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Bela Vista-MS Sábado, 19 de Abril de 2025

Independentemente dos incontáveis problemas de toda ordem provocados pela pandemia, o homem nunca teve antes um período tão propício para refletir, ponderar e mudar atos e ações que caracterizam sua identidade como indivíduo partícipe da coletividade em atividades familiares, profissionais e sociais.

Esse início de 2021 continua com essa oferta e estímulo à busca de respostas e análise de identidade e procedimentos. É como se o tempo forçasse cada um a olhar profundamente para dentro de seu próprio eu, para avaliar como cada um vem usando o sagrado dom da vida.

Na mesma velocidade com a qual muitos buscam “consolo” nas drogas e bebidas, que aumentam os desentendimentos especialmente com a família, fazendo subir os índices de divórcios e separações, a pandemia proporcionou também uma corrida silenciosa e individual de pessoas em busca do encontro, ou reencontro, do bom caminho, que conduz à mansidão, à segurança e às incontáveis bênçãos no dia a dia. Caminho esse que não outro senão aquele traçado por Deus para cada um de Seus filhos. No íntimo, todos sabem como procurá-Lo.

2021 começa lento e promissor com o possível desenvolvimento de mais de uma vacina para o domínio do vírus. O tempo ainda é de muito cuidado e cautela no cotidiano de todos.

A obediência às e orientações para se evitar a proliferação do vírus se faz necessária mais do que nunca. Não se pode baixar a guarda, pois estamos lidando com uma doença misteriosa e traiçoeira, que já levou dezenas de amigos, conhecidos e até parentes de cada um.

A notícia de que o homem não terá que se preocupar este ano com os preparativos do carnaval, também contribui para ampliar esse clima de reflexão e análise da vida.

Mais e mais pessoas, em suas ponderações, estão concluindo que podem sim lapidar e melhorar a própria vida, vivendo e valorizando as coisas mais simples e belas existentes no entorno de absolutamente todos e em todo e qualquer lugar.

Ela, a vida, é sim uma grande Dádiva de Deus, que precisa ser reconhecida, valorizada e agradecida a cada amanhecer.

O que não pode é o homem fugir de verdades incontestes como essa e se esquivar até de si mesmo, não reconhecendo a beleza da vida que é viver em harmonia, amor e alegria, mesmo com as pesadas cargas que carrega sobre os ombros.

De nada adianta cultivar o ódio, o rancor, a mágoa, a ganância, a trapaça, a corrupção e tantas outras mazelas que dominam e escravizam o homem que insistem em adubá-las. O arrependimento, que provoca peso de consciência, mais cedo ou mais tarde, sempre bate à porta de todo indivíduo.

A utilização desses instrumentos nocivos provoca, no final, males (doenças físicas e espirituais) para quem deles fazem uso. Sábios os homens que deles se livram ou os evitam, adotando sempre posturas benéficas e sólidas, alicerçadas nos ensinamentos e mandamentos de Deus com bondade, caridade e fraternidade.

Esta semana testemunhei o desfecho de mais um caso de reflexão e mudança de atitude para o bem, onde o perdão veio à tona, fazendo rebrotar e florescer o amor entre dois seres que nunca deveriam trilhar outro caminho.

Uma jovem, que vou chamar aqui de Rosa, trazia em seu coração uma grande mágoa de sua mãe, Teca, por conta de uma traição conjugal que testemunhou quando adolescente. Os anos se passaram e ela cresceu, casou-se, teve filhos, carregou seus próprios fardos e mesmo assim nunca perdoou a mãe.

Mas foi na pandemia, quando ela viu parentes e amigos sucumbirem à doença, que ela acordou e viu que poderia perder também a própria mãe a qualquer momento, visto que seu quadro de saúde era cheio de agravantes. Não pensou duas vezes e correu, literalmente, para os braços da mãe, em prantos, implorando por perdão por guardar tão pesada carga de tristeza e mágoa em seu coração por tantos anos.

Felizmente a mãe a recebeu também de braços abertos, soltando lágrimas de alegria há muito tempo retesadas. O perdão e o amor finalmente triunfaram ali. A lição serve para todos, pois sempre é tempo de refletir e mudar.

 

*Jornalista e Professor