característicos da fronteira, que aí adquirem maior densidade, com efeitos diretos sobre o desenvolvimento regional e a cidadania”. Já a faixa de fronteira, é caracterizada como “a faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres” (Constituição Federal, artigo 20, parágrafo 2º).

A quem hoje consegue visualizar toda a movimentação transfronteiriça proporcionada por uma ponte, fica mais difícil imaginar como estes locais seriam se não houvesse tal estrutura física. A cidade de Foz do Iguaçu (Paraná, Brasil) sem a Ponte da Amizade (Paraguai) ou sem a Ponte da Fraternidade (Argentina) teria qual dinâmica econômica e social? Como seriam escoadas as produções agrícolas de ambos países? Como o Brasil exportaria veículos, máquinas agrícolas e derivados de celulose para o Paraguai?

Na fronteira entre Foz do Iguaçu e Paraguai, por exemplo, a estimativa é de que passem pelo local 80 mil pessoas e trafeguem pela Ponte da Amizade 40 mil veículos por dia. Em relação aos caminhões, em outubro deste ano foi registrado o recorde de mais de 1500 carretas em um dia passando pelo local.

Segundo Camilo Pereira Carneiro, Doutor em Geografia, Professor adjunto na Universidade Federal de Goiás e pesquisador do IDESF, a fronteira pode ser classificada como uma zona de contato entre domínios territoriais distintos, que são regidos por sistemas jurídicos e econômicos diferentes, mas com inúmeras possibilidades de intercâmbio entre culturas heterogêneas. “As interações transfronteiriças ocorrem, sobretudo, nos centros urbanos localizados sobre o limite internacional, as chamadas cidades gêmeas, que exercem influência econômica, cultural e política em territórios que se estendem por uma zona de fronteira que supera os limites municipais e nacionais”.

As pontes e o desenvolvimento das regiões de fronteira

É possível que nas fronteiras ocorram processos de integração espontânea, nas quais o Estado intervém pouco. Porém, estimular tais dinâmicas fronteiriças, principalmente com o investimento em infraestrutura e articulação transfronteiriça, aceleram o protagonismo das fronteiras como zonas de interação, deixando de ter uma condição periférica. O Presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras, Luciano Stremel Barros,  comenta que em geral “as fronteiras são vistas como regiões periféricas, mas deveriam ser vistas como portais de entrada, como oportunidades de desenvolvimento turístico, de biodiversidade e de novos negócios”.

Na América do Sul, o Brasil faz divisa com 10 países e tem 9 fronteiras trinacionais. No mapa, a área em verde representa a faixa de fronteira e é possível verificar que ainda há 4 países limítrofes (Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina) com diversas cidades gêmeas conectadas exclusivamente por balsas.

Em um resgate histórico acerca da infraestrutura de pontes nessas regiões, Camilo explica que entre os anos de 1985 e 2011 foram erguidas 8 pontes. “Duas estruturas importantes foram construídas na década de 1940, a de Uruguaiana e, em 1965, a Ponte da Amizade. Já a ponte entre o Brasil e a Guiana Francesa foi concluída em 2011, apesar de só ter sido aberta em 2017, em função da ausência de um tratado entre os dois países”.

Atualmente, duas pontes trazem expectativa quanto às interações que possibilitarão nas regiões onde serão construídas. A Ponte da Integração (Rio Paraná), que ligará Foz do Iguaçu a Presidente Franco (Paraguai), será inaugurada em 2022. Outra ponte que está prevista para ser construída é entre as cidades de Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Paraguai), sobre o Rio Paraguai.

Luciano analisa que a Ponte da Integração, que já está com 64% de execução da obra, desencadeará mais infraestrutura tanto para o Brasil quanto para o Paraguai, com maior viabilidade para o trânsito de caminhões que passam pelo maior Porto Seco da América Latina, além do aprimoramento dos mecanismos fiscalizatórios. “Essa nova ponte representa para nós fluidez no comércio internacional e conforto ao turista que transita pela Ponte da Amizade. Uma ponte mais voltada para o trânsito de cargas vai proporcionar um avanço gigantesco no comércio exterior e servirá não apenas para incrementar o crescimento da nossa região, mas também do Brasil e Paraguai”.

A cooperação transfronteiriça e cenários futuros

A fronteira com a Argentina é a que apresenta a maior quantidade de pontes que fazem a interligação entre os dois países. São seis estruturas: quatro delas localizadas em cidades gêmeas, nas cidades de Uruguaiana (RS) e Paso de Los Libres, São Borja (RS) e São Tomé, Santo Antônio do Sudoeste (PR) e San Antonio, Foz do Iguaçu (PR) e Puerto Iguazú e duas em municípios que ficam na faixa de fronteira, entre as cidades de Paraíso (SC) e San Pedro e Capanema (PR) e Andresito. “A partir da redemocratização do Brasil e Argentina, houve uma reaproximação dos dois países. Entre os anos 1980 até 2011, tínhamos a integração como prioridade e justamente temos uma grande quantidade de pontes construídas nesse período”, destacou Camilo.

Na fronteira com o Uruguai são três pontes, com o Paraguai são duas (não contabilizadas aqui a Ponte da Integração – Foz do Iguaçu/PR e Presidente Franco/PY, que está em obras e a ponte que vai ligar a cidade de Porto Murtinho/MS e Carmelo Peralta/PY, que está em fase de trâmites contratuais). Além destas, duas pontes fazem a interligação entre Corumbá (MS) e Brasileia (AC) à Bolívia, uma ponte fica entre Assis Brasil (AC) e Peru, uma entre Bonfim (RR) e Guiana e outra sobre Oiapoque (AP) e Guiana Francesa.

Além das abordagens relacionadas à infraestrutura nas fronteiras, Camilo comenta sobre as articulações necessárias para fortalecer a integração e o desenvolvimento nessas regiões. “Nós temos os acordos de localidade fronteiriça do Brasil com o Uruguai, Paraguai, Argentina e Bolívia, mas eles têm que fazer parte da legislação dos países e para isso acontecer, o Congresso de cada um deles tem que aprovar e incorporá-los na legislação”. Camilo também explica que pode-se resgatar projetos que o Brasil já tem para as fronteiras, voltados para educação, saúde e geração de emprego. “Tivemos iniciativas interessantes como o Sistema Integrado de Saúde das Fronteiras (SIS FRONTEIRAS), que destina recursos na área de saúde para os municípios que atendem brasileiros que vivem em outros países e projetos na área de educação. Precisamos de iniciativas que reforcem o potencial de desenvolvimento das fronteiras”.