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Bela Vista-MS Terça-Feira, 26 de Novembro de 2024

Há cerca de uma semana, o Rio Perdido, que corta o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, em Caracol, está com alguns trechos totalmente secos. Nos locais onde havia bacias d’água resta apenas o chão e um buraco vazio. Além dos estragos ambientais, o problema pode afetar o turismo, bem como a vida da população local.

O IHP (Instituto Homem Pantaneiro), que estuda as condições das cabeceiras do Pantanal, avisa há cerca de cinco anos sobre os riscos de assoreamento do rio. Segundo o instituto, há pelo menos dois motivos emergentes para a seca do rio: a falta de chuvas e o desmatamento de mata ciliar.

Segundo o presidente do instituto, coronel Ângelo Rabelo, a área do Rio Perdido que está mais afetada é a que fica localizada abaixo da Serra da Bodoquena, em Caracol. “Na serra, o rio está bem protegido, mas o problema é mesmo na parte de planície”, explica.

Tais áreas sofrem mais em decorrência dos córregos que deságuam no rio, levando muitos sedimentos ao local e piorando a situação. Além disso, segundo Rabelo, essas áreas são as mais afetadas com a pressão da agricultura.

Rio Perdido em meio ao assoreamento (Foto: IHP)

O que é feito para resolver o problema

O problema já era previsto e ações já estavam sendo realizadas para amenizar as consequências do assoreamento do rio, mas com o nível de chuvas muito abaixo da média, não houve como evitar.

“Nós conseguimos manter uma parceria com a maioria dos proprietários de área que cercam o rio. Com isso, desenvolvemos ações como o plantio de mudas para evitar a assoreação. A gente conseguiu uma parceria com o proprietário da fazenda onde nasce o perdido, o que ajudou bastante”, detalha Rabelo.

Ele relata, ainda, que a maior dificuldade no momento é o acesso a recursos por haver um desafio, considerando que as áreas que precisam passar pelo processo de restauração são muito grandes.

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Quanto ao acesso às propriedades privadas, ele explica que há poucas que não aceitam o trabalho nas terras. “No geral, temos apoio dos proprietários e mantemos diálogo com a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul)”, pontuou o coronel.

A reportagem também acionou o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), a fim de saber se o órgão realiza alguma ação para resolver o problema. Não houve resposta até a publicação. O espaço permanece aberto para acréscimo de informação.

População local

Ainda segundo o coronel Rabelo, há mais um problema em meio ao assoreamento do Rio Perdido: o modo como isso afeta os moradores da região.

“Quando fomos lá, os moradores estavam angustiados, não tem nem peixe para a pesca. Muitos deles faziam como lazer também e, sem isso, pode haver uma perda de identidade cultural, pois alguns hábitos ficam prejudicados”, frisou.

Fonte: Midia Max News – Valesca Consolaro