A ponte internacional com vão suspenso em estilo estaiada sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho e a cidade paraguaia de Carmelo Peralta, está em construção dentro do cronograma de conclusão, prevista para dezembro de 2024, e em janeiro do próximo ano começa a obra do lado brasileiro, em trecho de Pantanal.
A área está sendo preparada e o consórcio binacional de construtores aguarda licença da Receita Federal para movimentação de equipamentos.
A gigantesca obra financiada pelo Paraguai, com recursos (R$ 575,5 milhões) da Itaipu Binacional, segue em ritmo acelerado e já muda a realidade do lado paraguaio, com expansão urbana de Carmelo Peralta. A travessia concretiza um sonho de décadas: a ligação rodoviária entre os oceanos Atlântico (Santos) e Pacífico (Chile), tornando Porto Murtinho o centro econômico da Rota Bioceânica e Mato Grosso do Sul em um hub logístico da América Latina.
A Rota Bioceânica vai encurtar em 8 mil km a distância percorrida pelos produtos brasileiros rumo ao mercado asiático, integrando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A ordem de serviço da ponte, que será implantada no km 1000 da Hidrovia do Paraguai e distante 7 km pelo rio ao norte de Porto Murtinho, foi dada no dia 13 de dezembro de 2021 pelo presidente paraguaio Mario Abdo Benitez, em ato na fronteira com a presença do governador Reinaldo Azambuja.
“A ponte tem um simbolismo muito forte ao garantir esse corredor ao Pacífico, que dará maior competitividade a Mato Grosso do Sul e a toda região Centro-Oeste, integrando definitivamente o bloco de quatro países não só economicamente, mas também na cultura e no turismo”, destaca o governador. “O Centro-Oeste exporta 68% de sua produção aos países asiáticos e a rota vai encurtar distâncias e reduzir o custo do frete em até 35%.”
O cumprimento da ponte foi redimensionado para 1.310 metros e terá largura de 20,10 metros e quatro pistas, com capacidade para absorver o fluxo esperado de movimentação diuturna de cargas e tráfego de veículos bitrem. Nas laterais, serão construídas passagem de pedestres e uma ciclovia. A movimentação intensa no canteiro da obra traduz a consolidação de um projeto em realidade: são 320 operários e dezenas de máquinas em operação.
Conforme o engenheiro Sebastião Ronquim, gerente de Planejamento do consórcio binacional, formado pelas empreiteiras Tecnoedill Construtora, do Paraguai, e Cidade Ltda e Paulitec Construções, do Brasil, em duas semanas o serviço será intensificado do lado brasileiro com a mobilização dos equipamentos e início da implantação da usina de concretagem. O consórcio depende da legalização aduaneira dos maquinários importados junto à Receita Federal.
“Estamos mobilizados para começar essa nova etapa da obra no início do próximo ano, o que será possível com o acesso aberto pelo Governo do Estado e pela prefeitura de Porto Murtinho para que possamos movimentar máquinas pesadas, como as perfuratrizes”, disse. “Aguardamos a legalização na parte de transporte dos equipamentos, enquanto estamos preparando uma balsa de apoio para iniciarmos a montagem do canteiro de obra”, adianta.
Do lado paraguaio, a fase da obra se concentra na fundação para implantação de 28 pilares com profundidade de até 54 metros, nas duas extremidades do rio. O vão central da ponte (parte estaiada) terá 350 metros sustentado por quatro pilares de 120 metros de altura, a 30 metros do nível do rio. A parte chamada convencional (vigas pré-moldadas) se estenderá por 361 metros do lado brasileiro e 300 metros no Paraguai, segundo o projeto.
O engenheiro Sebastião Ronquim explica que o vão central terá ainda uma estrutura (blocos) de apoio de 150 metros de cada lado do rio, com previsão de iniciar a montagem do “tabuleiro” (parte estaiada) com lançamento de vigas e aduelas e concretagem da lage, em meados do próximo ano. “Nessa fase de pico da obra estaremos trabalhando com 600 funcionários”, informa Ronquim, um paulista de 64 anos da Paulitec Construções.
Símbolo de integração continental, a estrutura sobre o Rio Paraguai se transformará também em um marco histórico, “um monumento”, como se expressa o engenheiro. A beleza arquitetônica e a iluminação cênica projetada vão chamar a atenção e a travessia se tornará um atrativo turístico. “Cada obra dessa grandeza tem uma história, mas é uma satisfação trabalhar em um projeto que vai tirar uma região importante e esquecida do isolamento”, diz.
Portal da Rota Bioceânica, Porto Murtinho será a capital internacional do chamamé por quatro dias – de 11 a 14 de novembro – com a realização do festival que celebra um dos elementos símbolos da cultura regional, cuja identidade se expressa na diversidade da música, arte e gastronomia. O megaevento é uma realização da prefeitura local e seu lançamento ocorrerá neste sábado (5), às 18h, no Cine Teatro Ney Machado Mesquita, porto-geral da cidade.
O Festival Internacional do Chamamé conta com o apoio do Governo do Estado e da Fundação de Cultura de MS (FCMS) e parceria do Instituto Cultural Chamamé MS. A extensa programação tem seu forte na cultura, com 49 shows de música e espetáculos de dança regionais e internacionais, abertos ao público durante os quatro dias, além de seminários abordando o turismo e a Rota Bioceânica, oficinas de dança e artesanato e feira de gastronomia.
Porto Murtinho foi uma das portas de difusão do chamamé, que chegou ao então sul de Mato Grosso pelos rios da Prata e do Paraguai, no final do século XIX. Segundo o prefeito Nelson Cintra, o gênero musical de origem argentina sempre foi presente na cultura local, por influência da fronteira, e o desafio é fazer com que as novas gerações se encarreguem de dar continuidade a este legado.
“O festival é uma oportunidade de resgatarmos uma tradição e estimular as novas gerações a incluírem um bem extraordinário da cultura fronteiriça em seus repertórios”, disse o prefeito Nelson Cintra. “Estamos construindo um encontro para relacionamentos, convivência, intercâmbios e negócios. O festival busca fortalecer essa cultura, valorizar o movimento chamamezeiro e difundir o turismo e a cultura com os países que compõe a Rota Bioceânica”, ressaltou.
RITMOS DA FRONTEIRA
A cerimônia de lançamento inclui a entrega da revitalização do Cine Teatro Ney Machado Mesquita, um dos patrimônios históricos da cidade fronteiriça. O prédio foi construído no período de colonização do município para depósito da erva-mate, cujo ciclo na região ocorreu até os anos de 1950. Posteriormente, funcionou como cinema e foi palco de grandes eventos, fechando em 2015. Pela segunda vez é restaurado na gestão do prefeito Nelson Cintra.
A perspectiva é que o festival envolva 800 pessoas, fomentando o intercâmbio cultural transfronteiriço. As apresentações contarão com 37 grupos, sendo sete deles de dança, com artistas paraguaios e argentinos, e os demais serão músicos dos países vizinhos e grupos regionais. Plural, terá também ritmos correlatos, como a guarânia, o rasqueado e katchaka, com baile pantaneiro nas madrugadas com previsão de prosseguir até o sol raiar.
As atrações de destaque são: o acordeonista argentino Santhyago Rios, que executará o Hino de Mato Grosso do Sul no primeiro dia do festival; Castelo & Elinho Filho (MS); Fuelles Correntinos e Carolina Rojas (Argentina); Banda y Ballet Folklórico Municipal de Asunción, Mirta Noemi Talavera e Terezita Vellozo (Paraguai); e o multi-instrumentista sul-mato-grossense Marcelo Loureiro; o coral Meninas Cantores e a Orquestra de Violões de Porto Murtinho.
Segundo Orivaldo Mengual, presidente do Instituto Chamamé MS e dietor-geral do festival, Porto Murtinho assume papel estratégico para a implementação da Rota Bioceânica ao promover encontro com seminários e debates em torno da cultura, do turismo e dos investimentos em logística, que já estão ocorrendo. Além de se apresentar como palco para uma rica programação de shows e espetáculos, feira de artesanato e atividades formativas.
Serviço – O 1º Festival Internacional do Chamamé acontece de 11 a 14 de novembro, na Praça de Eventos de Porto MurtinhoJosé Barbosa de Souza Coelho. Acompanhe a programação pelo site, Instagram, TwitterFacebook e Youtube.
Desde 2015, quando o Rio Paraguai passava por períodos de grandes cheias e as commodities tiveram uma queda acentuada no preço de forma geral, o transporte de minério de ferro a partir de Corumbá/Ladário não passava por um período de alta.
Nos primeiros sete meses de 2022, houve números recordes na comparação com os últimos seis anos. Entre janeiro e julho deste ano, as chatas transportaram mais de 1,074 milhão toneladas da commodity, além de uma pequena porcentagem de ferro e aço.
Esse volume só fica atrás do transporte que foi levado a partir do porto Granel Química, de Ladário, no primeiro semestre de 2015, quando a marca foi de mais de 1,299 milhão de toneladas.
Esses dados fazem parte da base de levantamentos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) sobre a movimentação de mercadorias a partir dos portos no Brasil.
Tanto em 2015 como em 2022 a Vale, principal mineradora do mercado mundial com atuação na região do Pantanal sul-mato-grossense, registrou momentos marcantes envolvendo o contexto local e o nacional.
Há sete anos, em 5 de novembro, houve o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), acidente que causou uma tragédia ambiental e fez as ações da mineradora despencarem.
Por conta desse acidente, houve uma operação ampla em diferentes barragens pelo País para garantir que outros registros fossem evitados.
Agora em 2022, a Vale protagonizou um cenário com reflexo direto com Corumbá e Ladário, ao encerrar suas atividades na região em 15 de junho.
Sua saída definitiva da exploração de minério de ferro no Pantanal foi concluída com carregamentos recordes na comparação com os últimos anos e o uso da hidrovia.
O aumento na comparação com o primeiro semestre de 2021 foi de 12,69%, e muito superior ao que ocorreu em 2020 – pior ano na série desde 2015. No período em que houve maior estiagem do Rio Paraguai, o transporte registrado de janeiro a julho foi de 368 mil toneladas.
Além da extração, a Vale também detinha ativos relacionados ao transporte da commodity pelo Rio Paraguai. Todas essas operações foram vendidas para a J&F Mineração, empresa criada a partir da J&F Investimentos, holding que engloba a JBS e pertence aos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Essa negociação, que foi oficializada em 6 de abril, quando a movimentação de cargas pelo rio estava a todo vapor, envolveu US$ 1,2 bilhão em recursos que a empresa dos irmãos Batista direcionou.
DEFICIT
De acordo com dados do mercado global, o período de janeiro a julho deste ano foi marcado por um deficit para o minério de ferro. Houve um aumento de estoques, enquanto os preços internacionais caíram.
Informativo da UBS Evidence Lab divulgado na semana passada para analisar esse mercado mostrou que os embarques brasileiros de minério de ferro aumentaram 19% na comparação semanal e 12% na anual. O principal destino é a China, país que a Vale realizava parte da comercialização do minério de ferro retirado no município de Corumbá.
As reservas em Corumbá do minério de ferro não são as maiores do País, mas o produto extraído das minas pantaneiras é avaliado como de maior valor agregado, por conta da sua qualidade em comparação à extração feita no Pará e em Minas Gerais.
Agora, com a condução da J&F Mineração, a exploração do minério de ferro em Corumbá vai entrar em um cenário global de aumento de estoques, o que pressionará o preço do produto para valores bem abaixo dos US$ 100/t. A previsão da investidora UBS BB é de que até o fim de 2023 o valor passe para US$ 85/t.
MERCADO
O secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Corumbá, Cássio Augusto da Costa Marques, apontou que as condições de navegação do Rio Paraguai para o segundo semestre tendem a ficar ruins.
O nível abaixou para menos de 1 metro em setembro, e a navegação comercial é feita, de forma ideal, a partir de 1,5 m no nível.
“O cenário que temos para enfrentar a partir de agora é a paralisação da navegação por conta da situação do Rio Paraguai. Não há outra condição. A extração continuará na região, e isso significa que a rodovia deverá ser mais exigida para a realização desse transporte. Temos a situação de utilização da ferrovia para ser utilizada, mas ainda há questões a serem tratadas em trecho argentino, que precisa de obras para haver a completa interligação da Bolívia com a Argentina”, indicou.
Os dados da sala de situação do Instituto de Meio Ambiente de MS (Imasul) apontam que nesta segunda-feira (3) a régua em Ladário marcava 84 cm, resultado melhor que no ano passado, quando registrou -42 cm na mesma data. Em 2020, o relatório do Imasul apontava que a régua marcava 6 cm negativos.
Já em 2019, neste período do ano, a navegação continuava, pois a profundidade chegava a 2,30 m no dia 3 de outubro.
Em Porto Murtinho, o rio registra 2,12 m e está acima do nível registrado no mesmo período do ano passado, quando a régua marcava 82 cm.
Em 2020, a profundidade era de 1,21 m, e em 2019, na mesma data, a média estava muito acima dos últimos três anos e registrava 3,32 m. (Colaborou Súzan Benites)
Plano de Vida”, desenvolvido há quatro anos, reúne conquistas em diversas esferas, como saúde, educação, cultura e meio ambiente; iniciativa é fruto de um trabalho assistido pelo Programa Corredor Azul
Desde 2018, a comunidade do Território Indígena (TI) Kadiwéu tem trabalhado com uma importante ferramenta de gestão que tem garantido às suas aldeias conquistas nas mais diversas esferas (educação, saúde, cultura, meio ambiente, entre outros). Trata-se do Plano de Vida, um documento elaborado de forma coletiva entre indígenas, com a facilitação da Wetlands International Brasil e da Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal.
O texto do Plano de Vida traz de forma objetiva os anseios do Povo Kadiwéu. Por isso, é considerado uma importante ferramenta para a comunidade expressar todo o seu desejo quanto ao futuro da terra e das famílias. Em posse do documento, as lideranças indígenas poderão buscar melhorias para a reserva, ou seja, podem dialogar de melhor maneira com parceiros, governantes e afins, para tirar do papel os seus sonhos.
Recentemente, o documento foi revisado e ampliado. Composta por 70 páginas, a publicação chega, oficialmente, às mãos dos indígenas do Território a partir de quinta-feira (22). Ao todo, serão entregues 80 exemplares do material. O primeiro repasse será feito na sede da aldeia Barro Preto. De lá, uma equipe técnica das instituições percorre as demais aldeias para se reunir com outras lideranças com o mesmo propósito.
De moradores do Território a visitantes, os benefícios do Plano de Vida são evidentes aos olhos de quem percorre às terras Kadiwéu.
“Nesse plano, eu posso ver, por exemplo, o que a área de saúde está precisando: enfermeiros, dentistas e médicos indígenas formados. Então, eu, como professora, vou atrás para que nossos jovens se formem para isso”, explica a professora Kadiwéu, Rosangela Matos, que dentro de sala de aula tem buscado ampliar os interesses das crianças e adolescentes quanto ao futuro que elas desejam para si e para o seu povo.
A nova edição do documento traz 12 eixos temáticos a serem trabalhados na gestão das aldeias. Desses, cinco são novos: Fogo; Água; Mulheres; Juventude e Esporte e Lazer. Enquanto, os outros sete (Educação, Saúde, Território, Meio Ambiente, Agricultura e Pecuária, Cultura e Convivência no Território e Relações Institucionais) estão inseridos desde a primeira versão publicada em 2019.
“ Mais do que uma análise de estratégias, a atualização do Plano de Vida simboliza um maior empoderamento da Nação Kadiwéu para além de suas fronteiras. Se por um lado, a publicação traz conteúdos que contribuem na tomada de decisão interna, por outro, promove o protagonismo indígena frente às negociações com os órgãos governamentais que prestam serviços em seu território e às instituições públicas e privadas que queiram firmar parcerias.
Início – A primeira versão escrita do plano nasceu no ano de 2019. Dois anos depois, houve uma revisão do documento. O trabalho foi promovido de forma colaborativa entre os indígenas e uma equipe técnica da Wetlands International Brasil e Mupan.
Imersa nesse processo desde o início, Lilian Pereira, hoje, coordenadora de assuntos indígenas e comunidades tradicionais da instituição, afirma que são nítidas algumas das evoluções nas aldeias, a partir do Plano de Vida.
“Em fevereiro de 2022, a Associação de Brigadistas Indígenas da Nação Kadiwéu, a Abink, teve o seu primeiro projeto aprovado em edital. Algo que nos enche de orgulho. Foi uma concorrência acirradíssima, com aprovação de recursos que vai ser utilizado na compra equipamentos para auxiliar nos trabalhos de fiscalização do território, primeiro projeto desenvolvido no local.”, revela.
Construção de viveiros no TI Kadiwéu, fortalecimento da Abink, melhoria na convivência entre os indígenas das aldeias, ações de reflorestamento para recuperação de nascentes e promoção da educação ambiental nas escolas das comunidades, com temas emergentes como o aquecimento global, estão entre os benefícios conquistados a partir do plano.
“O aquecimento global está em todo o lugar e esse desequilíbrio climático tem causado danos a nossa reserva. Por isso, temos trabalhado pelo meio ambiente para cuidar de tudo aqui. Somos os guardiões dessas áreas e estamos lutando para preservar essa riqueza: as nossas florestas, o Cerrado e o Pantanal”, afirma o brigadista da Abink, Rubens Aquino.
Conhecimento – As ações não terminam com a finalização da nova versão do Plano de Vida. Outras iniciativas estão sendo desenvolvidas e propõe novas conquistas aos Kadiwéu. Em paralelo à entrega do Plano de Vida, também está prevista uma ação em alusão ao Dia da Árvore, celebrado no dia 21 de setembro. A programação inclui uma capacitação para manejo do viveiro de mudas que será promovida nesta quarta (21) e quinta-feira (22). Além de uma palestra sobre educação ambiental, ministrada pelo chefe da Abink, Mesaque da Rocha.
Serviço
Entrega do Plano de Vida e Capacitação para Manejo do Viveiro de Mudas
Data: 21 a 22 de setembro (quarta e quinta-feira)
Local: Aldeia Barro Preto – Território Indígena Kadiwéu (Porto Murtinho/MS)
Um dos principais centros de turismo e pesca esportiva de Mato Grosso do Sul, a histórica cidade de Porto Murtinho, no extremo sudoeste da fronteira com o Paraguai, registra neste segundo semestre do ano uma das melhores temporadas. Agências de turismo e os empresários do setor estão otimistas com o crescimento da demanda para o período, que se estenderá a novembro, quando começa a piracema.
“O turista, em especial o pescador, voltou de uma pandemia com gosto de sair do isolamento em busca de ar puro, natureza, apesar de a doença ainda não estar totalmente controlada”, afirma Marco Aurélio Nunes, dono da Pousada do Pescador e presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur). “Algumas estruturas de pesca já estão praticamente lotadas até novembro”, informa.
Distante 425 km de Campo Grande, Porto Murtinho é banhado por vários rios piscosos, como o Paraguai e o Apa. A cidade tem uma excelente estrutura de pousadas, ranchos e barcos-hotéis para o visitante desfrutar de uma boa pescaria com serviços de qualidade – da acomodação em quartos e suites, cozinha pantaneira e preparação da isca e da traia de pesca a experientes guias de turismo (piloteiros).
E quem já teve o prazer de fisgar um jau ou um dourado nestas águas compartilhadas sabe que não é história de pescador: o peixe está saindo com voracidade na isca viva ou na artificial. A região está localizada na planície ou Pantanal do Nabileque, com uma diversidade de riachos, baias e corixos que concentram os cardumes e proporcionam uma pescaria inesquecível, além da rica fauna e flora no entorno. –
Organize sua pesca
Porto Murtinho conta com 800 leitos, entre hotéis (400), pousadas e ranchos, mas começa a crescer outro segmento, a locação de casas para temporada. A médio prazo, o município quer criar roteiros internacionais de pesca e ecoturismo na região, que tem influência de vários ecossistemas – Pantanal, Chaco, Cerrado e Mata Atlântica. A cidade está melhorando o atendimento com a capacitação de guias de turismo e piloteiros.
Na hora de agendar a pesca em grupo de amigos ou família, observar o atendimento oferecido. Alguns hotéis e pousadas situados na cidade oferecem serviço completo (acomodação, barco, isca, gasolina e piloteiro); outros, apenas hospedagem, terceirizando a infra para a pesca, que pode ser feita em barcos de alumínio ou barco-hotel. Estes, com estrutura para atender até 30 pessoas em roteiros de três a cinco dias.
A Pousada do Pescador, situada próximo ao porto-geral, oferece o ciclo completo e disponibiliza de 64 leitos (26 apartamentos), com restaurante e piscina. O Rancho da Ilha do Farol também organiza a sua pescaria: o empreendimento fica situado às margens do rio, a 40 km da cidade por estrada pantaneira, e conta com quartos para 13 pessoas, ar condicionado, internet, refeitório, piscina, água tratada e redário. –
Uma das pousadas mais estruturadas é a Foz do Rio Apa, distante 56 km da cidade, com acesso pela BR-267. Região de alta piscosidade na beira de um afluente do Rio Paraguai com trechos de corredeira, ideal para a pesca de dourado. O empreendimento opera com preocupação sustentável (tratamento de água e esgoto e produção de horta e carnes orgânicas), dispõe de toda estrutura para a pesca, 14 apartamentos, piscina telada e áreas de lazer.
No último sábado (23), o Pelotão da 2ª Companhia de Fronteira (2ª Cia Fron) recebeu a visita do Comandante Militar do Oeste, General de Exército Anisio David de Oliveira Junior, acompanhado do Comandante da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, General de Brigada Marcelo Zanon e comitiva, foram recepcionados pelo, Coronel Ernesto, Comandante da 2ª Cia FRON Del Duca, Capitão Cintra e o Prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra.
Durante a visita, foi realizada a recepção das autoridades, apresentação de oficiais, subtenentes e sargentos e visita no hospital de campanha instalado no Centro de Múltiplas Atividades da operação Ágata Oeste.
Ao lado do Comandante da 2ª CIA FRON – Coronel de infantaria Marcos Luiz da Silva Del Duca, foi realizada a Inauguração do Monumento Honra e Glória em Homenagem ao soldado Simeão Fernandes, Patrono da 2ª Companhia de Fronteira, cidadão de fronteira que integrou a força expedicionária brasileira (FEB) e faleceu durante a 2º Guerra Mundial, ao enfrentar uma patrulha alemã, em 14 de outubro de 1944, sacrificando sua vida na defesa da liberdade e da democracia.
Na ação, o General David acompanhado da comitiva de generais e autoridades militares, visitaram as instalações da Polícia Rodoviária Federal de Porto Murtinho, onde foi explanada pela Chefe de Delegacia, Inspetora Salvadora B. da Silva Camargo as atividades realizadas pela PRF no município.
Por fim, o General David visitou o Navio de Assistência Hospitalar Tenente Maximiano (Nash), da Marinha do Brasil, onde foi realizado em conjunto com a 2ª Cia FRON, a ACISO com atendimentos médicos, odontológicos e farmacêuticos durante todo o sábado, 23 de julho.
OPERAÇÃO ÁGATA OESTE
A Operação Ágata visa prevenir a ação de criminosos na fronteira do Brasil com dez países sul-americanos, em toda a costa marítima. Coordenada pelo Ministério da Defesa, a iniciativa atua contra crimes como contrabando, descaminho, narcotráfico, exploração de recursos naturais e garimpos ilegais na faixa de fronteira.
Além da operação, o Comando Militar do Exército instalou em Porto Murtinho um módulo do Hospital de Campanha da instituição para atender a população.
A estrutura foi montada no Centro de Múltiplas Atividades (CMA), com capacidade para 15 leitos, além de enfermaria, triagem, e sala odontológica. As ações fazem parte da Operação Conjunta Ágata Oeste, conduzida pelo Ministério da Defesa e contou com a participação da Marinha do Brasil (MB) e apoio da Prefeitura de Porto Murtinho. O Hospital de Campanha é um complexo hospitalar móvel e tem objetivo de reunir pessoal, equipamentos e instalações para prestar atendimento em áreas em que o apoio à saúde é vital.
Durante os três dias, foram ofertados à comunidade atendimento médico, odontológico, pediatra e ginecologista. Com apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, que ofertaram corte de cabelo, manicure, cama elástica, pipoca e algodão doce para as crianças presentes no local. A Secretaria Municipal de Saúde também esteve presente disponibilizando a vacinação de COVID-19, Influenza e vacinas de rotina.
Também estiveram presentes na ação o Secretário de Infraestrutura de Porto Murtinho, Paulo Francisco Carvalho e a Vereadora Sônia Ferreira.