(67) 99634-2150 |
Bela Vista-MS Quinta-Feira, 29 de Maio de 2025

_Hormônio atua na multiplicação celular, regula inflamações e fortalece o sistema de defesa. Suplementação deve ser feita com acompanhamento médico_

A vitamina D, conhecida por muitos como “vitamina do sol”, tem ganhado destaque crescente por sua ação fundamental na regulação do sistema imunológico e na prevenção de diversas doenças crônicas, incluindo câncer, doenças autoimunes e cardiovasculares. Apesar do nome popular, trata-se na verdade de um hormônio esteroide produzido no organismo a partir da exposição da pele à radiação UVB, sendo ativado por processos metabólicos no fígado e nos rins. Quem explica a importância deste hormônio, até mesmo para pacientes quimioterápicos que precisam de uma força a mais no tratamento, é o médico especialista no assunto, doutor João Jackson Duarte.

Entre seus principais papéis está o controle da multiplicação celular — um fator crucial no combate a células cancerígenas. “A vitamina D regula a apoptose, que é a morte programada de células alteradas, além de coordenar a ação de células do sistema imunológico, como os linfócitos e as ‘natural killers’”, explicou o médico na última quarta-feira (21) durante transmissão semanal em seu canal no YouTube. Segundo ele, células cancerígenas mais agressivas, inclusive, bloqueiam a expressão dos receptores de vitamina D para evitar esse controle.

Além disso, segundo ele, níveis adequados de vitamina D auxiliam no controle de inflamações, ajudam na saúde óssea, melhoram a resposta a infecções como pneumonias e viroses, e estão associados à menor incidência de complicações graves por doenças como a COVID-19. “É a estrela do nosso sistema imunológico”, afirmou.

Por outro lado, fatores como baixa exposição ao sol, alimentação pobre em gorduras boas, obesidade, problemas hepáticos, renais ou intestinais e até uso de medicamentos como omeprazol dificultam a absorção e ativação da vitamina D no organismo. Isso contribui para uma verdadeira epidemia de deficiência do nutriente — mesmo em países tropicais como o Brasil.

Durante a live, o médico fez uma analogia para explicar o risco de viver com níveis mínimos de vitamina D. “Você aceita andar com o tanque do carro na reserva? Não, você corre para o posto. Mas quando o exame mostra sua vitamina D em 30, que é o mínimo de referência, dizem que está normal. Isso é andar com o sistema imunológico na reserva”, disse. E completou: “No caso de uma virose ou até um câncer, quem está com o tanque cheio tem mais chance de resistir.”

Dr. João Jackson também criticou o radicalismo que ainda existe entre parte dos profissionais da saúde quanto à suplementação. “Não existe esse negócio de ‘sou contra vitamina’ ou ‘sou contra medicamento’. O ser humano é um ecossistema. O ideal é combinar o que cada um tem de melhor: o fármaco, quando necessário, e os nutrientes que dão suporte ao organismo.”

Ele reforçou que a suplementação de vitamina D deve ser feita com base em exames e com acompanhamento médico, pois tanto a deficiência quanto o excesso podem ser prejudiciais. “O ideal é manter níveis entre 50 e 70 ng/dL para quem enfrenta doenças como o câncer. Baixos níveis deixam o sistema imunológico lento; já doses muito altas podem inibir a resposta imune em vez de fortalecê-la”, alertou.

A transmissão faz parte de uma série de lives em que o médico aborda temas relacionados ao envelhecimento saudável, nutrição funcional e medicina integrativa. A gravação completa está disponível no canal Dr. João Jackson Duarte, no YouTube.