O agravamento da pandemia de covid-19 em Mato Grosso do Sul, com o aumento do número de pessoas infectadas e o crescimento da letalidade da doença, fez o governador Reinaldo Azambuja buscar no Ministério da Saúde reforço para as ações de combate ao coronavírus no Estado.
Em reunião com o ministro Marcelo Queiroga, nesta terça-feira (13), em Brasília (DF), Reinaldo Azambuja reivindicou o envio de 1,1 milhão de medicamentos do chamado “kit intubação”, utilizados no processo de sedação de pacientes infectados pelo coronavírus.
Ele ainda cobrou a destinação de 100 mil testes rápidos para detecção da doença e pediu a ampliação de 30% da quantidade de doses de vacinas para 13 municípios localizados na região de fronteira do Estado com a Bolívia e o Paraguai.
“Nós fizemos um pedido ao ministro porque nós temos 13 municípios de fronteira, que tem uma população que é migrante, uma ora está no Paraguai e na Bolívia, ora no Brasil, em Mato Grosso do Sul. Pedimos que levasse a possibilidade de um acréscimo para esses municípios de 30% das doses, que seria mais ou menos a população migrante. Ele disse que está encaminhando ao PNI e à tripartide na próxima reunião porque também não é um pedido apenas de Mato Grosso do Sul”, disse Reinaldo Azambuja.
Procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), Alexandre Magno, endossou as reivindicações do Governo do Estado e destacou o trabalho conjunto dos poderes no enfrentamento à pandemia. “Estamos atentos às questões da covid-19. O Ministério Público é parceiro nessas cobranças, principalmente na questão dos insumos hospitalares, pois acompanhando o dia a dia dos atendimentos vemos o quão grave está a situação da saúde”, afirmou.
Acompanhado do secretário Geraldo Resende (Saúde), Reinaldo Azambuja expôs a Marcelo Queiroga a necessidade de reavaliar a estimativa populacional das cidades de fronteira de Mato Grosso do Sul dentro do Plano Nacional de Imunizações (PNI), em razão da dupla nacionalidade dos cidadãos que vivem nessas divisas.
No encontro, ele exemplifico a situação de Ponta Porã, cidade gêmea da paraguaia Pedro Juan Caballero. “No cadastro nacional do SUS existem 130 mil usuários, enquanto o banco de dados do IBGE aponta 93 mil habitantes. Portanto, a quantidade de doses previstas no PNI se mostra insuficiente”, destacou. Ele ainda pontuou a situação de estudantes brasileiros, de vários estados da federação, que vão à região de fronteira para cursar Medicina. “Eles também devem entrar no cômputo da população de Mato Grosso do Sul, já que são considerados grupos prioritários de imunização”.
Além de Ponta Porã, apresentam as particularidades fronteiriças os municípios de Antônio João, Ara Moreira, Bela Vista, Caracol, Coronel Sapucaia, Corumbá, Japorã, Ladário, Mundo Novo, Paranhos, Porto Murtinho e Sete Quedas. Todos entraram na relação que pede o reforço de 30% a mais na quantidade total de vacinas previstas no PNI.
O governador ainda pediu ao ministro o aparelhamento das unidades de saúde da fronteira com o envio de 40 monitores multiparâmetros, 40 respiradores pulmonares e 40 bombas de infusão.