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Bela Vista-MS Quinta-Feira, 15 de Maio de 2025

A prisão de uma quadrilha especializada em furtos de Hilux, em Campo Grande, no último domingo (1°), trouxe à tona a agilidade do grupo que se aproveita da vulnerabilidade das caminhonetes da Toyota e usam codificadores e “gambiarras” para ligar os veículos e levá-los até a fronteira. O aparelho pode ser adquirido no mercado paralelo e faz o veículo ligar em poucos minutos. Lá, a encomenda vale cerca de R$ 30 mil e o  é distribuído entre os integrantes, de acordo com a polícia.

Atualmente, conforme apurado pela reportagem, estes veículos da Toyota já estão com sistema antifurto mais moderno, porém, em anos anteriores existe esta possível falha, o que atraiu e continua atraindo muitos bandidos a “estudarem” o sistema e assim praticarem estes crimes.

A fabricante, no entanto, que recentemente foi questionada sobre um suposto ímã para dar partida no carro, ressaltou que “não registrou falhas relacionadas a este sistema, amplamente utilizado por várias marcas automotivas em todo o mundo, e que está sempre em busca de constantes melhorias para seus veículos”.

“Eu acredito ser um defeito de engenharia da própria Toyota, porque até em veículos mais novos soubemos que os bandidos conseguiram furtar, no caso um de 2022, usando a central mais antiga, de 2018. Eles conseguem levar o carro fazendo a gambiarra na central. O segundo caso é um aparelho chinês, um scanner da Toyota, falsificado, em que o bandido acessa e grava a chave virgem. É um aparelho vendido em diversos sites, como o AliExpress, por exemplo”, comentou ao Jornal Midiamax o técnico em eletrônica embarcada, que atua no ramo há dez anos.

Recentemente, na oficina mecânica onde trabalha, o técnico diz que duas caminhonetes Hilux, vendidas em leilão, foram levadas até ele. “Eles estavam com um botão, que nem é do carro e, provavelmente, foram colocados por bandidos que o ligaram nesta central. Estes veículos chegaram todo depenados e um delas castanhava, que é quando chamamos quando falha. Só que compramos todo o kit com chave, central e coyote, por exemplo, daí ligou a Hilux”, explicou.

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Quadrilha furtou cerca de 20 caminhonetes (Divulgação PM)

Nestes casos, com o codificador em mãos, a técnica fala que é possível ligar uma caminhonete Hilux em cerca de dois minutos. “Pra falar a verdade, nenhum carro é muito seguro quando se falar em abrir. No caso destas caminhonetes, quebram a maçaneta, instalam o aparelho e, em torno de dois minutos, já levam. O terceiro jeito é um equipamento mais caro, que clona a chave do cliente e, a partir daí, capta o sinal, fazendo uma chave igual só pelo fato de estar perto do cliente”, disse.

No caso de outras caminhonetes, como as da Ford e a Amarok, que é da Volkswagen, o técnico fala em um “sistema mais avançado”. “A Ford tem um sistema bem avançado, em que o ABS ara de funcionar e a Amarok já tem uma chave toda criptografada. Quando alguém pede pra gente aqui, para se ter ideia, demora cerca de duas semanas para ficar pronta, porque é uma parte inteira do carro, seis módulos ao todo e pedimos direto com o fabricante, na Alemanha”, falou.

Um chaveiro experiente, que trabalha há 17 anos no ramo, sendo 13 como profissional, diz que é chamado constantemente para ligar caminhonetes e acredita que existe sim “uma fragilidade”. “Algumas, de anos anteriores, não possuem este sistema antifurto, um sistema de codificação que imobiliza. No entanto, temos a informação de carros, desde 1995, que já possuem, então, isto inibe os bandidos”, disse.

Quadrilha furtou cerca de 20 caminhonetes (Divulgação PM)

Nestes casos, ainda de acordo com o profissional, o imobilizador não tem o reconhecimento do sistema antifurto. “É um conjunto completo, que vai desde a central de comando do carro e pega todas as funções elétricas na chave, na ignição, interligado também com a bomba de combustível, então, tem todo este aparato e a maioria veio” ressaltou ele, que trabalha no ramo há 17 anos e profissionalmente há 13″, argumentou.

Um engenheiro mecânico e proprietário de uma oficina, em Campo Grande, diz que a facilidade em dar partida nesta caminhonetes fez algumas pessoas tomarem medidas mais drásticas.

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“Soube que quem estava deixando Toyota lá no estacionamento do aeroporto estava colocando uma trava, um dispositivo na roda, para evitar problemas. E também tivemos clientes que são policiais federais e falaram que voltaram a furtar Hilux aqui, então, fica o alerta”, finalizou.

Quadrilhas agem por encomenda, afirma delegado de MS

O atual delegado da Defurv (Delegacia Especializada em Repressão ao  e  de Veículos), Ricardo Meirelles, diz que não dá detalhes da investigação contra a quadrilha, a qual age por encomendas.

No entanto, ressalta que “nenhum carro está blindado” e por isso não há que se falar em uma fragilidade estrutural, por ser uma questão secundária. Além disso, comentou que a apuração contra o grupo está sendo aprofundada, com várias linhas de investigação.

Ladrão explica como usou codificador em caminhonete:

Fonte; Midia Max