Em muitos momentos eles nos inspiraram. Apolinho, Antero Greco e Silvio Luiz deixaram marcas e fizeram história na crônica esportiva brasileira. Foram referências únicas naquilo que faziam, no rádio, na tv e no jornal.
Apolinho inspirava como um grande comunicador das massas. Um cara típico do rádio, que tinha uma facilidade gigantesca para falar com o povo, para entender e traduzir o povo. Muito mais do que um apresentador, ou um comentarista, ou um torcedor do Mengão, Washington Rodrigues era rei da comunicação e isso é pra poucos.
O que mais lembro dele? Por motivos afetivos, a passagem maluca que teve como técnico do Flamengo, em 1995. O que ele estava fazendo lá? Dirigindo o ataque dos sonhos, de Romário, Sávio e Edmundo? Mas usando sua capacidade de agregar, ele quase fez funcionar o tal melhor (ou pior) ataque do mundo. Por pouco não leva pra casa a Copa do Campeões da Libertadores. Foi histórico e inusitado.
Antero Greco era o jornalista esportivo que eu sempre quis ser. Elegante, inteligente, culto, gentil… e muito bom com as palavras, pra falar e pra escrever. Quando via aquele Sportscenter da noite, na ESPN, era o meu sonho de programa de televisão pra apresentar. Queria fazer igual quando comandava o TVCom Esportes ao lado de Renato Semensati.
Mais recentemente ficava muito espantado com a forma educada e paciente com a qual ele tratava a maioria das pessoas nas redes sociais. Mesmo levando patadas nestes últimos tempos de polarização, raramente ele saia da linha. Usava muita ironia, aquela que tem um grau de inteligência que poucos alcançam.
Sílvio Luiz era o cara estranho que narrava de forma engraçada. Era um barato. Aquele vozeirão fazendo de um jeito completamente diferente dos outros. “Foi, foi, foi, foi… foi ele…” – diversão pura, trazendo uma alternativa inteligente e atrativa às narrações tradicionais. Um jogo ruim com Sílvio Luiz nunca era ruim porque ele sabia divertir todo mundo.
A quinta-feira está sofrida. De uma tacada só se foram três gigantes. Apolinho, Antero Greco e Silvio Luiz foram grandes monstros da comunicação, do jornalismo esportivo.
Foto: Antero Greco, Silvio Luiz e Apolinho (Arete, NSC Total)