O recente conflito influenciado pela disputa de terra envolvendo indígenas e fazendeiros, em Antônio João, cidade distante 282 km de Campo Grande além de ter provocado a morte de um índio, já reflete negativamente na economia da cidade de ao menos 10 mil habitantes, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
A crise que perturba a maioria dos brasileiros acentuou-se no município, principalmente no comércio, segmento que mais emprega e onde o estrago financeiro, é maior. “[O confronto] Já teve impacto em nossas receitas, os indígenas também compram em nosso comércio e o dinheiro deles é muito importante para nossa arrecadação, assim como também é muito importante a movimentação financeira dos fazendeiros. Então todos nós do município saímos perdendo com esta incerteza”, disse Selso Louzada, prefeito de Antônio João, também comerciante.
Desde o conflito, ao menos 1,5 mil índios que habitam áreas ao arredor da cidade não aparecem na região urbana. No pico do embate, duas semanas atrás, os fazendeiros, durante o dia, trancaram dois pontos da rodovia MS-384, na entrada e saída do município. Isso espantou os principais fornecedores do comércio local, que vêm de Campo Grande, Ponta Porã e Dourados.
(*) A reportagem de Celso Bejarano e Gildo Tavares (enviados especiais a Antônio João) está na edição de hoje do Correio do Estado.